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Para que serve colágeno em pó? Veja todos os benefícios dessa proteína

Subentende-se que, a partir dos 25 anos, o corpo produz menos colágeno; o pó hidrolisado virou aliado de quem busca firmeza na pele e conforto nas juntas.

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Você olha no espelho, puxa a pele do rosto e percebe que ela demora mais para voltar ao lugar. Ou então nota que as unhas lascam com frequência e o joelho dói depois da corrida. Nessas horas, alguém sugere: “toma colágeno em pó”. A dica parece simples, mas para que ele serve, afinal?

O que é colágeno em pó?

Colágeno em pó nada mais é que a proteína colágeno — principal “cola” do nosso organismo — quebrada em pedaços menores (hidrolisada) para facilitar a absorção intestinal. A indústria obtém essa matéria-prima de pele, ossos e cartilagens bovinas, suínas ou de peixe. O processo químico reduz as grandes fibras a peptídeos bioativos que, ao chegar na corrente sangüínea, estimulam os fibroblastos a produzirem novo colágeno, elastina e ácido hialurônico.

Tipos que aparecem nos rótulos

Tipo

Principal função no corpo

Fonte habitual do pó

 

I

estrutura da pele, ossos, tendões e unhas

pele bovina e peixe

II

cartilagem articular

cartilagem de frango

III

apoio aos órgãos e parede vascular

pele e tecidos moles

Por que a produção cai depois dos 25 anos?

A partir dessa idade, o corpo fabrica cerca de 1 % a 1,5 % a menos de colágeno a cada ano. Exposição solar crônica, tabagismo, estresse oxidante e dietas pobres em aminoácidos essenciais aceleram a perda. O resultado é epiderme mais fina, aparecimento de rugas, unhas frágeis e maior desgaste das cartilagens.

Como age o colágeno hidrolisado no organismo?

Os peptídeos de colágeno são enriquecidos em glicina, prolina e hidroxiprolina. Após a ingestão, esses pequenos fragmentos ativam receptores de membrana dos fibroblastos, elevando a síntese de colágeno tipo I e III, fundamental para a elasticidade e firmeza da pele. Este mecanismo contribui para efeitos anti-envelhecimento. Eles também estimulam a produção de elastina e inibem enzimas que degradam suas proteínas.

Além disso, a ingestão de colágeno estimula a produção de ácido hialurônico, melhorando a hidratação da derme. Os peptídeos também aumentam a densidade de colágeno na matriz extracelular da cartilagem, o que pode aliviar o desconforto mecânico.

Ação demora, em média, quatro semanas para aparecer em exames de biometrologia cutânea e 8–12 semanas para relato subjetivo de menor dor articular.

Benefícios com respaldo em artigos científicos

Pele, cabelos e unhas

  • Elasticidade: ensaio duplo-cego da Skin Pharmacology and Physiology (2014) mostrou aumento de 7 % na elasticidade após 8 semanas com 2,5 g/dia de Verisol®.
  • Rugas: pesquisa semelhante detectou redução de 20 % na profundidade de rugas perioculares em 12 semanas.
  • Cabelos: estudo de 2021, publicado em Journal of Cosmetic Dermatology, observou crescimento mais rápido e diâmetro maior dos fios em 180 dias.
  • Unhas: relatório da Clinic Research España indica 42 % menos lascas e quebras após 24 semanas de 5 g/dia.

Articulações e ossos

O International Journal of Medical Sciences (2019) avaliou atletas com dor no joelho. Quem recebeu 5 g de peptídeos de colágeno tipo I relatou menor desconforto na corrida e melhor amplitude de movimento ao fim de 12 semanas comparado ao placebo.

Estudos mais recentes indicam que o consumo diário de colágeno em pó pode diminuir a dor e melhorar a mobilidade nas articulações do quadril e joelho durante atividades comuns. Tais atividades incluem caminhar, subir escadas e agachar.

Em outro estudo, mulheres pós-menopausa que combinaram 5 g de colágeno hidrolisado com cálcio e vitamina D preservaram melhor a densidade mineral óssea do fêmur.

Força muscular e recuperação

Embora o colágeno não seja proteína completa para hipertrofia, pesquisadores da British Journal of Nutrition (2015) verificaram que idosos sarcopênicos que tomaram 15 g de peptídeos após treino de resistência ganharam 3,2 % de massa magra a mais que o grupo controle em 12 semanas.

Atividade antioxidante

Além dos benefícios específicos, o colágeno em pó, na forma de peptídeos, demonstra potente atividade antioxidante. Ele ajuda a neutralizar radicais livres e proteger as células do corpo contra o estresse oxidativo. Essa ação é relevante para a saúde geral da pele, unhas, cabelos e articulações.

Colágeno em pó ou cápsula?

Forma

Colágeno por dose declarada

Praticidade

Custo por grama (exemplo médio, R$)

 

pó (granel)

5–10 g

precisa dissolver

0,30

cápsula (1 g cáps)

0,8–1 g

ingerir 6–10 para 5 g

1,20

A escolha depende de preferência pessoal. Para garantir 5 g/dia, o pó costuma ser mais econômico e fácil de adicionar a shakes, café ou mingau.

Como tomar e quando

Dose usual

Estudos seguros indicam que doses diárias de colágeno em pó variam entre 2,5 g e 15 g. Não há evidência de benefício adicional acima de 20 g por dia. O ideal é iniciar com 5 g e acompanhar a resposta pessoal junto a nutricionista ou médico.

Melhor horário

Não existe “hora mágica”; a chave é a regularidade. Algumas pessoas dissolvem em água ou suco em jejum, outras misturam ao iogurte do lanche. Tomar junto com alimento que tenha vitamina C (laranja, acerola, morango) pode aumentar a síntese endógena, segundo estudos in vitro.

Dissolução correta

  • Use 200 ml de líquido em temperatura ambiente ou morna (≤ 40 °C).
  • Adicione o pó sob agitação para evitar grumos.
  • Consuma em até 30 minutos; peptídeos podem se degradar em solução aquecida por longo tempo.

Quem realmente precisa suplementar?

  • Pessoas acima de 30 anos que desejam retardar sinais cutâneos de envelhecimento.
  • Atletas de alto impacto ou corredores com dor articular ocasional.
  • Indivíduos com doenças que afetam cartilagem, como osteoartrite leve, sempre com acompanhamento médico.
  • Mulheres no pós-menopausa, período de queda acentuada de colágeno devido ao reduzido estrogênio.

Grávidas, lactantes, quem tem restrição de proteínas (ex: insuficiência renal moderada ou grave) e pacientes alérgicos a peixe ou frango devem consultar o médico antes de iniciar.

Riscos e efeitos colaterais

Colágeno hidrolisado é considerado seguro pela FDA e pela ANVISA. Mesmo assim, podem ocorrer:

  • desconforto gástrico leve (sentimento de peso, gases);
  • reação alérgica em quem tem hipersensibilidade à fonte (bovina, suína ou pesqueira);
  • sabor residual de “peixe” em alguns lotes de origem marinha, normalmente mascarado por aromas cítricos.

Interrompa o uso e procure um clínico em caso de urticária, edema ou dor abdominal intensa.

Alimentos que também fornecem precursores

Suplemento não substitui prato. Incentive sua produção natural com:

  • proteínas magras: frango, ovos, peixe — fornecem aminoácidos essenciais (glicina, prolina, lisina);
  • vitamina C: acerola, kiwi, morango — cofator hidroxilase que forma a estrutura tríplice do colágeno;
  • minerais: cobre (cajú, castanha), zinco (carne vermelha magra, sementes) e manganês (aveia, chá preto);
  • omega-3: salmão, sardinha — reduz inflamação que degrada as fibras.

Colágeno emagrece?

Não existe evidência robusta de perda de peso direta. O que se observa é discreto aumento de saciedade quando se ingere 15–20 g de peptídeos em substituição a outro lanche hipercalórico. O efeito, se existir, decorre da redução de calorias totais e não de ação termogênica.

Como escolher um produto seguro

  1. Verifique se há registro ou notificação na ANVISA (site oficial).
  2. Busque frases “colágeno hidrolisado” (não “proteína de colágeno”) e check sumo de origem (bovina, pesqueira etc.).
  3. Dê preferência a marcas que informam pesse molecular médio ≤ 3 kDa — melhor absorvido.
  4. Avalie aditivos: evite excesso de açúcar ou maltodextrina se o objetivo for controle de peso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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