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Apoio psicossocial e familiar pode favorecer o cuidado e a qualidade de vida do paciente.

A esquizofrenia é um transtorno crônico, geralmente diagnosticado na juventude ou no início da vida adulta. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 1,6 milhão de brasileiros vivem com o transtorno e sofrem com o estigma.
Muitas pessoas se perguntam se a esquizofrenia piora com a idade. A resposta não é simples: há aspectos que podem mudar com o tempo, enquanto outros podem se estabilizar. Tudo dependerá de variáveis como tratamento, estilo de vida e o suporte social.
O profissional indicado para acompanhar a esquizofrenia é o psiquiatra, responsável pelo diagnóstico, prescrição medicamentosa e gestão do tratamento. Dependendo da necessidade, a reabilitação cognitiva, terapia de suporte e reabilitação social podem ser indicadas.
Outros especialistas também podem participar do acompanhamento e tratamento. Psicólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas, geriatras ou médicos de atenção primária podem também cuidar da saúde física e emocional do paciente.
Em idades mais avançadas, muitas pessoas com esquizofrenia podem se beneficiar do acompanhamento multiprofissional. É importante cuidar da mente, do corpo e do convívio social ao mesmo tempo.
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A esquizofrenia normalmente se manifesta entre o fim da adolescência e os 30 anos. O início precoce, antes dos 18 anos, tende a se associar a piores desfechos no longo prazo: mais hospitalizações são necessárias, há maiores riscos de recaídas e uma maior dificuldade de interação social, além do aumento dos sintomas.
A doença pode se apresentar em fases, com épocas agudas, onde as alucinações, delírios e confusões são mais frequentes. Por outro lado, os períodos de remissão ou com menor intensidade dos sintomas também podem acontecer.
Com o passar dos anos, muitas pessoas mantêm os sintomas estáveis ou experimentam a redução em algumas manifestações.
Mas a esquizofrenia não costuma ter um trajeto uniforme para todos: cada pessoa tem sua história e a evolução depende muito do tratamento, da adesão, suporte social e da saúde física do paciente.
Com o avanço da idade, a esquizofrenia pode se manifestar de formas diferentes. Alguns sintomas como alucinações ou delírios tendem a diminuir ou ficarem menos frequentes. Já sintomas cognitivos, como dificuldades de memória, atenção, raciocínio e funções executivas, podem se acentuar ainda mais com o envelhecimento. Alguns estudos se referem a esse cenário como “envelhecimento cerebral acelerado”.
Por outro lado, os sintomas negativos como apatia, isolamento e falta de motivação podem persistir ou se intensificar. Nesses casos, a pessoa pode ter sua autonomia prejudicada, bem como seus relacionamentos e a qualidade de vida.
Alguns problemas de saúde física podem se acumular. Comorbidades, riscos cardiovasculares e uma menor expectativa de vida podem ser observados. Estima-se que pessoas com esquizofrenia vivam cerca de 15 a 25 anos a menos que a média.
Envelhecer com esquizofrenia exige atenção especial para a cognição, saúde geral, apoio social e o acompanhamento constante.
Estudos mostram que a noção de que a esquizofrenia “piora com a idade” não se sustenta por completo. Uma revisão sistemática de desfechos da doença concluiu que muitos pacientes mantêm estabilidade ou até melhoria de sintomas ao longo de décadas, principalmente se houver tratamento adequado e continuidade de cuidados.
Por outro lado, há evidências de que o envelhecimento cerebral em pessoas com esquizofrenia é mais acelerado. Um estudo com imagens de ressonância apontou que, em média, a idade cerebral dessas pessoas era de 5,5 anos superior à idade cronológica, o que sugere uma carga adicional de desgaste neurológico.
A literatura médica indica também que quanto mais precoce o início da doença, piores tendem a ser os desfechos ao longo da vida. Há um maior número de recaídas, dificuldades de socialização, incapacidades e um maior número de hospitalizações.
Ainda assim, há casos de pessoas com esquizofrenia que, com o tratamento contínuo, alcançam fases de estabilidade, reduzem as crises e mantêm uma boa qualidade de vida. Esses resultados demonstram que o prognóstico é variável e depende de vários fatores.
Alguns sinais merecem atenção especial para quem convive com alguém com esquizofrenia.
O aumento da desorientação, confusões cada vez mais frequentes ou relatos constantes de perda de memória, além do habitual, podem indicar uma piora do quadro. Assim como o crescimento da apatia, motivação diminuída, falta de interesse por interações sociais também são indicativos da piora dos sintomas negativos.
Relatos de dificuldade crescente em realizar tarefas do dia a dia, cuidar da própria higiene, administrar as próprias finanças e até mesmo manter relações sociais são reflexo da deterioração funcional.
As oscilações frequentes de humor, a piora no autocuidado, bem como episódios frequentes de sedentarismo podem agravar o quadro de isolamento do paciente. Em alguns casos, pode levar também a outras doenças crônicas.
Esses sinais não querem dizer que a esquizofrenia sempre piore com a idade, mas indicam que o risco de deterioração existe e ela pode ser funcional e cognitiva.
Diversas variáveis atuam sobre o curso da esquizofrenia ao longo da vida. Entre as mais relevantes:
Os históricos de episódios psicóticos e números de recaídas podem também ser fatores que aumentem os desgastes cognitivos, podendo agravar comorbidades neurológicas. Por isso o acompanhamento médico é imprescindível.
Mesmo com os desafios do tempo e da idade, há caminhos para viver com qualidade. O tratamento medicamentoso continua sendo a base do tratamento. Com a estabilidade e as doses ajustadas, é possível controlar sintomas psicóticos e reduzir as recaídas.
A terapia é também importante para o paciente. Estratégias de reabilitação cognitiva podem ser utilizadas para preservar a autonomia e as relações sociais e familiares.
Por outro lado, os cuidados com a saúde física não devem ser negligenciados. O controle de doenças crônicas, manter uma alimentação saudável e ter uma rotina de atividades físicas pode ajudar na prevenção de comorbidades.
O monitoramento constante é parte da gestão. Consultas periódicas devem ser realizadas, assim como exames e avaliações cognitivas para acompanhar as possíveis mudanças com a idade.
Por último, ter uma rede de apoio é imprescindível. O paciente precisa estar inserido e ter o envolvimento social para que o estigma seja combatido.
A pergunta “esquizofrenia piora com a idade” não tem uma resposta universal. O impacto do envelhecimento varia muito de pessoa para pessoa. Em alguns casos, sintomas positivos podem diminuir, mas desafios cognitivos, funcionais e de saúde geral tendem a exigir atenção especial.
Importa destacar que a continuidade do tratamento, o suporte adequado e o cuidado com o corpo e a mente fazem diferença real: muitos podem ter estabilidade, qualidade de vida e convivência digna, mesmo envelhecendo com esquizofrenia.
Se você acompanha alguém com esquizofrenia ou convive com o transtorno, vale buscar ajuda de um psiquiatra, manter o tratamento e adotar um estilo de vida que preserve a saúde mental e física. Sempre com paciência, cuidado e solidariedade.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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