Ícone
InícioSaúdeTratamentos

Resuma este artigo com IA:

Ícone

Procedimento médico para câncer colorretal: como é feito e o que esperar?

Entenda como cirurgias minimamente invasivas e terapias combinadas aumentam a chance de sucesso.

procedimento médico para câncer colorretal1.jpg

Câncer Colorretal (CCR) é uma das neoplasias mais frequentes no Brasil, ocupando o segundo lugar em mulheres e o terceiro em homens, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Apesar de ser um diagnóstico desafiador, o CCR tem altas taxas de cura quando descoberto e tratado precocemente.

O sucesso do tratamento depende de um diagnóstico preciso e de um procedimento médico para câncer colorretal individualizado e definido por uma equipe de especialistas. 

Para o paciente e seus familiares, compreender as etapas e o propósito de cada intervenção é crucial.

Sinais de alerta: como o câncer colorretal pode ser descoberto?

O tratamento do câncer colorretal só se inicia após o diagnóstico, que geralmente ocorre quando a pessoa busca ajuda devido a sintomas persistentes. Os sintomas podem servir de alerta e precisam de atenção, pois a detecção precoce garante as maiores taxas de cura.

Muitas vezes, o CCR se manifesta com alterações nos hábitos intestinais (como diarreia ou prisão de ventre sem motivo aparente), sangue nas fezes, dor abdominal ou anemia sem causa conhecida.

Compreendendo as etapas do procedimento médico para câncer colorretal

Para a grande maioria dos pacientes com a doença localizada, a cirurgia é a etapa principal, oferecendo a maior chance de cura.

Antes da operação, o câncer é submetido ao estadiamento, um processo que determina o avanço da doença (de Estágio I, o mais inicial, a Estágio IV, metastático). Essa divisão é feita conforme os sistemas de classificação oncológica internacional, como os da Rede Nacional Abrangente do Câncer (NCCN).

Cirurgia curativa: removendo o câncer do intestino

O objetivo central da cirurgia é remover a parte doente do intestino (cólon ou reto) e os gânglios linfáticos próximos (pequenos órgãos que funcionam como filtros do sistema de defesa), para garantir que a doença seja eliminada por completo.

A cirurgia é chamada de Colectomia (quando envolve o cólon, que é a parte mais longa do intestino grosso), ou Ressecção (quando envolve o reto, que é a porção final).

  • No cólon: a parte afetada é retirada, e o cirurgião costura as duas pontas saudáveis do intestino (anastomose), restaurando o fluxo intestinal normal.
  • No reto: a cirurgia é mais delicada por causa da proximidade com o ânus. O principal esforço é para preservar o esfíncter anal (o músculo que controla a saída das fezes), em um procedimento chamado Ressecção Anterior Baixa.

Em casos muito raros, quando o tumor está muito próximo, é preciso remover o esfíncter (Amputação Abdominoperineal), resultando na necessidade de uma colostomia (bolsa permanente para coleta de fezes).

Técnicas cirúrgicas modernas: cortes menores e robôs

As cirurgias evoluíram para técnicas menos invasivas, o que resulta em recuperação mais rápida, menos dor e menor tempo de internação, conforme diretrizes como a da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica):

  • Cirurgia por vídeo (Laparoscopia): em vez de um grande corte, o cirurgião faz pequenas incisões (cortes) para remover o tumor com o auxílio de instrumentos finos e uma câmera de vídeo.
  • Cirurgia robótica: é a tecnologia mais avançada. O cirurgião opera sentado em um console, controlando braços robóticos. A maior precisão do robô é crucial para cirurgias complexas no reto, ajudando a evitar danos a nervos importantes.

Quais são as terapias complementares para o câncer colorretal?

Muitas vezes, a cirurgia sozinha não é suficiente. Outros tratamentos são adicionados para aumentar as chances de sucesso, especialmente quando há risco de a doença voltar (recidiva) ou no tratamento de tumores retais. Os principais são a quimioterapia, a radioterapia e uma combinação das duas:

Quimioterapia: o tratamento com medicamentos

A quimioterapia usa medicamentos potentes que percorrem a corrente sanguínea para matar as células cancerosas. Ela é aplicada em dois cenários principais:

  • Quimioterapia adjuvante (após a cirurgia): usada para "limpar" o organismo. É dada após a remoção do tumor para destruir as células tumorais microscópicas que podem ter ficado no corpo. É o protocolo padrão para Câncer de Cólon Estágio III, segundo diretrizes como as do NCCN.
  • Quimioterapia paliativa: em casos de câncer avançado ou metastático (Estágio IV), ela é empregada para controlar a progressão da doença, aliviar sintomas e melhorar o conforto, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Radioterapia: raios para encolher o tumor retal

A radioterapia usa raios de alta energia para encolher e destruir as células cancerosas. É um procedimento focado no câncer do reto devido à sua localização:

Quimiorradioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia)

Esta combinação de quimioterapia e radioterapia é a abordagem preferencial para a maioria dos casos de câncer de reto. O objetivo é diminuir o tamanho do tumor antes da cirurgia. O intuito é facilitar a remoção total e aumentar a chance de o paciente manter o esfíncter anal.

Imunoterapia e Terapias-Alvo para estágios mais avançados

Para pacientes com a doença mais avançada, a medicina moderna oferece tratamentos mais inteligentes, focados nas características genéticas únicas de cada tumor. Dentre esses tratamentos mais avançados, existem:

  • Imunoterapia: é um tratamento que "treina" o próprio sistema de defesa do paciente a reconhecer e atacar as células do câncer. Pode ser muito eficaz em um subtipo específico de CCR que tem uma alteração genética chamada na medicina de Instabilidade Microssatélite Alta (MSI-H).
  • Terapias-Alvo: são medicamentos que agem como "mísseis teleguiados", atacando especificamente as proteínas ou as mutações que o câncer usa para crescer (como as mutações nos genes KRAS ou BRAF). É um tratamento que pode ser mais preciso e menos tóxico para as células saudáveis.

Saiba mais sobre o protocolo terapêutico de acordo com o estágio

O plano de tratamento para o procedimento médico para câncer colorretal é estritamente ligado ao estadiamento da doença:

Estágio do câncer

Abordagem principal (o que é feito)

Estágio I (Início)

Remoção cirúrgica (colectomia) é, geralmente, o tratamento definitivo.

Estágio II e III

Cirurgia combinada com Quimioterapia e/ou Radioterapia.

Estágio IV (Metastático)

Combinação de Quimioterapia, Imunoterapia ou Terapias-Alvo, com cirurgia em casos selecionados para remover metástases.

A melhor chance de sucesso reside na intervenção coordenada e no uso das tecnologias mais adequadas ao caso do paciente.

Lembre-se: este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/estimativa/2023/estimativa-2023-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf. Acesso em: 19 set. 2025.

NATIONAL COMPREHENSIVE CANCER NETWORK (NCCN). NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology (NCCN Guidelines®) – Colon Cancer. [S.l.]: NCCN, 2025. Disponível em: https://www.nccn.org/guidelines/guidelines-detail?type=colorectal. Acesso em: 19 set. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA ONCOLÓGICA (SBCO). Diretrizes para Cirurgia Robótica e Laparoscópica em Câncer Colorretal. São Paulo: SBCO, 2024. Disponível em: https://www.sbco.org.br/diretrizes/cirurgia-colorretal-2024. Acesso em: 19 set. 2025.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Palliative care for patients with colorectal cancer. Geneva: WHO, 2023. Disponível em: https://www.who.int/cancer/palliative-care/colorectal-cancer/en/. Acesso em: 19 set. 2025.

Ícone do WhatsAppÍcone do Facebook