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Com taxa de 57% no Brasil, a cesariana eletiva é a cirurgia programada para garantir a segurança da mãe e do bebê.

A cesariana é um procedimento cirúrgico que pode salvar vidas. No entanto, o Brasil se destaca globalmente pelo alto número de nascimentos realizados por essa via. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere uma taxa ideal entre 10% e 15%, o país registra cerca de 57% de partos por cesariana (MS/SINASC, 2025).
Dentro desse cenário, a cesariana eletiva (programada) é uma realidade comum. É crucial entender o que esse procedimento envolve. O agendamento só deve ocorrer após a 39º semana de gestação e mediante uma avaliação médica rigorosa.
Entenda exatamente o que é a cesariana eletiva, quais são suas indicações, os riscos envolvidos e as diferenças em relação ao parto natural.
A cesariana eletiva é o parto cirúrgico que é previamente agendado. Ou seja, é realizado antes que a mulher entre em trabalho de parto e antes que as membranas (bolsa) se rompam.
Ela difere da cesariana realizada por urgência ou emergência, que acontece quando há um risco imediato para a mãe ou o bebê.
O procedimento da cesariana é uma cirurgia de médio porte. Os passos essenciais incluem:
A cesariana eletiva permite que a equipe médica planeje o nascimento nos mínimos detalhes, ajudando a garantir mais segurança ao procedimento.
A indicação da cesariana eletiva deve ser sempre baseada em critérios médicos que visam a segurança da mãe e do bebê. O procedimento não deve ser feito apenas por conveniência, a menos que a gestante opte por ele após ser informada de todos os riscos.
As principais indicações clínicas incluem:
Existe uma condição na qual a placenta se implanta na parte inferior do útero, chamada de placenta prévia total. Ela cobre totalmente o colo do útero e bloqueia a passagem do bebê, dificultando a opção pelo parto natural.
A apresentação pélvica (bebê sentado) ou a apresentação transversa (bebê atravessado), impedem o encaixe correto para o parto vaginal. São fatores que também podem indicar a necessidade da cesariana eletiva.
Esse tipo de condição é mais raro e grave. Os vasos sanguíneos do cordão umbilical passam sobre o colo do útero, correndo risco de ruptura e sangramento fetal que pode ser fatal.
Algumas condições de saúde da mãe podem justificar a cesárea para proteger o recém-nascido. Alguns exemplos são a infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) com carga viral alta e a herpes genital ativa no momento do parto
Mulheres com duas ou mais cesáreas anteriores geralmente têm indicação de cesariana eletiva. Embora o parto vaginal após uma cesárea seja possível em alguns casos específicos Parto Vaginal Após Cesariana (PVAC), a chance de ruptura uterina aumenta com o número de cirurgias.
O histórico de cesarianas anteriores não impede totalmente o parto vaginal. No entanto, a segurança do PVAC exige uma avaliação rigorosa do tipo de incisão uterina prévia e a ausência de outras complicações, segundo a Federação Brasileira das Associações De Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO, 2024).
Quando a cesariana eletiva é a melhor escolha, ela oferece alguns pontos positivos, principalmente por permitir que o nascimento seja planejado e mais controlado. Confira as principais vantagens:
Mesmo com esses benefícios, é importante lembrar que o parto vaginal, quando acontece de forma natural e sem problemas, proporciona uma recuperação mais rápida e é a forma de nascimento menos invasiva..
É essencial lembrar que a cesariana é uma cirurgia e, por isso, traz riscos que são naturalmente maiores do que os do parto vaginal. Conheça os principais pontos de atenção.
O período de recuperação no hospital é mais longo (geralmente de 2 a 4 dias) e a dor no pós-operatório costuma ser mais forte, exigindo mais uso de remédios.
Por ser um procedimento cirúrgico, há um risco aumentado de infecções na área do corte (no útero e no abdômen), além de infecções urinárias.
Embora não seja comum, o risco de ter um sangramento muito forte após o parto (hemorragia pós-parto) é um pouco maior na cesariana do que no parto vaginal.
Fazer a cirurgia antes da 39º semana de gestação sem que haja uma urgência médica pode ser arriscado. O bebê pode ter problemas respiratórios, pois os pulmões talvez ainda não estejam completamente maduros.
A cicatriz no útero aumenta a chance de complicações em futuras gravidezes, como a placenta se fixar em um local problemático (placenta prévia). Ou, em casos raros, o útero se romper durante o trabalho de parto.
É muito importante que a gestante converse abertamente com o médico sobre todos esses riscos. Um pré-natal bem feito é a melhor forma de acompanhar e reduzir ao máximo essas chances de complicação.
Para entender a diferença entre os tipos de cesariana, basta observar o momento em que a decisão de fazer a cirurgia é tomada em relação ao trabalho de parto:
A cesariana eletiva é o parto planejado e agendado. A cirurgia é feita antes do trabalho de parto começar. Acontece por uma indicação médica clara (como bebê pélvico) ou por opção da mãe.
A cesariana de urgência (intraparto) tem a decisão pela cirurgia tomada depois que o trabalho de parto já começou. Ela é necessária quando surge um problema na evolução do parto (como dilatação que não avança ou falha na indução), mas sem que haja um risco de morte imediato.
E a cesariana de emergência é o procedimento mais rápido e imediato. É feita quando há um risco iminente e grave para a vida da mãe ou do bebê. Ocorre em situações críticas como um descolamento de placenta ou o prolapso (queda) do cordão umbilical.
Leia também: Sinais de trabalho de parto: saiba identificar e o que fazer quando chegar
A cesárea humanizada não é um tipo diferente de cirurgia, mas sim um conjunto de práticas que visam tornar o ambiente cirúrgico mais acolhedor, respeitar os desejos da mãe e favorecer o vínculo imediato entre mãe e bebê.
Os pilares da cesárea humanizada incluem:
A humanização transforma uma cirurgia em um momento de nascimento com afeto e acolhimento, respeitando a experiência da mãe com seu bebê e outros membros da família.
O preparo e os cuidados após a cesariana são essenciais para garantir o sucesso da cirurgia e uma boa recuperação materna.
A recuperação após a cesariana eletiva é naturalmente mais lenta e exige mais atenção do que a de um parto vaginal. A explicação é simples: a cesariana é uma cirurgia de fato. O procedimento envolve cortes em várias camadas de tecidos, como o útero e a parede do abdômen.
Enquanto a recuperação do parto vaginal, mesmo que haja laceração, é a resposta do corpo a um evento fisiológico (natural), a cesariana é a recuperação de uma intervenção cirúrgica complexa. Por isso, o tempo para voltar à rotina é maior.
A cesariana eletiva deve ser agendada a partir da 39º semana de gestação.
O agendamento antes dessa data só é recomendado em casos de risco claro e urgente para a mãe ou para o bebê. Exemplo: pré-eclâmpsia grave, crescimento fetal restrito ou sangramento materno.
A recomendação da 39º semana existe porque é o período em que o amadurecimento pulmonar do bebê geralmente está completo. Partos antes disso, sem necessidade médica, aumentam o risco de problemas respiratórios e necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI neonatal).
A decisão sobre a via de parto é um momento de grande responsabilidade e deve ser compartilhada entre a gestante e o médico:
A principal preocupação deve ser garantir que o bebê atinja a maturidade pulmonar. O agendamento precoce expõe o recém-nascido a riscos desnecessários.
A mãe deve estar totalmente informada sobre os riscos cirúrgicos imediatos, como infecção e hemorragia. É crucial também entender os riscos a longo prazo, como as complicações em futuras gestações.
O Código de Ética Médica proíbe o agendamento da cesariana eletiva antes da 39º semana. O médico tem o dever de orientar a paciente sobre a opção mais segura e zelar pela saúde do bebê.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o parto vaginal como a via de nascimento preferencial, quando não há indicação médica para a cirurgia. O parto natural oferece melhor recuperação e benefícios de saúde para o bebê e a mãe a longo prazo (ANS, 2026).
A escolha do parto deve ser uma decisão consciente e informada. É importante dialogar com o obstetra e considerar o bem-estar e a segurança de ambos.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS). Ficha Técnica - Indicadores do Programa de Qualificação de Operadoras 2026 (ano-base 2025). 2026. Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/acesso-a-informacao/perfil-do-setor/dados-e-indicadores-do-setor/dados-do-programa-de-qualificacao-de-operadoras/2026/Ficha_Tcnica_IDSS_ab_2025_retificao_indicador_1.9_com_marcaes_jun2025.pdf. Acesso em: 21 out. 2025.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (FEBRASGO). Parto Vaginal após Cesárea. 2024. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/download/615_9c68b60515aeb7bb1f3f022505721f2b. Acesso em: 21 out. 2025.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Brasília, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/sistemas-de-informacao/sinasc. Acesso em: 21 out. 2025.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Declaração da OMS sobre taxas de cesarianas. 2015. Disponível em: https://iris.who.int/server/api/core/bitstreams/4a030b6a-827d-4af4-b865-b56747b7c771/content. Acesso em: 23 out. 2025.
SANTA JOANA. Cesariana eletiva: posso optar pelo procedimento? Santa Joana, 20 mar. 2025. Disponível em: https://santajoana.com.br/blog/cesariana-eletiva-santa-joana/. Acesso em: 21 out. 2025.
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