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O que tomar para engravidar? Conheça as principais recomendações

Ácido fólico, coenzima Q10 e nutrição balanceada: saiba quais estratégias têm comprovação científica para ajudar na concepção e na saúde do bebê.

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O desejo de ter um filho é comum, mas o caminho para a gravidez nem sempre é rápido. Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2023, cerca de 17,5% da população adulta (o que equivale a aproximadamente 1 em cada 6) é afetada pela infertilidade.

Essa dificuldade não é apenas sobre tratamentos complexos. Muitas vezes, ela começa antes da mulher engravidar. É aqui que a suplementação estratégica e as mudanças de estilo de vida entram em jogo. O que realmente funciona?

O que tomar para engravidar? Conheça as opções com maior evidência

É fundamental entender que a suplementação não substitui o acompanhamento com um médico especialista (ginecologista ou especialista em Reprodução Humana), que deve diagnosticar e indicar as doses corretas.

Ácido Fólico

ácido fólico (ou folato, sua forma natural) não é apenas um "reforço" para a gravidez; ele é mandatório antes da concepção.

Sua função principal é prevenir malformações graves no bebê, como a Anencefalia e a Espinha Bífida, que são defeitos no desenvolvimento do tubo neural (a estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal).

O Protocolo da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrıcia) de 2021 recomenda que mulheres com risco habitual iniciem a suplementação com 400 microgramas (mcg) por dia (podendo variar a dose conforme o histórico médico), começando pelo menos 1 mês antes da concepção e mantendo até o final do primeiro trimestre de gestação.

Coenzima Q10 (CoQ10)

A CoQ10 é um poderoso antioxidante naturalmente presente nas células, fundamental para a produção de energia nas mitocôndrias.

A qualidade do óvulo diminui com a idade. Uma revisão sistemática e meta-análise de 2020 sugere que a suplementação de CoQ10 pode melhorar a qualidade dos óvulos e aumentar a taxa de embriões de alta qualidade em tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV), especialmente em pacientes com baixa reserva ovariana.

Vitamina D e outros micronutrientes

A Vitamina D e outros antioxidantes como o Zinco e o Selênio são frequentemente investigados.

Embora deficiências desses nutrientes possam prejudicar a saúde reprodutiva, a American Society for Reproductive Medicine (ASRM) afirma que, de modo geral, não há evidências robustas de que a suplementação isolada (além do ácido fólico) melhora a fertilidade em mulheres sem disfunção ovulatória.

suplementação de vitaminas, principalmente para tentantes, deve ser orientada por exames que comprovem a deficiência (CHAVARRO et al., 2018).

Principais recomendações de hábitos e alimentação para engravidar

Segundo a ASRM (2022), as modificações dietéticas e de estilo de vida são intervenções de primeira linha para otimizar a fertilidade natural.

  • Dieta Pró-Fertilidade: Padrões dietéticos ricos em vegetais, grãos integrais, ácidos graxos ômega 3 e proteínas vegetais têm sido consistentemente associados a melhores resultados de gravidez, tanto na concepção natural quanto na FIV (SALEH et al., 2022). 
  • O padrão mais estudado e recomendado, dentre outras formas de alimentação na gravidez, é o tipo Dieta Mediterrânea, que é rico em antioxidantes e pobre em gorduras trans e carboidratos refinados.
  • Controle Glicêmico e Inflamação: O consumo excessivo de açúcar e carboidratos refinados pode levar à resistência à insulina e inflamação, prejudicando a ovulação e a qualidade dos óvulos.

Modificações Cruciais no Estilo de Vida (ASRM)

  • Peso Corporal: O sobrepeso e a obesidade, assim como o baixo peso extremo, desregulam os hormônios. O controle de peso tem sido associado à melhora da ovulação em mulheres com anovulação crônica.
  • Abandono de Hábitos Nocivos:tabagismo e o consumo de álcool afetam negativamente a qualidade dos óvulos, do sêmen e aumentam o risco de abortamento precoce. A suspensão dessas substâncias é uma das ações mais importantes na fase de pré-concepção.
  • Atividade Física: A prática moderada e regular é benéfica, mas a atividade física extenuante e excessiva pode prejudicar a fertilidade.

Em resumo, enquanto a suplementação de ácido fólico é protetora e obrigatória, a maior parte da otimização da fertilidade se dá através do estilo de vida e do acompanhamento médico individualizado.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

OPAS/OMS, Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde. OMS alerta que 1 em cada 6 pessoas é afetada pela infertilidade em todo o mundo. Portal OPAS/OMS, 2023. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/4-4-2023-oms-alerta-que-1-em-cada-6-pessoas-e-afetada-pela-infertilidade-em-todo-mundo. Acesso em: Out. 2025.

FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Protocolo FEBRASGO N∘35 - Prevenção dos defeitos abertos do tubo neural. São Paulo: FEBRASGO, 2021. Disponível em: https://sogirgs.org.br/area-do-associado/Prevencao-dos-defeitos-abertos-do-tubo-neural-2021.pdf. Acesso em: Out. 2025.

FLOROU, P. et al. Does coenzyme Q10 supplementation improve fertility outcomes in women undergoing assisted reproductive technology procedures? A systematic review and meta-analysis of randomized-controlled trials. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, v. 37, n. 10, p. 2383-2394, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32767206/. Acesso em: Out. 2025.

ASRM, American Society for Reproductive Medicine. Optimizing natural fertility: a committee opinion. Fertility and Sterility, v. 117, n. 2, p. 236-248, 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34815068/. Acesso em: Out. 2025.

SALEH, R. A. et al. The Effect of Dietary Patterns on Clinical Pregnancy and Live Birth Outcomes in Men and Women Receiving Assisted Reproductive Technologies: A Systematic Review and Meta-Analysis. Advances in Nutrition, v. 13, n. 3, p. 857-874, 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35293975/. Acesso em: Out. 2025.

CHAVARRO, J. E.; KIM, K. Diet and fertility: a review. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 218, n. 4, p. 379-389, 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28844822/. Acesso em: Out. 2025.

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