12/08/2025
Revisado em: 12/08/2025
A infecção urinária é mais frequente entre mulheres e pode ser desencadeada por uma série de fatores. O tratamento geralmente é feito com a administração de antibióticos.
Primeiro, começa com uma sensação de queimação ao fazer xixi ou até algumas dores. Depois, evolui para aquela urgência de ir ao banheiro, mesmo que você não tenha tomado tanto líquido.
Muitas vezes, esses pequenos sinais passam despercebidos, mas podem indicar algo que requer a sua atenção: a infecção urinária.
Quando não tratada a tempo, essa condição pode gerar diversas complicações, por isso é importante entender como evitar infecção urinária para que ela não progrida para algo mais grave.
Mesmo sendo uma condição comum, que afeta várias pessoas, ela é mais frequente em mulheres, principalmente as que estão em idade reprodutiva ou durante a menopausa. Alguns hábitos podem ajudar a desencadear essa condição, e os sintomas também variam de acordo com a gravidade do quadro.
Trouxemos algumas informações importantes sobre como evitar infecção urinária e quando é necessário buscar tratamento médico.
Estima-se que pelo menos 30% das mulheres brasileiras venham a apresentar um quadro de infecção urinária ao longo da vida. A população feminina é 50 vezes mais suscetível que os homens a desenvolver essa doença.
A infecção urinária está mais ligada a mulheres em idade reprodutiva e com vida sexual ativa, mas também pode acontecer em mulheres idosas. Nessa população, a infecção urinária é mais provável devido à baixa do estrogênio, que atua como uma espécie de protetor contra essas infecções.
O maior causador da infecção urinária é a bactéria Escherichia coli, que acomete de 75% a 80% das infecções relatadas. Por outro lado, a presença da bactéria Staphylococcus saprophyticus e do fungo Enterococcus faecalis também pode desencadear a condição.
Outro fator que aumenta as chances de as mulheres desenvolverem algum episódio de infecção urinária é a própria anatomia feminina. A uretra feminina é menor em comparação à dos homens, cerca de 14 cm, e ainda está mais próxima ao ânus, o que aumenta as chances dos agentes infecciosos causarem a doença.
As alterações na flora vaginal, a gravidez, o diabetes, fatores genéticos e a má higiene também podem provocar a infecção urinária. Ficar muito tempo sem fazer xixi e até mesmo a prisão de ventre também podem ser gatilhos para uma infecção.
A alimentação saudável joga um papel importante na nossa vida. Alimentar-se bem não só mantém nossa saúde em dia, mas contribui fortemente na prevenção de doenças.
Para aumentar a imunidade e evitar contrair a infecção urinária, tente consumir alimentos diuréticos, porque além de ajudar na produção de urina, também favorecem a eliminação de toxinas do organismo.
Algumas frutas, como o cranberry, possuem compostos que impedem as bactérias de se aderirem ao trato urinário, o que dificulta a infecção e colonização.
As que são ricas em água, além de hidratar o organismo, atuam no aumento da produção de urina, o que ajuda na eliminação das bactérias que estão no trato urinário. Se for possível, aumente o consumo de frutas como melancia e graviola, além de incluir o pepino em suas saladas.
Ainda que você se alimente bem, é importante ter algumas medidas práticas e fazer algumas mudanças na sua rotina para evitar a infecção urinária recorrente.
Entre elas estão:
Além dessas recomendações, é sempre importante manter uma rotina de check-up médico. Sempre faça o acompanhamento com o ginecologista para que o especialista consiga detectar outros quadros clínicos e sugerir o melhor tratamento.
Por conta da uretra feminina ser mais curta que a masculina, a higiene íntima deve receber atenção redobrada.
Evite utilizar roupas íntimas muito apertadas, principalmente no verão. A chance de bactérias nocivas se proliferarem é alta. Dê preferência a roupas íntimas feitas de tecidos de algodão, que não sobreaquecem a região e são mais propícias à ventilação.
Depois de ir ao banheiro, mantenha tanto a vulva quanto o ânus sempre limpos, lavando ambas áreas com água e sabão, mas evite o excesso. A vulva feminina tem uma flora própria e lavar demais pode deixar a região vulnerável a infecções.
Se for possível, dê preferência aos coletores menstruais em vez dos absorventes internos. Caso não seja possível fazer essa mudança, lembre-se de trocar o absorvente interno e externo com frequência.
Talvez seja a principal dica, mas beber água não só evita a proliferação de bactérias nocivas, como também pode prevenir outros quadros.
A recomendação médica de ingerir pelo menos 2 litros de água diariamente, ajuda a expelir essas bactérias e outras impurezas da uretra, evita o surgimento de pedra nos rins e facilita a digestão. Lembra que é preciso evitar a prisão de ventre? Pois é.
Mas os benefícios não param por aí. Beber água também ajuda a:
Para extrair o máximo de benefícios, é preciso passar por uma avaliação médica, mas a recomendação geral tende a variar de 25 ml a 40 ml por cada quilo corporal para adultos. A quantidade exata para cada pessoa varia de acordo com o peso e a idade, além da época do ano e do próprio estado de saúde.
Se você é do time que se esquece de beber água durante o dia, uma dica simples e efetiva que ajuda na ingestão de água é ter uma garrafinha por perto. E se ainda é difícil tomar água pura, você também pode adicionar frutas, para deixar o gosto mais agradável.
As relações sexuais não são os únicos fatores que aumentam o risco, mas estão entre eles. É importante lembrar que a infecção urinária não tem reação direta com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
As infecções urinárias causadas pelas relações sexuais acontecem mais devido as condições anatômicas do corpo feminino: a uretra, além de ser mais curta, está mais perto do canal vaginal.
Durante a fricção do ato sexual, as bactérias da vagina podem entrar em contato com a bexiga, provocando a infecção, também conhecida como cistite. Outro fator são as relações sexuais com penetração anal e, depois, com penetração vaginal.
Esses quadros geralmente acontecem em mulheres que estão com alterações na flora vaginal e as causas para elas podem ser várias. O uso prolongado de antibióticos, a menopausa e até mesmo algum tipo de anomalia anatômica podem aumentar as chances de infecção.
Fazer xixi após as relações sexuais ajuda na eliminação das bactérias que possam ter entrado em contato com a uretra.
O quadro, conhecido como bacteriúria assintomática, acontece geralmente quando mais bactérias do que o normal estão presentes na urina, mas a pessoa não relata sintomas físicos.
Esses casos são mais frequentes em pessoas que estão com cateteres na bexiga por muito tempo, possivelmente passando por algum tratamento ou quando o paciente não consegue fazer xixi sozinho.
Nesses casos, o tratamento deve ser feito levando em conta a condição do paciente.
Procure um médico se:
Caso esses sintomas não cessem em 48 horas e se há febre, a recomendação é passar por um urologista, para investigar e iniciar o tratamento com antibióticos.
Quando não tratada a tempo, a infecção urinária pode evoluir para outros quadros mais complicados, como a pielonefrite, que é a infecção bacteriana que ataca os rins, ou até mesmo a sepse, quando a infecção é generalizada.
Bibliografia
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