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Tratamentos para sepse: saiba as opções e a importância da intervenção rápida

O tratamento rápido da sepse é uma das medidas mais importantes para a recuperação do paciente.

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A sepse é uma síndrome clínica grave, frequentemente chamada de infecção generalizada, que representa um desafio crítico para a saúde no Brasil e no mundo.

Falar dos tratamentos para sepse é de extrema importância, pois essa condição exige uma intervenção médica imediata e coordenada, sendo o tempo um fator determinante para a recuperação do paciente.

Acompanhe o artigo e saiba o que é a sepse, como identificá-la e quais são os protocolos e as intervenções aplicadas no combate a essa doença.

O que é sepse e como ela se desenvolve?

A sepse é considerada a principal causa de morte evitável em hospitais. É fundamental entender que ela não é a infecção em si, como pneumonia ou infecção urinária, mas sim a forma descontrolada e agressiva com que o corpo reage a essa infecção.

Quando um agente infeccioso (como bactérias, vírus, ou fungos) invade o organismo, o sistema imunológico reage.

Na sepse, essa resposta é tão intensa que, em vez de apenas combater o invasor, ela desencadeia uma reação inflamatória sistêmica que danifica os próprios tecidos e órgãos do paciente. Esse processo leva à disfunção orgânica e, em casos graves, à falência de múltiplos órgãos.

Qualquer infecção pode desencadear sepse, sendo as mais comuns as pneumonias, infecções urinárias e infecções abdominais.

Classificação da sepse segundo o estágio da doença

A condição da sepse é tipicamente classificada em dois estágios que classificam a gravidade dela:

  • Sepse: aqui, a infecção já está causando disfunção em algum órgão.
  • Choque séptico: esse é o estágio mais crítico, caracterizado por uma queda perigosa e persistente da pressão arterial, que não melhora mesmo após a reposição adequada de fluidos. Neste ponto, o risco de morte é altíssimo.

Diante desses estágios, fica evidente que a sepse é uma condição grave e que evolui de maneira rápida, por isso exige atenção médica imediata.

A sepse tem cura? Entenda por que a intervenção rápida é importante

sepse tem cura, e quanto mais precoce for a intervenção, maiores são as chances de sobrevivência e menores são as sequelas. O tempo é o fator mais importante no tratamento.

A sepse é um desafio global de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra cerca de 400 mil casos de sepse em adultos anualmente, com uma taxa de mortalidade que chega a 60% nos casos mais graves.

Essa alta letalidade se deve à velocidade com que a condição evolui, exigindo que o tratamento seja iniciado na primeira hora após o diagnóstico ou forte suspeita clínica.

Sintomas da sepse que exigem atendimento imediato

O reconhecimento dos sintomas é a principal medida preventiva. Se o paciente estiver com uma infecção e apresentar qualquer um dos sinais a seguir, a busca por atendimento de emergência deve ser imediata:

  • Queda súbita da pressão arterial;
  • Tonturas intensas;
  • Confusão mental ou desorientação repentina;
  • Respiração acelerada (acima de 22 respirações por minuto);
  • Aumento da frequência cardíaca (coração muito acelerado);
  • Diminuição drástica da urina;
  • Febre alta ou hipotermia (temperatura muito baixa).

Quando uma infecção já está em curso e o corpo começa a dar esses sinais de alerta, é importante que você não ignore. Se algum dos sintomas anteriores aparecer, a recomendação é sempre procurar o atendimento de emergência o quanto antes, já que cada minuto conta para evitar complicações graves.

Diagnóstico da sepse: quais exames podem ser feitos?

O diagnóstico da sepse é, antes de tudo, clínico, baseado na avaliação do paciente com infecção e sinais de disfunção orgânica. Exames laboratoriais são realizados com urgência para confirmar e direcionar o tratamento. Por exemplo:

  • Medição do lactato sanguíneo: níveis elevados de lactato indicam que os tecidos não estão recebendo oxigênio suficiente, sendo um marcador de má perfusão e gravidade da sepse.
  • Culturas (Hemocultura, Urocultura, etc.): exames vitais para identificar o micro-organismo causador da infecção, o que permite o ajuste do antibiótico para um mais específico.
  • Avaliação da função orgânica: testes renais, hepáticos e de coagulação para quantificar a extensão do dano nos órgãos.

Para confirmar a gravidade e guiar o tratamento, esses exames podem ser solicitados para entender como o corpo do paciente está reagindo à infecção e até identificar o micro-organismo responsável.

Tratamentos para sepse: protocolo e intervenções médicas

O manejo da sepse segue protocolos internacionais de urgência (como os da Campanha de Sobrevivência à Sepse - SSC), focados na intervenção imediata, geralmente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os tratamentos para sepse são baseados em três pilares principais, que devem ser aplicados na primeira hora após a suspeita:

Antibioticoterapia de urgência

O tratamento com antibióticos é crucial e sensível ao tempo. O atraso na aplicação pode aumentar significativamente a mortalidade. O protocolo geralmente segue esses dois passos:

  • Antibióticos de amplo espectro: o paciente recebe imediatamente antibióticos por via intravenosa que são eficazes contra a maioria dos micro-organismos prováveis. Esta é uma ação emergencial, feita antes mesmo de saber o agente causador.
  • Ajuste direcionado: após a obtenção do resultado das culturas, o médico pode ajustar o tratamento para um antibiótico mais específico para o agente infeccioso, o que aumenta a eficácia e reduz a resistência antimicrobiana.

Reposição volêmica e estabilização hemodinâmica

A sepse causa vasodilatação e instabilidade circulatória, derrubando a pressão arterial e prejudicando a oxigenação dos órgãos. Nesse sentido, o tratamento também pode envolver:

  • Fluidoterapia intravenosa: um soro (cristaloides) é administrado rapidamente para tentar restaurar o volume sanguíneo e aumentar a pressão.
  • Vasopressores (para choque séptico): se a pressão arterial não se estabilizar com os fluidos, são utilizados medicamentos vasopressores (como a noradrenalina) para contrair os vasos e garantir que o sangue chegue aos órgãos vitais (coração e cérebro).

Controle da fonte de infecção

O acompanhamento é outro pilar do tratamento para a sepse. visando eliminar o foco infeccioso que desencadeou a sepse.

Se a infecção estiver em um local específico e acessível (como um cateter, um abcesso ou um órgão necrosado), é realizada a remoção ou drenagem cirúrgica o mais rápido possível.

Suporte de órgãos vitais

O paciente séptico precisa de suporte intensivo para manter a função dos órgãos que estão sendo agredidos pela inflamação. Esse suporte pode ser:

  • Suporte respiratório: em casos de insuficiência pulmonar, pode ser necessário o uso de ventilação mecânica (intubação);
  • Suporte renal: a falência renal aguda é comum e pode exigir o início de diálise temporária. Esse é um procedimento que substitui a função dos rins doentes até que eles se recuperem e voltem a filtrar o sangue normalmente.

Além dessas duas medidas, o tratamento também pode incluir o controle rigoroso da glicemia e, em quadros específicos, o uso de corticoides.

O sucesso dos tratamentos para sepse depende, sobretudo, da intervenção rápida e da alta coordenação da equipe médica, garantindo o suporte necessário para que o organismo do paciente se recupere.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE (ILAS). Guia Prático de Terapia Antimicrobiana na Sepse. São Paulo: ILAS, 2024. Disponível em: <https://ilas.org.br/wp-content/uploads/2022/02/Guia_ATM_2024.pdf>. Acesso em: 22 set. 2025.

INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE (ILAS). Protocolo Clínico Atendimento ao Paciente com Sepse. São Paulo: ILAS, 2018. Disponível em: https://ilas.org.br/wp-content/uploads/2022/02/protocolo-de-tratamento.pdf. Acesso em: 22 set. 2025.

MANUAL MSD. Sepse e Choque Séptico. Versão Saúde para a Família. [S.l.]: Manual MSD, 2025. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infecções/bacteremia-sepse-e-choque-séptico/sepse-e-choque-séptico. Acesso em: 22 set. 2025.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil registra alta taxa de mortalidade por sepse, com 60% dos casos fatais em adultos. 20 set. 2024. Disponível em: https://hsemper.com.br/noticias/brasil-registra-alta-taxa-de-mortalidade-por-sepse-com-60-dos-casos-fatais-em-adultos/. Acesso em: 22 set. 2025.

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