Revisado em: 22/10/2025
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A erupção cutânea é o sinal mais comum na fase inicial da doença de Lyme

A doença de Lyme é uma infecção que ganhou notoriedade global quando o cantor Justin Timberlake revelou ter sido diagnosticado com a doença. Ela ainda gera muitas dúvidas, especialmente sobre seus sintomas e a forma como se manifesta.
Causada pela bactéria do gênero Borrelia e transmitida pela picada de carrapatos infectados, esta é uma condição que exige atenção e diagnóstico precoce.
Os sintomas da doença de Lyme podem variar conforme o estágio da infecção, indo desde sinais cutâneos leves até complicações neurológicas e cardíacas. Por isso, reconhecer as manifestações iniciais é essencial para garantir um tratamento eficaz e evitar que a infecção se torne crônica.
A doença de Lyme é classificada como uma infecção zoonótica, ou seja, transmitida de animais vertebrados para humanos. A bactéria causadora é do gênero Borrelia. A transmissão ocorre quando um carrapato infectado (que se infectou ao se alimentar de um animal contaminado) pica um ser humano.
No Brasil, por ser transmitida por carrapatos de outros gêneros (Amblyomma cajenenses, Rhipicephalus sanguineus, entre outros), a apresentação dos sintomas tende a ser mais recorrente. Por esse mesmo motivo o risco de virar uma doença crônica é maior, mesmo após o tratamento adequado.
Os sintomas da doença de Lyme se manifestam em estágios. A gravidade e localização variam à medida que a infecção progride.
Esta fase ocorre tipicamente entre 3 e 30 dias após a picada do carrapato. Os sintomas são localizados e podem ser facilmente confundidos com um quadro viral comum. O sinal mais característico e patognomônico (altamente indicativo) é o eritema migratório.
Uma erupção (alteração de cor ou textura) na pele que se inicia no local da picada, geralmente após 1 a 2 semanas, e se espalha lentamente. Ela pode aparecer nas coxas, virilha e axilas. Pode ter um centro claro, igual a um alvo ou “olho de boi”.
É quente ao toque e geralmente causa dor, coceira e sensação de queimação. Esse sintoma nem sempre se manifesta. Além dele, o indivíduo pode apresentar febre, dor de cabeça, fadiga extrema, dores musculares e articulares, e inchaço dos gânglios linfáticos.
A infecção pode se espalhar pelo corpo se não for tratada, dando início à fase disseminada, que ocorre geralmente entre 3 e 10 semanas após a picada. Os sintomas da doença de Lyme se tornam mais sérios e abrangentes neste estágio.
As erupções cutâneas atingem outras partes do corpo e o indivíduo passa a sentir dor ou rigidez no pescoço. A fraqueza muscular em um ou em ambos os lados do rosto, dormência ou fraqueza nas mãos ou pés também podem estar presentes.
Outro sintoma característico dessa fase da doença de Lyme é o inchaço doloroso nos olhos ou pálpebra, conjuntivite ou a perda de visão.
Em alguns casos, o sistema nervoso é afetado, causando dores de cabeça intensas e leve confusão mental. Também podem ocorrer dores articulares migratórias, inflamação no fígado ou baço, dor de garganta, tosse seca e, mais raramente, aumento testicular.
Sem tratamento, cerca de 15% dos pacientes evoluem com alterações neurológicas, como meningite, fraqueza motora, perda de sensibilidade e dificuldade de coordenação.
O quadro mais comum é a combinação de dor de cabeça e paralisia facial, que pode afetar um ou ambos os lados do rosto. Esses sintomas costumam durar semanas, mas podem voltar ou se tornar crônicos.
Cerca de 5% dos pacientes também apresentam problemas cardíacos, como arritmia cardíaca. Dores articulares e musculares migratórias são frequentes e podem afetar ossos e tendões. Casos mais raros incluem inflamações nos músculos (miosite), ossos (osteomielite) e tecido subcutâneo (paniculite).
A fase tardia, também chamada de doença disseminada tardia, pode começar de 2 a 12 meses após a picada. A manifestação mais comum desta fase é a artrite.
A chamada artrite de Lyme causa dor, inchaço ou rigidez em grandes articulações, principalmente nos joelhos. Os sintomas articulares podem ser intermitentes ou persistentes.
O paciente também pode manifestar a Síndrome da Doença de Lyme Pós-Tratamento (PTLDS. Nesses casos, ele continua a manifestar sintomas como fadiga, dor de cabeça e dores articulares/musculares mesmo após o tratamento com antibiótico ser bem-sucedido.
O diagnóstico da doença de Lyme é baseado na presença de fatores de risco (exposição a carrapatos), nos sintomas clínicos e em exames laboratoriais.
A presença do eritema migratório e de outros sintomas como febre, fadiga e dor articular são os principais fatores diagnósticos. O diagnóstico é geralmente confirmado por testes laboratoriais.
O tratamento da doença de Lyme é feito com antibióticos. O início precoce é fundamental, pois tem maior probabilidade de evitar complicações.
Antibióticos orais como doxiciclina, amoxicilina ou cefuroxima são eficazes nos estágios iniciais da doença e geralmente administrados por 10 a 14 dias. Casos de complicações neurológicas ou cardíacas graves podem exigir antibióticos intravenosos, como a ceftriaxona.
A maioria das pessoas não se lembra de ter sido picada por um carrapato. Portanto, é necessário procurar um profissional de saúde imediatamente se você:
A prevenção baseia-se na redução da exposição a carrapatos, utilizando vestuário adequado em áreas de mata e realizando uma busca detalhada no corpo após a exposição.
Não sentar no chão ou em muros de pedra ou aplicar repelentes contra insetos ao estar em lugar de floresta ou grama alta também é uma forma de prevenção.
Compreender os sintomas da doença de Lyme é importante para identificar precocemente a infecção e evitar complicações mais graves. Qualquer suspeita deve ser avaliada por um profissional de saúde, já que os sinais podem variar desde alterações na pele até manifestações neurológicas e cardíacas.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado com antibióticos costumam garantir a recuperação completa e reduzir o risco de sequelas. Medidas simples de prevenção, como o uso de roupas protetoras e repelentes em áreas de mata, são fundamentais para evitar a picada de carrapatos infectados.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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