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Dor abaixo do umbigo pode ser sinal de gravidez? Saiba como diferenciar o tipo de dor

Entenda a relação entre o incômodo na região pélvica e a gestação, aprenda a diferenciar de outras condições e saiba quando é hora de procurar um médico.

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Uma pontada sutil, um incômodo persistente logo ali, abaixo da linha do umbigo. Se você está tentando engravidar ou tem vida sexual ativa, a primeira pergunta que surge na mente é quase inevitável: será um sinal de gravidez?

Essa dúvida é extremamente comum nos consultórios ginecológicos e em buscas na internet. A resposta curta é: sim, a dor abaixo do umbigo pode ser um dos primeiros sinais de uma gestação. 

Vale ressaltar que a dor abaixo do umbigo, muitas vezes sentida como cólica, é um sintoma comum em pessoas com sistema reprodutor feminino e pode estar associada a fatores como menstruação ou dor durante as relações sexuais. Contudo, ela está longe de ser um sintoma exclusivo, o que exige atenção a outros sinais do corpo.

A dor pélvica no início da gestação é normal?

Sentir um leve desconforto na região pélvica, também chamada de "baixo ventre" ou "pé da barriga", é considerado normal nas fases iniciais da gravidez. De fato, aproximadamente um quarto das mulheres grávidas pode experimentar dor nessa região, um desconforto que pode ser sentido abaixo do umbigo e, por vezes, afetar as atividades diárias. Essa dor tende a ser mais intensa em gestantes que apresentam maior mobilidade nas articulações e sobrepeso. Isso ocorre principalmente por duas razões fisiológicas que marcam o começo de uma nova vida.

A dor da nidação: o primeiro sinal

Cerca de 6 a 12 dias após a fecundação, o óvulo fertilizado se fixa na parede do útero, em um processo chamado nidação. Essa implantação pode causar cólicas leves e, por vezes, um discreto sangramento rosado ou marrom, conhecido como sangramento de nidação.

Essa dor é frequentemente confundida com uma cólica menstrual fraca, mas costuma ser menos intensa e durar menos tempo, de um a três dias.

As mudanças no útero e ligamentos

Desde as primeiras semanas, o corpo já começa a se transformar para acomodar o bebê. O útero inicia um processo de expansão, e os ligamentos que o sustentam começam a se esticar. Esse estiramento, chamado de dor no ligamento redondo, pode causar pontadas ou uma dor surda na parte inferior do abdômen, que pode se intensificar com movimentos bruscos, como tossir ou levantar-se rapidamente.

Como saber se a dor abaixo do umbigo é gravidez?

Como a dor pélvica isoladamente não confirma uma gravidez, é fundamental observar o conjunto de sinais que o corpo apresenta. A presença de outros sintomas precoces aumenta a probabilidade de uma gestação.

Fique atenta se a dor vier acompanhada de:

  • Atraso menstrual: o sinal mais clássico e confiável de uma possível gravidez.
  • Sensibilidade e inchaço nos seios: as mamas podem ficar doloridas ao toque devido às alterações hormonais.
  • Náuseas e vômitos: os famosos enjoos matinais, que podem ocorrer a qualquer hora do dia.
  • Cansaço excessivo: uma fadiga incomum, mesmo sem esforço físico, é muito comum no primeiro trimestre.
  • Aumento da frequência urinária: a vontade de ir ao banheiro se torna mais constante.
  • Alterações de humor: a flutuação hormonal pode causar irritabilidade ou sensibilidade emocional.

Na presença de alguns desses sintomas combinados com a dor pélvica e o atraso menstrual, a realização de um teste de gravidez é o próximo passo recomendado.

Quais outras condições podem causar dor nesta região?

É importante lembrar que o abdômen inferior abriga diversos órgãos dos sistemas reprodutor, urinário e digestivo. Portanto, muitas outras condições podem gerar dor abaixo do umbigo. Conhecer as alternativas é essencial para um diagnóstico correto.

Causas ginecológicas comuns

  • Cólica menstrual (dismenorreia): dor pélvica cíclica que ocorre antes ou durante a menstruação.
  • Ovulação: algumas mulheres sentem uma dor leve e pontual no meio do ciclo, conhecida como "dor do meio" (mittelschmerz).
  • Endometriose: condição em que o tecido que reveste o útero cresce fora dele, causando dor crônica, principalmente durante a menstruação. Dores crônicas abaixo do umbigo podem ser um sintoma dessa condição inflamatória, que afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil.
  • Doença inflamatória pélvica (DIP): infecção dos órgãos reprodutivos que pode causar dor, febre e corrimento.
  • Cistos ovarianos: bolsas cheias de líquido que se formam nos ovários e podem causar dor se romperem ou torcerem.

É importante considerar que, em mulheres, uma sensibilidade elevada a estímulos diversos, como luz, som ou até mesmo variações de temperatura, pode estar associada a um risco maior de desenvolver dor pélvica crônica ao longo do tempo.

Causas gastrointestinais e urinárias

  • Infecção urinária (cistite): causa dor abaixo do umbigo, ardência ao urinar e aumento da frequência urinária.
  • Gases e constipação: o acúmulo de gases ou a dificuldade para evacuar podem causar um desconforto significativo no baixo ventre.
  • Apendicite: inflamação do apêndice que geralmente começa com uma dor ao redor do umbigo e migra para o lado inferior direito do abdômen, exigindo atenção médica de emergência.
  • Síndrome do intestino irritável (SII): condição crônica que afeta o intestino grosso, causando cólicas, inchaço e alterações no hábito intestinal.

Quando a dor abaixo do umbigo é um sinal de alerta?

Embora a dor leve seja comum, certos sinais indicam que algo pode não estar bem, seja em uma gravidez ou em outra condição. Procure atendimento médico imediato se a dor for:

  • Intensa, súbita ou persistente: uma dor que não melhora ou que incapacita suas atividades diárias.
  • Acompanhada de sangramento vaginal: especialmente se o fluxo for vivo e intenso.
  • Associada a febre ou calafrios: pode ser um sinal de infecção.
  • Acompanhada de tontura, desmaio ou dor no ombro: podem ser sintomas de uma gravidez ectópica (fora do útero), uma emergência médica.
  • Junto com náuseas e vômitos intensos ou dificuldade para urinar.

O que fazer ao sentir essa dor?

Ao sentir um desconforto leve abaixo do umbigo e suspeitar de gravidez, o primeiro passo é observar o corpo e aguardar o período menstrual. Se houver atraso, um teste de farmácia pode oferecer uma resposta inicial. Contudo, independentemente do resultado, a consulta com um ginecologista é indispensável.

Apenas um profissional de saúde pode realizar o diagnóstico correto por meio de exames clínicos e, se necessário, de imagem, como o ultrassom. A avaliação médica garante que você receba a orientação adequada, seja para iniciar o pré-natal ou para tratar qualquer outra condição identificada.

Nunca se automedique. O uso de medicamentos sem prescrição pode mascarar sintomas importantes ou ser prejudicial, especialmente durante uma gestação.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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