Tipos de cirurgia robótica: veja com os avanços tecnológicos reduzem tempo de internação

Modalidade de cirurgia é considerada como minimamente invasiva e com movimentos mais refinados

Desde que conversamos sobre a cirurgia robótica da próstata, você pode ter ficado curioso sobre quantos tipos de procedimentos robóticos existem e em quais áreas eles são usados. Não se trata de uma técnica única apenas para a urologia. Há uma gama crescente de especialidades que usam a robótica para operar com mais precisão e menos invasiva.

Veremos quais são os tipos de cirurgia robótica mais frequentes, quais são suas funções, vantagens e riscos, para que se possa entender o panorama atual da cirurgia robótica na medicina moderna.

Oncologia robótica: enfrentando o câncer com precisão

No campo oncológico, a cirurgia robótica é usada para tratar diferentes tipos de câncer com menos impacto nas estruturas vizinhas. Em oncologia ginecológica há procedimentos robóticos para o câncer de útero, colo do útero e ovários. Esse tipo de cirurgia permite remoções com menor sangramento e uma recuperação mais rápida, em comparação à cirurgia aberta.

Revisões sistemáticas apontam que a cirurgia robótica em ginecologia (Weinberg, 2011) tende a causar menos perda de sangue, menor dor pós-operatória e tempo de internação menor.

Na oncologia urológica, a robótica atua em:

• Nefrectomias, que é a remoção parcial ou total do rim;
• Cistectomias, que é remoção de bexiga;
• Cirurgias para tumores renais.

A precisão robótica ajuda a preservar o máximo de tecido saudável e minimizar lesões nos nervos próximos. Algo fundamental em cirurgias urológicas complexas e de grande porte (Jain, 2015).

Em oncologia torácica ou pneumologia, já se veem aplicações robóticas para tumores pulmonares e procedimentos próximos. Nesse tipo de procedimento, há um menor trauma nas costelas e tecidos pulmonares adjacentes, ainda que o uso seja mais recente e dependente do suplemento tecnológico local.

Leia também: Entenda como é realizada a cirurgia robótica

Urologia robótica: além da próstata

Você já conhece a cirurgia robótica da próstata, mas a robótica em urologia vai além. Ela é usada para:

Prostatectomia robótica:

• Nefrectomia parcial ou total: quando há a remoção de tumores renais, preservando a parte do rim restante quando possível;
• Cistectomia robótica: indicada para o tratamento de cânceres de bexiga;
• Ureteroplastia e reimplante ureteral: quando há a correção de obstruções no trato urinário;
• Procedimentos reconstrutivos e reparadores: usado mais em doenças urológicas complexas.

Graças à visão ampliada e instrumentação precisa, a robótica minimiza o sangramento, reduz o tempo de internação e melhora a recuperação da função urinária e sexual quando comparada a métodos abertos.

Alguns avanços com a cirurgia robótica de porta única (single-port) também estão sendo aplicados em urologia, com apenas uma incisão em vez de múltiplas. Esses avanços podem reduzir ainda mais a invasão e possíveis intercorrências.

Ginecologia robótica: nódulos, remoções e endometriose

Já na ginecologia, a cirurgia robótica é bem usada para tratar diversas condições.

Entre elas:

• Remoção de nódulos uterinos (miomas);
• Histerectomias;
• Cirurgia para endometriose profunda;
• Retirada de tumores ovarianos
• Procedimentos de fertilidade quando há aderências.

Estudos revisados mostram que a cirurgia robótica ginecológica oferece menor sangramento, menor dor pós-operatória, menor complicação e recuperação mais rápida. Quando comparada com cirurgias abertas ou até mesmo com a laparoscopia convencional, essa modalidade se mostra mais promissora que as técnicas convencionais.

Em casos de endometriose, há evidências de que a cirurgia robótica pode preservar mais o tecido ovariano saudável e reduzir a perda folicular comparando a técnicas como a laparoscopia. Para a mulher que deseja engravidar, a técnica pode ser uma aliada na preservação da fertilidade.

A ergonomia para o cirurgião também é melhor na robótica: operar do console reduz a fadiga em procedimentos longos, o que pode aumentar a precisão.

Pneumologia robótica: pulmão e estruturas adjacentes

Em cirurgias torácicas, como a remoção de tumores pulmonares, a robótica vem ganhando espaço. Graças à habilidade de manobrar os instrumentos em espaços delicados na cavidade torácica, ela pode reduzir complicações pós-operatórias. 

Com a menor manipulação dos tecidos pulmonares, a dor intensa e a disfunção respiratória podem surgir com menor intensidade.

A literatura ainda está em evolução nessa fronteira, mas a técnica minimamente invasiva mostra potencial de benefício nos riscos do trauma cirúrgico comparado a cirurgias torácicas convencionais.

Gastroenterologia robótica: obesidade e cirurgia bariátrica

Na especialidade gastrointestinal e bariátrica, a robótica está sendo usada em procedimentos como:

• Cirurgia bariátrica, como reduções de estômago e by-pass;
• Ressecções intestinais
• Tratamento de tumores no trato digestivo com menos trauma.
• A robótica permite suturas mais seguras e reconstruções mais refinadas, o que pode diminuir os vazamentos ou complicações.
• Uma delas é a anastomose, um ponto bastante crítico nesse tipo de procedimento.

Ainda que seja uma tecnologia moderna e de ponta, alguns centros relatam benefícios de recuperação mais rápida e um menor tempo hospitalar em comparação com cirurgias abertas.

Vantagens comuns entre especialidades de cirurgia robótica

Cada especialidade pode enfrentar desafios próprios, mas há vantagens que se mantêm constantes em muitos tipos de cirurgia robótica e as diferenciam de operações convencionais, como a laparoscopia.

Entre elas:

• Menor sangramento e menor necessidade de transfusão.
• Incisões menores, menos trauma nos tecidos adjacentes.
• Recuperação mais rápida e menor tempo de hospitalização.
• Visão tridimensional e instrumentação precisa ajudam a preservar tecidos saudáveis e nervosos.
• Menor dor pós-operatória e cicatrizes menores.

Esses benefícios fazem com que muitos pacientes optem pela robótica quando disponível e bem executada.

Riscos próprios de cada área

Além dos riscos gerais de qualquer cirurgia, como infecções, tromboses e lesões de estruturas vizinhas, cada especialidade também tem suas próprias particularidades:

• Em oncologia: risco de margens positivas (resto de tumor) se o manejo não for impecável.
• Em ginecologia: lesão de ureteres ou bexiga, principalmente em casos de aderências.
• Em urologia: lesão nervosa, como impactos na continência urinária ou função erétil no caso da próstata.
• Em torácica: complicações pulmonares pós-operatórias, vazamento de ar residual.
• Em gastrointestinal/bariátrica: vazamentos de suturas, complicações da reconstrução intestinal ou gástrica.

Há também risco de falhas de instrumento ou mal funcionamento do robô. Um estudo baseado em dados do Food and Drug Administration (FDA) indicou que, entre 2000 e 2013, foram reportados casos de mal funcionamento de instrumentos robóticos que causaram lesões ou interrupções da cirurgia.

Os tipos de cirurgia robótica não são apenas promessas tecnológicas, mas vêm trazendo benefícios reais, com embasamento científico.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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