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Alimentos que causam pedra nos rins: o que evitar e como prevenir

A formação de cálculos renais está diretamente ligada aos hábitos alimentares. Entenda quais grupos de alimentos exigem atenção e moderação.

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A cena é comum: um dia corrido, sem tempo para cozinhar, e a solução mais rápida é um lanche ultraprocessado, um macarrão instantâneo ou um embutido. Embora práticos, esses hábitos, quando se tornam rotina, podem abrir caminho para um problema de saúde doloroso e silencioso: as pedras nos rins.

Estudos indicam que um padrão de dieta ocidental, com alto teor de gorduras, calorias e proteínas animais, e baixo teor de fibras, está associado a um risco elevado de formação de cálculos renais.

O que são as pedras nos rins e por que a alimentação é importante?

Pedras nos rins, ou cálculos renais, são massas sólidas formadas por pequenos cristais. Elas surgem quando substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico estão presentes em alta concentração na urina, com pouco líquido para diluí-las.

A alimentação desempenha um papel central nesse processo. O que você come e bebe influencia diretamente a composição da sua urina. Portanto, uma dieta desequilibrada pode aumentar significativamente o risco de desenvolver cálculos renais, enquanto escolhas conscientes ajudam na prevenção.

Quais são os principais grupos de alimentos que podem favorecer o cálculo renal?

A moderação é a chave para uma dieta saudável. Alguns alimentos, no entanto, contêm substâncias que, em excesso, estão diretamente relacionadas à formação de pedras nos rins. É fundamental conhecer esses grupos para fazer escolhas mais seguras, especialmente se você já tem histórico do problema.

1. Alimentos ricos em sódio

O sódio é um dos maiores vilões para a saúde renal. O consumo elevado faz com que os rins eliminem mais cálcio na urina, um dos principais componentes dos cálculos. 

Pesquisas confirmam que dietas ricas em sal podem aumentar o risco de formação de pedras, elevando a quantidade de cálcio excretada. Esse mineral acaba se ligando a outras substâncias, como o oxalato, e formando os cristais.

Alimentos que exigem atenção:

  • Ultraprocessados: salgadinhos, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, sopas prontas.
  • Embutidos: presunto, salame, linguiça, bacon, mortadela.
  • Enlatados e conservas: milho, ervilha, azeitonas, palmito.
  • Molhos prontos e temperos industrializados: molho de soja (shoyu), molhos para salada, caldos em cubo.
  • Fast-food: hambúrgueres, batatas fritas, pizzas.

2. Alimentos com alta concentração de oxalato

O oxalato é um composto natural encontrado em muitos vegetais. Quando absorvido em grande quantidade, ele se liga ao cálcio nos rins, formando o tipo mais comum de cálculo renal: o de oxalato de cálcio. Pessoas com predisposição devem consumir esses alimentos de forma moderada.

Principais fontes de oxalato:

  • Verduras de folhas escuras: espinafre, acelga, beterraba (incluindo as folhas).
  • Oleaginosas e sementes: amendoim, nozes, amêndoas, castanhas.
  • Outros: chocolate, cacau em pó, batata-doce, quiabo, farelo de trigo, chás de cor escura (preto e mate).

3. Excesso de proteína de origem animal

Uma dieta com excesso de proteínas, principalmente de origem animal como carnes vermelhas, aumenta a produção de ácido úrico. Níveis elevados de ácido úrico no sangue, que são influenciados pela alimentação, aumentam o risco de desenvolver pedras nos rins. Essa alta concentração na urina pode levar à formação de cálculos desse tipo e também favorece a cristalização do oxalato de cálcio.

Fontes a serem consumidas com moderação:

  • Carne vermelha (bovina e suína).
  • Frutos do mar.
  • Miúdos (fígado, rins, coração).
  • Ovos (o consumo moderado, dentro de uma dieta equilibrada, geralmente não é um problema, mas o excesso deve ser evitado).

4. Açúcares e frutose em excesso

O consumo exagerado de açúcar, especialmente a frutose presente em refrigerantes e produtos industrializados, pode alterar o metabolismo do cálcio e do oxalato. Isso aumenta o risco de formação de pedras. Dietas ricas em açúcar podem elevar esse risco, contribuindo também para o ganho de peso, que é um fator de risco para a condição.

Além disso, o consumo excessivo de substâncias que formam pedras na alimentação pode favorecer o surgimento de cálculos renais, particularmente em indivíduos com obesidade.

Evite o consumo frequente de:

  • Refrigerantes e sucos industrializados.
  • Doces, bolos e sobremesas prontas.
  • Alimentos adoçados com xarope de milho rico em frutose.

E o cálcio, ele é um vilão na formação de pedras nos rins?

Esta é uma dúvida comum e importante. Como a maioria das pedras é de oxalato de cálcio, muitas pessoas acreditam que devem cortar o cálcio da dieta, mas isso é um erro. A restrição de cálcio pode, na verdade, aumentar o risco de formação de cálculos.

O cálcio consumido através dos alimentos (como leite e derivados) se liga ao oxalato ainda no intestino. Essa ligação faz com que o oxalato seja eliminado nas fezes, impedindo que ele seja absorvido e chegue aos rins. 

Uma dieta pobre em cálcio deixa o oxalato livre para ser absorvido, aumentando sua concentração na urina. Portanto, manter uma ingestão adequada de cálcio é uma medida protetora.

Como a hidratação adequada ajuda a prevenir os cálculos renais?

A medida mais eficaz e simples para prevenir pedras nos rins é beber água. A ingestão adequada de líquidos, principalmente água, dilui a urina. Uma urina mais diluída dificulta que os minerais e sais se concentrem e formem cristais.

A recomendação geral é beber de 2 a 3 litros de água por dia, mas essa quantidade pode variar conforme o clima, a prática de atividades físicas e condições de saúde individuais. Uma boa dica é observar a cor da urina: ela deve estar sempre clara, quase transparente.

Quais alimentos ajudam a prevenir as pedras nos rins?

Além de evitar os excessos, incluir certos alimentos na dieta pode ter um efeito protetor. O citrato, presente em frutas cítricas, é um poderoso inibidor da formação de cálculos de cálcio.

Invista em:

  • Frutas cítricas: limão, laranja, abacaxi, tangerina.
  • Legumes e verduras com baixo oxalato: couve-flor, repolho, pepino, abobrinha.
  • Água e chás claros: como camomila e erva-doce.

Quando devo procurar um médico especialista?

Se você tem histórico familiar de cálculos renais, já teve um episódio de crise de cólica renal ou suspeita que sua dieta pode estar aumentando seu risco, é fundamental buscar orientação profissional. O urologista e o nefrologista são os especialistas indicados para investigar as causas e orientar o tratamento.

Apenas um profissional pode solicitar exames para identificar o tipo de cálculo e, com o apoio de um nutricionista, elaborar um plano alimentar personalizado para suas necessidades, garantindo uma prevenção eficaz e segura.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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