24/07/2025
Revisado em: 25/07/2025
Saiba mais sobre esse tipo de artrite crônica que atinge as articulações de pessoas com psoríase.
Dr. Jaime Cobra - Reumatologista - Médico
Atualizado em 12/08/2024
Você já ouviu falar de artrite psoriática (AP)? Nome difícil, não é mesmo? Mas vamos explicar. Ela é um tipo de artrite crônica que atinge as articulações de pessoas com psoríase – doença crônica da pele que provoca lesões avermelhadas e escamosas, que afetam, sobretudo, os joelhos, os cotovelos e o couro cabeludo – e também aquelas que ainda não manifestaram essas alterações na pele.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 30% das pessoas com psoríase poderão desenvolver esse tipo de inflamação nas articulações. Apesar de, na grande maioria dos casos, a psoríase começar primeiro, também é possível que a artrite apareça antes mesmo das lesões na pele.
A artrite psoriática (AP), que também é chamada de psoriásica ou psoríaca, é uma doença crônica que pode atingir as articulações de quem tem psoríase – condição que afeta a pele e provoca placas avermelhadas que descamam e coçam. Cerca de 2% da população tem psoríase. Já a AP afeta aproximadamente 30% das pessoas com psoríase.
Os principais sintomas da artrite psoriática, além de apresentar placas vermelhas na pele, normais da psoríase, incluem deformação e inchaço das articulações e dificuldade de movimentá-las. Ela pode acometer pessoas de todas as idades, mas surge com mais frequência entre 30 e 50 anos.
O grupo de sinais que acompanham a AP pode ser dividido em três tipos de inflamação: nas articulações (artrite), nos tendões e ligamentos dos ossos (entesite) e na coluna vertebral (espondilite). Esses quadros causam dor nas juntas; inchaço; rigidez na coluna e nos tendões; dor e inchaço atrás e debaixo do calcanhar e limitação dos movimentos com o tempo. Outros sinais também comuns: hemorragias debaixo da unha e espessamento ou destruição da unha.
Ainda não foram descobertas as causas da artrite psoriática. No entanto, sabe-se que há um fator de risco genético, ou seja, pessoas com histórico familiar de psoríase ou a própria artrite psoriática têm mais possibilidade de desenvolver a doença. Além disso, infecções, situações de estresse e traumatismos podem desencadear a condição.
A característica que demonstra que a artrite psoriática é grave é quando ela atinge cinco ou mais articulações simultaneamente. E, em alguns casos, pode provocar lesão articular, invalidez permanente e necessitar de medicação. Até mesmo pode haver a necessidade de cirurgia, em alguns casos. O diagnóstico do médico reumatologista e o acompanhamento profissional são fundamentais para a melhora da qualidade de vida e a redução dos sintomas.
De acordo com o Dr. Jayme Fogagnolo Cobra, coordenador do Serviço de Reumatologia do Hospital Santa Paula, “O início da doença ocorre mais frequentemente entre 30 e 50 anos, mas, por vezes, a doença tem um comportamento menos agressivo, indolente, o que pode retardar o diagnóstico correto pelo médico, que pode acabar ocorrendo em idades mais avançadas, aos 60-70 anos, quando as deformidades e limitações provocadas pela artrite já se mostram mais evidentes”, explica.
O tratamento precoce é fundamental para a AP, pois, se não cuidada, ela pode evoluir para deformidades irreversíveis. O médico reumatologista – especializado em como identificar as doenças reumáticas – avaliará o melhor método terapêutico, de acordo com as estruturas afetadas de cada paciente, como o acometimento articular axial (coluna vertebral) e periférico (articulações de braços e pernas), lesões nas unhas e o surgimento de dactilites (inflamação de todo o dedo) e entesites (inflamação das entradas de tendões e ligamentos nos ossos).
“O tratamento precoce é a chave para o controle adequado da enfermidade, porque é possível levar a doença à remissão antes que ela consiga provocar deformidades e perda de função das articulações – que, nesse caso, são irreversíveis –, garantindo, assim, a manutenção de uma vida com qualidade, sem as restrições que a doença poderia provocar”, explica o Dr. Jayme Cobra.
O método convencional de tratamento é iniciado com o uso de anti-inflamatórios não hormonais e medicamentos que colocam a doença em remissão. Quando não surte o efeito esperado, os casos moderados ou graves podem contar com o uso dos agentes biológicos, caso haja necessidade.
Além disso, há outros hábitos, além do acompanhamento médico, que podem contribuir para a diminuição dos sintomas. “Atividades físicas, principalmente com foco no fortalecimento muscular, alimentação balanceada, evitar o consumo de álcool e tabaco e a obesidade são medidas úteis no tratamento da artrite”, reforça o médico.
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