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Exames do segundo trimestre de gravidez: entenda quais são realizados

Esta fase da gestação, entre a 13ª e a 27ª semana, é marcada por exames cruciais para avaliar o desenvolvimento do bebê.

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A fase dos enjoos matinais começa a ficar para trás, a barriga começa a despontar e uma nova onda de energia parece tomar conta do seu dia. O segundo trimestre da gestação é frequentemente descrito como o período mais tranquilo da gravidez, mas também é um momento de marcos importantes no acompanhamento pré-natal.

Nesta etapa, o foco se volta para o monitoramento detalhado do desenvolvimento fetal e da saúde da mãe. Os exames realizados entre a 13ª e a 27ª semana fornecem informações valiosas que ajudam a garantir uma gestação segura e saudável. É fundamental seguir o cronograma indicado pelo seu médico.

O que esperar do segundo trimestre da gestação?

Considerado por muitas mulheres como a "lua de mel" da gravidez, o segundo trimestre geralmente traz alívio dos sintomas mais incômodos do início da gestação. O risco de aborto espontâneo diminui significativamente e o bebê passa por um crescimento acelerado.

Nesse período, todos os principais órgãos e sistemas do feto já estão formados e em processo de maturação. É também quando você provavelmente sentirá os primeiros movimentos do bebê. Assim, os exames se concentram em verificar se esse desenvolvimento está ocorrendo dentro do esperado e em rastrear condições que podem surgir nesta fase, como a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia.

Neste período, a combinação de diferentes indicadores, como a idade da mãe, os resultados de exames específicos e o histórico familiar de alterações cromossômicas, pode tornar a identificação de riscos para o bebê ainda mais precisa. Essa abordagem ajuda a direcionar um acompanhamento mais personalizado e eficaz.

Quais são os principais exames de laboratório?

Os exames laboratoriais do segundo trimestre complementam a investigação iniciada no pré-natal, focando em condições específicas desta fase da gestação. Eles são realizados a partir de amostras de sangue e urina.

Exames de sangue para monitorar a saúde da mãe e do bebê

A coleta de sangue permite uma análise aprofundada de diversos indicadores de saúde. Os principais exames solicitados são:

  • Teste de tolerância oral à glicose (TOTG): Também conhecido como curva glicêmica, este é um dos exames mais importantes do trimestre. Realizado entre a 24ª e a 28ª semana, ele serve para diagnosticar a diabetes gestacional, uma condição que pode trazer riscos para a mãe e para o bebê se não for controlada.
  • Hemograma completo: Este exame continua sendo importante para monitorar e prevenir a anemia, condição comum na gravidez, além de avaliar outros componentes do sangue que podem indicar infecções.
  • Sorologias: Dependendo dos resultados do primeiro trimestre e do histórico da gestante, o médico pode solicitar a repetição de exames para toxoplasmose (caso a mãe não seja imune), sífilis (VDRL), HIV e hepatites B e C.

Além dos exames listados, o Teste Pré-natal Não Invasivo (NIPT), um exame de sangue materno, é uma opção de triagem segura e com alta precisão para identificar riscos de alterações cromossômicas. 

Ele pode detectar condições como a Síndrome de Down (Trissomia 21), Síndrome de Edwards (Trissomia 18) e Síndrome de Patau (Trissomia 13), oferecendo uma alternativa mais precisa em comparação com os métodos tradicionais de rastreamento.

A triagem combinada, que une resultados de exames do primeiro e segundo trimestres – como a alfafetoproteína (AFP) e o beta-hCG livre – é outro método eficaz. 

Essa abordagem é recomendada por sua capacidade de reduzir a incidência de resultados falso-positivos para síndromes como Down e Edwards, minimizando a necessidade de procedimentos invasivos e o consequente estresse para a gestante.

Análise de urina para prevenir infecções

Infecções do trato urinário são mais frequentes durante a gravidez e podem levar a complicações sérias, como o parto prematuro. Por isso, a análise de urina é um procedimento de rotina.

  • Urina tipo 1 e urocultura: esses exames detectam a presença de bactérias na urina, mesmo que não haja sintomas. A chamada bacteriúria assintomática precisa ser tratada para evitar que a infecção avance para os rins.

Qual é a importância dos exames de imagem nesta fase?

Os exames de imagem, especialmente a ultrassonografia, oferecem uma visão direta do bebê, permitindo uma avaliação detalhada de seu crescimento e anatomia. É um momento muito esperado pelos pais.

Ultrassonografia morfológica: a primeira grande avaliação do bebê

Realizado geralmente entre a 20ª e a 24ª semana, o ultrassom morfológico é um dos pontos altos do pré-natal. 

Esse exame, que idealmente deve ocorrer entre 18 e 22 semanas de gravidez para uma melhor avaliação, é crucial para identificar possíveis problemas cardíacos no bebê, assim como outras formações. 

Nele, o médico especialista avalia minuciosamente toda a estrutura do feto. 

São analisados:

  • O cérebro, a face, a coluna vertebral e os ossos.
  • O coração, os pulmões, o estômago, os rins e a bexiga.
  • Os membros, verificando a presença e o tamanho de braços, pernas, mãos e pés.
  • A posição da placenta, a quantidade de líquido amniótico e o fluxo sanguíneo do cordão umbilical.

Ainda sobre a importância do ultrassom, estudos mostram que a combinação de exames ultrassonográficos realizados tanto no primeiro quanto no segundo trimestre é altamente eficaz. Essa abordagem conjunta consegue detectar cerca de 83,8% das anomalias fetais antes das 24 semanas de gestação, oferecendo um rastreamento preciso para o desenvolvimento do bebê.

Além de verificar a saúde e a formação do bebê, é neste exame que o sexo geralmente pode ser confirmado com alta precisão, caso seja do desejo dos pais saber.

Outros exames de imagem podem ser necessários?

Em alguns casos, o obstetra pode solicitar exames complementares para uma investigação mais aprofundada. O ecocardiograma fetal, por exemplo, é um ultrassom focado exclusivamente no coração do bebê, indicado quando há suspeita de alguma malformação cardíaca ou histórico familiar.

A medição do colo uterino por via transvaginal também pode ser realizada para avaliar o risco de parto prematuro em gestantes com histórico ou outros fatores de risco.

Como é o acompanhamento nas consultas de pré-natal?

Além dos exames laboratoriais e de imagem, as consultas de rotina com o obstetra são essenciais. Nelas, o profissional realiza avaliações clínicas importantes para monitorar o bem-estar geral da gestação.

Os procedimentos padrão incluem:

  • Aferição da pressão arterial: Fundamental para o rastreio da pré-eclâmpsia.
  • Verificação do peso: Para acompanhar o ganho de peso adequado da gestante.
  • Medição da altura uterina: O médico mede a distância entre o osso púbico e o topo do útero para avaliar se o crescimento do bebê está dentro do esperado para a idade gestacional.
  • Ausculta dos batimentos cardíacos fetais: Um momento tranquilizador em que é possível ouvir o coração do bebê.

Essas consultas são a oportunidade ideal para tirar dúvidas, relatar qualquer sintoma novo e receber orientações sobre alimentação, atividades físicas e preparação para o parto. Manter um diálogo aberto com a equipe de saúde é parte crucial de um pré-natal bem-sucedido.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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