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A preocupação pode começar de forma sutil. Uma falha inesperada, uma dificuldade de manter a ereção que antes não existia, e logo a dúvida se instala. Para o homem que convive com o diagnóstico de diabetes, é comum que a primeira pergunta seja: será que uma coisa está ligada à outra?
Uma dúvida frequente é se apenas um tipo de diabetes está associado à impotência sexual. A resposta direta é que tanto o diabetes tipo 1 quanto o diabetes tipo 2 podem levar à disfunção erétil.
Pesquisas mostram que a disfunção erétil é mais comum em homens com diabetes tipo 2, afetando cerca de 66,3% deles, enquanto no diabetes tipo 1 a prevalência é de aproximadamente 37,5%. A gravidade do problema também aumenta com a idade e com um controle metabólico inadequado da doença.
O fator determinante não é o tipo da doença, mas sim o tempo de diagnóstico e, principalmente, o mau controle dos níveis de açúcar no sangue (glicemia) ao longo dos anos. A hiperglicemia crônica é o verdadeiro gatilho para as complicações que afetam a função sexual.
Estudos indicam que homens com diabetes têm uma probabilidade até três vezes maior de desenvolver disfunção erétil em comparação com homens sem a doença. Além disso, o problema tende a se manifestar de 10 a 15 anos mais cedo nesse grupo.
Endocrinologistas e urologistas são os médicos que podem acompanhá-lo e aconselhar o melhor tratamento no seu caso. A Rede Américas conta com vários especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.
A ereção é um processo neurovascular complexo, que depende de nervos, vasos sanguíneos, hormônios e estímulos psicológicos funcionando em harmonia. O diabetes descontrolado interfere em várias dessas etapas.
O excesso de açúcar no sangue, conhecido como hiperglicemia, é a principal causa da disfunção erétil em diabéticos. Ele danifica os vasos sanguíneos, nervos e até os músculos do pênis, que são cruciais para o mecanismo de ereção. Esse processo, acelerado pelo alto nível de açúcar no sangue, é o que leva à impotência em homens diabéticos.
Para que a ereção aconteça, é necessário um aumento significativo do fluxo de sangue para o pênis. A hiperglicemia crônica danifica a parede interna dos vasos sanguíneos, um processo conhecido como aterosclerose, tornando-os mais rígidos e estreitos. Isso compromete a circulação não apenas no coração e no cérebro, mas também na região peniana, dificultando a chegada do sangue necessário para uma ereção firme.
A disfunção erétil em diabéticos é uma complicação de longo prazo que envolve danos tanto aos nervos quanto aos vasos sanguíneos, incluindo a micro e macroangiopatia. Essas lesões impedem o fluxo adequado de sangue, fundamental para que ocorra uma ereção.
O problema é agravado pelo acúmulo de produtos finais de glicação avançada (AGEs) e pelo estresse oxidativo, fatores que danificam especificamente os nervos e vasos sanguíneos cavernosos do pênis. Essa deterioração é uma das principais razões pelas quais a ereção se torna difícil.
O sistema nervoso autônomo é responsável por transmitir os sinais do cérebro que iniciam o processo de ereção. O excesso de glicose no sangue também é tóxico para as fibras nervosas, causando a neuropatia diabética. Essa condição pode levar à neuropatia autonômica, que afeta os nervos responsáveis por transmitir os sinais do cérebro que iniciam o processo de ereção. Quando esses nervos são danificados, a comunicação falha, e a resposta ao estímulo sexual pode ser insuficiente ou inexistente.
O diabetes também pode estar associado a níveis mais baixos de testosterona. Este hormônio é fundamental para a libido (desejo sexual) e desempenha um papel de suporte na função erétil. A queda na produção de testosterona pode diminuir o interesse por sexo e agravar as dificuldades de ereção.
O diagnóstico de uma doença crônica como o diabetes pode, por si só, gerar estresse, ansiedade e depressão. Somado a isso, a preocupação com o desempenho sexual e o medo de falhar podem criar um ciclo vicioso de ansiedade de desempenho, que é um forte inibidor da resposta erétil.
Sim, em muitos casos a prevenção é possível e a melhora do quadro é alcançável com a abordagem correta. A estratégia se baseia em atacar a causa do problema.
Se você já apresenta dificuldades de ereção, o primeiro passo é conversar abertamente com seu médico. Ignorar o problema não o fará desaparecer. O tratamento é multifatorial e personalizado.
Após uma avaliação completa, que pode incluir exames de sangue para checar os níveis hormonais e glicêmicos, o médico pode indicar diversas abordagens:
É importante esclarecer que medicamentos para o controle do diabetes, como a metformina, não causam impotência. Pelo contrário, ao ajudarem a controlar a doença, eles atuam na prevenção de suas complicações, incluindo a disfunção erétil.
Não espere o problema se agravar. A disfunção erétil pode ser um dos primeiros sinais de que o controle do diabetes não está adequado ou de que há complicações cardiovasculares em desenvolvimento. Procure um médico, seja um urologista ou o endocrinologista que acompanha seu diabetes, se você notar:
Lembre-se que cuidar da sua saúde sexual é parte integral do cuidado com a sua saúde geral. Buscar ajuda é um ato de responsabilidade e autocuidado.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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