14/08/2025
Revisado em: 14/08/2025
Saiba quais são os 7 principais sintomas de câncer em homens e entenda por que a atenção a esses sinais é fundamental para o diagnóstico precoce.
Muitos homens só procuram ajuda médica quando o sintoma já está atrapalhando a rotina ou causando dor intensa. Mas o corpo costuma dar sinais antes disso e saber reconhecê-los pode fazer toda a diferença. Os 7 sintomas do câncer em homens mais comuns, embora muitas vezes sutis, podem indicar que algo não está bem e merecem atenção.
Algumas mudanças urinárias, perda de peso sem motivo aparente, nódulos em regiões como testículos ou pescoço, alterações na pele ou na digestão são manifestações que, isoladas, podem parecer inofensivas. Mas quando persistem ou se repetem, não devem ser ignoradas. O problema é que esses sinais nem sempre são associados ao câncer logo de início.
Este artigo traz os 7 sintomas do câncer em homens que mais merecem vigilância, explicando de forma clara e direta o que observar e quando procurar um especialista. Porque o diagnóstico precoce ainda é a melhor forma de garantir chances reais de tratamento e cura.
Historicamente, homens tendem a ser mais resistentes a procurar serviços de saúde. Essa hesitação, muitas vezes enraizada em fatores culturais que associam a busca por cuidados médicos a um sinal de fragilidade, faz com que muitos ignorem os sinais do próprio corpo.
O resultado é um retardo significativo no diagnóstico de diversas doenças, incluindo o câncer, o que impacta negativamente as chances de sucesso do tratamento.
A falta de atenção aos sinais de alerta é um dos principais motivos para essa descoberta tardia. Sintomas como uma dor persistente, uma mudança no hábito intestinal ou um cansaço fora do comum são frequentemente minimizados ou atribuídos a causas passageiras, como o estresse do dia a dia ou o envelhecimento.
No entanto, adiar uma consulta que poderia ser decisiva é um risco silencioso. Logo, conhecer os sinais que o corpo emite é uma forma de autocuidado e também uma ação direta que capacita a pessoa a buscar ajuda no tempo certo.
Sim, e este é um dos sinais mais importantes. Perder peso sem alterar a dieta ou a rotina de exercícios nunca é normal.
De acordo com a Revista Médica de Minas Gerais (RMMG), uma perda superior a 5% do peso corporal em um período de 6 a 12 meses é um sinal de alerta que exige investigação imediata. A pesquisa afirma ainda que esse emagrecimento acelerado ocorre porque o tumor consome uma quantidade imensa de energia para crescer.
Essa condição, conhecida como caquexia, é complexa: as células cancerígenas liberam substâncias (citocinas) que alteram o metabolismo do corpo, forçando a quebra de músculos e gordura. Devido a isso, a perda de peso muitas vezes vem acompanhada de perda de apetite e fraqueza intensa.
Além disso, os cânceres do aparelho digestivo, como pâncreas, estômago e esôfago, além do câncer de pulmão, estão entre os mais associados a este sintoma em suas fases iniciais.
Sem dúvida, e com urgência. A próstata está localizada logo abaixo da bexiga e envolve a uretra (o canal que leva a urina para fora). Quando um tumor cresce nessa região, ele comprime a uretra, causando sintomas muito característicos, como dificuldade para iniciar a micção, jato de urina fraco ou que é interrompido, e a sensação de que a bexiga não se esvaziou por completo. A necessidade de ir ao banheiro várias vezes, especialmente à noite (noctúria), também é comum.
A presença de sangue na urina (hematúria) ou no sêmen é um sinal ainda mais alarmante. Embora possa ser causado por infecções ou cálculos renais, é um sintoma clássico do câncer de próstata, bexiga e também dos rins.
Como essas doenças podem ser silenciosas no início, qualquer alteração no padrão urinário deve ser relatada a um urologista para uma investigação completa.
A dor é um alarme, e quando ela se torna crônica e sem uma causa óbvia, precisa ser investigada.
Quando ela é causada pelo câncer, pode ter duas diferentes origens:
Vale lembrar que essa dor óssea é um sinal de alerta importante, pois pode indicar que um câncer de próstata ou de pulmão, por exemplo, já está em um estágio mais avançado.
Adicionalmente, dores de cabeça que se tornam persistentes, que não melhoram com analgésicos comuns ou que são acompanhadas de outros sintomas neurológicos (visão dupla, fraqueza), também exigem uma investigação para descartar um tumor cerebral.
Da mesma forma, uma dor abdominal contínua e sem relação com a alimentação não deve ser ignorada. O importante é não tratar a dor persistente como algo normal.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) afirma que o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo, e os homens, especialmente os que trabalham expostos ao sol, devem ter atenção redobrada.
Além do melanoma, o tipo mais agressivo, que geralmente segue a regra "ABCDE" (Assimetria, Bordas irregulares, Cores variadas, Diâmetro maior que 6mm e Evolução), existem os cânceres de pele não-melanoma, muito mais comuns.
Esses tumores podem se manifestar como manchas avermelhadas que descamam, lesões de aparência perolada ou brilhante, ou, mais caracteristicamente, como pequenas feridas que não cicatrizam após quatro semanas.
Portanto, lembre-se que qualquer lesão nova na pele ou uma pinta antiga que mude de aparência é motivo suficiente para uma consulta com um dermatologista.
A recomendação de que todo nódulo ou inchaço novo deve ser avaliado por um médico é um pilar da detecção precoce do câncer. Embora muitos caroços sejam benignos, como cistos ou lipomas, ignorá-los é um risco, pois um nódulo pode ser o primeiro e, às vezes, o único sinal de um tumor em estágio inicial.Portanto, a avaliação profissional é o que diferencia um susto de um diagnóstico que precisa de ação.
Um exemplo claro da importância dessa atenção ocorre em homens mais jovens, uma vez que o câncer de testículo tem maior incidência na faixa etária entre 15 e 35 anos.
Seu principal sinal é um caroço endurecido e geralmente indolor em um dos testículos, que pode ser acompanhado por uma sensação de peso no escroto ou dor surda na virilha. Por isso, a autoavaliação mensal é poderosa, especialmente porque o diagnóstico precoce eleva drasticamente as taxas de cura.
Além de nódulos em órgãos específicos, é crucial ter atenção a inchaços que podem surgir no pescoço, nas axilas ou na virilha. Nesses casos, os caroços são frequentemente gânglios linfáticos (filtros de defesa do corpo) reagindo a infecções comuns, mas o sinal de alerta surge quando esse inchaço é persistente, indolor e endurecido, sem uma causa infecciosa aparente.
Essa característica pode indicar tanto um linfoma, que é um câncer do sistema linfático, quanto uma metástase de um tumor de outra região.
Finalmente, é fundamental abordar um tipo de câncer que, embora mais raro, carrega um risco significativo por ser pouco conhecido pelos homens: o câncer de mama masculino. O seu principal sinal é um nódulo endurecido próximo ao mamilo, mas alterações como a retração do mamilo, vermelhidão ou a saída de secreção também exigem uma consulta médica imediata.
Portanto, a mensagem central é que, independentemente da localização, a familiaridade com o próprio corpo e a iniciativa de procurar um médico ao notar qualquer mudança são as melhores atitudes para a detecção precoce.
Uma tosse que não vai embora deve ser sempre vista como um sinal de alerta. Pode ser uma tosse "de fumante" que mudou de padrão e se tornou mais intensa, ou uma tosse seca que persiste por mais de três semanas, mesmo em não fumantes, ela nunca deve ser tratada como um simples resfriado.
Quando essa tosse vem acompanhada de outros sinais, como falta de ar, dor no peito ou, especialmente, escarro com sangue, a atenção precisa ser imediata, pois esse conjunto de sintomas é a apresentação mais comum do câncer de pulmão, um dos mais letais justamente pelo diagnóstico tardio.
Dentro desse quadro, a rouquidão merece destaque, pois ela funciona como um sinal de alerta duplo. Em alguns casos, ela é um dos sintomas associados ao câncer de pulmão, mas também pode ser o principal indício de outro tipo de tumor: o câncer de laringe.
Quando a rouquidão persiste por mais de duas semanas sem uma causa óbvia, como um quadro de laringite ou um esforço excessivo da voz, a investigação médica torna-se necessária.
A razão para essa urgência é que a alteração na voz pode ser o resultado de um tumor afetando diretamente as cordas vocais ou o nervo que as controla. Por isso, é importante não atribuir esses sinais a uma simples alergia ou irritação passageira, porque apenas a avaliação de um especialista pode diferenciar os quadros e entregar um diagnóstico precoce.
A fadiga oncológica é completamente diferente do cansaço normal, trata-se de uma sensação de exaustão profunda, persistente e avassaladora, que não melhora com uma boa noite de sono ou alguns dias de descanso.
A razão para essa diferença é que o corpo está travando uma batalha constante e invisível. O tumor, para crescer, consome uma quantidade enorme de nutrientes e energia, alterando todo o metabolismo. Além disso, as próprias células cancerígenas podem liberar substâncias inflamatórias (citocinas) que afetam o funcionamento normal do corpo e contribuem diretamente para essa sensação de esgotamento.
Uma das causas mais concretas para essa fadiga é a anemia, que pode surgir de sangramentos crônicos e não visíveis, como ocorre frequentemente no câncer de cólon ou estômago. Com menos glóbulos vermelhos para transportar oxigênio para os tecidos, o corpo fica sem "combustível" para suas atividades, o que resulta em fraqueza e cansaço.
Essa exaustão é também um sintoma marcante em cânceres hematológicos, como leucemias e linfomas, nos quais a produção de células sanguíneas saudáveis já está comprometida desde o início.
O impacto no dia a dia é imenso e transforma tarefas simples, como trabalhar, tomar banho ou subir um lance de escadas, em desafios monumentais. Logo, quando um cansaço extremo surge sem motivo aparente e se torna incapacitante, ele não deve ser visto como preguiça ou estresse, mas sim como um sintoma clínico sério que justifica uma investigação médica aprofundada.
A recomendação é clara e direta: ao perceber qualquer um dos sintomas descritos, especialmente se forem persistentes ou se manifestarem em conjunto, não hesite. O primeiro passo pode ser uma consulta com um clínico geral, que saberá avaliar o quadro e encaminhá-lo ao especialista adequado (oncologista, urologista, dermatologista, etc.).
A autoavaliação é importante, mas não substitui os exames de rotina e homens a partir dos 40 anos devem ter um acompanhamento regular de saúde, mesmo na ausência de sintomas.
A medicina preventiva é a ferramenta mais eficaz contra o câncer. Conhecer os sinais do seu corpo e agir ao primeiro alerta não é exagero, é a forma mais inteligente de cuidar da sua saúde e aumentar drasticamente as chances de um futuro saudável.
Referências Bibliográficas:
LODI, Savio Luiz Rabelo de Almeida; LODI, Elaine S. M. L.; LODI, Wallace C. de M. Avaliação e tratamento da perda de peso involuntária e significativa. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 20, n. 1, supl. 3, 2010. Disponível em: <https://rmmg.org/artigo/detalhes/390>. Acesso em: 24 jul. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Câncer de Pele Não Melanoma. Brasília, DF: INCA, 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pele-nao-melanoma>. Acesso em: 24 jul. 2025.
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