14/08/2025
Revisado em: 14/08/2025
Descubra qual é a faixa ideal dos batimentos cardíacos, como medi-los corretamente e quando alterações podem indicar problemas de saúde.
Você já parou para pensar quantas vezes seu coração bate por minuto enquanto você lê esta frase? Essa é a sua frequência cardíaca, um indicador vital da saúde do seu coração. Compreender o que é considerado normal para a sua idade e condições pode trazer tranquilidade e ajudar a identificar sinais de que algo não vai bem. Afinal, cuidar do coração é essencial para uma vida plena.
A frequência cardíaca corresponde ao número de vezes que o coração se contrai e bombeia sangue para o corpo em um minuto. Essa medida, expressa em batimentos por minuto (bpm), reflete a eficiência do sistema cardiovascular em distribuir oxigênio e nutrientes para todas as células. Assim, uma frequência adequada garante o bom funcionamento de órgãos e tecidos.
Monitorar sua frequência cardíaca é um hábito simples, mas muito eficaz para acompanhar a saúde do seu coração. Variações significativas podem indicar desde um simples estresse até condições médicas que necessitam de avaliação especializada.
Para a maioria dos adultos saudáveis, a frequência cardíaca em repouso considerada normal varia entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm). Esse valor é aferido quando o corpo está em completo descanso, sem influências de atividades físicas recentes ou emoções intensas.
Contudo, é importante ressaltar que esse é um valor de referência. Fatores como a idade, o nível de condicionamento físico e certas condições de saúde podem alterar essa faixa.
Os batimentos cardíacos variam bastante ao longo da vida, sendo mais acelerados em bebês e crianças pequenas e tendendo a diminuir com a idade. Atletas de alta performance, por exemplo, podem apresentar uma frequência cardíaca em repouso mais baixa devido ao seu excelente condicionamento cardiovascular.
Estudos recentes fornecem uma visão mais detalhada das médias de frequência cardíaca em repouso para jovens saudáveis, com variações que dependem da idade. Por exemplo, a média de batimentos em repouso pode ser de 82,32 bpm para crianças menores de 11 anos, caindo para 74,33 bpm entre 11 e 15 anos, e chegando a 67,43 bpm para adolescentes acima de 15 anos, segundo uma pesquisa publicada na Scientific Reports.
Confira a tabela de referência da frequência cardíaca em repouso por faixa etária:
Lembre-se de que esses valores são guias. A interpretação deve ser feita por um profissional de saúde, considerando o contexto individual de cada pessoa.
Medir a frequência cardíaca é um procedimento simples que pode ser feito em casa. O método mais comum é verificar o pulso em pontos específicos do corpo.
Ao encontrar o pulso, conte o número de batimentos durante 15 segundos e multiplique o resultado por quatro para obter os batimentos por minuto (bpm). Você também pode contar por 60 segundos para maior precisão.
Além da medição manual, muitos dispositivos eletrônicos, como smartwatches e monitores de frequência cardíaca, utilizam a fotopletismografia (PPG) para aferir os batimentos. A precisão desses aparelhos pode variar: eles são cerca de 95% precisos para batimentos até 80 bpm, mas essa acurácia pode cair para 75% quando a frequência cardíaca excede 110 bpm.
Para obter uma leitura precisa da sua frequência cardíaca de repouso, é fundamental que a medição seja feita em condições ideais. O momento mais recomendado é pela manhã, antes de levantar da cama, após uma boa noite de sono. Alternativamente, realize a medição após um período de pelo menos 10 a 15 minutos de repouso, sentado confortavelmente e em um ambiente tranquilo. Evite café, exercícios ou estresse antes da aferição.
Diversos fatores podem afetar a frequência dos seus batimentos cardíacos, alguns são completamente normais e fisiológicos, enquanto outros podem indicar a presença de alguma condição de saúde subjacente.
É natural que a frequência cardíaca varie em diferentes situações do dia a dia. São exemplos:
A variação da frequência cardíaca em resposta ao exercício, por exemplo, é bastante individualizada. Estima-se que fatores genéticos influenciem significativamente essa resposta, contribuindo com cerca de 17% a 32% das diferenças observadas entre as pessoas, de acordo com pesquisa na Cellular and Molecular Life Sciences: CMLS.
Além dos fatores fisiológicos, algumas condições de saúde e o uso de certos medicamentos podem influenciar os batimentos cardíacos. Doenças da tireoide, anemia, arritmias cardíacas e distúrbios de ansiedade são exemplos de condições que podem alterar a frequência. Da mesma forma, medicamentos para asma, descongestionantes nasais e alguns antidepressivos podem impactar os batimentos.
Se você notar alterações persistentes na sua frequência cardíaca ou sentir sintomas preocupantes, procure sempre um médico para uma avaliação completa. Somente um profissional pode determinar a causa e indicar o tratamento adequado, se necessário.
Embora a frequência cardíaca varie, existem limites que merecem atenção. Valores muito acima ou muito abaixo do normal, especialmente quando acompanhados de outros sintomas, podem indicar problemas de saúde. É importante notar que, para pacientes com condições como insuficiência cardíaca e fibrilação atrial, as diretrizes atuais sugerem que manter a frequência cardíaca entre 60 e 100 bpm é considerado um intervalo ótimo para a saúde cardiovascular.
A bradicardia é caracterizada por uma frequência cardíaca em repouso abaixo de 60 bpm. Em atletas de elite, uma frequência de 40 a 50 bpm pode ser normal. Contudo, para pessoas não atletas, batimentos abaixo de 60 bpm podem ser um sinal de alerta, especialmente se acompanhados de: Ainda que batimentos mais lentos sejam, em geral, um sinal de boa saúde cardiovascular, é relevante saber que, para frequências de repouso abaixo de 65 bpm, um aumento de 5 batimentos por minuto, que seja determinado geneticamente, está associado a uma redução de 18% no risco de desenvolver fibrilação atrial.
Valores como 47 bpm ou 42 bpm, por exemplo, mesmo em repouso, podem indicar a necessidade de uma investigação médica para descartar problemas no sistema elétrico do coração.
A taquicardia ocorre quando a frequência cardíaca em repouso é superior a 100 bpm. Assim como na bradicardia, o contexto é crucial. Se você está ansioso, com febre ou acaba de fazer exercício, um aumento é esperado. No entanto, se os batimentos estiverem acima de 100 bpm sem uma causa aparente, ou atingindo níveis como 130 bpm em repouso, isso pode ser um sinal de:
Além das variações na frequência cardíaca, outros sintomas associados devem servir como um alerta para buscar avaliação médica. Procure um especialista se você experimentar:
Esses sintomas podem indicar condições cardíacas sérias que precisam de diagnóstico e tratamento imediatos.
Manter a frequência cardíaca dentro de valores normais está diretamente relacionado a um estilo de vida saudável e ao cuidado contínuo com a saúde do coração.
Adotar hábitos saudáveis é a melhor estratégia para proteger seu coração e otimizar sua frequência cardíaca. Inclua em sua rotina:
Mesmo com todos os cuidados, o acompanhamento médico é indispensável. Consultas regulares com um cardiologista permitem a detecção precoce de quaisquer alterações e a implementação de estratégias de prevenção ou tratamento. O médico poderá realizar exames, interpretar seus resultados e fornecer orientações personalizadas para a saúde do seu coração.
Não hesite em procurar um especialista se tiver dúvidas sobre sua frequência cardíaca ou se apresentar qualquer sintoma incomum. A Rede Américas oferece o suporte necessário para você cuidar da sua saúde cardiovascular com confiança e segurança.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista do Ministério da Saúde.
HERMANS, A. N. L.; et al. Accuracy of continuous photoplethysmography-based 1 min mean heart rate assessment during atrial fibrillation. Europace. 2023. Disponível em:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36748247/ . Acesso em: 24 jul. 2025
MORDI, I. R.; et al. Prognostic significance of changes in heart rate following uptitration of beta-blockers in patients with sub-optimally treated heart failure with reduced ejection fraction in sinus rhythm versus atrial fibrillation. Clinical Research in Cardiology. v. 108, n. 1; p. 77-88, 2019. Disponível em:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30610382/ . Acesso em: 24 jul 2025
SILAND, J. E.; et al. Resting heart rate and incident atrial fibrillation: A stratified Mendelian randomization in the AFGen consortium. PLoS ONE, v. 17, n. 5; e0268768, 2022. Disponível em:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35594314/ . Acesso em: 24 jul 2025
ŠIŠÁKOVÁ, M.; et al. Speed of heart rate changes during postural provocations in children and adolescents. Scientific Reports, v. 14, n. 11681, 2024. Disponível em:https://www.nature.com/articles/s41598-024-62000-7 . Acesso em: 24 jul 2025
VAN DE VEGTE, Y. J.; et al. Genetics and the heart rate response to exercise. Cellular and Molecular Life Sciences: CMLS, v. 76, n. 16, p. 3015-3031, 2019. Disponível em:https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6529381/ . Acesso em: 24 jul 2025
POPULARES EM CONDIÇÕES DE SAÚDE
Os conteúdos mais buscados sobre Condições de saúde
Identifique lesões cutâneas suspeitas e saiba como se prevenir. Saiba mais sobre tumores de pele.
Leia maisSaiba como identificar os tipos mais comuns de tumores benignos de pele e reconhecer os sinais de alerta que exigem uma avaliação médica.
Leia maisDescubra os valores normais dos batimentos cardíacos por idade e como manter seu coração saudável. Continue lendo!
Leia mais