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Gestante pode comer camarão? Saiba os benefícios e o que você não pode comer

Este fruto do mar contém Ômega-3, Iodo e Colina, nutrientes essenciais para o desenvolvimento do cérebro do bebê.

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A alimentação durante a gestação precisa ser feita com muito cuidado e responsabilidade. É por isso que surgem muitas dúvidas sobre se é seguro consumir frutos do mar.

Entre eles, o camarão frequentemente gera incerteza. Não só pelo medo de alergias como também pelo risco de contaminações para a mãe e para o bebê. Mas afinal, gestante pode comer camarão?

Você pode ficar tranquila! Com os devidos cuidados no preparo, o consumo não só é permitido como também recomendado.

O camarão é um alimento seguro e traz grandes benefícios à saúde da mãe e do bebê. É uma excelente fonte de proteínas e nutrientes essenciais. No entanto, o consumo exige cuidados muito rigorosos, pois o risco está no preparo.

Entenda melhor a seguir quais são os benefícios do camarão na gravidez, como prepará-lo da forma mais segura e quais outros frutos do mar você deve evitar.

Cuidados e recomendações ao comer camarão

O consumo de camarão na gestação é, em geral, liberado e recomendado pelos seus benefícios nutricionais. Mas deve ser sempre validado pelo seu médico ou nutricionista.

Seu consumo exige atenção máxima ao preparo, devendo o camarão ser sempre bem cozido para garantir a eliminação completa de qualquer microrganismo ou parasita que possa estar presente.

As principais recomendações e cuidados são:

Cozinhe bem o camarão antes de consumi-lo

O camarão e todos os frutos do mar precisam estar muito bem cozidos, atingindo uma temperatura interna que garanta a eliminação de bactérias. O camarão cru, como em sushis, sashimis ou ceviches, é contraindicado na gestação.

O camarão precisa estar devidamente higienizado

Certifique-se de que o camarão foi comprado de fornecedores confiáveis e higienizado corretamente. Evite consumir o produto se tiver dúvidas sobre sua procedência e manuseio.

Modere no consumo do camarão

O consumo é seguro, mas deve ser moderado. De acordo com o Ministério Público da União (2023), o consumo de peixes e frutos do mar com baixo teor de mercúrio, como o camarão, está liberado. O ideal é em torno de duas refeições na semana.

É comum também a dúvida se há diferença entre os tipos de preparo. Não há uma diferença de segurança entre comer camarão cozido, refogado ou frito. Em todos os casos, ele precisa estar completamente cozido por dentro.

O camarão frito deve ser consumido com moderação apenas pela quantidade de gordura adicionada à dieta (Ministério da Saúde, 2014).

Benefícios do camarão na gravidez

O camarão é considerado um dos frutos do mar mais seguros, pois possui baixo teor de mercúrio. É muito rico em nutrientes essenciais. O consumo traz benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê.

O camarão é uma fonte importante de Ômega-3, principalmente o DHA (ácido docosa-hexaenoico). O Ômega-3 é essencial para o desenvolvimento do sistema neurológico e da retina do feto. O consumo adequado ajuda a reduzir o risco de parto prematuro e contribui para um peso saudável ao nascer.

Outros nutrientes presentes no camarão são o Iodo e a Colina. O Iodo é fundamental para a produção dos hormônios da tireoide, que regulam o metabolismo da mãe e são críticos para o desenvolvimento cerebral do bebê.

A Colina é um nutriente chave que ajuda na formação do tubo neural, a estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal (Ministério Público da União, 2023).

O camarão também é rico em proteínas magras, que são a base para a construção dos tecidos do bebê. O Selênio, um mineral presente e que age como antioxidante, fortalece a imunidade da mãe (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, 2025).

Leia também: Grávida pode tomar limão? Dicas de consumo e orientações durante a gravidez

Outros frutos do mar liberados para gestante

Além do camarão, diversos peixes e frutos do mar podem ser consumidos e são considerados saudáveis para a gestante. A cautela está em sempre cozinhá-los ou assá-los muito bem, e comer de forma moderada.

Os frutos do mar com baixo teor de mercúrio e que podem ser consumidos incluem:

  • Salmão;
  • Sardinha;
  • Tilápia;
  • Truta;
  • Linguado;
  • Pescada;

Ostras, mariscos e mexilhões também podem ser consumidos, mas somente se estiverem muito bem cozidos e com procedência garantida. O consumo desses alimentos fornece Ômega-3 e proteínas, sendo ótimas alternativas para variar a dieta da gestante.

O ideal é que você converse com seu médico e nutricionista para seguir um plano de alimentação na gestação de forma segura e personalizada.

Quais frutos do mar a grávida não pode comer?

Existem determinados alimentos que são proibidos ou contraindicados na gravidez. No que diz respeito aos frutos do mar, a principal restrição está relacionada ao teor de mercúrio. O mercúrio é um metal pesado que, em excesso, pode atravessar a placenta e causar sérios danos ao desenvolvimento neurológico do feto.

Os frutos do mar com alto teor de mercúrio que devem ser totalmente evitados na gestação incluem (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2017):

  • Peixe-espada;
  • Cação (que é um tipo de tubarão);
  • Cavala;
  • Marlim.

É fundamental evitar o consumo de peixes predadores grandes, pois eles se alimentam de peixes menores e acumulam uma concentração maior desse metal. O atum, por exemplo, deve ter seu consumo limitado.

Riscos de comer frutos do mar na gravidez

O principal risco do consumo de frutos do mar durante a gestação não é o alimento em si, mas sim a possibilidade de contaminação por microrganismos.

O consumo de qualquer fruto do mar cru ou mal cozido (como sushi, ostras cruas, ou ceviche) expõe a gestante a bactérias e parasitas (Ministério Público da União, 2023).

Os riscos mais graves são:

  • Listeriose: é uma infecção causada pela bactéria Listeria monocytogenes. Esta bactéria pode causar sintomas leves na mãe, mas é devastadora para o feto. Pode levar ao aborto espontâneo, ao parto prematuro e até à morte do bebê;
  • Salmonelose: infecção causada pela bactéria Salmonella, que provoca diarreia e vômitos intensos. Pode levar a quadros de desidratação que podem afetar o bem-estar fetal, sendo as gestantes um grupo de maior sensibilidade à infecção (Ministério da Saúde, s.d.).

Por isso, a regra de ouro é: cozinhe bem todos os frutos do mar e evite qualquer alimento de origem duvidosa.

Atenção aos sintomas de infecção por frutos do mar

A infecção alimentar na gravidez exige atenção imediata. Os sintomas de contaminação por bactérias, como a Listeria ou a Salmonella, costumam aparecer horas ou dias após a ingestão do alimento contaminado.

Fique atenta aos seguintes sinais:

  • Diarreia intensa e persistente;
  • Vômitos frequentes;
  • Febre alta;
  • Dores abdominais fortes;
  • Dor de cabeça e rigidez no pescoço.

Na presença de qualquer um desses sintomas, é fundamental que a gestante procure um serviço de emergência ou seu médico obstetra imediatamente. O diagnóstico e o tratamento rápidos são cruciais para evitar que a infecção passe para o feto e cause complicações mais sérias.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Cartilha Semana do Peixe: Orientações para consumo seguro. 2017. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/manuais-guias-e-orientacoes/cartilha-semana-do-peixe.pdf/view. Acesso em: 22 out. 2025.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (FEBRASGO). Nutrição na gravidez. 2025. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZn2ZdeZ2025.pdf. Acesso em: 22 out. 2025.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Guia Alimentar para a População Brasileira. 2a ed. Brasília, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 22 out. 2025.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Salmonella (Salmonelose). [S.l.]: [s.n.], [s.d.]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/salmonella. Acesso em: 22 out. 2025.

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU). Guia Prático da Alimentação na Gestação. 1a ed. Brasília, 2023. Disponível em: https://saude.mpu.mp.br/noticias/guia-pratico-da-alimentacao-na-gestacao. Acesso em: 22 out. 2025.

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