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Hemorroida inflamada: quais os sintomas e quando procurar ajuda médica?

Dor, inchaço e sangramento anal podem indicar uma hemorroida inflamada. Saiba como identificar e o que fazer para aliviar o desconforto.

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Você sente um desconforto persistente na região anal, especialmente ao sentar, evacuar ou após algum esforço? Talvez perceba um pequeno inchaço, coceira incômoda ou até mesmo a presença de sangue nas fezes. Esses são sinais comuns que muitas pessoas experimentam e que podem indicar a presença de hemorroidas inflamadas.

Embora a condição seja bastante comum, o conhecimento sobre seus sintomas é crucial para buscar ajuda profissional. Identificar esses sinais precocemente permite um tratamento mais eficaz e evita complicações. 

Este artigo detalha os sintomas da hemorroida inflamada, aborda quando procurar um médico e oferece orientações gerais para o alívio do desconforto.

O que é hemorroida inflamada?

Hemorroidas são veias inchadas e inflamadas localizadas ao redor do ânus ou na parte inferior do reto. Elas são parte normal da anatomia, ajudando a controlar as fezes. No entanto, quando sofrem pressão excessiva, podem inchar e se irritar, resultando na condição conhecida como doença hemorroidária.

A inflamação ocorre quando essas veias se dilatam além do normal, causando dor, inchaço e outros sintomas. 

Curiosamente, estudos recentes apontam para uma associação entre fatores genéticos ligados à depressão e o risco de desenvolver hemorroidas, indicando que a depressão geneticamente predita pode aumentar em 20% a chance de ter a doença hemorroidária.

Existem dois tipos principais: as hemorroidas internas, que se formam dentro do reto e geralmente não são visíveis, e as hemorroidas externas, que surgem sob a pele ao redor do ânus, sendo mais propensas à inflamação e à formação de coágulos (trombose hemorroidária).

Quais são os principais sintomas da hemorroida inflamada?

Os sintomas de uma hemorroida inflamada podem variar em intensidade e tipo, dependendo da sua localização e do grau de inflamação. 

Dor e desconforto anal: como se manifestam?

A dor é um dos sintomas mais proeminentes da hemorroida inflamada, especialmente se for uma hemorroida externa ou uma interna prolapsada e trombosada. 

Essa dor pode ser constante ou surgir durante atividades específicas.

  • Dor ao sentar: A pressão exercida sobre a região anal ao se sentar pode agravar a dor, tornando simples tarefas do dia a dia muito desconfortáveis.
  • Dor ou ardor ao evacuar: O atrito das fezes ao passar pela área inflamada pode causar dor intensa, ardência e até mesmo aumentar o sangramento.
  • Piora com esforço físico ou período menstrual: O aumento da pressão abdominal, comum em atividades físicas intensas, ou as alterações hormonais e o fluxo sanguíneo durante o ciclo menstrual, podem intensificar a dor e o desconforto.

Coceira e irritação: por que ocorrem?

A coceira (prurido anal) e a irritação na região do ânus são sintomas muito comuns. Elas ocorrem devido à inflamação e ao acúmulo de umidade e muco na área, que podem irritar a pele sensível.

O ato de coçar, embora alivie temporariamente, pode piorar a inflamação e até mesmo lesionar a pele, aumentando o risco de infecções e intensificando o ciclo de coceira e irritação.

Sangramento anal: qual a aparência e quando se preocupar?

O sangramento é um dos sinais mais frequentes e, muitas vezes, o que leva a pessoa a procurar ajuda médica. O sangue das hemorroidas geralmente se apresenta como pingos de sangue vivo e vermelho-claro, notados no papel higiênico, nas fezes ou na bacia sanitária após a evacuação. Em casos menos comuns, pode ser um filete.

Embora seja tipicamente inofensivo em hemorroidas, qualquer sangramento anal exige avaliação médica para descartar condições mais sérias. 

A cor do sangue, por exemplo, é um indicativo importante: sangue vermelho-vivo sugere sangramento próximo ao ânus, enquanto sangue escuro ou com coágulos pode indicar uma origem mais alta no trato gastrointestinal, o que é um sinal de alerta para outras patologias.

Nódulo ou inchaço na região anal: o que significa?

A presença de um nódulo ou caroço na região anal, especialmente se for doloroso e inchado, é um sinal comum de hemorroida externa inflamada ou de hemorroida interna prolapsada (que sai do ânus). Esse inchaço é decorrente da dilatação e inflamação das veias.

Em alguns casos, pode ocorrer a formação de um coágulo de sangue dentro da hemorroida, levando a uma condição chamada trombose hemorroidária. Isso causa dor intensa e súbita, além de um caroço rígido e sensível ao toque.

Outros sinais importantes: muco e sensação de evacuação incompleta?

Além dos sintomas mais conhecidos, a hemorroida inflamada pode causar outros desconfortos:

  • Descarga de muco: A inflamação pode levar à produção excessiva de muco pelo revestimento do ânus, o que contribui para a irritação e a coceira.
  • Sensação de evacuação incompleta: A presença da hemorroida pode dar a sensação de que o intestino não foi completamente esvaziado, mesmo após a evacuação. Isso ocorre porque o inchaço pode obstruir parcialmente o canal anal.

Quando é o momento de procurar um médico?

É fundamental procurar um médico proctologista (especialista em doenças do intestino, reto e ânus) sempre que você notar sangue nas fezes ou qualquer outro sintoma anal persistente. Ignorar esses sinais pode atrasar o diagnóstico de condições mais graves.

Quais sinais de alerta indicam uma condição mais séria?

Embora os sintomas de hemorroida sejam comuns, alguns sinais exigem atenção imediata, pois podem indicar problemas mais sérios, como o câncer colorretal:

  • Sangramento anal abundante ou com coágulos grandes.
  • Alteração no padrão intestinal (diarreia ou prisão de ventre persistentes e sem causa aparente).
  • Fezes escuras ou pretas (melena), indicando sangramento mais alto no trato digestivo.
  • Perda de peso inexplicável.
  • Fadiga e fraqueza constantes.
  • Histórico familiar de câncer colorretal.
  • Idade superior a 50 anos, mesmo sem histórico familiar.

Como diferenciar hemorroida de outras condições anais?

Apenas um médico pode diferenciar corretamente a hemorroida de outras condições anais que apresentam sintomas semelhantes. 

Entre elas, destacam-se:

  • Fissura anal: pequena ferida no revestimento do ânus, que causa dor intensa e sangramento ao evacuar. A dor da fissura é tipicamente mais aguda e lancinante.
  • Fístula anal: um pequeno túnel que se forma entre a parte interna do ânus e a pele externa, podendo causar dor, inchaço e secreção purulenta.
  • Abscesso anal: acúmulo de pus na região anal, que causa dor severa, inchaço e febre.
  • Pólipos retais ou câncer colorretal: condições mais graves que podem causar sangramento, dor e alterações no hábito intestinal.

A avaliação médica é indispensável para um diagnóstico preciso e para descartar outras patologias.

O que esperar da consulta médica?

Na consulta, o médico proctologista fará uma anamnese detalhada, questionando sobre seus sintomas, histórico médico e hábitos de vida. Em seguida, realizará um exame físico, que geralmente inclui a inspeção da região anal e, se necessário, o toque retal ou a anuscopia (exame visual do canal anal).

Esses procedimentos são rápidos e essenciais para avaliar a condição das hemorroidas e descartar outras doenças. É importante notar que existem tratamentos que podem auxiliar no manejo dos sintomas. 

Por exemplo, o uso de flebotônicos demonstrou em estudos uma melhora geral significativa dos sintomas da doença hemorroidária, como prurido, sangramento e secreção. Não hesite em buscar ajuda; o desconforto inicial pode ser facilmente resolvido com o diagnóstico correto e o tratamento adequado.

É possível aliviar os sintomas em casa?

Enquanto aguarda a consulta médica, algumas medidas podem ajudar a aliviar temporariamente o desconforto e a dor da hemorroida inflamada. No entanto, é crucial entender que estas são apenas medidas paliativas e não substituem o tratamento médico.

Quais hábitos podem ajudar no manejo diário?

  • Banhos de assento: sentar em uma bacia com água morna por 15 a 20 minutos, várias vezes ao dia, pode ajudar a reduzir o inchaço e a dor.
  • Compressas frias: aplicar compressas geladas na região pode diminuir a inflamação e o inchaço.
  • Higiene adequada: manter a região anal limpa e seca. Após evacuar, use papel higiênico macio, ou prefira lenços umedecidos sem álcool ou, idealmente, lave a área com água e sabonete neutro.
  • Dieta rica em fibras: consumir alimentos como frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas ajuda a amolecer as fezes, prevenindo a constipação e o esforço excessivo ao evacuar.
  • Hidratação: beber bastante água ao longo do dia é fundamental para manter as fezes macias e facilitar o trânsito intestinal.
  • Evitar esforço: não force a evacuação e evite permanecer muito tempo sentado no vaso sanitário.
  • Atividade física: a prática regular de exercícios físicos leves a moderados estimula o funcionamento intestinal e ajuda a prevenir a constipação.

Hemorroida inflamada causa gases?

Embora a hemorroida inflamada não seja a causa direta de gases, o desconforto e a sensação de inchaço na região anal podem, para algumas pessoas, intensificar a percepção de gases ou dificultar a sua eliminação, causando mais incômodo. 

Além disso, as alterações na dieta para prevenir a constipação (aumento de fibras) podem temporariamente levar a uma maior produção de gases.

É verdade que hemorroida pode ser curada em 2 dias?

É um mito que a hemorroida possa ser curada em apenas 2 dias. Embora os sintomas de uma crise aguda possam melhorar com medidas de alívio e cuidados adequados em alguns dias, a cura definitiva da doença hemorroidária envolve um processo mais longo e, muitas vezes, a intervenção médica. Tratamentos como mudanças no estilo de vida, medicamentos específicos ou procedimentos cirúrgicos podem ser necessários para resolver o problema a longo prazo.

A crença de que uma cura rápida é possível pode levar à automedicação inadequada e ao atraso na busca por um diagnóstico profissional, o que pode agravar a condição.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.

Bibliografia

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