Ícone
InícioSaúdeSaúde da mulher

Resuma este artigo com IA:

Ícone

Após a mastectomia, o câncer de mama pode voltar? Entenda sobre recidiva

A cirurgia terminou e o tratamento inicial chegou ao fim. Entenda por que a vigilância contínua é a sua maior aliada nesta nova fase.

após mastectomia o câncer pode voltar1.jpg

A cirurgia terminou, o tratamento inicial chegou ao fim e um novo capítulo começa. Mas, em momentos de silêncio, uma dúvida comum e angustiante pode surgir: e se o câncer voltar? Essa preocupação é válida e compreender o que é a recidiva é o primeiro passo para um acompanhamento consciente e tranquilo.

O que é a recidiva do câncer de mama?

A recidiva, ou recorrência, acontece quando o mesmo tipo de câncer de mama que foi tratado reaparece. Isso ocorre porque, mesmo com a remoção completa do tumor e do tecido mamário visível durante a mastectomia, algumas células cancerígenas microscópicas podem ter permanecido no corpo.

Essas células podem ficar inativas por meses ou até anos. Em algum momento, elas podem voltar a se multiplicar, gerando um novo tumor. É fundamental entender que a recidiva não significa que o tratamento inicial falhou, mas sim que a doença era mais persistente do que os exames podiam detectar na época.

Encontre o especialista para sua condição em um dos hospitais da Rede Américas.

Hospital

Localização

Agendamento

Clínica Leforte Alphaville

Alameda Araguaia, 943

Fale conosco e agende sua consulta!

Hospital Leforte Liberdade

Rua Barão de Iguape, 209

Hospital Leforte Morumbi

Rua dos Três Irmãos, 121

Hospital Nove de Julho Alphaville

Av Cauaxi, 118

Hospital Nove de Julho Bela Vista

Rua Peixoto Gomide, 263

Hospital Christóvão da Gama Diadema

Rua São Jorge, 98

Hospital e Mat. Christóvão da Gama Sto Andre

Av. Dr Erasmo, 18

Hospital Santa Paula

Av. Santo Amaro, 2468

Fale conosco e agende sua consulta!

Qual a diferença entre recidiva e um novo câncer primário?

É importante diferenciar a recidiva de um segundo câncer primário. A recidiva é o retorno do câncer original. Já um segundo câncer primário é um tumor completamente novo, que se desenvolve na mama oposta ou em outra parte do corpo, sem relação com o primeiro diagnóstico.

Cada situação exige uma abordagem de tratamento distinta, e somente a avaliação médica com biópsia pode confirmar o diagnóstico correto.

Por que o câncer pode voltar mesmo após a retirada da mama?

A mastectomia remove a grande maioria do tecido mamário, o que reduz drasticamente a chance de o câncer retornar naquele local. Contudo, é praticamente impossível remover 100% de todas as células mamárias, pois uma fina camada de tecido permanece sob a pele da parede torácica.

Além disso, antes mesmo da cirurgia, células tumorais podem ter escapado do tumor principal e entrado na corrente sanguínea ou no sistema linfático. Essas células, chamadas de micrometástases, são invisíveis em exames de imagem e podem se alojar em outras partes do corpo, causando uma recidiva a distância no futuro.

Estudos também apontam que complicações que ocorrem após a cirurgia de mastectomia podem diminuir a sobrevida livre de doença, ou seja, aumentar a probabilidade de o câncer reaparecer. Por isso, um cuidado pós-operatório atento e o seguimento das orientações médicas são fundamentais.

Quais são os tipos de recidiva do câncer de mama?

A recorrência do câncer de mama é classificada de acordo com o local onde ela reaparece. Entender essa classificação ajuda a direcionar o tratamento.

Recidiva local

Ocorre quando o câncer volta na mesma área onde foi tratado originalmente. Após uma mastectomia, isso pode acontecer na pele da parede torácica, nos músculos do peito ou na cicatriz da cirurgia.

Recidiva regional

Neste caso, o tumor reaparece nos linfonodos (gânglios linfáticos) próximos à mama que foi removida, como os localizados na axila ou na região da clavícula. Geralmente, indica que células cancerígenas se espalharam pelo sistema linfático antes do tratamento inicial.

Recidiva a distância (metastática)

Acontece quando o câncer se espalha para órgãos distantes, sendo então classificado como doença avançada. Os locais mais comuns para a metástase do câncer de mama são os ossos, pulmões, fígado e cérebro. Este é o tipo mais sério de recorrência e exige uma abordagem de tratamento sistêmica, com acompanhamento contínuo e tratamentos específicos para gerenciar a condição.

Quais fatores aumentam o risco de o câncer voltar?

O risco de recidiva não é o mesmo para todas as pacientes. Alguns fatores relacionados às características do tumor original podem influenciar essa probabilidade. A equipe médica avalia esses pontos para definir a necessidade de tratamentos complementares, chamados de adjuvantes.

Fatores que podem estar associados a um maior risco incluem:

  • Tamanho do tumor: tumores maiores no diagnóstico inicial podem ter maior chance de recidiva.
  • Acometimento de linfonodos: a presença de células cancerígenas nos linfonodos axilares indica que a doença começou a se espalhar.
  • Subtipo do tumor: alguns subtipos biológicos, como o triplo-negativo e o HER2-positivo, podem ser mais agressivos, embora hoje existam terapias-alvo muito eficazes para o HER2-positivo.
  • Grau do tumor: tumores de alto grau (células que parecem muito anormais) tendem a crescer e se espalhar mais rapidamente.

A que sinais de uma possível recidiva você deve atentar?

Conhecer seu corpo e realizar o autoexame da parede torácica e da axila é importante. Fique atenta a qualquer mudança persistente e procure seu médico se notar:

  • Um novo nódulo ou espessamento na parede torácica ou na axila.
  • Vermelhidão, inchaço ou irritação na pele da área operada.
  • Alterações na cicatriz da cirurgia, como um caroço sob ou perto dela.
  • Dor persistente e localizada que não melhora.
  • Sintomas gerais como perda de peso sem motivo, falta de ar, dores ósseas constantes ou dores de cabeça intensas.

Muitas vezes, alterações como um tecido mais firme na cicatriz (fibrose) são benignas. Contudo, apenas um especialista pode fazer a avaliação correta, muitas vezes com o auxílio de exames de imagem.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento da recidiva?

O diagnóstico de uma suspeita de recidiva geralmente começa com um exame físico, seguido por exames de imagem como mamografia, ultrassom, ressonância magnética ou PET-CT. A confirmação definitiva é sempre feita por meio de uma biópsia da área suspeita.

O tratamento dependerá do tipo e da localização da recidiva. Pode envolver uma nova cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou terapias-alvo. A boa notícia é que, para muitas mulheres, a recidiva, especialmente a local e regional, pode ser tratada com sucesso.

É possível reduzir as chances de o câncer de mama retornar?

Sim. Para pacientes com câncer de mama inicial, inclusive aquelas com mutação no gene BRCA, estudos indicam que as chances de recidiva são semelhantes após a mastectomia ou após uma cirurgia conservadora complementada com radioterapia. A principal estratégia para minimizar o risco de recidiva, portanto, é seguir rigorosamente o plano de tratamento proposto após a cirurgia.

Terapias adjuvantes são recomendadas justamente para eliminar células cancerígenas microscópicas que possam ter restado no corpo.

As duas ações mais importantes são:

  1. Adesão ao tratamento: completar todos os ciclos de quimioterapia, radioterapia ou usar a medicação da hormonioterapia pelo tempo recomendado pelo seu oncologista é fundamental. Estudos indicam que, em casos de câncer de mama inicial com até três linfonodos positivos, a radioterapia pós-mastectomia pode reduzir o risco de a doença retornar na parede do tórax e nos gânglios linfáticos próximos.
  2. Acompanhamento médico regular: realizar consultas e exames periódicos é crucial. Esse acompanhamento permite que qualquer alteração seja detectada no estágio mais inicial possível, aumentando significativamente as chances de sucesso de um novo tratamento.

A medicina tem avançado na personalização do tratamento. Por exemplo, novos testes genéticos, como o perfil POLAR, estão sendo desenvolvidos para ajudar a identificar pacientes com baixo risco de recidiva local após a mastectomia. Essa ferramenta pode auxiliar na decisão sobre quem realmente se beneficiará da radioterapia adicional, evitando tratamentos desnecessários em alguns casos.

Conversar abertamente com sua equipe de saúde sobre seus medos e tirar todas as suas dúvidas é parte essencial do cuidado contínuo. A vigilância e o autocuidado são seus melhores instrumentos para uma vida longa e saudável após o câncer de mama.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

CARDOSO, F. et al. 6th and 7th international consensus guidelines for the management of advanced breast cancer (ABC guidelines 6 and 7). The Breast : Official Journal of the European Society of Mastology, maio. 2024. Disponível em: https://www.thebreastonline.com/article/S0960-9776(24)00087-0/fulltext. Acesso em: 06 nov. 2025.

MACHIELS, M. et al. Individualising radiation therapy decisions in breast cancer patients based on tumour infiltrating lymphocytes and genomic biomarkers. The Breast : Official Journal of the European Society of Mastology, jul. 2023. Disponível em: https://www.thebreastonline.com/article/S0960-9776(23)00514-3/fulltext. Acesso em: 06 nov. 2025.

PARK, K. H. et al. Pan-Asian adapted ESMO Clinical Practice Guidelines for the diagnosis, treatment and follow-up of patients with early breast cancer. ESMO Open, abr. 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.esmoop.2024.102974. Disponível em: https://www.esmoopen.com/article/S2059-7029(24)00742-7/fulltext. Acesso em: 06 nov. 2025.

VERMA, R. et al. Post-mastectomy radiotherapy for women with early breast cancer and one to three positive lymph nodes. The Cochrane Database of Systematic Reviews, jun. 2023. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD014463.pub2. Disponível em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD014463.pub2/full. Acesso em: 06 nov. 2025.

WEBER, W. P. et al. Oncoplastic breast consortium recommendations for mastectomy and whole breast reconstruction in the setting of post-mastectomy radiation therapy. The Breast : Official Journal of the European Society of Mastology, [s. l.], mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.breast.2022.03.008. Disponível em: https://www.thebreastonline.com/article/S0960-9776(22)00058-3/fulltext. Acesso em: 06 nov. 2025.

Ícone do WhatsAppÍcone do Facebook
Ícone do WhatsAppÍcone médicoAgende sua consulta