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Qual a diferença entre cirurgia robótica e laparoscopia e como são realizadas​

A cirurgia robótica traz mais precisão e visão 3D nas cirurgias complexas

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Na medicina moderna, os avanços nas técnicas cirúrgicas têm transformado o cuidado com o paciente, tornando os procedimentos mais seguros, com recuperação mais rápida e resultados melhores.

Entre as inovações destacam-se a cirurgia robótica e a laparoscopia, ambas classificadas como procedimentos minimamente invasivos. Elas possuem o mesmo objetivo: minimizar o trauma cirúrgico em comparação com a cirurgia aberta tradicional, mas se diferenciam na forma como são realizados, na tecnologia usada e nas situações em que são indicadas.

O que é a laparoscopia?

A laparoscopia, também conhecida como videolaparoscopia, revolucionou a cirurgia ao ser introduzida no Brasil na década de 1990. A videolaparoscopia é um procedimento minimamente invasivo que permite realizar cirurgias e diagnósticos dentro do abdômen, com a utilização de uma câmera e pinças específicas.

Ela é amplamente utilizada por especialidades como a Coloproctologia, Urologia e Ginecologia. Dentre os seus benefícios está a diminuição da dor pós-operatória e diminuição dos risco de infecções. Ela permite também que o retorno às atividades diárias seja mais rápido, proporcionando uma recuperação mais rápida.

A redução do sangramento também é uma vantagem, já que a laparoscopia permite ter uma visualização ampliada e precisa da cirurgia. Além de diminuir os riscos de complicações quando comparada às cirurgias abertas. O perfil de segurança geralmente é mais favorável.

Como a laparoscopia é feita?

Nessa técnica, o cirurgião realiza pequenas incisões na pele do paciente. Através delas, são inseridos instrumentos cirúrgicos finos e um laparoscópio – um tubo fino e iluminado equipado com uma microcâmera de alta resolução. 

A câmera transmite imagens em tempo real para um monitor na sala de cirurgia, permitindo que o cirurgião visualize a parte interna do corpo com precisão. A manipulação dos instrumentos é feita diretamente pelo cirurgião, que opera os dispositivos enquanto observa a imagem bidimensional no monitor.

Leia também: Conheça os tipos de cirurgia robótica e suas indicações

O que é a cirurgia robótica?

A cirurgia robótica também é um procedimento minimamente invasivo, sendo considerada uma tecnologia mais sofisticada e com recursos aprimorados em relação à laparoscopia, ou seja, é uma amplificação e aprimoramento da laparoscopia.

Por isso, os seus benefícios também seguem a mesma linha. Para além do menor  sangramento e da diminuição da dor pós-operatória e do risco de infecção, em muitos casos a recuperação pode ser ainda mais rápida.

A capacidade de gerar movimentos mais finos e controlados é maior, sendo crucial para procedimentos complexos e em áreas de difícil acesso. A visão proporcionada é tridimensional e ampliada, melhorando a percepção de profundidade e detalhes anatômicos.

A cirurgia robótica é mais ergonômica para o médico. Ele realiza as cirurgias de um console, onde opera em posição confortável, reduzindo a fadiga em procedimentos longos. O procedimento também permite que cirurgiões operem pacientes localizados em outras regiões ou até em outros países.

Como a cirurgia robótica é feita?

Similar à laparoscopia, a cirurgia robótica também utiliza pequenas incisões para a inserção de instrumentos. A principal distinção está na forma como o cirurgião interage com esses instrumentos. 

O cirurgião principal não manipula os instrumentos diretamente sobre o paciente, mas sim a partir de um console ergonômico, localizado a poucos metros da mesa cirúrgica. 

Através de joysticks e pedais, o médico controla os braços de um robô cirúrgico, que replicam seus movimentos com extrema precisão, delicadeza e estabilidade, eliminando qualquer tremor natural das mãos humanas. 

Uma das características mais marcantes é a visão tridimensional (3D) ampliada e de alta definição que o console oferece ao cirurgião. 

Os instrumentos robóticos possuem maior liberdade de movimento, superando a capacidade do punho humano e permitindo manobras em ângulos que seriam impossíveis na cirurgia laparoscópica convencional. 

Um cirurgião auxiliar permanece ao lado do paciente para realizar trocas de instrumentos e outras assistências diretas.

Qual a diferença entre cirurgia robótica e laparoscopia?

Para entender melhor qual a diferença entre cirurgia robótica e laparoscopia, é fundamental analisar os pontos de convergência e divergência entre as duas técnicas. 

Ambas são minimamente invasivas e buscam os mesmos resultados de menor trauma e recuperação mais rápida. No entanto, a tecnologia da cirurgia robótica acaba dando características únicas a esse tipo de procedimento.

A tabela a seguir resume as principais diferenças e semelhanças:

Característica

Cirurgia laparoscópica

Cirurgia robótica

Técnica

Minimamente invasiva

Minimamente invasiva (evolução da laparoscopia)

Incisões

Pequenas (0,5 a 1 cm)

Pequenas (similares à laparoscopia)

Visualização

2D em monitor

3D ampliada e de alta definição no console

Controle dos instrumentos

Direto pelo cirurgião

Indireto, via console. O médico controla os braços robóticos

Destreza dos instrumentos

Limitada, menos articulada

Alta, com 7 graus de liberdade (maior que o punho humano)

Eliminação de tremores

Não

Sim, movimentos filtrados e estabilizados

Ergonomia do cirurgião

Pode ser desafiadora em procedimentos longos

Elevada, cirurgião opera sentado no console

Cobertura por planos de saúde

Amplamente coberta

Em expansão, mas ainda com limitações em alguns planos/sistemas (ex: SUS)

Aplicações

Diversas especialidades (Coloproctologia, Urologia, Ginecologia, etc.) 

Todas as cirurgias laparoscópicas, além de procedimentos mais complexos

Desafios e limitações cada técnica

Embora tanto a cirurgia robótica quanto a laparoscopia ofereçam benefícios consideráveis em comparação com a cirurgia aberta, cada uma apresenta desafios e limitações que devem ser cuidadosamente avaliados.

Cirurgia robótica

A cirurgia robótica, apesar de ser uma tecnologia de ponta, enfrenta algumas barreiras significativas, principalmente relacionadas a custos e acessibilidade.

O custo do material médico, o custo total de hospitalização e as despesas pessoais para o paciente são significativamente maiores na cirurgia robótica. Essa é uma das principais razões pelas quais a técnica ainda é rara no SUS, e frequentemente não é coberta por planos de saúde.

A equipe cirúrgica precisa de treinamento especializado, principalmente porque o robô não opera sozinho, ele é uma extensão das mãos do cirurgião. Por esse mesmo motivo, qualquer falha técnica ou interrupção pode impactar o procedimento. 

Laparoscopia

A laparoscopia também possui suas próprias desvantagens, especialmente quando comparada à precisão aprimorada da robótica em certos contextos.

Sua visão bidimensional do campo cirúrgico e a utilização de instrumentos menos articulados, pode dificultar movimentos detalhados e a percepção de profundidade para o cirurgião. A laparoscopia pode representar um desafio para a ergonomia do médico, levando a fadiga e potencial impacto na precisão.

Em cirurgias que exigem extrema precisão em espaços confinados, como em alguns casos oncológicos, a laparoscopia pode ser mais desafiadora devido à falta de visão 3D e à menor destreza dos instrumentos em comparação com o robô.

Indicações clínicas: quando escolher cada uma?

A escolha entre a cirurgia robótica e a laparoscopia deve considerar a complexidade do caso, a experiência do cirurgião e da equipe, e a disponibilidade dos equipamentos. Ambas são consideradas seguras e eficazes, e o mais importante é a expertise do profissional que realiza o procedimento.

A cirurgia robótica é frequentemente indicada para procedimentos que exigem alta precisão, destreza e uma visão detalhada do campo cirúrgico. Suas vantagens tecnológicas a tornam a melhor escolha em diversas especialidades, especialmente na oncologia. Ela também é indicada para tratar a endometriose quando o tratamento clínico falha.

A laparoscopia é uma técnica consagrada e continua sendo a escolha padrão para uma vasta gama de procedimentos, como a remoção da vesícula biliar ou do apêndice. 

Ela costuma ser a mais indicada pois é uma técnica com maior domínio entre os cirurgiões e por ser amplamente coberta pelos planos de saúde, sendo mais acessível aos pacientes. Também é amplamente utilizada em procedimentos urológicos e ginecológicos.

A cirurgia robótica e a laparoscopia representam marcos importantes na evolução da cirurgia minimamente invasiva, cada uma com suas particularidades e contribuições para a saúde do paciente. 

Enquanto a laparoscopia é uma técnica segura e bastante utilizada em diferentes tipos de cirurgia, a cirurgia robótica representa uma evolução dessa prática, oferecendo ainda mais precisão, controle e visão detalhada do procedimento. 

Entender a diferença entre cirurgia robótica e laparoscopia é importante para que pacientes e médicos possam escolher a melhor opção em cada caso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

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