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Os pontos do parto normal caem sozinhos? Entenda o que esperar da cicatrização

Entenda como funciona a cicatrização após o parto normal, quando os pontos caem sozinhos e os sinais de alerta que merecem atenção.

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A chegada de um bebê muda tudo. Rotina, corpo, sentimentos... tudo se transforma. No meio desse turbilhão, uma dúvida que assombra muitas mulheres no pós-parto é: os pontos do parto normal caem sozinhos? E a resposta, felizmente, é que sim. Na maioria dos casos, eles caem sozinhos, de forma natural e segura. Mas há algumas nuances que merecem atenção.

Essa dúvida é ainda mais comum entre mulheres que tiveram laceração natural ou episiotomia, um pequeno corte feito na região do períneo para facilitar a saída do bebê. Se esse foi o seu caso ou se você quer se preparar melhor, vale entender como funciona o processo de cicatrização, o que é normal e o que não é, e quando é hora de procurar ajuda médica.

O que são os pontos do parto normal?

Durante o parto vaginal, pode acontecer da pele entre a vagina e o ânus (o períneo) se romper. Em outros casos, o obstetra realiza uma incisão intencional, chamada de episiotomia. Em ambas as situações, são necessários pontos para fechar o corte ou a laceração após o nascimento do bebê.

Esses pontos geralmente são feitos com fios absorvíveis, ou seja, que se dissolvem sozinhos no corpo com o passar dos dias. Por isso, sim: os pontos do parto normal caem sozinhos, você não precisa removê-los manualmente, nem retornar ao hospital só para isso, salvo se houver alguma complicação.

Quanto tempo leva para os pontos caírem?

O tempo de absorção varia conforme o tipo de fio utilizado e a resposta individual do corpo. Em geral, o processo de cicatrização leva entre 7 e 21 dias. Algumas mulheres notam que os pontos caíram ao ver fragmentos no absorvente, outras nem percebem: eles simplesmente desaparecem.

Importante: o ponto pode “cair” antes da ferida estar 100% cicatrizada por fora, e isso nem sempre significa um problema. O corpo continua trabalhando internamente na regeneração do tecido. Por isso, a avaliação médica no pós-parto é fundamental.

Sinais de que está tudo indo bem com a cicatrização

Saber o que é esperado ajuda a diminuir a ansiedade.

Durante os primeiros dias, é normal:

  • Sentir ardência ao urinar;
  • Ter dificuldade para sentar;
  • Perceber um leve inchaço e sensibilidade no local;
  • Ver pequenos resíduos no absorvente (partes do fio).

O alívio costuma chegar por volta da segunda semana, quando a dor começa a ceder e o corpo dá sinais claros de recuperação. A maioria das mulheres volta a se sentir confortável para caminhar, cuidar do bebê e até retomar suas atividades com mais segurança.

E quando os pontos do parto normal não caem sozinhos?

Embora raro, pode acontecer de o fio não ser totalmente absorvido pelo organismo. Nesses casos, o ginecologista pode removê-lo durante a consulta de revisão. É um procedimento rápido e indolor, feito em consultório, geralmente por volta de 30 a 40 dias após o parto.

Se os pontos se mantêm firmes por tempo demais, ou se causam dor prolongada, incômodo intenso, secreção com cheiro forte ou vermelhidão que não melhora, é hora de ligar o alerta. A infecção, embora incomum, pode acontecer e deve ser tratada imediatamente.

Cuidados que ajudam na cicatrização

A recuperação não depende só do tempo, mas também dos cuidados que você tem com o próprio corpo.

Veja o que pode ajudar:

  • Higiene delicada e frequente: lave a região com água morna e sabonete neutro, de preferência após cada ida ao banheiro.
  • Evite papel higiênico seco: prefira toalhas de algodão umedecidas ou fraldas de pano limpas e suaves.
  • Roupas leves e íntimas de algodão: deixe a região arejar sempre que possível.
  • Nada de agachamentos ou esforços físicos nas primeiras semanas.
  • Evite relações sexuais até liberação médica.

Esses cuidados não só ajudam a garantir que os pontos do parto normal caiam sozinhos, como também evitam complicações, aumentam o conforto e aceleram o retorno à rotina.

A cicatriz muda o corpo?

A cicatrização acontece por dentro e por fora, e o corpo leva um tempo para se adaptar a essas mudanças. Algumas mulheres relatam um leve engrossamento na região dos pontos ou sensação de repuxo, principalmente nos primeiros meses. Outras nem percebem diferença.

Com o tempo, a pele tende a voltar ao normal. Em casos mais delicados, como quando a cicatriz forma uma fibrose (tecido endurecido), a fisioterapia pélvica pode ajudar muito, inclusive na retomada da vida sexual com conforto.

Emoções também cicatrizam

O pós-parto é um período de fragilidade, não só física, mas emocional. Muitas mulheres sentem culpa por estarem com dor, por acharem que “não estão dando conta” ou por não conseguirem se recuperar tão rápido quanto imaginavam. Isso tudo é comum e passa.

Se você está insegura, você pode buscar ajuda. Fale com outras mulheres, com seu médico, com profissionais da área da saúde mental. A sua dor importa. A sua recuperação importa. Seu bem-estar é parte essencial desse novo capítulo que se abre com a chegada do seu bebê.

Os pontos caem, a força fica

Saber que os pontos do parto normal caem sozinhos é reconfortante, mas mais importante ainda é entender que o seu corpo é sábio. Ele gestou, pariu e agora está se reconstruindo. Esse processo não é só físico: é emocional, simbólico, profundo.

Você não está sozinha. Se algo parecer fora do esperado, fale com o profissional que te acompanhou ou procure uma unidade de saúde. E, se tudo estiver indo bem, respire fundo e celebre cada pequena conquista dessa recuperação.

Você é forte. E tudo que é seu, inclusive o seu corpo, merece tempo, cuidado e respeito.

 

Referências bibliográficas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG). Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG investiga impactos da episiotomia na qualidade de vida pós-parto. Faculdade de Medicina da UFMG, 2023. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/pesquisa-da-faculdade-de-medicina-da-ufmg-investiga-impactos-da-episiotomia-na-qualidade-de-vida-pos-parto/ . Acesso em: 21 ago. 2025.

COCHRANE. Uso seletivo versus rotineiro da episiotomia no parto vaginal. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2021. Disponível em: https://www.cochrane.org/pt/evidence/CD000081_selective-versus-routine-use-episiotomy-vaginal-birth . Acesso em: 21 ago. 2025.

FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Recomendações FEBRASGO – Parte II: Episiotomia. FEBRASGO, 2022. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/715-recomendacoes-febrasgo-parte-ii-episiotomia . Acesso em: 21 ago. 2025.

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