Revisado em: 23/10/2025
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A falta de higiene bucal está na origem de quase 100% dos casos. Prevenir ajuda a impedir que a gengivite avance para um estado mais grave.

A gengivite é a inflamação da gengiva, um problema muito comum. Ela corresponde ao estágio inicial da chamada doença periodontal, que afeta os tecidos de suporte dos dentes. Ocorre quando bactérias se acumulam e irritam o tecido da gengiva. O quadro é totalmente reversível se você tratar corretamente.
É um problema de saúde pública no Brasil. Uma pesquisa recente aponta que o sangramento gengival, principal sintoma da gengivite, é observado em mais de 41% dos adultos no país.
Entender o que causa a gengivite e como ela avança é o primeiro passo para garantir um sorriso saudável. Conheça as principais origens dessa inflamação, o que fazer para prevenir e tratar com o dentista.
Em quase a totalidade dos casos, a gengivite é resultado da má higiene bucal, que permite o acúmulo de microrganismos na superfície dos dentes:
O acúmulo de placa bacteriana é a causa mais comum da gengivite. A placa é uma película viscosa e incolor, composta por bactérias, restos de alimentos e saliva. Ela se forma continuamente sobre os dentes.
Quando a escovação e o uso do fio dental são insuficientes, essa placa não é removida. As bactérias liberam toxinas que irritam e inflamam a gengiva. Se a placa não for removida, ela endurece e se transforma em tártaro (cálculo dentário).
O tártaro é poroso e fica firmemente aderido ao dente, exigindo a intervenção de um dentista para ser removido.
A forma como você escova os dentes e usa o fio dental tem impacto direto. A técnica de escovação incorreta ou o uso irregular do fio dental deixam resíduos na linha da gengiva e entre os dentes.
Essa falha permite que as bactérias se proliferem, desencadeando o processo inflamatório.
Restaurações dentárias (obturações) feitas de forma inadequada ou próteses mal ajustadas podem criar espaços e saliências. Esses locais se tornam pontos de retenção de placa bacteriana, dificultando a limpeza e favorecendo o surgimento da inflamação.
Dentes que estão muito próximos, tortos ou desalinhados criam áreas de difícil acesso para a escova e o fio dental. Essa dificuldade de higiene facilita o acúmulo de placa e, consequentemente, aumenta o risco de gengivite localizada.
A causa primordial da gengivite é a falta de controle da placa bacteriana. Por isso, a limpeza diária e eficaz é a melhor forma de prevenir.
Embora a placa bacteriana seja a causa direta, diversos fatores sistêmicos (do organismo) e hábitos de vida podem aumentar a predisposição e agravar a gengivite.
As mudanças de hormônios, principalmente durante a puberdade, gravidez e menopausa, podem tornar a gengiva mais sensível e reativa à placa bacteriana. Mulheres grávidas, por exemplo, têm risco maior de desenvolver a chamada gengivite gravídica.
Pessoas com diabetes mellitus (doença que afeta o controle de açúcar no sangue) mal controlado têm o sistema imunológico comprometido. Isso torna o tecido gengival mais suscetível a infecções.
O fumo é um dos maiores fatores de risco para doenças gengivais. O tabaco afeta o fluxo sanguíneo na gengiva, prejudica a resposta de cura do organismo e, muitas vezes, esconde o sangramento. O diagnóstico acabando sendo tardio e o tratamento fica prejudicado.
Alguns medicamentos, como anticonvulsivantes (fenitoína), imunossupressores e alguns medicamentos para pressão alta, podem causar o crescimento excessivo do tecido gengival. Essa condição é chamada de hiperplasia gengival. Isso torna a higienização mais difícil e favorece a inflamação.
A falta de vitaminas, especialmente a vitamina C, pode comprometer a saúde dos tecidos e a capacidade do corpo de reparar a gengiva.
Condições que afetam a imunidade, como a leucemia (câncer das células do sangue) ou a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), podem aumentar o risco de infecções gengivais graves.
Informe ao dentista sobre qualquer condição de saúde ou medicamento em uso. O controle dos fatores de risco é uma parte fundamental da sua prevenção.
Os sintomas da gengivite costumam ser leves na fase inicial, mas servem como um importante sinal de alerta. Preste atenção às seguintes manifestações:
Se a gengivite não for diagnosticada e tratada, o problema pode evoluir. A inflamação crônica avança para o estágio mais grave, a periodontite.
Nessa condição, a infecção destrói o osso e as fibras que sustentam o dente, causando a retração gengival e a formação de bolsas periodontais. Essas bolsas são espaços profundos entre o dente e a gengiva.
Em casos avançados, a periodontite também pode afetar a mobilidade e até causar a perda total dos dentes.
A prevenção da gengivite é simples e depende diretamente da sua rotina de higiene bucal. O objetivo é manter o controle da placa bacteriana:
Escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia. Use uma escova de cerdas macias e movimentos circulares suaves na direção da gengiva para o dente. Não faça força excessiva.
O fio dental deve ser usado pelo menos uma vez ao dia. Ele é essencial para remover a placa e os restos de comida que ficam entre os dentes, onde a escova não alcança.
Faça consultas de rotina e limpezas profissionais (profilaxia) a cada seis meses ou conforme a recomendação do dentista. Apenas o profissional pode remover o tártaro acumulado. No caso das crianças, o dentista pediatra é o mais recomendado.
Evite o consumo excessivo de açúcares e carboidratos refinados. Esses alimentos contribuem para a proliferação das bactérias da placa.
Evitar o tabaco é uma das ações mais importantes para proteger a saúde das gengivas e a saúde geral do corpo.
A prevenção está na consistência desses hábitos. A manutenção da higiene bucal em casa e o suporte profissional andam lado a lado.
A boa notícia é que a gengivite é uma condição totalmente reversível. O tratamento é rápido e focado na eliminação da causa e na restauração da saúde do tecido.
Na maioria dos casos, o tratamento da gengivite é realizado por meio da raspagem e profilaxia. Este é um procedimento feito no consultório odontológico. O dentista remove a placa bacteriana e o tártaro acumulado nas superfícies dos dentes e logo abaixo da linha da gengiva.
Em casa, você deve seguir as orientações do dentista:
Com a remoção completa da placa e do tártaro, a gengiva tende a desinflamar e retornar à sua cor e textura normais em poucos dias ou semanas. A cura total, porém, depende da manutenção rigorosa da higiene bucal diária pelo paciente.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
AGÊNCIA BRASIL. Brasil registra menor número de nascimentos em quase 50 anos. Agência Brasil, 16 maio 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-05/brasil-tem-em-2023-o-menor-numero-de-nascimentos-em-quase-50-anos. Acesso em: 21 out. 2025.
ALMG. Mais da metade das gestações no Brasil não é planejada. Assembleia Legislativa de Minas Gerais, 18 out. 2023. Disponível em: https://www.almg.gov.br/comunicacao/noticias/arquivos/Mais-da-metade-das-gestacoes-no-Brasil-nao-e-planejada/. Acesso em: 21 out. 2025.
INFOMONEY. Saúde Bucal: estudo mostra altos índices de cárie e gengivite no Brasil. InfoMoney, 20 mar. 2025. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/saude/saude-bucal-estudo-mostra-altos-indices-de-carie-e-gengivite-no-brasil/. Acesso em: 21 out. 2025.
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