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Tontura e enjoo: o que pode ser e quando procurar um médico?

Esse mal-estar súbito pode ter diversas origens, desde quadros simples até condições que exigem atenção. Saiba diferenciá-las.

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Aquele mal-estar que chega sem avisar. Você se levanta e o mundo parece balançar, acompanhado por uma náusea incômoda que sobe pela garganta. A combinação de tontura e enjoo é uma queixa extremamente comum nos consultórios médicos e pode gerar grande preocupação, mas suas causas são variadas.

Compreender a origem desses sintomas é o primeiro passo para um tratamento adequado e para saber quando é realmente necessário se preocupar. Na maioria das vezes, a causa é benigna e tratável, mas ignorar os sinais de alerta pode ser arriscado.

Qual a diferença entre tontura e vertigem?

Embora usados como sinônimos, os termos descrevem sensações distintas. Entender essa diferença ajuda o médico a direcionar a investigação.

  • Tontura: é um termo amplo que descreve uma sensação de instabilidade, desequilíbrio, "cabeça leve" ou a impressão de que se vai desmaiar. A pessoa sente que ELA está instável em relação ao ambiente.
  • Vertigem: é um tipo específico de tontura, caracterizado por uma falsa sensação de movimento. A pessoa sente que o ambiente está girando ao seu redor ou que ela própria está rodando. 

Geralmente, a vertigem está associada a problemas no sistema vestibular, localizado no ouvido interno.

O que pode causar tontura e enjoo juntos?

A associação de tontura e enjoo ocorre porque o centro do equilíbrio (no ouvido interno) e o centro do vômito (no cérebro) são neurologicamente conectados. Quando um é estimulado de forma anormal, o outro pode ser ativado em resposta. 

É comum que náuseas, dores de cabeça e zumbido apareçam junto com a tontura ou vertigem, sendo mais relatados por adultos jovens e de meia-idade do que por pacientes mais velhos. 

As causas podem ser agrupadas por sistemas do corpo.

Otorrinos podem ajudá-lo a entender melhor as causas da tontura e enjoo juntos. A Rede Américas conta com um corpo de especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.

Distúrbios do labirinto (sistema vestibular)

São as causas mais comuns de vertigem acompanhada de náuseas.

  • Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): É a causa mais frequente de vertigem. Ocorre quando pequenos cristais de cálcio se deslocam dentro dos canais do ouvido interno, causando episódios breves e intensos de vertigem ao mover a cabeça. Contudo, é importante diferenciar a VPPB de uma Síndrome Vestibular Aguda (AVS), condição que requer avaliação médica e se manifesta com sintomas de início rápido que persistem por mais de 24 horas, acompanhados de enjoo, vômito e instabilidade grave ao caminhar.
  • Neurite Vestibular: Uma inflamação do nervo vestibular, geralmente por uma infecção viral, que causa vertigem súbita e persistente, náuseas e desequilíbrio, sem perda de audição.
  • Doença de Ménière: Uma condição crônica do ouvido interno que provoca crises de vertigem intensa, zumbido, sensação de ouvido tapado e perda auditiva progressiva.
  • Labirintite: Termo popularmente usado para diversas tonturas, a labirintite verdadeira é uma infecção ou inflamação do labirinto, sendo bem mais rara. Causa vertigem, náuseas e, frequentemente, perda de audição.

Causas neurológicas

Problemas no cérebro ou no sistema nervoso central também podem gerar esses sintomas.

  • Enxaqueca vestibular: Pessoas com enxaqueca podem apresentar episódios de tontura ou vertigem, com ou sem dor de cabeça. A sensibilidade à luz e ao som é comum durante as crises. Em crianças, a enxaqueca vestibular pode causar episódios de tontura, náusea e vômito que duram de 5 a 72 horas, frequentemente em crianças com histórico familiar ou pessoal de enxaqueca.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): Embora menos comum, um AVC que afeta áreas do cérebro responsáveis pelo equilíbrio pode causar tontura e enjoo súbitos. Tais sintomas de início rápido podem indicar um problema vascular grave, especialmente em pacientes com fatores de risco prévios, e geralmente vêm acompanhados de outros sinais, como dificuldade para falar, fraqueza em um lado do corpo ou visão dupla.

Alterações cardiovasculares e metabólicas

Quando o fluxo de sangue ou os nutrientes para o cérebro são afetados, a tontura do tipo "cabeça leve" é comum.

  • Hipotensão: A pressão arterial baixa, especialmente ao se levantar rapidamente (hipotensão ortostática), pode causar tontura e sensação de desmaio. Se a tontura, fraqueza ou enjoo surgem rapidamente ao ficar de pé e melhoram ao se sentar ou deitar, isso pode indicar que a pressão ou a frequência cardíaca não estão se ajustando de forma rápida o suficiente, uma condição chamada tontura ortostática hemodinâmica.
  • Alterações da glicemia: Tanto a hipoglicemia (açúcar baixo no sangue) quanto a hiperglicemia (açúcar elevado) em pacientes com diabetes podem levar a tontura e mal-estar.
  • Desidratação: A baixa ingestão de líquidos afeta o volume sanguíneo e a pressão arterial, podendo causar tontura, fraqueza e náuseas.

Outras causas comuns

Diversas outras situações do dia a dia podem estar por trás do desconforto.

Causa

Descrição

 

Ansiedade e estresse

Crises de ansiedade ou pânico podem causar hiperventilação, levando a sensações de tontura, formigamento e náuseas.

Cinetose

Conhecido como enjoo de movimento, ocorre em carros, barcos ou aviões devido a um conflito de informações entre a visão e o sistema vestibular.

Gravidez

Alterações hormonais e de pressão arterial no início da gestação são causas frequentes de tontura e dos conhecidos enjoos matinais.

Medicamentos

Diversos remédios, como anti-hipertensivos, antidepressivos e alguns antibióticos, podem ter tontura como efeito colateral.

Como aliviar a tontura e o enjoo em casa?

Enquanto aguarda uma avaliação médica ou em casos leves e conhecidos, algumas medidas podem ajudar a aliviar o desconforto agudo. É importante ressaltar que essas ações são paliativas e não substituem o diagnóstico profissional.

  1. Sente-se ou deite-se imediatamente: ao primeiro sinal de tontura, pare o que estiver fazendo para evitar quedas. Se estiver com vertigem, deitar em um ambiente escuro e silencioso pode ajudar.
  2. Foque em um ponto fixo: fixar o olhar em um objeto que não esteja se movendo pode ajudar o cérebro a restabelecer a sensação de equilíbrio.
  3. Hidrate-se: beba água em pequenos goles, principalmente se suspeitar de desidratação ou se houver vômitos.
  4. Evite movimentos bruscos: levante-se e mova a cabeça lentamente para não agravar os sintomas, especialmente na VPPB.

Quando a tontura e o enjoo são um sinal de alerta?

Procure atendimento médico de emergência se a tontura e o enjoo surgirem de forma súbita e intensa, acompanhados por um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Dor de cabeça muito forte e repentina
  • Dificuldade para falar, enxergar ou engolir
  • Visão dupla ou perda de visão
  • Fraqueza ou dormência em um lado do rosto ou do corpo
  • Perda de equilíbrio ou dificuldade para caminhar, especialmente se os sintomas persistirem por mais de 24 horas, acompanhados de vômitos intensos.
  • Dor no peito ou palpitações
  • Desmaio ou perda de consciência
  • Febre alta e rigidez na nuca

Qual médico procurar para tontura e enjoo?

O caminho ideal para investigar a causa da tontura depende dos sintomas associados. O clínico geral é um bom ponto de partida para uma avaliação inicial.

Dependendo da suspeita, ele poderá encaminhar para um especialista. O otorrinolaringologista é o médico especialista em doenças do labirinto, como a VPPB. Já o neurologista investiga causas relacionadas ao cérebro, como enxaqueca vestibular e AVC.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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