25/02/2025
Revisado em: 13/06/2025
A demência vascular é considerada o segundo tipo de demência mais prevalente no mundo, atrás apenas da doença de Alzheimer.
A demência vascular é considerada o segundo tipo de demência mais prevalente no mundo, ficando atrás apenas do Alzheimer. Segundo os dados de um estudo da Unifesp, o Brasil tem, atualmente, cerca de 1,76 milhão de indivíduos acima dos 60 anos vivendo com algum tipo de demência. Até 2050, a previsão é que esse número chegue a 5,5 milhões.
Assim como em outros tipos de demência, a demência vascular desencadeia perda de funções mentais, como memória, capacidade de planejamento e de execução, dificuldades cognitivas na rotina diária.
Veja quais são as causas desse problema, como é feito o diagnóstico da demência e quais são as maneiras existentes para realizar a prevenção dessa doença.
A demência vascular é uma doença neurodegenerativa causada pelo excesso de lesões vasculares no cérebro. Geralmente, essas lesões acontecem nos menores vasos sanguíneos, os capilares, que têm seu fluxo interrompido.
A suspensão desse fluxo não causa sintomas graves, como os vistos em um AVC clássico, que é a interrupção de fluxo de uma artéria, por exemplo.
Com a acumulação dessas lesões, ao passar do tempo, o cérebro vai perdendo sua capacidade de processamento de informação e de raciocínio, ocorrendo um impedimento de integração entre as diferentes partes do cérebro.
O mesmo mecanismo também ocorre devido ao acúmulo de lesões isquêmicas de AVCs anteriores, que vão danificando o cérebro e reduzindo a quantidade de tecido cerebral disponível para o processamento de informação.
No Brasil, supõe-se que até 35% dos casos diagnosticados de demência tenham causas vasculares, que costumam ser mais prevalente em pessoas com fatores de risco cardiovascular, como portadores de hipertensão e diabetes.
A demência vascular é uma doença neurodegenerativa que ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro, de forma microscópica, nos vasos capilares. Ao longo do tempo, o acúmulo dessas lesões vai determinar o aparecimento deste tipo de demência.
Os vasos capilares são os vasos mais finos e menores do corpo humano. Eles interligam os vasos arteriais às veias. Nesses vasos, ocorre a troca de oxigênio, nutrientes e resíduos. Por isso, quando há interrupção do fluxo sanguíneo nessa região, ocorre a demência vascular.
Existem quatro tipos de demências vasculares: demência pós-AVC, Subcortical, Infartos múltiplos e Demência mista. Entenda mais sobre cada um dos tipos.
Demência pós-Acidente Vascular Cerebral
acontece em até seis meses após a ocorrência de um AVC. Há perda de massa encefálica e prejuízo da reserva cognitiva do cérebro.
tem início gradual após vários episódios isquêmicos transitórios. Também está relacionado com a perda de reserva cognitiva do cérebro.
ocorre o comprometimento de pequenos vasos, geralmente na região do córtex cerebral, provocando lesão nos tecidos nervosos dessa área.
ocorre quando o dano vascular é associado a outro tipo de demência, como Alzheimer ou demência por corpos de Lewy (aglomerados de uma proteína chamada alfa-sinucleína, que se formam dentro das células nervosas do cérebro).
Além dessa categoria, outro tipo de demência vascular conhecido (com menor frequência), é a Demência de Biswanger, em que ocorrem bloqueios difundidos dos pequenos vasos sanguíneos, devido à aterosclerose, presentes na substância branca do cérebro. Geralmente, ela ocorre em pacientes com hipertensão grave e mal controlada.
Embora não haja uma forma totalmente garantida de evitar a demência vascular, algumas medidas podem reduzir o risco de desenvolvimento da condição.
A medida mais importante é a mudança no estilo de vida, incluindo a prática de atividade física de maneira regular, alimentação saudável e equilibrada, não fumar e não beber, ou seja, incorporar hábitos que protegem o sistema cardiovascular ao todo e auxiliem no seu bom funcionamento.
Além disso, é importante supervisionar e tratar condições crônicas de saúde, como hipertensão, colesterol alto e diabetes, que contribuem consideravelmente par o aumento do risco de desenvolver demência vascular.
O acompanhamento médico frequentemente também permite identificar e tratar precocemente eventuais sinais de demência vascular.
Os sintomas da demência vascular variam dependendo da gravidade e da localização das lesões cerebrais.
Os mais comuns incluem:
Os sintomas de demência vascular se assemelham aos do Alzheimer, mas possuem algumas particularidades próprias da condição. Em caso de sinais, busque atendimento médico urgente.
Ainda que compartilhem alguns sintomas semelhantes, como a perda de memória e as alterações de humor e comportamento, a demência vascular e a doença de Alzheimer possuem diferenças importantes.
O Alzheimer é causado pelo acúmulo de proteínas beta-amiloide nas células nervosas do cérebro, o que provoca a degeneração e morte dos neurônios. Por outro lado, a demência vascular resulta de problemas na circulação cerebral, que podem ocorrer de maneira súbita, após um AVC, ou de forma gradual, devido ao comprometimento dos vasos sanguíneos.
Além disso, a demência vascular frequentemente apresenta um quadro clínico com maiores oscilações de memória e capacidade cognitiva, dependendo do fluxo sanguíneo cerebral. Já o Alzheimer é caracterizado por uma progressão mais contínua dos sintomas.
Não há uma cura específica para demência vascular. Contudo, o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
O primeiro passo é encontrar a causa da demência vascular. Se estiver relacionado à diabetes e à hipertensão arterial, por exemplo, é importante controlar esses fatores de risco cardiovascular com medicamentos específicos para isso. Os remédios também podem ser úteis no controle das alterações de humor e da depressão.
Outras terapias, como fonoaudiologia, psicoterapia, fisioterapia e terapia ocupacional, também podem ser essenciais para melhorar a qualidade de vida do paciente, permitindo que ele mantenha uma certa autonomia nas tarefas diárias.
Por fim, vale reforçar que o tratamento da demência vascular deve ser específico e adaptado às necessidades de cada paciente.
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