Resuma este artigo com IA:
Desde medicamentos de primeira linha a intervenções cirúrgicas, conheça as abordagens que ajudam a controlar os episódios de dor facial.
Um simples toque no rosto, o vento frio ou o ato de escovar os dentes se transformam em um gatilho para uma dor lancinante, semelhante a um choque elétrico. Essa é a realidade de quem convive com a neuralgia do trigêmeo, uma condição de dor crônica que afeta um dos maiores nervos da cabeça.
Embora a intensidade das crises possa ser assustadora e impactar profundamente a qualidade de vida, existem diversas estratégias de tratamento eficazes. O caminho para o alívio passa pela compreensão das opções disponíveis e por um acompanhamento médico especializado.
A neuralgia do trigêmeo, também conhecida como nevralgia do trigêmeo, é uma condição de dor neuropática que afeta o nervo trigêmeo. Este nervo é responsável por transmitir as sensações do rosto para o cérebro e controlar músculos da mastigação.
Na maioria dos casos, a dor ocorre porque um vaso sanguíneo (geralmente uma artéria) pressiona o nervo na sua saída do tronco cerebral. Essa compressão desgasta a camada protetora do nervo, a bainha de mielina, causando uma espécie de "curto-circuito". Como resultado, estímulos normais são interpretados pelo cérebro como dor extrema e súbita.
O tratamento inicial para a neuralgia do trigêmeo é quase sempre clínico, focado no uso de medicamentos que controlam a hiperexcitabilidade do nervo. O objetivo é diminuir a frequência e a intensidade das crises de dor.
Os fármacos mais utilizados e eficazes são os anticonvulsivantes. Eles são a base do tratamento médico, atuando para estabilizar as membranas celulares dos neurônios e os nervos que estão excessivamente ativos e, assim, reduzir os sinais de dor.
A carbamazepina é frequentemente a primeira escolha, com altas taxas de sucesso no alívio inicial da dor. Outras opções, como a oxcarbazepina e a gabapentina, também podem ser prescritas.
Contudo, é importante notar que, embora eficazes no controle da dor, os medicamentos antiepilépticos podem ocasionalmente causar dificuldades cognitivas e motoras. Estes efeitos colaterais podem afetar as atividades diárias, tornando o monitoramento médico e o ajuste da dose essenciais.
Em alguns casos, relaxantes musculares como o baclofeno podem ser usados, geralmente em combinação com um anticonvulsivante. Eles ajudam a reduzir os espasmos musculares faciais que podem acompanhar as crises. O tratamento medicamentoso deve ser sempre iniciado e ajustado por um médico especialista, que monitorará a eficácia e os possíveis efeitos colaterais.
A cirurgia se torna uma alternativa importante quando os medicamentos perdem a eficácia, causam efeitos adversos intoleráveis ou quando o paciente não responde ao tratamento clínico.
O tratamento inicial foca em medicamentos anticonvulsivantes, e se estes não forem eficazes, a descompressão microvascular é uma opção cirúrgica que pode oferecer alívio duradouro da dor. A decisão por uma intervenção cirúrgica é tomada em conjunto pelo paciente e pela equipe médica, geralmente composta por um neurologista e um neurocirurgião.
A descompressão microvascular (DMV) é considerada o tratamento padrão-ouro para a neuralgia do trigêmeo causada por compressão vascular, pois corrige a origem da dor. Este procedimento visa afastar o vaso sanguíneo que pressiona o nervo, oferecendo a maior taxa de alívio da dor a longo prazo.
O neurocirurgião insere uma pequena "almofada" de material sintético entre o nervo trigêmeo e o vaso sanguíneo. Ao eliminar o contato, a irritação do nervo cessa, e a dor desaparece na maioria dos pacientes, representando uma solução duradoura.
Para pacientes que não são candidatos à DMV por questões de saúde ou por preferência, existem técnicas minimamente invasivas. O objetivo desses procedimentos é danificar seletivamente as fibras nervosas do trigêmeo para impedir que transmitam os sinais de dor. Veja as principais opções:
Apesar das diversas opções de tratamento disponíveis, é um desafio comparar qual terapia é a mais eficaz na redução da dor devido à falta de critérios claros sobre o que significa o sucesso do tratamento. Isso ressalta a importância de uma abordagem individualizada, considerando as particularidades de cada paciente.
Embora não substituam o tratamento médico convencional, algumas terapias podem auxiliar no manejo da dor e do estresse associado à condição. Técnicas de relaxamento, meditação e fisioterapia podem ajudar a controlar a ansiedade e a evitar a tensão muscular que pode agravar o quadro.
É fundamental que qualquer terapia complementar seja discutida com o médico responsável para garantir que seja segura e apropriada para o seu caso específico. A abordagem multidisciplinar costuma trazer os melhores resultados.
O diagnóstico e o tratamento da neuralgia do trigêmeo devem ser conduzidos por um médico neurologista. Este especialista é capaz de diferenciar a condição de outras causas de dor facial e de iniciar o tratamento medicamentoso mais adequado.
Caso a cirurgia seja necessária, o neurologista encaminhará o paciente para uma avaliação com um neurocirurgião, que é o profissional habilitado para realizar os procedimentos invasivos e minimamente invasivos. A colaboração entre esses especialistas é vital para o sucesso do tratamento.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
CHEN, Q. et al. The molecular basis and pathophysiology of trigeminal neuralgia. International Journal of Molecular Sciences, 25 mar. 2022. Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/23/7/3604. Acesso: 26 set. 2025.
CHRONIC FACIAL PAIN: Trigeminal neuralgia, persistent idiopathic facial pain, and myofascial pain syndrome—an evidence-based narrative review and etiological hypothesis. International Journal of Environmental Research and Public Health, set. 2020. Disponível em: https://www.mdpi.com/1660-4601/17/19/7012. Acesso: 26 set. 2025.
COATS, R. O. et al. Cognitive and sensorimotor function in participants being treated for trigeminal neuralgia pain. The Journal of Headache and Pain, London, jul. 2020. Disponível em: https://thejournalofheadacheandpain.biomedcentral.com/articles/10.1186/s10194-020-01156-9. Acesso: 26 set. 2025.
NOVA, C. V. et al. Treatment outcomes in trigeminal neuralgia–a systematic review of domains, dimensions and measures. World Neurosurgery: X, Jan. 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2590139720300016?via%3Dihub. Acesso: 26 set. 2025.
XU, R.; XIE, M. E.; JACKSON, C. M. Trigeminal neuralgia: current approaches and emerging interventions. Journal of Pain Research, [s.l.], nov. 2021. Disponível em: https://www.dovepress.com/trigeminal-neuralgia-current-approaches-and-emerging-interventions-peer-reviewed-fulltext-article-JPR. Acesso: 26 set. 2025.
POPULARES EM TRATAMENTOS
Os conteúdos mais buscados sobre Tratamentos
O número de sessões de quimioterapia para câncer de mama varia. Entenda os fatores que seu médico avalia para definir o tratamento. Saiba mais.
Leia maisTerminou o antibiótico e quer saber quando pode beber? Explicamos o tempo recomendado e os riscos da mistura para sua saúde. Saiba mais.
Leia maisDores na parte inferior esquerda da barriga podem ter várias origens. Saiba mais sobre as causas, como gases e endometriose, e quando buscar ajuda médica.
Leia mais