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Como evitar infecção urinária: hábitos de prevenção e cuidados diários

A infecção urinária é mais frequente entre mulheres e pode ser desencadeada por uma série de fatores. O tratamento geralmente é feito com a administração de antibióticos.

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Primeiro, começa com uma sensação de queimação ao fazer xixi ou até algumas dores. Depois, evolui para aquela urgência de ir ao banheiro, mesmo que você não tenha tomado tanto líquido. 

Muitas vezes, esses pequenos sinais passam despercebidos, mas podem indicar algo que requer a sua atenção: a infecção urinária. 

Quando não tratada a tempo, essa condição pode gerar diversas complicações, por isso é importante entender como evitar infecção urinária para que ela não progrida para algo mais grave.

Mesmo sendo uma condição comum, que afeta várias pessoas, ela é mais frequente em mulheres, principalmente as que estão em idade reprodutiva ou durante a menopausa. Alguns hábitos podem ajudar a desencadear essa condição, e os sintomas também variam de acordo com a gravidade do quadro.

Trouxemos algumas informações importantes sobre como evitar infecção urinária e quando é necessário buscar tratamento médico.

Qual o maior causador da infecção urinária?

Estima-se que pelo menos 30% das mulheres brasileiras venham a apresentar um quadro de infecção urinária ao longo da vida. A população feminina é 50 vezes mais suscetível que os homens a desenvolver essa doença.

A infecção urinária está mais ligada a mulheres em idade reprodutiva e com vida sexual ativa, mas também pode acontecer em mulheres idosas. Nessa população, a infecção urinária é mais provável devido à baixa do estrogênio, que atua como uma espécie de protetor contra essas infecções.

O maior causador da infecção urinária é a bactéria Escherichia coli, que acomete de 75% a 80% das infecções relatadas. Por outro lado, a presença da bactéria Staphylococcus saprophyticus e do fungo Enterococcus faecalis também pode desencadear a condição.

Outro fator que aumenta as chances de as mulheres desenvolverem algum episódio de infecção urinária é a própria anatomia feminina. A uretra feminina é menor em comparação à dos homens, cerca de 14 cm, e ainda está mais próxima ao ânus, o que aumenta as chances dos agentes infecciosos causarem a doença.

As alterações na flora vaginal, a gravidez, o diabetes, fatores genéticos e a má higiene também podem provocar a infecção urinária. Ficar muito tempo sem fazer xixi e até mesmo a prisão de ventre também podem ser gatilhos para uma infecção.

Como aumentar a imunidade contra infecção urinária?

A alimentação saudável joga um papel importante na nossa vida. Alimentar-se bem não só mantém nossa saúde em dia, mas contribui fortemente na prevenção de doenças.

Para aumentar a imunidade e evitar contrair a infecção urinária, tente consumir alimentos diuréticos, porque além de ajudar na produção de urina, também favorecem a eliminação de toxinas do organismo.

Algumas frutas, como o cranberry, possuem compostos que impedem as bactérias de se aderirem ao trato urinário, o que dificulta a infecção e colonização.

As que são ricas em água, além de hidratar o organismo, atuam no aumento da produção de urina, o que ajuda na eliminação das bactérias que estão no trato urinário. Se for possível, aumente o consumo de frutas como melancia e graviola, além de incluir o pepino em suas saladas.

O que fazer para evitar infecção urinária recorrente?

Ainda que você se alimente bem, é importante ter algumas medidas práticas e fazer algumas mudanças na sua rotina para evitar a infecção urinária recorrente.

Entre elas estão:

  • Não segurar por longos períodos o xixi. Se você estiver em um local público, sempre forre a tampa do vaso sanitário com papel higiênico;
  • Após ir ao banheiro, fazer a higienização com água e sabonete neutro, além de adquirir o hábito de se limpar da frente para trás, evitando que as bactérias do ânus entrem em contato com o canal vaginal;
  • Trocar os absorventes com frequência, principalmente os de uso interno. Quando eles ficam sujos, e entram em contato com as partes íntimas por longos períodos, possibilitam que as bactérias se desenvolvam.
  • Fazer xixi após as relações sexuais. Essa medida ajuda a limpar a uretra feminina, evitando que as bactérias avancem no trato urinário;
  • Consuma alimentos que são ricos em fibra para evitar a prisão de ventre, evitar rachaduras e até mesmo hemorroidas na região anal
  • Usar roupas íntimas de algodão mais soltas e confortáveis, evitando as mais justas e sintéticas, que ajudam na proliferação de bactérias.

Além dessas recomendações, é sempre importante manter uma rotina de check-up médico. Sempre faça o acompanhamento com o ginecologista para que o especialista consiga detectar outros quadros clínicos e sugerir o melhor tratamento.

Higiene íntima ajuda a prevenir infecção?

Por conta da uretra feminina ser mais curta que a masculina, a higiene íntima deve receber atenção redobrada.

Evite utilizar roupas íntimas muito apertadas, principalmente no verão. A chance de bactérias nocivas se proliferarem é alta. Dê preferência a roupas íntimas feitas de tecidos de algodão, que não sobreaquecem a região e são mais propícias à ventilação.

Depois de ir ao banheiro, mantenha tanto a vulva quanto o ânus sempre limpos, lavando ambas áreas com água e sabão, mas evite o excesso. A vulva feminina tem uma flora própria e lavar demais pode deixar a região vulnerável a infecções.

Se for possível, dê preferência aos coletores menstruais em vez dos absorventes internos. Caso não seja possível fazer essa mudança, lembre-se de trocar o absorvente interno e externo com frequência.

Beber água realmente faz diferença?

Talvez seja a principal dica, mas beber água não só evita a proliferação de bactérias nocivas, como também pode prevenir outros quadros.

A recomendação médica de ingerir pelo menos 2 litros de água diariamente, ajuda a expelir essas bactérias e outras impurezas da uretra, evita o surgimento de pedra nos rins e facilita a digestão. Lembra que é preciso evitar a prisão de ventre? Pois é.

Mas os benefícios não param por aí. Beber água também ajuda a:

  • Melhorar a aparência e a elasticidade da pele;
  • Fortalecer o sistema imunológico, já que facilita a circulação dos glóbulos brancos pelo sangue;
  • Pode aquecer ou resfriar seu corpo e controlar a temperatura corporal;
  • Desintoxicar o organismo, mantendo as linfas funcionando;
  • Combater o inchaço nos pés e pernas;
  • Ajudar a manter o foco e melhorar a memória (bem útil para quem estuda ou faz esforços cognitivos com frequência)
  • Lubrificar as articulações, evitando possíveis atritos.

Para extrair o máximo de benefícios, é preciso passar por uma avaliação médica, mas a recomendação geral tende a variar de 25 ml a 40 ml por cada quilo corporal para adultos. A quantidade exata para cada pessoa varia de acordo com o peso e a idade, além da época do ano e do próprio estado de saúde.

Se você é do time que se esquece de beber água durante o dia, uma dica simples e efetiva que ajuda na ingestão de água é ter uma garrafinha por perto. E se ainda é difícil tomar água pura, você também pode adicionar frutas, para deixar o gosto mais agradável.

Relações sexuais aumentam o risco de infecção?

As relações sexuais não são os únicos fatores que aumentam o risco, mas estão entre eles. É importante lembrar que a infecção urinária não tem reação direta com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

As infecções urinárias causadas pelas relações sexuais acontecem mais devido as condições anatômicas do corpo feminino: a uretra, além de ser mais curta, está mais perto do canal vaginal.

Durante a fricção do ato sexual, as bactérias da vagina podem entrar em contato com a bexiga, provocando a infecção, também conhecida como cistite. Outro fator são as relações sexuais com penetração anal e, depois, com penetração vaginal.

Esses quadros geralmente acontecem em mulheres que estão com alterações na flora vaginal e as causas para elas podem ser várias. O uso prolongado de antibióticos, a menopausa e até mesmo algum tipo de anomalia anatômica podem aumentar as chances de infecção.

Fazer xixi após as relações sexuais ajuda na eliminação das bactérias que possam ter entrado em contato com a uretra.

Infecção urinária pode ser assintomática?

O quadro, conhecido como bacteriúria assintomática, acontece geralmente quando mais bactérias do que o normal estão presentes na urina, mas a pessoa não relata sintomas físicos.

Esses casos são mais frequentes em pessoas que estão com cateteres na bexiga por muito tempo, possivelmente passando por algum tratamento ou quando o paciente não consegue fazer xixi sozinho.

Nesses casos, o tratamento deve ser feito levando em conta a condição do paciente.

Quando é necessário procurar o urologista?

Procure um médico se:

  • Aumentar a ardência e a frequência urinária;
  • Tiver dores na região inferior do abdômen ou nas costas;
  • Você detectar sangue na urina, ainda que seja em pequenas quantidades;
  • Há histórico de problemas renais ou de imunossupressão na família;
  • As infecções forem recorrentes, ou seja, se você tiver mais de três episódios de repetições em um ano.

Caso esses sintomas não cessem em 48 horas e se há febre, a recomendação é passar por um urologista, para investigar e iniciar o tratamento com antibióticos.

Quando não tratada a tempo, a infecção urinária pode evoluir para outros quadros mais complicados, como a pielonefrite, que é a infecção bacteriana que ataca os rins, ou até mesmo a sepse, quando a infecção é generalizada.

 

 

Bibliografia

SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA – SEÇÃO SÃO PAULO. Infecção urinária afeta 50% das mulheres e pode provocar riscos mais graves à saúde. SBU-SP, 2024. Disponível em: https://sbu-sp.org.br/publico/infeccao-urinaria-afeta-50-das-mulheres-e-pode-provocar-riscos-mais-graves-a-saude/. Acesso em: 25 jul. 2025.

 AGÊNCIA BRASIL. Saiba por que mulheres têm mais infecção urinária do que homens. Agência Brasil – Rádioagência Nacional, 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/saude/audio/2024-11/saiba-porque-mulheres-tem-mais-infeccao-urinaria-do-que-homens. Acesso em: 25 jul. 2025.

 SILVA, Camila da. Efeito da concentração de extrato de arando-vermelho (Vaccinium macrocarpon) sobre Escherichia coli. 2020. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/220473. Acesso em: 25 jul. 2025.

 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Alimentação saudável. OPAS/OMS, 2024. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/alimentacao-saudavel. Acesso em: 25 jul. 2025.

 MA HOSPITALAR. Cateter urinário: o que é, para que serve e cuidados. MA Hospitalar, 2024. Disponível em: https://mahospitalar.com.br/cateter-urinario/. Acesso em: 25 jul. 2025.

 MSD MANUAL. Bacteriúria assintomática. MSD Manuals – Versão para a Casa, 2024. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/infec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio-itus/bacteri%C3%BAria-assintom%C3%A1tica. Acesso em: 25 jul. 2025.

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