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Conjuntivite ou terçol? Aprenda a diferenciar os sintomas e saiba o que fazer

Saiba identificar os sinais de cada condição, entenda por que uma é contagiosa e a outra não, e descubra quando a avaliação médica é indispensável.

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Você acorda, esfrega os olhos e sente algo estranho. Ao se olhar no espelho, o susto: um dos olhos está vermelho, inchado e sensível. A primeira dúvida que surge é se o quadro se trata de conjuntivite ou terçol.

Embora ambas as condições causem desconforto, suas causas, sintomas e tratamentos são distintos. Compreender as características de cada uma é o primeiro passo para buscar o alívio correto e evitar complicações. A principal distinção está no local da inflamação e na forma como ela se apresenta.

O que é conjuntivite?

A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, a membrana transparente que reveste a parte branca do globo ocular (esclera) e o interior das pálpebras. Essa inflamação deixa os vasos sanguíneos mais visíveis, o que confere ao olho a aparência avermelhada ou rosada característica da condição.

As causas são variadas, determinando o tipo e o tratamento da conjuntivite.

Tipos de conjuntivite

  • Viral: É a forma mais comum de infecção ocular e, geralmente, acompanha resfriados ou infecções respiratórias, produzindo uma secreção mais aquosa.
  • Bacteriana: Também é muito contagiosa e se caracteriza por uma secreção mais espessa, amarelada ou esverdeada.
  • Alérgica: Ocorre como reação a alérgenos, como pólen, poeira ou pelos de animais. Causa coceira intensa, vermelhidão e lacrimejamento em ambos os olhos e não é contagiosa.

A conjuntivite alérgica pode aumentar em mais de quatro vezes o risco de necessidade de cirurgia para tratar terçol (hordéolo) ou calázio nas pálpebras, especialmente em pacientes pediátricos e adolescentes.

O que é terçol?

O terçol, conhecido clinicamente como hordéolo, é uma infecção bacteriana aguda que afeta as pequenas glândulas sebáceas localizadas na base dos cílios, na borda da pálpebra. Essa infecção leva à formação de um pequeno nódulo ou caroço dolorido, semelhante a uma espinha.

Na maioria dos casos, essa protuberância dolorosa tende a melhorar espontaneamente em cerca de uma semana. Frequentemente, o terçol é confundido com o calázio, que é uma obstrução de uma glândula de gordura na pálpebra, mas que geralmente não é infeccioso nem tão dolorido quanto o terçol.

Quais são as principais diferenças entre conjuntivite e terçol?

Para facilitar a identificação, a melhor abordagem é comparar os sinais ponto a ponto. A localização do problema e a presença de um nódulo são os diferenciais mais claros para o leigo.

A tabela abaixo resume as características distintas de cada condição:

Característica

Conjuntivite

Terçol (Hordéolo)

 

Localização

Afeta toda a conjuntiva (membrana que cobre o olho).

Afeta uma glândula na borda da pálpebra (superior ou inferior).

Principal sintoma

Vermelhidão difusa em todo o olho, lacrimejamento e secreção.

Nódulo (caroço) vermelho, inchado e dolorido na pálpebra.

Contagiosidade

Altamente contagiosa (tipos viral e bacteriano).

Não é contagioso.

Causa

Infecção por vírus, bactéria ou reação alérgica.

Infecção bacteriana em uma glândula da pálpebra.

Secreção

Pode ser aquosa (viral) ou espessa e amarelada (bacteriana).

Pode haver um ponto de pus no centro do nódulo.

Como identificar os sintomas de cada condição?

A observação atenta dos sinais ajuda no diagnóstico diferencial. Enquanto a conjuntivite gera um desconforto mais generalizado no olho, o terçol é uma dor mais pontual.

Sinais de alerta da conjuntivite

  • Olho vermelho ou rosado de forma generalizada.
  • Sensação de areia ou cisco nos olhos.
  • Coceira e ardência.
  • Secreção que pode formar crostas nos cílios durante a noite.
  • Sensibilidade à luz (fotofobia).
  • Inchaço das pálpebras.

Sinais de alerta do terçol

  • Ponto dolorido e inchado na borda da pálpebra.
  • Formação de um caroço pequeno e avermelhado.
  • Lacrimejamento.
  • Inchaço localizado da pálpebra.
  • Sensibilidade ao toque na região do nódulo.

É possível ter conjuntivite e terçol ao mesmo tempo?

Embora seja incomum, é possível. Uma infecção bacteriana pode, em certas circunstâncias, se espalhar da pálpebra para a conjuntiva, ou vice-versa.

Assim, uma pessoa pode desenvolver um terçol e, devido à manipulação ou à proliferação bacteriana, acabar com uma conjuntivite secundária. Nesses casos, a avaliação de um oftalmologista é ainda mais crucial para um tratamento adequado que contemple ambas as condições.

Como é feito o tratamento para cada caso?

As abordagens terapêuticas são diferentes, pois visam tratar causas distintas. A automedicação, especialmente com colírios, é perigosa e deve ser evitada.

Tratamento para conjuntivite

Para a conjuntivite viral, que usualmente se resolve por conta própria em cerca de duas a três semanas, o foco é aliviar os sintomas. Não há necessidade de antibióticos, e lágrimas artificiais, colírios antialérgicos e compressas frias podem proporcionar alívio.

Já na conjuntivite bacteriana, o oftalmologista pode prescrever colírios antibióticos. Para a conjuntivite alérgica, colírios anti-histamínicos e a identificação do alérgeno são as medidas indicadas.

A higiene, como lavar as mãos com frequência e não compartilhar toalhas, é vital para evitar a transmissão nos casos infecciosos.

Tratamento para terçol

Tradicionalmente, a aplicação de compressas mornas sobre a pálpebra afetada por 10 a 15 minutos, várias vezes ao dia, é uma medida caseira amplamente sugerida. O calor ajuda a dilatar as glândulas e a facilitar a drenagem natural da secreção.

No entanto, pesquisas apontam que a eficácia de intervenções não cirúrgicas, como compressas quentes e antibióticos, para o terçol agudo, ainda não é comprovada por estudos robustos. Além disso, apesar de frequentemente prescritos, estudos indicam que o uso de antibióticos para tratar terçóis (hordéolos) não eleva significativamente as chances de melhora da condição.

A higiene dos cílios com produtos adequados também é recomendada. É fundamental não espremer o terçol, pois isso pode piorar a inflamação e espalhar a infecção. Em casos persistentes ou graves, o médico pode realizar uma pequena drenagem em consultório.

Quando devo procurar um oftalmologista?

Embora muitas vezes as condições se resolvam com cuidados básicos, a avaliação de um especialista é indispensável em algumas situações para evitar complicações que podem afetar a visão.

Procure atendimento médico imediato se você apresentar:

  • Dor intensa no olho ou na pálpebra.
  • Alteração ou diminuição da visão.
  • Sensibilidade extrema à luz.
  • Vermelhidão muito intensa.
  • Inchaço que impede a abertura total do olho.
  • Sintomas que não melhoram ou pioram após 48 horas de cuidados iniciais.

Um profissional habilitado poderá realizar o diagnóstico correto e prescrever o tratamento mais seguro e eficaz para o seu caso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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