27/08/2025
Revisado em: 28/08/2025
De acordo com o INCA, o câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum no Brasil
Um machucado no rosto que não cicatriza, uma pinta que muda de cor, uma mancha que cresce devagar. Muitas vezes esses sinais passam despercebidos ou são confundidos com problemas simples da pele, mas na verdade, podem indicar o câncer de pele não melanoma, o tipo de câncer mais comum no Brasil.
De acordo com a incidência estimada para o triénio 2023-2025 feita pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), aponta para cerca de 220.490 novos casos anuais. Mas apesar de assustar, esse tipo de tumor costuma ter tratamento eficaz e altas taxas de cura, desde que seja diagnosticado cedo. Por isso, entender os sintomas e saber quando procurar um médico faz toda a diferença.
O câncer de pele não melanoma é um grupo de tumores que se desenvolvem nas células mais superficiais da pele. Não deve ser confundido com o melanoma, que é mais agressivo e raro.
Aqui, falamos de um câncer muito frequente: que responde por quase um terço de todos os diagnósticos de câncer no país.
Entre os cânceres de pele não melanoma, dois tipos são os mais frequentes: o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Embora ambos tenham origem nas células da pele, eles se comportam de formas diferentes.
Esse é o tipo mais comum e surge a partir das células basais, que ficam na camada mais profunda da epiderme, a parte superficial da pele.
Costuma aparecer como uma pequena lesão elevada, de cor perolada ou rosada, que pode formar crostas, sangrar ou parecer uma ferida que não cicatriza. O crescimento é lento, e ele quase nunca se espalha para outros órgãos.
Apesar disso, pode ser destrutivo localmente: se não tratado, invade tecidos vizinhos, como cartilagem ou osso, especialmente em áreas como nariz, orelha e pálpebra.
Por esse motivo, mesmo não sendo agressivo em termos de metástase, precisa ser retirado o quanto antes para evitar complicações e deformidades.
Menos comum que o basocelular, esse surge das células escamosas, que formam a camada mais externa da pele. Geralmente aparece como uma lesão avermelhada, endurecida e áspera, que pode descamar, ulcerar ou sangrar.
Diferente do basocelular, o espinocelular tem maior potencial de agressividade. Pode invadir tecidos mais profundos e, em situações avançadas, se espalhar para linfonodos e outros órgãos.
Pacientes imunossuprimidos, como os que passaram por transplante, têm risco maior de desenvolver formas mais agressivas.
A boa notícia é que apesar de ser mais perigoso, o carcinoma espinocelular também tem altas chances de cura quando diagnosticado cedo.
Os sintomas variam, mas alguns sinais devem acender o alerta:
Muitos pacientes relatam que alguém da família percebeu a lesão antes deles. Isso porque, no início, o câncer pode parecer apenas uma marca de pele sem importância.
A regra ABCDE é uma forma simples de observar manchas e pintas na pele. Assim, isso pode te ajudar a diferenciar algo inofensivo de uma lesão que merece atenção médica. Cada letra representa uma característica:
Uma pinta saudável costuma ter formato arredondado ou oval, com as duas metades semelhantes. Se um lado da lesão for diferente do outro, é sinal de assimetria.
Manchas com contornos bem definidos e regulares tendem a ser benignas. Bordas “serrilhadas”, com falhas ou mal delimitadas, podem indicar problemas.
Pintas normais mantêm uma cor uniforme. Quando há mistura de tons — marrom claro, escuro, avermelhado, esbranquiçado ou até enegrecido — o alerta aumenta.
Manchas maiores que 6 mm (aproximadamente o tamanho da borracha de um lápis) merecem ser examinadas, mesmo que não apresentem outros sinais suspeitos.
Talvez o critério mais importante. Uma pinta ou mancha que muda de forma, cor, espessura ou começa a sangrar precisa ser avaliada. Feridas que não cicatrizam também entram aqui.
O sol é o principal inimigo. A exposição frequente sem proteção acumula danos ao DNA das células da pele e favorece o surgimento de tumores. Mas esse não é o único fator:
O primeiro passo é a consulta com o dermatologista. O médico avalia a pele inteira e observa lesões suspeitas. Quando necessário, usa a dermatoscopia, um aparelho que amplia a imagem e revela detalhes invisíveis a olho nu.
Se ainda houver dúvida, o próximo passo é a biópsia. O médico retira um fragmento, ou toda a lesão, dependendo do caso, para análise no laboratório. É esse exame que confirma o diagnóstico.
Em situações mais avançadas, podem ser solicitados exames de imagem, como tomografia ou ressonância. Mas, na maioria dos casos, a confirmação vem apenas do exame clínico e da biópsia.
A boa notícia é que esse tipo de câncer tem altas chances de cura, principalmente quando tratado cedo. Os principais recursos são:
A escolha depende do tipo, tamanho e localização da lesão. O tratamento é sempre definido em conjunto entre dermatologista e oncologista.
O câncer de pele não melanoma pode parecer inofensivo no início, mas se não for tratado pode gerar complicações sérias. Por isso, ficar atento a sintomas simples - como feridas que não cicatrizam ou pintas que mudam de cor - é bem importante.
Se houver dúvida, procure um dermatologista. O diagnóstico é rápido e o tratamento, quando feito no momento certo, costuma resolver o problema.
Prevenir é ainda melhor: uso diário de protetor solar, roupas adequadas e evitar exposição solar em horários críticos são atitudes que salvam vidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SANTOS, M. de O.; LIMA, F. C. da S. de; MARTINS, L. F. L.; OLIVEIRA, J. F. P.; ALMEIDA, L. M. de; CANCELA, M. de C. Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil, 2023-2025. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 69, n. 1, e-213700, fev. 2023. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/3700. Acesso em: 25 ago. 2025.
SELF. Norton, A. (texto); Fahs, F. (revisão médica). 3 Types of Skin Cancer That Should Be on Everyone’s Radar. SELF, 19 jul. 2024. Disponível em: https://www.self.com/story/types-of-skin-cancer. Acesso em: 25 ago. 2025.
BACHTOLD, Guilherme Augusto et al. Tumores de pele não melanoma: estudo retrospectivo do perfil epidemiológico e desfecho a partir de margens comprometidas. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 37, n. 03, p. 320-325, 2022. Acesso em: 25 ago. 2025
BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de pele. Portal Gov.br [Internet]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-pele. Acesso em: 25 ago. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2023.pdf . Acesso em: 26 ago. 2025.
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