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Efeitos colaterais do whey protein: mitos, verdades e como evitar

Saiba quais são os principais riscos associados ao consumo inadequado deste suplemento e como garantir um uso seguro e benéfico para sua saúde.

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Você está na academia, termina um treino intenso e ouve a conversa ao lado: todos discutem qual o melhor whey protein para "crescer". A popularidade do suplemento é inegável, mas junto com ela surgem dúvidas e receios. Será que ele faz mal? Quais os verdadeiros riscos por trás da promessa de músculos?

O whey protein é um suplemento alimentar de alta qualidade proteica, extraído do soro do leite durante o processo de fabricação do queijo. Sua fama se deve principalmente à sua rica composição de aminoácidos essenciais, que são rapidamente absorvidos pelo corpo.

Essa característica o torna um aliado para a recuperação muscular após o exercício físico, auxiliando no ganho de massa magra. Além disso, pode ser utilizado para complementar a ingestão de proteínas em dietas específicas, inclusive para idosos que precisam combater a perda de massa muscular (sarcopenia).

Quais são os efeitos colaterais mais comuns do whey protein?

A maioria das pessoas saudáveis tolera bem o whey protein quando consumido nas quantidades adequadas. No entanto, alguns efeitos adversos podem ocorrer, geralmente associados ao consumo excessivo ou a condições individuais de saúde.

Desconforto gastrointestinal: gases, inchaço e diarreia

Este é o grupo de efeitos mais relatado. A causa principal é a lactose, o açúcar do leite, presente em maiores quantidades no whey protein concentrado. Pessoas com algum grau de intolerância à lactose podem sentir sintomas como:

  • Excesso de gases;
  • Sensação de estufamento ou inchaço abdominal;
  • Cólicas;
  • Diarreia.

Para esses casos, versões como o whey protein isolado ou hidrolisado, que contêm pouca ou nenhuma lactose, costumam ser mais bem toleradas.

Reações cutâneas como a acne

Alguns estudos sugerem uma ligação entre o consumo de laticínios, incluindo o whey, e o aparecimento ou piora da acne. Acredita-se que o suplemento possa aumentar os níveis de certos hormônios, como o IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina 1), que estimula a produção de sebo pelas glândulas da pele, favorecendo o surgimento de espinhas.

Ganho de peso indesejado

Embora seja usado para ganho de massa magra, o whey protein contém calorias. Se o consumo do suplemento não estiver alinhado a uma rotina de exercícios e a uma dieta equilibrada, o excesso calórico será armazenado pelo corpo na forma de gordura, resultando em aumento de peso.

O consumo de whey protein pode sobrecarregar os rins e o fígado?

Essa é uma das maiores preocupações de quem consome o suplemento. Para indivíduos saudáveis e sem doenças preexistentes, o consumo de whey protein nas doses recomendadas geralmente não causa danos severos aos rins ou ao fígado. No entanto, pesquisas indicam que, em humanos, doses elevadas do suplemento podem aumentar a taxa de filtração renal e a eliminação de cálcio na urina. Além disso, estudos que analisaram a suplementação de whey protein em dietas controladas observaram um aumento nos índices de dano hepático.

O alerta existe para pessoas que já possuem alguma condição, como doença renal crônica ou insuficiência hepática. Nesses casos, uma dieta com alto teor de proteína pode, de fato, sobrecarregar esses órgãos, que já trabalham com dificuldade para filtrar e metabolizar as substâncias do corpo. Portanto, o risco não está no whey em si, mas na combinação de alto consumo proteico com uma condição de saúde prévia.

Quem deve ter cuidado extra ao consumir whey protein?

Apesar de ser considerado seguro para a maioria, alguns grupos precisam de atenção redobrada antes de iniciar o uso do suplemento. A avaliação profissional é indispensável para:

  • Pessoas com alergia à proteína do leite: Diferente da intolerância à lactose, a alergia é uma reação do sistema imunológico. Componentes como a beta-lactoglobulina (β-LG) e a alfa-lactoalbumina (α-LA) são os principais alérgenos do leite e podem desencadear essas reações. A alergia ao whey protein, mais comum em bebês, pode causar problemas gastrointestinais e de pele, e em casos extremos, levar a reações graves como choque anafilático.
  • Indivíduos com doenças renais ou hepáticas: Como mencionado, a capacidade de metabolizar o excesso de proteína está comprometida, exigindo controle rigoroso da dieta.
  • Gestantes e lactantes: Não há estudos suficientes que garantam a segurança do uso de suplementos nessa fase. A recomendação é sempre seguir a orientação médica.

Como consumir whey protein de forma segura para evitar efeitos adversos?

Minimizar os riscos é possível com um consumo consciente e orientado. A chave é o equilíbrio e a individualização.

Primeiramente, consulte um médico ou nutricionista. Apenas um profissional pode avaliar sua saúde, seus objetivos e sua dieta para determinar se a suplementação é necessária e qual a quantidade ideal para você. Evite seguir recomendações de amigos ou de fontes não qualificadas.

Além disso, a hidratação é crucial. Beber bastante água ao longo do dia ajuda os rins a processar os subprodutos do metabolismo das proteínas. Se você tem sensibilidade à lactose, opte pelas versões isoladas ou hidrolisadas do suplemento.

Quando é hora de procurar um médico ou nutricionista?

É importante buscar orientação profissional antes de iniciar o uso de qualquer suplemento. Se você já consome whey protein e apresenta sintomas persistentes como desconforto digestivo, alterações na pele ou qualquer outra reação adversa, interrompa o uso e agende uma consulta.

A automedicação ou a suplementação sem critério podem mascarar problemas de saúde ou até mesmo agravá-los. O acompanhamento garante que seus objetivos estéticos ou de performance não coloquem sua saúde em risco.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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