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Os ingredientes das bebidas energéticas podem desencadear uma série de condições e impactar a saúde da gestante e o desenvolvimento do bebê.
O consumo de bebidas energéticas se tornou comum entre mulheres jovens, principalmente as que treinam ou precisam encarar longas jornadas de trabalho. Mas quando a gravidez chega, surge aquela dúvida se a gestante pode tomar energético.
A resposta envolve entender como essas bebidas agem no corpo, os principais ingredientes e os efeitos que podem trazer tanto para a mãe quanto para o bebê.
As bebidas energéticas, além de serem parte dos alimentos não recomendados durante a gestação, combinam substâncias estimulantes, sendo a cafeína a mais conhecida. Além dela, taurina, guaraná, ginseng e altas doses de açúcar estão presentes em grande parte das fórmulas. Esses compostos aceleram o sistema nervoso central, promovem sensação de disposição, reduzem a fadiga e aumentam o estado de alerta.
Durante a gestação, o organismo já passa por grandes transformações metabólicas. O fígado e os rins precisam trabalhar mais para metabolizar substâncias, enquanto o coração bombeia mais sangue para nutrir o bebê.
Inserir nesse cenário uma bebida rica em estimulantes pode sobrecarregar esses sistemas e trazer riscos adicionais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula 300mg como limite seguro de ingestão diária de cafeína, enquanto a orientação do National Health Service da Inglaterra (NHS) recomenda 200mg.
Para se ter uma ideia, a quantidade de cafeína nos energéticos varia, mas há aproximadamente entre 50mg a 90mg para cada 250ml de bebida.
Diversos estudos indicam que o consumo elevado de cafeína está associado a uma série de complicações na gravidez, o que leva à redução da quantidade para 100 mg diários de cafeína.
Os pesquisadores do Centro em Pesquisa em Saúde Materna e Fetal da Inglaterra (Tommy’s) revelaram que houve um aumento de 27% de riscos de natimortos quando os limites de cafeína eram ultrapassados. O estudo, levado à cabo na Inglaterra, apontou que a maioria desses impactos eram relacionados às bebidas energéticas, aumentando o risco em 1,85 vezes de natimorto.
A cafeína também tem outros efeitos para a gestante e para o feto. Alguns deles são relatados pela Biblioteca Virtual em Saúde:
Essas questões podem vir a acontecer por uma série de situações, mas algumas delas terminam prejudicando a recepção de nutrientes pelo feto, o que pode culminar em um crescimento inferior ao esperado, a depender da semana de gestação. Também sabe-se que o consumo excessivo de cafeína pode agravar o quadro de anemia na gravidez.
Outro fator é o risco para o feto. A cafeína consegue atravessar a placenta e como o metabolismo do bebê ainda é lento, porque está se desenvolvendo, pode haver um acúmulo de substâncias no organismo em formação.
Alguns desses riscos também são compartilhados com as bebidas gaseificadas, que além da presença da cafeína, contêm um excesso de açúcar que pode provocar outras condições, como o desenvolvimento de diabetes gestacional e o ganho de peso excessivo.
Os energéticos também podem ter taurina, que é um aminoácido também presente em alimentos como frango, peru, peixe, carnes vermelhas e frutos do mar. Nos energéticos e quando consumido em excesso, ela pode aumentar a frequência cardíaca das gestantes.
Aqui vale fazer uma observação: a mulher, quando está grávida, tem sua frequência cardíaca alterada. Isso acontece porque o coração precisa trabalhar por dois, literalmente. A quantidade de sangue bombeado aumenta de 30% a 50%. Quando a gestante consome energético, é possível que ela tenha mais problemas, podendo chegar até a um quadro hipertensivo.
Entre outros riscos estão:
Esses fatores tornam o consumo de energético um hábito não recomendado durante a gestação.
A gestação é um período feliz, de autoconhecimento e de esperar. Mas também traz consigo uma série de desafios, principalmente se a mãe está ainda trabalhando. Elas recorrem à bebida para manter a produtividade, muitas vezes por terem medo de uma possível demissão.
Outras sentem uma queda no rendimento físico e acreditam que o energético pode devolver aquela sensação de disposição.
Esses impulsos estão ligados à busca por mais energia, mas também a fatores emocionais. O problema é que esse efeito estimulante é sempre passageiro e não resolve a causa real da fadiga, podendo, em muitas vezes, até piorá-la ao longo do tempo.
Algumas das alternativas podem até trazer benefícios que não são apenas momentâneos, mas duradouros para a saúde da gestante e do bebê.
Essas medidas, quando adotadas com orientação médica, podem ajudar a aumentar a energia e a reduzir o cansaço típico da gestação.
Esse é um cenário comum. Muitas mulheres continuam com a rotina normal até a confirmação da gestação.
Se houve consumo ocasional de energético nesse período inicial, não há motivo para pânico imediato. O ideal é suspender o uso assim que descobrir a gravidez e conversar com o obstetra sobre a quantidade ingerida. O médico poderá avaliar a situação com base nos exames de acompanhamento.
Durante a gravidez, a prioridade deve ser a saúde da mãe e do bebê. O uso de bebidas energéticas não é recomendado e pode trazer riscos evitáveis. Em vez de apostar em soluções rápidas, o melhor caminho é adotar hábitos que sustentem a energia ao longo do dia, como uma boa alimentação, descanso adequado e prática de exercícios autorizados pelo obstetra.
Sempre que sentir cansaço extremo ou queda significativa de rendimento, é importante conversar com o médico. Em alguns casos, a fadiga pode estar relacionada a condições como anemia ou deficiência de vitaminas, que exigem acompanhamento específico.
Manter-se informada e cuidar do corpo com escolhas conscientes é a melhor forma de enfrentar esse período desafiador. Assim, tanto a gestante quanto o bebê terão mais segurança e qualidade de vida durante toda a gestação.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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