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Mudanças nas partes íntimas são naturais e costumam ser temporárias

O nascimento de um filho é um momento transformador na vida de uma mulher. No entanto, em meio às novas responsabilidades, surgem dúvidas e preocupações legítimas sobre a recuperação do corpo, especialmente como fica a parte íntima depois do parto normal.
Muitas mulheres se perguntam se a vagina voltará ao estado anterior, se haverá dor persistente, inchaço ou alterações na função sexual. É importante compreender que o corpo feminino possui grande elasticidade e capacidade de regeneração.
Com os cuidados adequados, repouso, higiene correta e acompanhamento médico, a maior parte das alterações é temporária. A recuperação da musculatura, função urinária e sexual costuma ocorrer de forma progressiva.
A mulher passa por várias mudanças durante a gestação, e após o parto normal não é diferente. A parte íntima passa por mudanças na sua estrutura e função para a passagem do bebê. Após o nascimento ela vai sofrer várias outras alterações, até voltar ao que era antes do período gravídico.
A região perineal (a área entre a vagina e o ânus) e a vulva são as partes que sofrem o maior estresse durante a passagem do bebê.
Após o parto normal, é natural que a área fique dolorida e inchada. Este inchaço tende a desaparecer em cerca de uma a duas semanas.
A dor é frequentemente causada por lacerações (rupturas da pele, mucosa e, por vezes, músculos) ou pela realização de uma episiotomia (incisão cirúrgica para alargar o canal de parto), ambas reparadas com pontos.
Vale lembrar que a episiotomia quando realizada sem o consentimento da mulher ou desnecessariamente, configura violência obstétrica.
A intensidade da dor e o tempo de recuperação variam conforme a profundidade e o tamanho da lesão, o tempo de período expulsivo e a capacidade de cicatrização de cada mulher.
A laceração refere-se à ruptura espontânea dos tecidos da região íntima durante o parto. Elas são classificadas em graus, dependendo da profundidade. Quando as estruturas afetadas são apenas a pele e a mucosa vaginal, a laceração é grau 1.
Já quando ela se estende para os músculos do períneo, é considerada grau 2. A laceração grau 3 atinge o músculo esfíncter do ânus e grau 4 envolve a mucosa retal. No grau 2, 3 e 4 é preciso dar pontos, mas o grau 1 nem sempre precisa de ponto.
A cicatrização completa de uma laceração ou episiotomia leva, em média, cerca de seis semanas. É importante notar que os pontos no períneo geralmente são absorvíveis pelo organismo, não necessitando de retirada.
A principal preocupação de muitas mulheres é se a vagina ficará "larga" ou "frouxa" após o parto normal. É fundamental desmistificar essa ideia: a vagina é um órgão muscular com grande elasticidade.
O alargamento que ocorre para a formação do canal de parto é intenso, mas as mudanças costumam ser reversíveis. A musculatura perineal, que sustenta os órgãos pélvicos, tende a retornar ao seu estado pré-gravídico no período do puerpério (pós-parto), que dura cerca de 40 a 45 dias.
No entanto, as fibras musculares do assoalho pélvico podem não se recuperar por completo após o estiramento. Essa frouxidão das fibras mostra também como fica a parte íntima depois do parto normal.
Ela pode levar a uma sensação de que a vagina está mais aberta ou com menos atrito durante o ato sexual.
A sensação, que pode afetar o prazer, é mais um reflexo do enfraquecimento do assoalho pélvico do que de uma deformação permanente da vagina. A fisioterapia pélvica é a intervenção mais recomendada para fortalecer essa musculatura, prevenir a incontinência e melhorar a função sexual.
O sangramento vaginal após o parto é um processo natural de limpeza do útero, conhecido como lóquio. Ele é o resultado da cicatrização do local onde a placenta estava fixada.
O lóquio acontece também por causa da involução uterina, ou seja, o útero contraindo para retornar ao seu tamanho normal.
Ele é dividido em 3 fases, veja abaixo:
Ele pode durar até 40 dias. Não é recomendado utilizar absorventes internos durante esse período, pois eles aumentam o risco de infecção. O ideal é usar absorventes externos até a liberação médica, geralmente após o check-up de seis semanas.
Um sangramento em grande quantidade pode ocorrer entre uma e duas semanas após o parto, devido à soltura da crosta que se forma no local da placenta. No entanto, sangramento exagerado (que encharca mais de dois absorventes por hora por mais de 1 a 2 horas) ou com mau cheiro deve ser imediatamente comunicado ao médico.
A incontinência urinária é uma ocorrência comum, mas geralmente temporária. Ela está mais relacionada à gestação (o peso do bebê sobre o assoalho pélvico) do que à via de parto em si, podendo afetar mulheres que tiveram cesariana.
Os sintomas de perda de urina ao tossir, rir ou espirrar costumam desaparecer nos primeiros três meses após o parto. O desaparecimento ocorre na medida em que os músculos pélvicos recuperam a força.
A produção de urina aumenta visivelmente após o parto e retorna ao normal em cerca de duas semanas. A mulher é incentivada a urinar regularmente (a cada quatro horas) para evitar o enchimento excessivo da bexiga, o que pode prevenir infecções urinárias.
O tratamento para incontinência persistente envolve principalmente a fisioterapia pélvica, que visa fortalecer a musculatura do assoalho.
A retomada da vida sexual é uma das maiores preocupações no pós-parto. A recomendação médica padrão é respeitar o período de resguardo (ou quarentena) de 40 a 45 dias (ou seis semanas).
Esse tempo é crucial para a cicatrização completa de lacerações ou episiotomia e para evitar o risco de infecção uterina e hemorragia pós-parto. Após o resguardo, a mulher pode experimentar algumas alterações como a dor.
Ela pode ser causada pela secura vaginal, cicatrizes e alterações hormonais como os níveis baixos de estrogênio. A secura vaginal também exemplifica como fica a parte íntima depois do parto normal.
Sendo ela também causada pela diminuição da produção de estrogênio, principalmente durante a amamentação. As alterações hormonais também causam diminuição da libido, assim como o cansaço e a privação de sono.
Uma outra característica observada no puerpério é a sensação de alargamento por causa do enfraquecimento do assoalho pélvico. É importante que o casal tenha uma comunicação aberta e que a retomada da intimidade seja gradual e respeitosa.
Diversos fatores podem acelerar ou dificultar a recuperação da região íntima. Mulheres que praticam exercícios de fortalecimento pélvico (como os de Kegel) durante a gestação e no pós-parto tendem a ter menos lacerações e uma recuperação mais rápida e tranquila.
O grau da laceração também influencia diretamente na recuperação pós-parto. Lesões mais profundas (graus 3 e 4) exigem um tempo de cicatrização mais longo e cuidados mais intensos.
Manter a higiene adequada e o repouso é importante para acelerar a recuperação. Já a amamentação mantém os níveis de estrogênio baixos, o que pode prolongar a secura vaginal e a dor durante o sexo.
A adoção de cuidados simples e consistentes é o segredo para uma recuperação confortável:
Uma outra orientação é fazer fisioterapia pélvica. No pós-parto, ela pode ser feita após a liberação médica e é essencial para fortalecer a musculatura e prevenir disfunções.
Embora a maioria dos desconfortos seja normal, alguns sinais de alerta exigem atenção médica imediata, pois podem indicar complicações:
A recuperação pós-parto é um processo contínuo que exige paciência e autocuidado. Ao buscar informações confiáveis e seguir as orientações médicas, a mulher garante um retorno saudável e seguro à sua rotina.
Entender como fica a parte íntima depois do parto normal é fundamental para que a mulher enfrente o pós-parto com mais tranquilidade e segurança. As mudanças no corpo são naturais e, na maioria das vezes, temporárias.
Com higiene adequada, repouso, alimentação equilibrada e o apoio da fisioterapia pélvica, é possível recuperar a força do assoalho pélvico, aliviar desconfortos e retomar a vida sexual com confiança.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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