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Entenda o que a ciência diz sobre a vitamina B7, quando a suplementação é eficaz e por que o diagnóstico correto é o primeiro passo.
Você passa a mão pelos cabelos durante o banho ou olha para a escova e percebe uma quantidade de fios que parece maior do que o normal. Essa cena, bastante comum, gera uma preocupação imediata e leva muitas pessoas a buscarem soluções rápidas, como os populares suplementos de biotina.
A fama da biotina como "vitamina do cabelo" é grande, mas será que ela funciona para todos os casos de queda? E mais, existe realmente um tipo de biotina que seja melhor que outro? A resposta é mais complexa do que parece e começa com o entendimento do seu papel no organismo.
A biotina, também conhecida como vitamina B7 ou vitamina H, é um nutriente que pertence ao complexo B. Ela desempenha um papel fundamental em diversas funções metabólicas, incluindo a conversão de alimentos em energia.
No contexto da saúde capilar, sua principal função está ligada à produção de queratina. A queratina é uma proteína estrutural que compõe cerca de 90% da fibra capilar, sendo responsável por sua força, elasticidade e resistência. A biotina atua como uma coenzima no processo de síntese dessa proteína essencial. Assim, um nível adequado de biotina no corpo é necessário para a formação de fios fortes e saudáveis.
Sim, a deficiência de biotina pode levar à queda de cabelo, além de outros sintomas como unhas frágeis e erupções cutâneas. Contudo, é aqui que reside o ponto mais importante: a deficiência clínica de biotina é considerada rara na população geral.
Apesar de sua popularidade, a suplementação de biotina só mostra eficácia comprovada contra a queda de cabelo em casos de deficiência. Esta deficiência é rara em pessoas com dietas balanceadas, e a suplementação não é recomendada para indivíduos saudáveis.
Nosso corpo geralmente obtém a quantidade necessária de biotina por meio de uma dieta equilibrada. Além disso, as bactérias presentes em nosso intestino também são capazes de produzir a vitamina. Por isso, a suplementação só se mostra eficaz para reverter a queda de cabelo quando a causa do problema é, de fato, a falta comprovada desse nutriente específico.
Antes de pensar em suplementos, a melhor estratégia é garantir a ingestão de biotina através da alimentação. A maioria das pessoas consegue atingir as recomendações diárias facilmente, que para adultos é de cerca de 30 microgramas (mcg) por dia, segundo o National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.
Alguns dos alimentos mais ricos em biotina incluem:
A suplementação de biotina deve ser feita com base em uma necessidade real, identificada por um profissional de saúde. Ela é geralmente indicada em situações específicas, como:
Para a maioria das pessoas com queda de cabelo, a causa não é a falta de biotina. Nesses casos, tomar suplementos sem orientação pode não trazer benefício algum e ainda mascarar a real origem do problema.
Do ponto de vista químico, a biotina é uma molécula única (d-biotina é a forma natural e ativa). Portanto, não existem "tipos" intrinsecamente diferentes de biotina. No entanto, sua origem pode influenciar a eficácia; a D-biotina derivada de microrganismos, como a bactéria *Cicaria*, demonstrou maior capacidade na inibição da queda de cabelo quando comparada a compostos sintéticos em alguns estudos.
É importante notar que a biotina também pode ser encontrada como um componente em formulações complexas. Em um estudo clínico sobre queda de cabelo, por exemplo, a biotina foi incluída a uma concentração de 0,02% como um dos ingredientes em um tônico capilar, indicando seu papel em conjunto com outras substâncias ativas.
O que diferencia os suplementos no mercado são outros fatores:
Assim, a busca não deve ser pela "melhor biotina", mas sim pela formulação mais adequada para a sua necessidade específica, sempre com base em uma avaliação profissional.
Se um médico ou dermatologista recomendar a suplementação de biotina, a escolha do produto deve seguir critérios de segurança e eficácia. Primeiramente, siga estritamente a dosagem prescrita pelo profissional.
Opte por marcas com boa reputação no mercado e que sigam as regulamentações de órgãos de saúde, como a ANVISA no Brasil. Verifique o rótulo para entender a concentração de biotina e a presença de outros componentes na fórmula.
A queda de cabelo é um sintoma multifatorial. Se a deficiência de biotina é rara, é provável que a causa do seu problema seja outra. Entre as mais comuns estão:
É fundamental procurar um dermatologista, médico especialista em pele, cabelos e unhas, sempre que notar uma queda de cabelo acentuada, persistente ou que cause falhas no couro cabeludo.
Apenas um profissional pode realizar o diagnóstico correto, que pode envolver exame clínico, tricoscopia (análise do couro cabeludo com uma lente de aumento) e exames de sangue. Com o diagnóstico em mãos, ele indicará o tratamento mais eficaz, que pode ou não incluir a suplementação de biotina.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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