Revisado em: 17/10/2025
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A cirurgia robótica traz mais precisão e visão 3D nas cirurgias complexas

Na medicina moderna, os avanços nas técnicas cirúrgicas têm transformado o cuidado com o paciente, tornando os procedimentos mais seguros, com recuperação mais rápida e resultados melhores.
Entre as inovações destacam-se a cirurgia robótica e a laparoscopia, ambas classificadas como procedimentos minimamente invasivos. Elas possuem o mesmo objetivo: minimizar o trauma cirúrgico em comparação com a cirurgia aberta tradicional, mas se diferenciam na forma como são realizados, na tecnologia usada e nas situações em que são indicadas.
A laparoscopia, também conhecida como videolaparoscopia, revolucionou a cirurgia ao ser introduzida no Brasil na década de 1990. A videolaparoscopia é um procedimento minimamente invasivo que permite realizar cirurgias e diagnósticos dentro do abdômen, com a utilização de uma câmera e pinças específicas.
Ela é amplamente utilizada por especialidades como a Coloproctologia, Urologia e Ginecologia. Dentre os seus benefícios está a diminuição da dor pós-operatória e diminuição dos risco de infecções. Ela permite também que o retorno às atividades diárias seja mais rápido, proporcionando uma recuperação mais rápida.
A redução do sangramento também é uma vantagem, já que a laparoscopia permite ter uma visualização ampliada e precisa da cirurgia. Além de diminuir os riscos de complicações quando comparada às cirurgias abertas. O perfil de segurança geralmente é mais favorável.
Nessa técnica, o cirurgião realiza pequenas incisões na pele do paciente. Através delas, são inseridos instrumentos cirúrgicos finos e um laparoscópio – um tubo fino e iluminado equipado com uma microcâmera de alta resolução.
A câmera transmite imagens em tempo real para um monitor na sala de cirurgia, permitindo que o cirurgião visualize a parte interna do corpo com precisão. A manipulação dos instrumentos é feita diretamente pelo cirurgião, que opera os dispositivos enquanto observa a imagem bidimensional no monitor.
Leia também: Conheça os tipos de cirurgia robótica e suas indicações
A cirurgia robótica também é um procedimento minimamente invasivo, sendo considerada uma tecnologia mais sofisticada e com recursos aprimorados em relação à laparoscopia, ou seja, é uma amplificação e aprimoramento da laparoscopia.
Por isso, os seus benefícios também seguem a mesma linha. Para além do menor sangramento e da diminuição da dor pós-operatória e do risco de infecção, em muitos casos a recuperação pode ser ainda mais rápida.
A capacidade de gerar movimentos mais finos e controlados é maior, sendo crucial para procedimentos complexos e em áreas de difícil acesso. A visão proporcionada é tridimensional e ampliada, melhorando a percepção de profundidade e detalhes anatômicos.
A cirurgia robótica é mais ergonômica para o médico. Ele realiza as cirurgias de um console, onde opera em posição confortável, reduzindo a fadiga em procedimentos longos. O procedimento também permite que cirurgiões operem pacientes localizados em outras regiões ou até em outros países.
Similar à laparoscopia, a cirurgia robótica também utiliza pequenas incisões para a inserção de instrumentos. A principal distinção está na forma como o cirurgião interage com esses instrumentos.
O cirurgião principal não manipula os instrumentos diretamente sobre o paciente, mas sim a partir de um console ergonômico, localizado a poucos metros da mesa cirúrgica.
Através de joysticks e pedais, o médico controla os braços de um robô cirúrgico, que replicam seus movimentos com extrema precisão, delicadeza e estabilidade, eliminando qualquer tremor natural das mãos humanas.
Uma das características mais marcantes é a visão tridimensional (3D) ampliada e de alta definição que o console oferece ao cirurgião.
Os instrumentos robóticos possuem maior liberdade de movimento, superando a capacidade do punho humano e permitindo manobras em ângulos que seriam impossíveis na cirurgia laparoscópica convencional.
Um cirurgião auxiliar permanece ao lado do paciente para realizar trocas de instrumentos e outras assistências diretas.
Para entender melhor qual a diferença entre cirurgia robótica e laparoscopia, é fundamental analisar os pontos de convergência e divergência entre as duas técnicas.
Ambas são minimamente invasivas e buscam os mesmos resultados de menor trauma e recuperação mais rápida. No entanto, a tecnologia da cirurgia robótica acaba dando características únicas a esse tipo de procedimento.
A tabela a seguir resume as principais diferenças e semelhanças:
Embora tanto a cirurgia robótica quanto a laparoscopia ofereçam benefícios consideráveis em comparação com a cirurgia aberta, cada uma apresenta desafios e limitações que devem ser cuidadosamente avaliados.
A cirurgia robótica, apesar de ser uma tecnologia de ponta, enfrenta algumas barreiras significativas, principalmente relacionadas a custos e acessibilidade.
O custo do material médico, o custo total de hospitalização e as despesas pessoais para o paciente são significativamente maiores na cirurgia robótica. Essa é uma das principais razões pelas quais a técnica ainda é rara no SUS, e frequentemente não é coberta por planos de saúde.
A equipe cirúrgica precisa de treinamento especializado, principalmente porque o robô não opera sozinho, ele é uma extensão das mãos do cirurgião. Por esse mesmo motivo, qualquer falha técnica ou interrupção pode impactar o procedimento.
A laparoscopia também possui suas próprias desvantagens, especialmente quando comparada à precisão aprimorada da robótica em certos contextos.
Sua visão bidimensional do campo cirúrgico e a utilização de instrumentos menos articulados, pode dificultar movimentos detalhados e a percepção de profundidade para o cirurgião. A laparoscopia pode representar um desafio para a ergonomia do médico, levando a fadiga e potencial impacto na precisão.
Em cirurgias que exigem extrema precisão em espaços confinados, como em alguns casos oncológicos, a laparoscopia pode ser mais desafiadora devido à falta de visão 3D e à menor destreza dos instrumentos em comparação com o robô.
A escolha entre a cirurgia robótica e a laparoscopia deve considerar a complexidade do caso, a experiência do cirurgião e da equipe, e a disponibilidade dos equipamentos. Ambas são consideradas seguras e eficazes, e o mais importante é a expertise do profissional que realiza o procedimento.
A cirurgia robótica é frequentemente indicada para procedimentos que exigem alta precisão, destreza e uma visão detalhada do campo cirúrgico. Suas vantagens tecnológicas a tornam a melhor escolha em diversas especialidades, especialmente na oncologia. Na cirurgia robótica de endometriose, a técnica é indicada quando o tratamento clínico falha.
A laparoscopia é uma técnica consagrada e continua sendo a escolha padrão para uma vasta gama de procedimentos, como a remoção da vesícula biliar ou do apêndice.
Ela costuma ser a mais indicada pois é uma técnica com maior domínio entre os cirurgiões e por ser amplamente coberta pelos planos de saúde, sendo mais acessível aos pacientes. Também é amplamente utilizada em procedimentos urológicos e ginecológicos.
A cirurgia robótica e a laparoscopia representam marcos importantes na evolução da cirurgia minimamente invasiva, cada uma com suas particularidades e contribuições para a saúde do paciente.
Enquanto a laparoscopia é uma técnica segura e bastante utilizada em diferentes tipos de cirurgia, a cirurgia robótica representa uma evolução dessa prática, oferecendo ainda mais precisão, controle e visão detalhada do procedimento.
Entender a diferença entre cirurgia robótica e laparoscopia é importante para que pacientes e médicos possam escolher a melhor opção em cada caso.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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