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Arritmia cardíaca: um problema comum, mas que pode ser fatal

O quadro pode afetar pessoas de todas as idades e os sintomas mais comuns são palpitações e tontura ou desmaio.

Dr. Fabrício Assami Borges - Cardiologista
Atualizado em 05/09/2024

Veja um resumo:
  • A arritmia cardíaca é uma alteração no ritmo dos batimentos do coração, fazendo-o bater mais rápido (taquicardia), mais lento (bradicardia) ou de forma irregular;
  • A fibrilação atrial é a forma mais comum de arritmia;
  • Os sintomas podem incluir palpitações, tontura, falta de ar e dor no peito, mas algumas pessoas podem ser assintomáticas;
  • As causas são variadas, incluindo doenças cardíacas, desequilíbrios de eletrólitos, uso de medicamentos e fatores de estilo de vida;
  • O diagnóstico é feito através de exames como o eletrocardiograma e o monitoramento Holter;
  • O tratamento varia e pode incluir desde mudanças no estilo de vida e medicamentos até procedimentos como ablação por cateter e implante de marcapasso ou cardiodesfibrilador;
  • Adotar um estilo de vida saudável e controlar fatores de risco cardiovascular são as melhores formas de prevenção. 
Imagem de mão e holograma de coração.

A arritmia cardíaca é uma condição que afeta o ritmo do coração, fazendo com que ele bata de forma mais rápida, mais lenta ou mesmo irregular, ou seja, de forma descompassada. Essa alteração pode ocorrer por diversos motivos e, embora em muitos casos seja inofensiva, em outros pode levar a complicações sérias, como a formação de coágulos sanguíneos, insuficiência cardíaca e até mesmo morte súbita.

O que é arritmia cardíaca?

A arritmia cardíaca é uma alteração na frequência ou no ritmo dos batimentos cardíacos. O coração normalmente bate em um ritmo regular e sincrônico, bombeando sangue de forma eficiente por todo o corpo. No entanto, em uma arritmia, os batimentos podem ser muito rápidos (taquicardia), muito lentos (bradicardia) ou em padrões completamente descompassados (irregulares). As arritmias podem ser assintomáticas ou causar sintomas que variam de leves a graves, dependendo da sua natureza e intensidade. Embora algumas arritmias sejam inofensivas, outras podem aumentar o risco de complicações sérias, como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e morte súbita.

Quais os tipos de arritmia cardíaca?

Existem vários tipos de arritmia cardíaca, cada um com características, sintomas e gravidades distintas. Os principais incluem:

Fibrilação atrial (FA):

É o tipo de arritmia cardíaca mais comum no mundo. Nela, as câmaras superiores do coração (átrios) batem de forma irregular, comprometendo a eficiência do bombeamento de sangue levando o coração a bater em ritmo irregular. Seu aparecimento aumenta com a idade sendo incomum em jovens. A FA pode aumentar significativamente o risco de AVC.

Taquicardia paroxística supraventricular (TPSV):

Arritmia com batimentos cardíacos muito rápidos, geralmente de causa congênita por uma alteração no sistema de condução da parte superior (átrio) para a parte inferior (ventrículo) do coração, o que pode causar palpitações, mal-estar, tonturas e desconforto no peito. Apesar de causar sintomas desconfortáveis é, na sua imensa maioria, uma arritmia benigna.

Bradicardia: 

Caracteriza-se por uma frequência cardíaca anormalmente lenta, geralmente abaixo de 50 batimentos por minuto. Em alguns casos, pode não causar sintomas, mas em outros, pode resultar em tontura, fadiga e até desmaios.

Taquicardia e Fibrilação ventricular (FV): 

Condição grave e potencialmente fatal que se origina nas câmaras inferiores do coração (ventrículos) com frequência muito elevada ou mesmo com contrações irregulares e inefetivas (respectivamente). Essas arritmias, se não imediatamente tratadas, podem levar ao óbito. As causas são múltiplas, como infarto prévio, insuficiência cardíaca e causas genéticas.

Extrassístole: 

São batimentos cardíacos extras ou prematuros que podem ocorrer esporadicamente. Na maioria dos casos, são inofensivos, mas podem indicar outros problemas cardíacos se forem frequentes.

Quais os sintomas de arritmia cardíaca?

Os sintomas de arritmia cardíaca cardíaca podem variar amplamente, desde sintomas leves até sinais mais graves que exigem atenção médica imediata. Há ainda casos em que o quadro é assintomático, ou seja, não apresenta sintomas. 
Em geral, os sintomas mais frequentes de arritmia cardíaca são:

  • Palpitações: sensação de que o coração está acelerado, batendo de forma irregular ou pulando batimentos;
  • Tontura e/ou desmaio: podem ocorrer devido à diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro.

Outros sintomas menos frequentes são:

  • Falta de ar: especialmente durante a atividade física ou até mesmo em repouso;
  • Dor ou desconforto no peito: pode variar de leve a intenso e geralmente está associado a arritmias mais graves ou frequência de batimentos muito elevada;
  • Fadiga: sensação de cansaço extremo ou falta de energia, mesmo após um pequeno esforço.

É importante lembrar que a presença de sintomas não é a única forma de diagnosticar uma arritmia. Muitas vezes, a condição é identificada durante exames de rotina.

O que fazer ao sentir os sintomas de uma arritmia cardíaca?

Se você sentir algum dos sintomas de arritmia cardíaca, é crucial agir rapidamente para evitar complicações. Aqui estão algumas orientações:

  • Procure um local seguro: se você estiver dirigindo ou realizando alguma atividade perigosa, pare imediatamente em um local seguro;
  • Mantenha a calma: respire fundo e tente relaxar;
  • Sente-se ou deite-se: reduza a atividade física e permita que o corpo recupere o equilíbrio;
  • Evite automedicação: não tome medicamentos sem orientação médica. Alguns remédios podem piorar a arritmia;
  • Busque ajuda médica: se os sintomas persistirem ou se tornarem graves, procure imediatamente um hospital ou clínica. Em casos de sintomas como dor no peito, falta de ar ou desmaio, chame uma ambulância.

Quais as causas para a arritmia cardíaca? 

A arritmia cardíaca pode ser causada por diversos fatores, que podem variar desde condições benignas até doenças sérias. Algumas das causas mais comuns incluem:

  • Doenças cardíacas: condições como doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, hipertensão e infarto prévio podem predispor o coração a arritmias;
  • Desequilíbrio eletrolítico: níveis anormais de eletrólitos como potássio, sódio, cálcio e magnésio podem afetar o ritmo cardíaco;
  • Uso de medicamentos: certos medicamentos, incluindo alguns para tratar hipertensão e depressão, podem desencadear arritmias;
  • Doenças da tireoide: tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo podem causar irregularidades no ritmo cardíaco;
  • Excesso de cafeína, estimulantes, álcool ou tabaco: essas substâncias podem afetar o sistema elétrico do coração, provocando arritmias;
  • Estresse e ansiedade: emoções intensas podem provocar alterações no ritmo cardíaco;
  • Causas genéticas: algumas doenças cardíacas genéticas podem ser causas de arritmias graves e o diagnóstico é feito com exames mais complexos, geralmente solicitados para pacientes com histórico de arritmias ou de morte súbita na família.

É possível prevenir a arritmia cardíaca?

A prevenção da arritmia cardíaca envolve a adoção de um estilo de vida saudável e o controle de fatores de risco, ou seja, prevenir as doenças cardiovasculares e os fatores de risco para elas. Algumas medidas incluem:

  • Prática regular de exercícios físicos: atividades leves a moderadas ajudam a manter o coração saudável e podem prevenir arritmias;
  • Adoção de uma dieta equilibrada: com alimentos nutritivos e naturais, e evitando o excesso de sal, açúcar e gorduras saturadas;
  • Manter o peso sob controle: a obesidade é um fator de risco para diversas doenças cardíacas, incluindo arritmias;
  • Evitar o consumo excessivo de cafeína, estimulantes e álcool: essas substâncias podem desencadear episódios de arritmia;
  • Controle do estresse: técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ajudar a manter o equilíbrio emocional e prevenir arritmias;
  • Acompanhamento regular da saúde: com check-ups regulares para monitorar a saúde do coração e identificar possíveis problemas precocemente.

Como é feito o diagnóstico da arritmia cardíaca?

O diagnóstico da arritmia cardíaca é geralmente feito através de uma combinação de histórico médico, exame físico e exames específicos. Os métodos mais comuns incluem:

  • Eletrocardiograma (ECG): exame que registra a atividade elétrica do coração e pode identificar diferentes tipos de arritmias;
  • Monitoramento Holter: um tipo de ECG portátil que monitora o ritmo cardíaco durante 24 horas ou mais, capturando arritmias que podem não ocorrer durante um ECG de repouso;
  • Teste de esforço: avalia a resposta do coração ao exercício físico e pode revelar arritmias que surgem durante a atividade;
  • Ecocardiograma: um ultrassom do coração que avalia sua estrutura e função, podendo identificar causas subjacentes de arritmias;
  • Ressonância cardíaca: exame mais detalhado da anatomia do coração do que o ecocardiograma. Geralmente solicitado a partir de alterações de exames iniciais;
  • Testes genéticos: solicitados a partir da história familiar de arritmias mais graves ou de achados específicos nos exames iniciais;
  • Estudo eletrofisiológico: exame invasivo que mapeia a atividade elétrica do coração para identificar o local exato da arritmia.

Arritmia cardíaca tem cura?

A arritmia cardíaca pode ser tratada, e em muitos casos, curada, dependendo da causa subjacente e do tipo de arritmia. Para arritmias benignas, mudanças no estilo de vida podem ser suficientes. Para arritmias mais graves, tratamentos específicos podem ser necessários.

Qual o tratamento para a arritmia cardíaca?

O tratamento da arritmia cardíaca varia conforme o tipo e a gravidade da condição. As principais abordagens adotadas pelo cardiologista incluem:

  • Medicação: antiarrítmicos, betabloqueadores, e anticoagulantes são comumente prescritos para controlar a arritmia e prevenir complicações;
  • Procedimentos de ablação: utilizados em casos de fibrilação atrial ou taquicardia supraventricular, por exemplo. Nessa intervenção, cateteres são introduzidos no coração por acessos periféricos, geralmente na região da virilha. Esses cateteres são usados para identificar e destruir ou isolar as áreas do coração que estão causando arritmia;
  • Implante de marcapasso definitivo: um dispositivo que regula os batimentos cardíacos e é indicado para casos de bradicardia ou bloqueio cardíaco;
  • Implante cardiodesfibrilador: em situações de doença avançada do coração e outras com alto risco de morte súbita (como alguns casos de cardiomiopatia hipertrófica) é recomendado o implante de cardiodesfibrilador para prevenção de morte súbita. Esse procedimento também é cirúrgico, realizado com anestesia local com ou sem necessidade de sedação.

A intervenção médica precoce em casos de arritmia cardíaca é fundamental para prevenir complicações graves e, em alguns casos, salvar vidas. Embora nem todas as arritmias sejam perigosas, algumas podem levar a consequências sérias, como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, ou até mesmo parada cardíaca.

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