05/09/2025
Revisado em: 05/09/2025
Uma abordagem alimentar que restringe carboidratos pode, sim, levar à perda de peso, mas exige atenção à qualidade dos alimentos e orientação.
Você se olha no espelho e aquela calça jeans que servia há alguns meses insiste em não fechar. A cena é familiar para muitas pessoas que buscam alternativas para perder peso, e a dieta low carb frequentemente surge como uma solução popular. Mas ela realmente funciona de forma sustentável e segura?
A dieta low carb, ou de baixo carboidrato, é uma estratégia nutricional que propõe uma redução significativa na ingestão de alimentos ricos nesse macronutriente, como pães, massas, arroz e açúcares. A proposta é que o consumo de carboidratos não ultrapasse cerca de 40% das calorias diárias totais, embora algumas versões mais restritivas possam sugerir valores ainda menores.
Em seu lugar, aumenta-se o consumo de alimentos fonte de proteínas, como carnes e ovos, e de gorduras, preferencialmente as saudáveis, encontradas em abacate, castanhas e azeite de oliva. Vegetais com baixo teor de amido, como brócolis e folhas verdes, são a base para garantir o aporte de fibras e micronutrientes.
Quando consumimos carboidratos, eles são convertidos em glicose no sangue. Para controlar essa glicose, o pâncreas libera insulina, um hormônio que, entre outras funções, facilita o armazenamento de energia na forma de gordura. Ao reduzir a ingestão de carboidratos, os níveis de insulina tendem a diminuir. Com menos insulina circulando, o corpo é incentivado a buscar outras fontes de energia. Ele passa a quebrar as reservas de gordura para obter combustível, um processo metabólico que favorece a perda de peso.
Uma dieta com restrição de carboidratos também ajuda o corpo a diminuir a produção de gordura no fígado e a aumentar a queima de gordura para obter energia. Esse processo pode levar à redução da gordura corporal de forma eficiente.
O emagrecimento associado a uma dieta com restrição de carboidratos acontece por uma combinação de fatores fisiológicos. Não se trata apenas de cortar um grupo alimentar, mas de como o corpo reage a essa mudança.
Estudos indicam que dietas com restrição de carboidratos, sejam elas moderadas (que permitem entre 10% e 45% das calorias diárias vindas de carboidratos) ou mais baixas, podem ser eficazes na perda de peso para adultos com sobrepeso ou obesidade. Os resultados mais significativos geralmente são observados nos primeiros seis meses da dieta, com a redução sendo maior quanto mais carboidratos são cortados, especialmente quando há uma redução calórica geral.
Como mencionado, a redução na ingestão de carboidratos estabiliza os níveis de insulina. Níveis cronicamente elevados deste hormônio estão associados ao acúmulo de gordura corporal, especialmente na região abdominal. A modulação da insulina pode facilitar a mobilização e a queima dessas reservas de gordura.
Alimentos ricos em proteínas e gorduras promovem uma sensação de saciedade mais prolongada em comparação aos carboidratos refinados. Isso tende a levar a uma redução natural da ingestão calórica total ao longo do dia, pois a pessoa sente menos fome entre as refeições.
Nos primeiros dias de uma dieta low carb, é comum observar uma perda de peso rápida e expressiva. Grande parte desse resultado inicial se deve à eliminação de água. O corpo armazena carboidratos no fígado e nos músculos na forma de glicogênio, e cada grama de glicogênio retém cerca de 3 a 4 gramas de água. Ao depletar os estoques, o excesso de líquido é liberado.
Para seguir uma dieta low carb de forma saudável, é crucial focar na qualidade dos alimentos. Um estudo publicado pela Universidade Harvard sugere que dietas low carb baseadas em proteínas e gorduras vegetais de alta qualidade estão associadas a melhores resultados de perda de peso a longo prazo. A seguir, uma tabela simplificada para orientar as escolhas alimentares.
Grupos alimentares | Alimentos priorizados | Alimentos consumidos com moderação | Alimentos evitados |
Proteínas | Ovos, peixes (salmão, sardinha), frango, carnes magras | Carnes processadas (bacon, linguiça), queijos amarelos | Proteínas empanadas ou com molhos açucarados. |
Gorduras | Azeite de oliva extravirgem, abacate, oleaginosas (castanhas, nozes) | Manteiga, óleo de coco | Gorduras trans (margarina, frituras industriais) |
Vegetais | Folhas verdes, brócolis, couve-flor, abobrinha, berinjela, tomate | Cenoura, beterraba, abóbora | Batata, mandioca, milho |
Frutas | Frutas vermelhas (morango, mirtilo), limão | Coco, melão | Banana, manga, uva, frutas secas e sucos de fruta |
Carboidratos | Arroz integral, quinoa, batata-doce (em pequenas porções, dependendo do limite diário) | Açúcar, farinha branca (pães, massas, bolos), arroz branco, refrigerantes |
Embora eficaz para muitas pessoas, a dieta low carb não é uma abordagem universal e pode apresentar riscos se feita sem orientação. A restrição severa de um grupo alimentar tão importante exige supervisão de um médico ou nutricionista. Indivíduos com doenças renais, hepáticas, diabetes tipo 1 ou histórico de transtornos alimentares devem ter cautela redobrada. Além disso, atletas de alta performance, gestantes e lactantes possuem demandas energéticas específicas que podem não ser atendidas por este modelo alimentar.
No início da dieta, algumas pessoas podem experimentar efeitos colaterais temporários, conhecidos como "gripe low carb". Os sintomas incluem dor de cabeça, fadiga, náuseas e irritabilidade, que geralmente desaparecem conforme o corpo se adapta.
Para quem deseja adotar essa estratégia, o planejamento é a chave para o sucesso e a segurança. O primeiro passo é sempre procurar um profissional de saúde.
Em resumo, a dieta low carb pode ser uma ferramenta eficiente para o emagrecimento quando bem orientada. Seu sucesso depende menos da simples exclusão de carboidratos e mais da adoção de um padrão alimentar nutritivo, equilibrado e sustentável a longo prazo.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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