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Câncer de pele na cabeça é perigoso? Entenda quais são os riscos e a prevenção

Uma ferida que não cicatriza ou uma pinta nova no couro cabeludo podem ser mais do que um simples incômodo. Saiba por que.

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Você passa a mão pelo cabelo ou lava a cabeça no banho e sente algo diferente: uma pequena ferida que não cicatriza, um caroço ou uma mancha que não estava ali antes. Muitas vezes, a presença dos fios de cabelo mascara essas alterações, adiando uma avaliação médica que pode ser decisiva.

A dúvida se o câncer de pele na cabeça é perigoso é comum e pertinente. A resposta é sim, ele exige atenção redobrada em comparação com lesões em outras partes do corpo. Isso ocorre por uma combinação de fatores que envolvem diagnóstico tardio e a anatomia da região.

Por que o câncer de pele na cabeça exige atenção especial?

A localização de uma lesão de pele no couro cabeludo ou no rosto impõe riscos específicos. A dificuldade de visualização é o primeiro obstáculo. Diferente de um sinal no braço, uma lesão na cabeça pode crescer por meses sem ser notada.

Além disso, a pele da cabeça é altamente vascularizada e está anatomicamente próxima de estruturas vitais, como o osso do crânio e o cérebro. Lesões mais agressivas ou não tratadas podem, em estágios avançados, invadir tecidos mais profundos, aumentando a complexidade do tratamento.

Estudos indicam que melanomas que surgem no couro cabeludo e pescoço podem ter um prognóstico mais desafiador. Um tipo agressivo, o melanoma nodular, é mais comum na cabeça e pescoço de pessoas mais velhas. 

Ele cresce rapidamente em profundidade e, por vezes, passa despercebido por mais tempo, ressaltando a importância da detecção precoce. Isso reforça a necessidade de vigilância constante e proteção solar rigorosa em toda a região da cabeça.

Quais são os tipos de câncer de pele que afetam o couro cabeludo?

Existem três tipos principais de câncer de pele que podem se desenvolver na cabeça. Embora compartilhem a mesma causa principal, que é o dano celular provocado pela radiação ultravioleta (UV), eles possuem características e níveis de agressividade distintos.

Compreender a diferença entre eles ajuda a dimensionar os riscos e a importância do acompanhamento dermatológico regular.

Tipo de Câncer

Características Principais

Nível de Risco

 

Carcinoma Basocelular (CBC)

É o tipo mais comum, correspondendo a cerca de 80% dos casos. Apresenta-se como uma lesão perolada, brilhante, ou uma ferida que não cicatriza.

Menor agressividade. Raramente causa metástase (espalha para outros órgãos), mas pode crescer localmente e invadir tecidos adjacentes se não for tratado.

Carcinoma Espinocelular (CEC)

Segundo tipo mais frequente. Costuma aparecer como uma lesão avermelhada, descamativa, endurecida ou uma ferida que sangra com facilidade.

Risco moderado. Possui maior chance de se espalhar para outras partes do corpo em comparação ao CBC, embora ainda seja uma minoria dos casos.

Melanoma

O tipo mais raro, porém o mais perigoso. Ele deve ser identificado e tratado precocemente, pois o atraso pode levar à sua disseminação para outros órgãos e até mesmo ser fatal. Geralmente surge como uma pinta ou mancha escura, irregular, que muda de cor, tamanho ou formato.

Alto risco. Tem grande potencial de metástase, podendo se espalhar rapidamente para linfonodos, cérebro, pulmões e outros órgãos, tornando o tratamento mais complexo.

Como identificar os sinais de alerta no couro cabeludo?

Realizar um autoexame mensal é uma ferramenta poderosa para a detecção precoce. Com a ajuda de um espelho de mão e um secador para afastar os cabelos, ou com o auxílio de um familiar, procure por qualquer alteração suspeita. 

Fique atento a:

  • Feridas que não cicatrizam: qualquer machucado que permaneça aberto por mais de quatro semanas.
  • Manchas ou pintas novas: especialmente aquelas com aparência irregular, várias cores ou que crescem rapidamente.
  • Lesões que sangram facilmente: com um toque leve ou durante a lavagem dos cabelos.
  • Caroços ou nódulos: de aparência brilhante, avermelhada ou translúcida.
  • Mudanças em pintas existentes: aplique a regra do ABCDE (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro maior que 6mm e Evolução da lesão).

Ao notar qualquer um desses sinais, agende uma consulta com um dermatologista. Somente um profissional pode realizar o diagnóstico correto, geralmente por meio de um exame chamado dermatoscopia.

Qual é a principal causa e quem está no grupo de risco?

A causa primária do câncer de pele na cabeça é a exposição crônica e desprotegida à radiação solar. Os raios UVA e UVB danificam o DNA das células da pele, levando a mutações que podem resultar no crescimento descontrolado característico do câncer. 

Ainda que a exposição solar seja a principal causa, o câncer de pele também pode surgir devido à inflamação crônica na pele, mesmo sem danos solares diretos.

O grupo de maior risco inclui:

  • Pessoas calvas ou com cabelos finos e ralos.
  • Indivíduos de pele, cabelos e olhos claros.
  • Pessoas com histórico familiar ou pessoal de câncer de pele.
  • Aqueles que sofreram queimaduras solares graves ao longo da vida.
  • Profissionais que trabalham ao ar livre, como agricultores e construtores.

O câncer de pele na cabeça tem tratamento e cura?

A grande maioria dos casos de câncer de pele na cabeça tem cura, especialmente quando o diagnóstico é feito em seus estágios iniciais. Para o melanoma, o tipo mais agressivo, as chances de cura chegam a quase 100% nos estágios iniciais. Contudo, em fases metastáticas, quando a doença já se espalhou, essa taxa cai para menos de 10%.

O tratamento varia conforme o tipo, tamanho e profundidade do tumor. As opções terapêuticas mais comuns incluem a cirurgia para remoção da lesão, que pode ser a Cirurgia Micrográfica de Mohs, radioterapia, terapia fotodinâmica ou medicamentos tópicos. Para casos avançados de melanoma, tratamentos como imunoterapia e terapia-alvo podem ser indicados.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado à rapidez com que a doença é identificada. Por isso, a procrastinação em procurar um médico diante de um sinal suspeito é um dos maiores riscos.

Como é possível prevenir o câncer de pele na cabeça?

A prevenção é a estratégia mais eficaz e se baseia em hábitos simples de proteção contra o sol. Adotar essas medidas no dia a dia reduz drasticamente o risco de desenvolver a doença.

  • Use chapéus e bonés: opte por modelos com abas largas que protejam não apenas o couro cabeludo, mas também orelhas, rosto e nuca.
  • Aplique protetor solar: existem formulações em spray, gel ou pó que são mais fáceis de aplicar no couro cabeludo sem deixar o cabelo oleoso. Reaplique a cada duas horas.
  • Evite o sol nos horários de pico: entre 10h e 16h, a incidência de raios UVB é mais intensa e perigosa.
  • Busque a sombra: sempre que possível, permaneça em locais cobertos e protegidos.
  • Realize consultas regulares: visite um dermatologista anualmente para um exame completo da pele, incluindo o couro cabeludo.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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