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Gestante pode tomar paracetamol? Entenda o medicamento e se há relação com autismo

Saiba porque o paracetamol é o analgésico de primeira escolha para grávidas, e o que a ciência diz sobre a relação do princípio ativo com o autismo.

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A dúvida sobre a segurança de alguns medicamentos é natural para qualquer gestante. E o uso do paracetamol tem sido um assunto, especialmente por alegações de que o medicamento poderia estar ligado ao autismo.

Diante dessas informações, a ciência e o consenso médico são essenciais para um esclarecimento objetivo. Acompanhe o artigo para entender o que a comunidade médica fala sobre o uso do paracetamol durante a gestação, e qual a relação do medicamento com o autismo.

O que é o paracetamol e para que serve?

O paracetamol é um dos medicamentos mais conhecidos e usados no mundo. Você, por exemplo, provavelmente deve ter na sua casa. Ele tem duas funções principais: aliviar a dor e baixar a febre. É o que os médicos chamam de analgésico e antitérmico.

Ele age como um "bloqueador" de dor. Quando você tem um mal-estar ou dor de cabeça, o seu corpo envia sinais de alerta para o cérebro. O paracetamol entra em ação para diminuir a intensidade desses sinais, fazendo com que você sinta alívio. Com a febre, ele age de forma parecida, ajudando o corpo a voltar à sua temperatura normal.

Gestante pode tomar paracetamol? Entenda o que dizem os especialistas

A comunidade médica considera o paracetamol o medicamento mais seguro e de primeira escolha para o alívio de dores e febre na gestação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outras autoridades de saúde globalmente não contraindicam o seu uso, desde que com moderação e sob supervisão médica.

A razão para essa recomendação é simples: o paracetamol, em doses adequadas, é uma das poucas opções que não apresenta riscos graves e comprovados ao feto. O ibuprofeno e a aspirina, por exemplo, são evitados em fases da gestação por poderem causar complicações, além de outros cuidados essenciais que a grávida precisa ter durante esse período.

Além disso, a febre alta durante a gravidez, se não tratada, representa um risco maior e comprovado para o desenvolvimento do bebê, podendo causar problemas neurológicos.

Paracetamol e autismo: o que a ciência diz sobre essa correlação?

O debate sobre a relação entre o paracetamol e o autismo se baseia em estudos observacionais. Um dos mais relevantes, publicado no jornal médico JAMA, analisou dados de mais de 2,4 milhões de crianças na Suécia.

O estudo encontrou uma associação entre o uso de paracetamol pela mãe durante a gestação e o diagnóstico posterior de transtorno do neurodesenvolvimento em seus filhos.

É crucial entender a diferença entre associaçãocausalidade. Uma associação significa que dois eventos ocorreram ao mesmo tempo, mas não que um causou o outro. A relação pode ser influenciada por outros fatores, como doenças maternas, predisposição genética ou o motivo pelo qual a gestante tomou o medicamento.

O consenso da comunidade médica continua inalterado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que as evidências de uma ligação são inconsistentes, e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reafirma que o medicamento é seguro para uso durante a gravidez.

Paracetamol na gravidez: recomendações para um uso seguro

O consenso atual, tanto no Brasil quanto no exterior, é de que a gestante pode usar o paracetamol, mas sempre com cautela. Siga as orientações abaixo para garantir a sua segurança e a do bebê:

  • Siga a orientação médica: nunca se automedique. Antes de tomar qualquer remédio, converse com seu médico, que poderá avaliar os riscos e benefícios para o seu caso específico;
  • Use a menor dose eficaz: não exceda a dose recomendada na bula ou a indicada pelo seu médico;
  • Use pelo menor tempo possível: o uso deve ser pontual, apenas para tratar a dor ou a febre, e não de forma contínua;
  • Cuidado com outros medicamentos: verifique se outros remédios que você está tomando (como antigripais) contêm paracetamol para evitar a superdosagem.

Usar medicamentos durante a gravidez exige conhecimento e responsabilidade

O debate sobre o paracetamol e o autismo pode continuar, mas as evidências científicas não suportam a alegação de uma relação de causa e efeito. O consenso da comunidade médica é de que o paracetamol continua sendo a melhor e mais segura opção para gestantes.

O mais importante é que o médico receite com responsabilidade, e a gestante utilize com consciência e cuidado, de forma a ter uma gestação segura e atenta a qualquer sinal, caso a gravidez não ocorra bem.

O conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

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Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. USO DO PARACETAMOL DURANTE A GRAVIDEZ E O DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO INFANTIL. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/download/4205/4231/9195. Acesso em: 23 set. 2025.

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