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Corrimento amarelo depois da relação: o que a cor e o cheiro podem indicar?

O corrimento amarelo após o coito pode ser sinal de Tricomoníase ou Vaginose Bacteriana. Entenda a diferença entre o desequilíbrio do pH e uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).

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O corrimento vaginal é uma parte normal da saúde íntima, agindo na limpeza e proteção da região. No entanto, o surgimento de um corrimento amarelo depois da relação sexual é um sinal que merece atenção imediata.

A atividade sexual pode atuar como um gatilho para a manifestação de sintomas de infecções pré-existentes ou provocar um desequilíbrio na flora natural da vagina.

tricomoníase, por exemplo, é a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável mais comum no mundo. De acordo com estimativas de prevalência no Brasil, estimam-se que 10,5% em algumas populações possam contrair a infecção, conforme dados do Ministério da Saúde (2023).

Essa infecção é uma das principais causas de corrimento amarelo-esverdeado e tem relação direta com o sexo.

Entenda o que provoca a mudança de cor e odor após o coito. Veja quais são as principais causas e quando é fundamental procurar um ginecologista.

Possíveis causas do corrimento amarelo depois da relação

O corrimento amarelo que surge ou piora após a relação sexual pode indicar que a acidez natural da vagina, conhecida como pH vaginal, foi alterada. Essa alteração permite a proliferação de microrganismos prejudiciais.

As principais condições associadas ao corrimento amarelado que se manifesta após o sexo são:

Vaginose Bacteriana (VB)

Odor:corrimento amarelo com cheiro forte pode ser o sintoma mais característico. Esse cheiro piora intensamente após a relação sexual.

Causa: a Vaginose Bacteriana (VB) não é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), mas está intimamente associada à atividade sexual. O sêmen, que é o fluido que contém os espermatozóides, tem pH mais alcalino.

O contato do sêmen com a vagina, que é naturalmente ácida, neutraliza o pH. Isso favorece o crescimento de bactérias como a Gardnerella vaginalis.

Corrimento: gino, acinzentado, branco ou levemente amarelado.

Tricomoníase

IST: é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.

Sintomas: o corrimento é tipicamente amarelo-esverdeado, abundante e espumoso. A infecção também causa odor forte, dor durante o sexo e ardência ao urinar.

Relação com o sexo: a transmissão ocorre por contato sexual sem proteção. A doença exige tratamento do casal, mesmo que o parceiro não apresente sintomas.

Clamídia e gonorreia

ISTs: a clamídia e a gonorreia são Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) causadas por bactérias.

Sintomas: podem causar corrimento amarelo ou amarelo-esverdeado e com pus. Sintomas comuns incluem dor no pé da barriga e sangramento vaginal anormal.

Essas condições são patológicas e exigem tratamento específico. A intensidade dos sintomas após o sexo é o grande diferencial para buscar ajuda médica.

Quando você deve procurar um médico?

É fundamental procurar um ginecologista se o corrimento amarelo após a relação sexual for acompanhado de qualquer um dos sinais de alerta abaixo. A avaliação profissional é o único caminho para o diagnóstico correto e o tratamento eficaz.

Procure o hospital se apresentar:

  • Odor forte: cheiro de peixe que se intensifica após o coito;
  • Consistência anormal: corrimento espumoso, bolhoso ou com pus;
  • Dor pélvica: dor no baixo ventre que pode indicar que a infecção se espalhou para o útero ou trompas;
  • Dor durante ou após o sexo: a dor nas relações sexuais é um sintoma associado a várias infecções e inflamações;
  • Ardência: ardor ou dor ao urinar e coceira intensa na região genital;
  • Sangramento anormal: Sangramento fora do período menstrual, sobretudo após o coito.

A presença de qualquer um desses sinais, em conjunto com o corrimento amarelo, indica uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ou um desequilíbrio bacteriano grave. 

Ambas as condições podem evoluir para complicações sérias, como a Doença Inflamatória Pélvica, se não forem tratadas a tempo.

Como prevenir corrimento amarelo?

A prevenção concentra-se em proteger a vagina de microrganismos invasores e em manter o equilíbrio da flora vaginal, que é naturalmente ácida. Conheça algumas recomendações:

Pratique sexo seguro

uso de preservativos é a medida mais eficaz para prevenir ISTs como tricomoníase, clamídia e gonorreia, que causam corrimento amarelo.

Evite duchas vaginais

As lavagens internas são contraindicadas. Elas removem os lactobacilos, que são as bactérias "boas" e protetoras. As lavagens terminam reduzindo a acidez (pH) da vagina, facilitando a proliferação de bactérias que causam Vaginose Bacteriana e outras infecções.

Procure usar roupas íntimas de algodão

Tecidos sintéticos e roupas muito justas criam um ambiente quente e úmido, favorecendo o crescimento de fungos e bactérias. Já o algodão permite a ventilação da região genital.

Mantenha a higiene externa

A limpeza deve ser feita apenas na parte externa. É recomendado usar água e sabonete neutro ou íntimo, evitando perfumes e sabonetes comuns que alteram o pH.

Busque ajuda imediata ou sempre que achar necessário

Se houver suspeita de IST, não inicie o tratamento por conta própria. É necessário o diagnóstico exato para garantir a cura e proteger o parceiro sexual.

A adoção de práticas sexuais seguras e o cuidado com o pH vaginal são a melhor estratégia para evitar a manifestação do corrimento amarelo de origem infecciosa.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

GOV.BR. Corrimentos. Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/ist/corrimentos. Acesso em: 16 out. 2025.

GOV.BR. Tricomoníase é a IST curável mais comum no mundo. Ministério da Saúde. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/tricomoniase-e-a-ist-curavel-mais-comum-no-mundo. Acesso em: 16 out. 2025.

Instituto Vencer o Câncer. Vaginose bacteriana: sintomas, causas e tratamentos. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/saude/vaginose-bacteriana/. Acesso em: 16 out. 2025.

MSD Manuals. Vaginose bacteriana (VB). 2024. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/vaginite-cervicite-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica/vaginose-bacteriana-vb. Acesso em: 16 out. 2025.

MSD Manuals. Considerações gerais sobre a vaginite. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/vaginite-cervicite-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-vaginite-infec%C3%A7%C3%A3o-ou-inflama%C3%A7%C3%A3o-vaginal. Acesso em: 16 out. 2025.

SILVA, Camila Marcondes da et al. Prevalência e fatores de risco independentes à tricomoníase em mulheres assistidas na atenção básica. Revista de Enfermagem e Saúde. SciELO, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/GXhwKQ37phBH9NdQgctMPpK/?l. Acesso em: 16 out. 2025.

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