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Sintomas de infarto silencioso feminino: conheça os sinais atípicos

De trauma leve e inflamações a condições como a varicocele, descubra o que pode causar a dor no testículo e quando procurar um especialista.

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infarto silencioso, ou infarto agudo do miocárdio (IAM), ocorre quando uma artéria do coração é bloqueada, interrompendo o fluxo de sangue. Ele é chamado de "silencioso" porque os sintomas são leves, atípicos ou mesmo não aparecem.

São facilmente confundidos com um mal-estar comum como indigestão ou cansaço. Essa forma de ataque cardíaco é mais frequente em idosos, pessoas com diabetes e mulheres. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as mortes por infarto de mulheres jovens, entre 15 e 49 anos, aumentaram 62% no Brasil entre 1990 e 2019.

No corpo feminino, o infarto se manifesta muitas vezes de forma sutil. Isso leva ao atraso no diagnóstico e a maiores riscos de complicações e mortalidade.

Aprenda a seguir a reconhecer 5 sintomas atípicos do infarto silencioso feminino. Entenda as possíveis causas, os fatores de risco e o que fazer em uma emergência.

Cansaço e fadiga extremos e inexplicáveis

A fadiga extrema, que não melhora com o repouso ou uma boa noite de sono, é um dos sinais de alerta mais comuns e negligenciados nas mulheres. Este cansaço é diferente daquele sentido após um dia agitado. Ele pode:

  • Surgir de forma repentina e sem motivo aparente;
  • Ser incapacitante, dificultando tarefas simples do dia a dia;
  • Ser confundido com estresse, ansiedade ou exaustão do trabalho.

A fadiga ocorre porque o coração, ao estar sob estresse pela falta de oxigênio, tenta compensar a falha bombeando o sangue com mais dificuldade. Essa sobrecarga gera uma sensação de esgotamento físico no corpo todo.

É importante que qualquer cansaço que persista por dias ou que seja repentinamente intenso seja investigado por um médico.

Dor nas costas, pescoço ou mandíbula

Em vez da dor central no peito, as mulheres frequentemente sentem dor que se irradia para outras áreas, incluindo as costas. Essa dor pode se manifestar como:

  • Dor na parte superior das costas: sensação de pressão, aperto ou queimação que se concentra entre as escápulas das costas;
  • Dor no pescoço ou na mandíbula: pode ser confundida com dor de dente ou dor muscular na nuca.

Essa irradiação da dor acontece porque os nervos que vêm do coração se conectam com os nervos dessas áreas do corpo. Por isso, o cérebro pode "confundir" a origem do problema.

Qualquer dor que não esteja associada a um esforço físico localizado e que seja persistente, deve ser considerada um sinal de alerta. Se vier acompanhada de outro sintoma, o alerta é ainda mais importante.

Náuseas, vômitos e dor na região do estômago

Muitas mulheres confundem o infarto com um problema digestivo como gastrite, azia ou indigestão. Isso ocorre porque o desconforto pode se manifestar como uma dor na boca do estômago, na parte superior do abdômen, ou na parte inferior do tórax. E pode vir acompanhado de náuseas ou vômitos.

Esses sintomas são chamados de atípicos e merecem atenção redobrada. Se a dor ou o enjoo persistirem mesmo se medicamentos comuns para digestão não aliviarem, é urgente buscar ajuda médica.

Falta de ar, tontura e suor frio

A falta de ar, tecnicamente chamada de dispneia, é um sintoma comum no infarto feminino, podendo ocorrer mesmo na ausência de dor no peito. Os sinais incluem:

  • Falta de ar: dificuldade para respirar, mesmo em repouso ou durante atividades leves;
  • Tontura: sensação de desmaio iminente ou sensação de cabeça vazia;
  • Sudorese fria: suor excessivo e repentino, sem que a pessoa esteja com calor ou fazendo esforço físico.

A explicação é que quando o coração está lesionado, ele não consegue bombear sangue com eficiência. O corpo reage então com falta de ar. O pulmão não recebe sangue suficiente. E o suor frio é uma resposta do sistema nervoso autônomo. Ele surge devido ao estresse cardíaco.

A conjunção desses sinais, mesmo que em intensidade leve, pode ser um forte indicador de que o coração não está funcionando bem.

O que você deve fazer em caso de infarto ou presenciar um?

O infarto é uma emergência médica. Em caso de suspeita, o tempo é crucial para salvar a sua vida ou a de quem está sofrendo o infarto. O primeiro e mais importante passo é chamar ajuda especializada.

Em caso de infarto ou ao presenciar alguém com sintomas graves:

  • Ligue imediatamente para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192. Avise que é uma emergência cardíaca;
  • Mantenha a pessoa calma, em repouso, e em uma posição confortável. Geralmente é a posição sentada com as costas apoiadas;
  • Se a pessoa estiver acordada e o serviço de emergência orientar, ela pode mastigar um comprimido de ácido acetilsalicílico (AAS), a conhecida Aspirina. Ela ajuda a "afinar" o sangue, mas isso deve ser feito apenas sob orientação médica;
  • Se a pessoa perder a consciência e parar de respirar ou de reagir, inicie imediatamente uma massagem cardíaca.

O atendimento rápido de emergência é o principal fator para reduzir o risco de sequelas e morte.

Como fazer massagem cardíaca?

A massagem cardíaca deve ser feita se a pessoa estiver inconsciente e não estiver respirando normalmente. Siga esses passos simples:

  • Coloque a pessoa deitada de costas em uma superfície plana e rígida. O chão é o ideal;
  • Entrelace os dedos e posicione o "calcanhar" da mão, a parte mais firme da palma, no centro do peito da vítima, na metade inferior do osso chamado esterno.
  • Mantenha os braços esticados e use o peso do seu corpo para empurrar o peito com força, rapidez e sem parar;
  • As compressões devem ter uma frequência de 100 a 120 por minuto. Siga o ritmo da música "Stayin' Alive" do Bee Gees. A profundidade deve ser de no mínimo 5 centímetros.
  • Mantenha a massagem ininterruptamente até a pessoa voltar a se mexer, respirar ou até a chegada do SAMU.

Se houver mais de um socorrista, é ideal revezar a massagem a cada dois minutos, para garantir que as compressões continuem sendo feitas com a força e profundidade corretas.

Infarto na mulher: possíveis causas

O infarto é causado pela interrupção do fluxo sanguíneo em uma das artérias coronárias. A principal causa em ambos os sexos é o acúmulo de placas de gordura, ou aterosclerose. Mas nas mulheres, outras condições têm um papel importante.

As principais causas são:

  • Aterosclerose: acúmulo de placas de gordura e colesterol nas artérias coronárias, que são os vasos que nutrem o músculo do coração;
  • Doença microvascular coronária: é mais comum em mulheres. É o entupimento de artérias muito pequenas e finas, não visíveis em exames comuns, o que leva à falta de oxigênio no coração;
  • Dissecção Espontânea da Artéria Coronária (SCAD): um rasgo súbito na parede de uma artéria coronária. Embora rara, atinge principalmente mulheres jovens e saudáveis, muitas vezes no período de gravidez ou pós-parto;
  • Espasmo coronariano: é a contração súbita e intensa da parede da artéria coronária. Ela bloqueia temporariamente o fluxo de sangue, mesmo que não haja placa de gordura.

Essas causas demonstram que, mesmo sem os fatores de risco tradicionais, as mulheres não estão imunes ao infarto. O cardiologista é a melhor pessoa para identificar corretamente a causa, e indicar o melhor tratamento.

Fatores de risco para infarto nas mulheres

As mulheres compartilham os fatores de risco tradicionais do infarto com os homens, como diabetes, pressão alta, colesterol alto, tabagismo, obesidade, sedentarismo e histórico familiar.

No entanto, as mulheres apresentam fatores de risco únicos, ligados a questões hormonais e reprodutivas.

  • Mulheres com menopausa precoce: o estrogênio, hormônio que protege os vasos sanguíneos, diminui. Quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos, o risco cardíaco aumenta significativamente;
  • Mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): esta condição está ligada à resistência à insulina e a alterações hormonais que aumentam o risco de doenças cardiovasculares;
  • Histórico de complicações na gravidez: condições como pressão alta na gestação, diabetes gestacional e parto prematuro aumentam o risco futuro de infarto;
  • Doenças autoimunes: doenças como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide, que são mais comuns em mulheres, causam inflamação crônica que atinge os vasos sanguíneos;
  • Estresse e depressão: o estresse emocional crônico e a depressão têm um impacto maior na saúde do coração feminino do que no masculino.

A presença de um ou mais desses fatores exige acompanhamento e monitoramento rigoroso com um cardiologista. Por isso a importância de se consultar regularmente.

Como é o tratamento para infarto?

O tratamento do infarto agudo do miocárdio visa restaurar o fluxo sanguíneo para o coração o mais rápido possível e prevenir novos eventos. O tratamento inicial e de longo prazo inclui:

Medicamentos

Uso de medicamentos antiplaquetários como o ácido acetilsalicílico (AAS) para evitar novos coágulos. O uso de estatinas também é essencial para reduzir o colesterol e diminuir as placas de gordura. Outras classes, como betabloqueadores, são usadas para reduzir o esforço do coração.

Angioplastia coronária

É um procedimento minimamente invasivo. Um tubo fino é inserido na artéria e um pequeno balão é inflado para desobstruir a área bloqueada. Geralmente, uma prótese chamada stent, uma espécie de mola de metal, é colocada para manter a artéria aberta.

Cirurgia de revascularização (bypass)

É uma cirurgia mais invasiva, usada em casos de múltiplas obstruções graves. O cirurgião usa parte de uma veia ou artéria de outra parte do corpo para criar um "atalho" e desviar o fluxo sanguíneo da área bloqueada.

Após a fase aguda, é fundamental seguir o tratamento medicamentoso e participar de programas de reabilitação cardíaca. Só o médico cardiologista pode estabelecer qual a melhor forma de tratar o infarto.

Como prevenir o infarto? Conheça algumas recomendações

A prevenção é o meio mais eficaz de combate ao infarto, especialmente em mulheres com fatores de risco específicos. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) enfatiza que a maior parte das mortes por doenças cardiovasculares poderiam ser evitadas com mudanças no estilo de vida.

Algumas recomendações de prevenção:

  • Mantenha a pressão arterial, o colesterol e o diabetes sob controle rigoroso, conforme a orientação médica;
  • Não fume;
  • Adote uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras boas (como azeite e peixes). Evite sal, açúcar e gorduras saturadas;
  • Procure praticar exercícios moderados como caminhada, por pelo menos 150 minutos por semana. Isso dá cerca de 30 minutos por dia, 5 vezes por semana;
  • Busque métodos para lidar com o estresse e a ansiedade, como meditação ou atividades relaxantes;
  • Converse com o cardiologista sobre os riscos cardiovasculares após a menopausa, especialmente se ela foi precoce.

Priorizar a saúde do coração é um ato de autocuidado para a vida toda. E o check-up cardiológico periódico é essencial para monitorar a saúde e prevenir o infarto.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 117, n. 1, p. 181-264, jul. 2021. Disponível em: https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-117-01-0181/0066-782X-abc-117-01-0181.x66747.pdf. Acesso em: 15 out. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC). Um Olhar sobre o Stress nas Mulheres com Infarto Agudo do Miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 114, n. 4, p. 642-649, abr. 2020. Disponível em: https://abccardiol.org/article/um-olhar-sobre-o-stress-nas-mulheres-com-infarto-agudo-do-miocardio/. Acesso em: 15 out. 2025.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Primeiros Socorros: Massagem Cardíaca. [S.d.]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006003171.pdf. Acesso em: 15 out. 2025.

CNN BRASIL. Mortes por infarto em mulheres jovens crescem 62% no Brasil; saiba como prevenir. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/mortes-por-infarto-em-mulheres-jovens-crescem-62-no-brasil-saiba-como-prevenir/. Acesso em: 15 out. 2025.

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