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Compreender os diferentes marcadores sorológicos é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento correto da infecção pelo vírus B.

Você vai a uma consulta de rotina e, entre os exames de sangue solicitados, o médico inclui a "sorologia para hepatite B". Ao receber o resultado, você se depara com uma série de siglas como HBsAg, Anti-HBs e Anti-HBc, cada uma com um "reagente" ou "não reagente" ao lado. Entender o que essa combinação significa pode gerar ansiedade, mas é o primeiro passo para cuidar da saúde do seu fígado.
Esses testes são a principal ferramenta para diagnosticar a infecção pelo vírus da hepatite B (HBV), uma doença muitas vezes silenciosa que pode evoluir para quadros graves como cirrose e câncer de fígado.
A triagem e o diagnóstico precoce são cruciais, já que a hepatite B frequentemente não apresenta sintomas até estágios avançados, o que faz com que a maioria das pessoas infectadas não saiba que tem o vírus. Além disso, em populações de risco, quase metade das pessoas (50,8%) desconhece seu status de infecção, sublinhando a importância dos exames preventivos.
O diagnóstico laboratorial da hepatite B é feito pela detecção de antígenos (partes do vírus) e anticorpos (defesas produzidas pelo corpo). Cada um deles fornece uma peça do quebra-cabeça sobre o estágio da infecção. Vamos detalhar os mais importantes.
Os marcadores clássicos para identificar a presença do vírus da hepatite B incluem o Antígeno de Superfície (HBsAg), o Antígeno E (HBeAg) e o DNA viral. Esses elementos são fundamentais para diagnosticar a infecção, entender sua progressão e avaliar o dano causado ao fígado, utilizando também a enzima ALT (alanina aminotransferase) como um indicador.
Hepatologistas podem acompanhar os resultados bem como sugerir o melhor tratamento para o seu quadro. A Rede Américas conta com inúmeros especialistas renomados atendendo em vários hospitais do Brasil.
A presença de antígenos no sangue geralmente significa que o vírus está presente e ativo no organismo.
Este é o exame mais comum para triagem. Um resultado positivo (reagente) indica que a pessoa está infectada com o vírus da hepatite B e pode transmiti-lo a outros. Pode ser um quadro agudo ou crônico, e exames adicionais são necessários para diferenciar.
Quando positivo, o HBeAg sinaliza que o vírus está se multiplicando ativamente no corpo. Isso indica uma fase de alta infectividade, ou seja, um maior risco de transmissão do vírus.
Os anticorpos são proteínas de defesa. Sua presença pode indicar imunidade, contato prévio com o vírus ou uma resposta do organismo a uma infecção em andamento.
Um resultado positivo para Anti-HBs é uma boa notícia. Ele indica que a pessoa está imune e protegida contra a hepatite B. Essa imunidade pode ter sido adquirida pela vacinação ou após a recuperação de uma infecção aguda.
Este marcador indica que a pessoa teve contato com o vírus em algum momento da vida. Existem dois tipos:
A presença do Anti-HBe, geralmente junto ao desaparecimento do HBeAg, indica uma evolução favorável. Sugere que a replicação do vírus diminuiu e a infectividade é menor.
Além dos marcadores de antígenos e anticorpos, um exame molecular é essencial para o acompanhamento da doença.
Conhecido como carga viral, este teste mede a quantidade exata de material genético do vírus da hepatite B no sangue. Ele é fundamental para monitorar a atividade da doença crônica e avaliar a resposta ao tratamento.
A interpretação isolada de um único marcador não é suficiente. O diagnóstico correto vem da análise conjunta dos resultados. A tabela abaixo resume os cenários mais comuns, mas lembre-se: a avaliação final deve ser sempre feita por um profissional de saúde.
Sim. Além dos exames de sangue, outras ferramentas podem ser utilizadas tanto para o diagnóstico rápido quanto para o monitoramento da saúde do fígado.
Disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), os testes rápidos para hepatite B detectam o HBsAg em uma amostra de sangue da ponta do dedo. O resultado sai em cerca de 30 minutos. Se for positivo, exames de sangue complementares em laboratório são necessários para confirmar a infecção.
Em pacientes com diagnóstico confirmado de hepatite B crônica, o médico pode solicitar outros exames para verificar a saúde do fígado. Isso pode incluir:
Além dos exames tradicionais, pesquisas apontam para o potencial dos microRNAs (miRNAs) circulantes como novos biomarcadores. Eles podem ser detectados de forma não invasiva no sangue ou na urina, e têm o potencial de auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de fígado (HBV-HCC) associado à hepatite B.
É importante notar que a pesquisa sobre hepatite B ainda apresenta "lacunas significativas", conforme identificado por pesquisadores. Isso reforça a necessidade de vigilância contínua e a busca por diagnósticos cada vez mais eficazes para combater a doença.
O Ministério da Saúde recomenda a testagem para hepatite B, ao menos uma vez na vida, para todas as pessoas. Alguns grupos, no entanto, têm maior risco e devem ter atenção redobrada, incluindo:
A vacina contra a hepatite B é a forma mais eficaz de prevenção e está disponível gratuitamente no SUS para todas as idades. Se você não foi vacinado ou não sabe seu status vacinal, converse com um médico.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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