Ícone
InícioSaúdeSaúde mental

Resuma este artigo com IA:

Ícone

Quais são os tipos de paralisia do sono? Veja causas e quando buscar médico

A experiência pode ser assustadora, mas compreender suas variações é o primeiro passo para lidar com o fenômeno.

tipos de paralisia do sono​1.jpg

Você acorda no meio da noite. A mente está perfeitamente clara e você sabe onde está, mas seu corpo não responde a nenhum comando. Tentar mover um braço, uma perna ou até mesmo falar é impossível. Essa experiência, embora breve, pode ser extremamente angustiante e é conhecida como paralisia do sono.

Este fenômeno não é um pesadelo comum. Trata-se de um estado de consciência transitório entre o sono e a vigília. Estudos mostram que, embora pareça que a pessoa esteja totalmente acordada, a atividade elétrica cerebral durante esses episódios sugere um estado mais próximo do sonho. 

Compreender que existem diferentes formas de manifestação ajuda a desmistificar o evento e a buscar a orientação correta quando necessário.

Hospital

Localização

Agendamento

Hospital Paraná

Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 1929 - Zona 05, Maringá - PR, 87015-000

Busque aqui um neurologista mais próximo de você no Paraná

Hospital Leforte Morumbi

Rua dos Três Irmãos, 121 - Morumbi - São Paulo-SP

 

 

Clique e encontre um neurologista disponível em SP

Hospital Leforte Liberdade

Rua Barão de Iguape - Liberdade, São Paulo - SP

Hospital Christóvão da Gama Diadema

R. São Jorge, 98 - Centro, Diadema - SP

Hospital Nove de Julho - Alphaville

Av. Cauaxi, 118 - Alphaville - barueri - São Paulo-Sp

A Rede Américas possui neurologistas renomados.

Encontre um especialista perto de você!

O que exatamente acontece durante a paralisia do sono?

A paralisia do sono ocorre durante a fase REM (Rapid Eye Movement), o estágio mais profundo do sono, onde os sonhos são mais vívidos. Nesse período, o cérebro induz um estado de paralisia muscular temporária, chamado de atonia, para evitar que o corpo "atue" nos sonhos. Esse bloqueio dos movimentos é causado pelo aumento de substâncias químicas como a glicina e o GABA, que inibem a atividade muscular.

O problema surge quando a mente desperta antes que o cérebro desative essa atonia. O resultado é um estado de consciência plena em um corpo que ainda está paralisado. Essa dessincronia geralmente dura de alguns segundos a poucos minutos.

Como a paralisia do sono é classificada?

Especialistas em medicina do sono utilizam três sistemas principais para categorizar os episódios de paralisia do sono. Cada um foca em um aspecto diferente da experiência: o momento em que ocorre, a regularidade dos eventos e o conteúdo das alucinações que podem acompanhá-la.

Classificação pelo momento do episódio

A categorização mais comum se baseia na fase da transição do sono em que a paralisia acontece.

Paralisia hipnagógica (pré-dormital)

Ocorre enquanto você está adormecendo. O corpo já iniciou o relaxamento muscular profundo e a atonia da fase REM, mas a consciência ainda não se desligou completamente. A pessoa percebe a transição para o sono de forma consciente, mas já sem controle motor.

Paralisia hipnopômpica (pós-dormital)

Este é o tipo mais frequente. Acontece no momento do despertar. O cérebro já recuperou a consciência, mas o "interruptor" que libera os músculos da atonia REM ainda não foi acionado. A pessoa se sente acordada, mas presa no próprio corpo.

Classificação pela frequência dos episódios

A regularidade com que os eventos ocorrem também serve como um critério de classificação, sendo importante para o diagnóstico e manejo clínico.

Paralisia do sono isolada (PSI)

Refere-se a um ou poucos episódios ao longo da vida, muitas vezes sem uma causa aparente ou ligação com outras condições de saúde. É diagnosticada como isolada quando não é causada por outras doenças ou substâncias. Frequentemente, está associada a períodos de grande estresse, privação de sono ou mudanças bruscas na rotina.

Paralisia do sono isolada recorrente (PSIR)

Neste caso, os episódios ocorrem com maior frequência e podem gerar um medo significativo de dormir. Quando esses episódios se repetem e provocam ansiedade significativa, a condição é classificada como Paralisia Isolada Recorrente. A recorrência pode indicar a necessidade de uma investigação mais aprofundada para descartar outros distúrbios do sono, como a narcolepsia, embora muitas vezes ocorra sem uma condição subjacente.

Classificação pelo tipo de alucinação

Muitos episódios de paralisia do sono são acompanhados por alucinações vívidas, que podem ser auditivas, táteis ou visuais. Cerca de 75% dos episódios envolvem algum tipo de alucinação. 

Elas são agrupadas em três categorias principais: Intrusa (sensação de presença maligna), Íncubo (sensação de sufocamento ou pressão no peito) e Vestibular-Motora (ilusão de movimento ou sair do corpo).

Fenômeno do intruso

Envolve a sensação nítida da presença de alguém ou algo ameaçador no ambiente. A pessoa pode ouvir passos, portas se abrindo ou ver sombras e vultos. É uma das experiências mais comuns e assustadoras associadas à paralisia.

Fenômeno do íncubo (pressão no peito)

Caracteriza-se por uma forte sensação de pressão ou peso sobre o tórax, causando dificuldade para respirar e uma sensação de sufocamento. Essa sensação de sufocamento e pressão ocorre porque o corpo mantém o relaxamento muscular profundo da fase REM, enquanto a mente já está desperta. Frequentemente, essa experiência tátil é combinada com a alucinação do intruso, como se a presença maligna estivesse pressionando a pessoa.

Experiências corporais incomuns

Este tipo envolve alucinações vestibulares-motoras. A pessoa pode sentir que está flutuando, girando, caindo ou até mesmo tendo uma experiência de "saída do corpo", observando a si mesma de um ponto de vista externo.

Quais fatores podem desencadear um episódio?

Embora qualquer pessoa possa experimentar a paralisia do sono, alguns fatores aumentam a probabilidade de sua ocorrência. A gestão desses gatilhos é uma parte fundamental da prevenção.

  • Privação de sono: não dormir o suficiente ou ter um sono de má qualidade é um dos principais gatilhos.
  • Horários de sono irregulares: rotinas de sono inconsistentes, comuns em trabalhadores por turnos, confundem o relógio biológico.
  • Estresse e ansiedade: altos níveis de estresse podem fragmentar o sono e facilitar a ocorrência do fenômeno.
  • Posição para dormir: dormir de barriga para cima (em posição supina) parece aumentar a incidência de episódios para muitas pessoas.
  • Outros transtornos do sono: condições como narcolepsia e apneia do sono estão frequentemente associadas à paralisia recorrente.

A paralisia do sono é perigosa?

Apesar de ser uma experiência aterrorizante, a paralisia do sono não apresenta perigo físico direto. A incapacidade de se mover é temporária e as funções vitais, como a respiração, continuam operando de forma autônoma. A sensação de sufocamento é uma alucinação tátil, não uma ameaça real à respiração.

O principal risco associado ao fenômeno é o impacto psicológico, como o desenvolvimento de ansiedade intensa ou medo de dormir, o que pode levar à insônia crônica e agravar o ciclo.

Quando é necessário procurar ajuda médica?

Episódios isolados geralmente não exigem tratamento. No entanto, é fundamental procurar a avaliação de um médico especialista em sono se você apresentar:

  • Episódios muito frequentes que afetam sua qualidade de vida.
  • Ansiedade severa ou medo que o impede de dormir adequadamente.
  • Sonolência diurna excessiva, que pode ser um sinal de narcolepsia.
  • Sintomas que impactam negativamente sua saúde mental e bem-estar geral.

Um profissional poderá realizar uma avaliação completa, diagnosticar a causa e recomendar estratégias de higiene do sono ou tratamentos específicos para garantir que você tenha noites de descanso tranquilas e reparadoras.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

HEFNAWY, M. T. et al. Prevalence and clinical characteristics of sleeping paralysis: a systematic review and meta-analysis. Cureus, [S. l.], [s. p.], [s. d.]. Disponível: https://www.cureus.com/articles/223287-prevalence-and-clinical-characteristics-of-sleeping-paralysis-a-systematic-review-and-meta-analysis#!/. Acesso em: 08 dez. 2025.

MAINIERI, G. et al. Are sleep paralysis and false awakenings different from REM sleep and from lucid REM sleep? A spectral EEG analysis. Journal of Clinical Sleep Medicine: JCSM: Official Publication of the American Academy of Sleep Medicine, [S.l.], v. 17, n. 4, p. 719–727, abr. 2021. Disponível: https://jcsm.aasm.org/doi/10.5664/jcsm.9056. Acesso em: 08 dez. 2025.

MUZAMMIL, M. A. et al. Frequency and Factors of Sleep Paralysis Among Medical Students of Karachi. Cureus, [S.l.], [s.d.]. Disponível: https://www.cureus.com/articles/170091-frequency-and-factors-of-sleep-paralysis-among-medical-students-of-karachi#!/. Acesso em: 08 dez. 2025.

RELATIONSHIPS BETWEEN SLEEP PARALYSIS AND SLEEP QUALITY: current insights. Nature and Science of Sleep, [S.l.], 2 nov. 2018. Disponível: https://www.dovepress.com/relationships-between-sleep-paralysis-and-sleep-quality-current-insigh-peer-reviewed-fulltext-article-NSS. Acesso em: 08 dez. 2025.

WRÓBEL-KNYBEL, P. et al. Risk factors of sleep paralysis in a population of Polish students. BMC Psychiatry, 7 jun. 2022. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1186/s12888-022-04003-0. Acesso em: 08 dez. 2025.

Ícone do WhatsAppÍcone do Facebook
Ícone do WhatsAppÍcone médicoAgende sua consulta