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Câncer de mama dói quando aperta? Entenda a relação entre dor e a doença

A dor mamária é uma queixa comum, mas raramente é o primeiro sinal de um tumor. Saiba diferenciar as causas e quando a avaliação médica é indispensável.

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Sentir uma pontada ou um desconforto ao tocar ou apertar a mama pode gerar um alerta imediato e a preocupação com o câncer. Essa dor, conhecida como mastalgia, é uma queixa comum que, embora cause ansiedade, frequentemente não é um sintoma direto da doença. Tal preocupação pode, inclusive, levar à realização de exames e procedimentos diagnósticos desnecessários. É fundamental entender o que esse sintoma realmente significa.

A dor ao apalpar a mama é um sinal de câncer?

Na grande maioria das vezes, a resposta é não. A mastalgia é um sintoma muito comum que, embora cause medo de câncer, raramente indica a doença. Embora a dor possa estar presente, ela não é o sintoma mais comum ou inicial do câncer de mama. A maior parte dos nódulos malignos é indolor, especialmente nas fases iniciais da doença.

A dor mamária, tecnicamente chamada de mastalgia, costuma estar associada a condições benignas. Fatores hormonais, cistos ou inflamações são causas muito mais frequentes para o desconforto na região. 

Embora frequentemente associadas a condições benignas, como a doença fibrocística, a mastalgia e mastodinia (sensibilidade na mama) podem estar ligadas a desequilíbrios hormonais. É importante notar que, a longo prazo, esses desequilíbrios hormonais podem aumentar o risco potencial de desenvolver câncer de mama.

Por que a maioria dos casos de câncer de mama não dói no início?

Um tumor em seu estágio inicial costuma ser muito pequeno. Ele cresce a partir de um grupo de células que se multiplicam desordenadamente, mas ainda não tem tamanho suficiente para comprimir nervos ou outras estruturas da mama que geram a sensação de dor.

É por essa razão que os exames de rastreamento, como a mamografia, são tão importantes. Eles conseguem detectar lesões minúsculas, muito antes de serem palpáveis ou causarem qualquer sintoma, aumentando drasticamente as chances de cura.

Quando a dor na mama pode ser um sintoma de câncer?

Embora seja menos comum, a dor pode sim ser um sinal de câncer de mama em algumas situações específicas. Nestes casos raros, a dor causada por câncer costuma ser localizada em um lado (unilateral) e não está ligada ao ciclo menstrual, ao contrário das dores benignas comuns. 

Existe evidência de que a dor na mama pode ser causada pelo câncer, sendo associada a alterações como inchaço nos tecidos mamários. Isso geralmente ocorre em dois cenários principais:

  • Estágios avançados: quando o tumor cresce consideravelmente, ele pode invadir tecidos próximos, como a pele, os músculos ou os nervos, o que pode provocar dor contínua e localizada.
  • Câncer de mama inflamatório: um tipo raro e agressivo da doença, que corresponde a uma pequena parcela dos casos. Seus sintomas evoluem rapidamente e incluem dor, inchaço, vermelhidão e sensação de calor na mama, que fica com a aparência de casca de laranja.

Quais são as causas mais comuns de dor nas mamas?

Se o câncer raramente é a causa, o que explica a dor? O desconforto mamário pode ser dividido em dois tipos: cíclico (ligado ao ciclo menstrual) e acíclico (não relacionado). As causas mais frequentes incluem:

  • Alterações hormonais: a flutuação de estrogênio e progesterona ao longo do ciclo menstrual é a principal causa de dor. Estas alterações hormonais são consideradas um fator chave na origem da doença fibrocística da mama, mastalgia e mastodinia. Geralmente, causam uma sensação de peso ou sensibilidade em ambas as mamas que piora antes da menstruação.
  • Cistos mamários: são bolsas cheias de líquido, muito comuns e benignas. Podem se tornar dolorosos, especialmente quando aumentam de tamanho.
  • Mastite: uma inflamação do tecido mamário, que pode ser infecciosa ou não. É mais comum durante a amamentação, mas pode ocorrer em outras fases da vida.
  • Lesões ou traumas: um golpe na região pode causar dor localizada que leva tempo para desaparecer.
  • Uso de medicamentos: certas terapias hormonais, antidepressivos e medicamentos para pressão arterial podem ter a dor mamária como efeito colateral.

Como diferenciar a dor do câncer de mama de outras dores?

Nenhuma característica isolada pode confirmar ou descartar um diagnóstico, mas alguns padrões podem ajudar a orientar a investigação. A avaliação de um especialista é sempre necessária para o diagnóstico correto.

Característica

Dor mais comum (Benigna)

Dor mais suspeita (Requer atenção)

 

Relação com o ciclo menstrual

Piora antes da menstruação e melhora depois (cíclica).

Não tem relação com o ciclo (acíclica e contínua).

Localização

Geralmente difusa e em ambas as mamas.

Bem localizada, em um ponto específico, persistente e geralmente em apenas uma mama.

Sintomas associados

Inchaço, sensação de peso.

Nódulo palpável, alteração na pele, secreção no mamilo.

Duração

Dura alguns dias por mês.

Persiste por semanas sem melhora.

Além da dor, quais outros sinais de alerta devo observar?

O foco na prevenção do câncer de mama não deve ser a dor, mas sim a busca ativa por outros sinais. O autoexame, realizado preferencialmente uma vez por mês, ajuda a mulher a conhecer seu corpo e a identificar qualquer mudança. Fique atenta a:

  • Nódulo ou caroço: presença de um nódulo fixo e endurecido na mama ou na axila, geralmente indolor.
  • Alterações na pele: enrugamento, vermelhidão, endurecimento ou aparência de casca de laranja.
  • Mudanças no mamilo: retração (mamilo invertido), secreção de líquido (especialmente com sangue) ou feridas.
  • Assimetria: mudança no tamanho ou formato de uma das mamas.

O que devo fazer se sentir dor ou encontrar uma alteração?

O primeiro passo é não entrar em pânico. A maioria das alterações mamárias é benigna. No entanto, a única maneira de ter certeza é com uma avaliação profissional.

Agende uma consulta com um médico ginecologista ou mastologista. O especialista irá realizar o exame clínico das mamas e, se necessário, solicitará exames de imagem como ultrassonografia ou mamografia para esclarecer o diagnóstico. Além da avaliação, a tranquilização do paciente é uma parte importante do tratamento da mastalgia, considerando que raramente indica câncer.

A dor mamária é um sintoma que causa ansiedade, mas entender suas causas mais prováveis ajuda a lidar com a situação de forma mais tranquila e racional. Lembre-se de que a detecção precoce de qualquer problema de saúde é a ferramenta mais eficaz para um tratamento bem-sucedido.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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