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Osteoporose: o que é, quais as causas, quais são os sintomas e como prevenir

A doença é silenciosa e afeta 10 milhões de brasileiros. Descubra como preveni-la, diagnosticá-la e tratá-la para evitar fraturas.

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A osteoporose é um problema de saúde pública que, por ser silencioso, muitas vezes é descoberto tarde demais.

No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a doença. Infelizmente, ela está ligada a aproximadamente 200 mil mortes por ano devido a complicações de fraturas, segundo dados de 2024 do Ministério da Saúde.

Não espere a dor ou a fratura chegar. A informação é o primeiro passo para proteger seus ossos. Entenda a seguir o que é a osteoporose, por que ela acontece e quais são os cuidados essenciais para manter o seu esqueleto forte.

Osteoporose: o que é?

A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo. Isso aumenta a fragilidade dos ossos e, consequentemente, o risco de fraturas.

A própria palavra, de origem grega, significa, literalmente, "osso poroso".

Em outras palavras: imagine que seu osso não é maciço, mas sim uma estrutura com pequenos buracos internos, como um favo de mel. Quando você é jovem e saudável, esses buracos são pequenos e o osso é forte.

A osteoporose é o que acontece quando esses buracos crescem muito, tornando a estrutura interna parecida com uma esponja velha.

O osso perde então massa, densidade e resistência. A consequência é um osso extremamente frágil e que pode quebrar facilmente, mesmo com um impacto muito pequeno. Mesmo uma tosse forte ou uma queda leve pode ocasionar uma fratura.

O que causa osteoporose?

A osteoporose acontece quando o corpo passa a destruir mais tecido ósseo do que consegue construir, resultando em ossos ocos e frágeis. As principais causas e fatores de risco são:

  • Envelhecimento: com o passar dos anos, o corpo naturalmente perde a capacidade de renovar o tecido ósseo na mesma velocidade;
  • Menopausa: as mulheres costumam ser as mais atingidas, pois a queda no nível de estrogênio (um hormônio que protege os ossos) na menopausa acelera muito a perda de massa óssea;
  • Falta de vitamina D e cálcio: estes nutrientes são essenciais. O cálcio é a matéria-prima e a vitamina D é o que ajuda o corpo a absorver o cálcio;
  • Estilo de vida: ser sedentário, fumar (tabagismo), consumir muito álcool, ter algumas doenças crônicas ou usar certos medicamentos (como corticoides) também enfraquece a estrutura óssea.

Em resumo, a osteoporose é o resultado de uma balança desregulada onde a perda óssea supera a capacidade de reparo do corpo.

Sintomas de osteoporose: aprenda a identificar os sinais

A osteoporose é conhecida como doença silenciosa porque, na fase inicial, ela não provoca dor. Uma pessoa pode ter a doença por anos sem sentir nada.

Os sinais só aparecem quando a doença já está avançada e são, na maioria das vezes, resultado de uma fratura:

  • Fraturas repentinas: quebrar um osso (principalmente coluna, punho ou quadril) após um trauma leve, como uma pequena queda ou um esbarrão. É um sinal de que o osso estava muito frágil;
  • Dor crônica: dor nas costas ou nos ossos após fraturas na coluna (fraturas vertebrais) pode ser um sinal da osteoporose, embora outras doenças apresentem o mesmo sintoma;
  • Perda de altura: devido ao "achatamento" gradual das vértebras (os pequenos ossos da coluna).

postura mais curvada, conhecida popularmente como “corcunda”, também pode ser um sinal da osteoporose. É importante, contudo, que o médico avalie e dê o diagnóstico correto para eliminar outras causas.

Quando a osteoporose é grave?

A doença pode ser considerada grave quando o paciente sofre uma fratura por fragilidade. A fratura mais séria é a do quadril (fêmur), que frequentemente requer cirurgia e é a principal causa de morte e incapacidade em idosos.

A literatura médica aponta que, devido às complicações da hospitalização, estima-se que até 20% dos pacientes morrem no primeiro ano após uma fratura de quadril.

Como a dor só aparece depois que o osso quebra, a prevenção por meio do diagnóstico é fundamental.

Osteopenia e osteoporose: entenda a diferença

Osteopenia é o estágio que vem antes da osteoporose. Pense nela como um "aviso" ou um alerta amarelo de que seus ossos estão enfraquecendo.

  • Osteopenia: significa que você já perdeu alguma massa óssea e a densidade está abaixo do normal, mas a perda não é grave o suficiente para ser classificada como osteoporose;
  • Osteoporose: ocorre quando a perda de massa óssea é severa e o risco de fratura é muito alto.

A osteopenia é o momento ideal para começar o tratamento e os cuidados de prevenção, pois é mais fácil reverter a perda óssea e evitar que a condição evolua para a osteoporose.

Osteoporose tem cura?

A osteoporose não tem cura, pois é uma condição crônica ligada ao envelhecimento e a fatores hormonais que afetam permanentemente a estrutura óssea. No entanto, é importante saber que ela tem controle e tratamento muito eficazes.

O objetivo primário do tratamento não é curar a doença, mas sim estabilizá-la por meio de três metas principais: a primeira delas é parar a perda óssea, impedindo que os ossos continuem a enfraquecer.

Depois, aumentar a densidade, fazendo com que o osso fique mais denso e forte. E, por último, prevenir fraturas, que é a complicação mais grave. 

Com o tratamento correto e a mudança nos hábitos de vida, é totalmente possível viver com a doença sem grandes limitações.

Como é feito o diagnóstico da osteoporose?

Como a doença não tem sintomas visíveis ou dolorosos, o diagnóstico precoce depende de exames preventivos.

O exame essencial para osteoporose é a Densitometria Óssea. É um exame rápido e indolor, muito parecido com um raio-X, que mede a densidade mineral dos seus ossos. É medida principalmente na coluna e no quadril (fêmur), que são os locais mais críticos.

O resultado do exame indica o quão forte, ou frágil, o osso está e classifica se o resultado é normal, osteopenia ou osteoporose.

Quem deve fazer o exame: mulheres a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70 anos são os principais grupos que devem fazer o exame. Pessoas mais jovens que possuam fatores de risco (como uso prolongado de certos medicamentos ou menopausa precoce) também devem fazer.

O diagnóstico preciso por meio da densitometria é a melhor forma de prevenir futuras fraturas.

Osteoporose: tratamento e medicamentos principais

tratamento da osteoporose deve ser sempre individualizado e acompanhado por um médico especialista (reumatologista ou endocrinologista), seguindo as diretrizes atualizadas do Ministério da Saúde.

Ele é baseado em uma abordagem que combina três frentes essenciais:

  • Suplementação: o uso de cálcio e vitamina D é fundamental, pois eles são a matéria-prima básica para o fortalecimento e reparo do osso;
  • Modificação do estilo de vida: pode incluir a prática de exercícios de força (como musculação) para fortalecer a estrutura muscular e melhorar o equilíbrio. E ajustes na dieta e prevenção de quedas;
  • Medicamentos para osteoporose: o médico pode prescrever medicamentos com o objetivo de reduzir a perda óssea ou, em casos mais graves, estimular a formação de novo osso. 

Esses podem ser administrados via oral (comprimidos semanais ou mensais) ou por meio de injeções aplicadas em intervalos maiores.

É fundamental entender que a eficácia do tratamento depende diretamente da disciplina e do acompanhamento contínuo. Muitos medicamentos para osteoporose agem lentamente e o efeito só é percebido a longo prazo.

A adesão rigorosa ao plano de tratamento, inclusive nos períodos em que não há sintomas, é crucial para evitar fraturas.

Como prevenir a osteoporose? Conheça as principais recomendações

A melhor forma de combater a osteoporose é não desenvolver a doença. A prevenção deve começar na juventude, mas nunca é tarde para adotar hábitos saudáveis que vão ajudar a prevenir:

Consuma vitamina D e cálcio

Estes são os pilares da formação óssea. Você deve garantir a ingestão diária adequada de cálcio por meio da dieta (leite e derivados, vegetais de folhas escuras) e obter vitamina D através da exposição solar.

Cerca de 15 a 20 minutos por dia, sem protetor solar, fora dos horários de pico, já estimula a produção do nutriente no corpo. Mais do que isso, passe protetor solar sempre!

Faça exercícios de força

A atividade física com carga (como caminhada, musculação ou exercícios com peso) estimula as células ósseas a se fortalecerem. O impacto do exercício, longe de ser um risco (para quem não tem a doença avançada), é um fator de proteção essencial.

Consulte um profissional especializado para que ele te oriente sobre como e quais exercícios você pode fazer.

Controle os fatores de risco para a osteoporose

Evite consumo excessivo de álcool, não fume (o tabagismo acelera a perda óssea), e mantenha um peso corporal saudável.

Essas são medidas cruciais para a prevenção primária da doença, que todos podem adotar desde a juventude.

Autocuidados para osteoporose: para quem já tem a doença ou osteopenia

Para quem já recebeu o diagnóstico, o foco dos autocuidados é principalmente prevenir a fratura, que é o evento mais perigoso da doença.

Com o osso frágil, a maior ameaça é cair. É fundamental adaptar o ambiente doméstico para minimizar riscos:

  • Remova tapetes soltos, fios e objetos do chão;
  • Use calçados fechados e com sola antiderrapante;
  • Instale barras de apoio em banheiros e use corrimãos nas escadas;
  • Mantenha os ambientes bem iluminados, especialmente à noite.

Siga rigorosamente o plano medicamentoso e de suplementação prescrito pelo seu médico, e mantenha a rotina de exercícios orientados pelo seu profissional de educação física (ou fisioterapeuta).

Quem tem osteoporose pode fazer musculação?

A musculação e outros exercícios de força são altamente recomendados e essenciais para quem tem osteoporose.

A ideia de que o exercício físico é perigoso para quem tem osteoporose é um mito. O que é perigoso é o sedentarismo. A musculação (ou exercícios com peso, como Pilates e ginástica) é vital porque fortalece os músculos e estimula o osso.

Músculos fortes dão suporte aos ossos e melhora seu equilíbrio, reduzindo drasticamente o risco de quedas. O esforço muscular durante o exercício envia um sinal ao osso para que ele se mantenha mais forte, diminuindo a velocidade da perda óssea.

No entanto, é fundamental fazer exercícios sob a orientação de um profissional (fisioterapeuta ou educador físico). É importante que o profissional adapte os movimentos para a sua condição, garantindo a segurança da coluna e do quadril.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Referências

MINISTÉRIO DA SAÚDE / CONITEC. Relatório para a Sociedade nº 473. Brasília: Portal Gov.br, Julho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2024/sociedade/relatorio-para-a-sociedade-no-473. Acesso em: 8 out. 2025.

MINISTÉRIO DA SAÚDE / CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Osteoporose (PCDT). Brasília: Portal Gov.br. Atualizado em: 21 jan. 2025. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/o/osteoporose/view. Acesso em: 8 out. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA (SBR). Mês de Conscientização Mundial sobre a Osteoporose. [S.l.]: SBR. Publicado em: 20 out. 2024. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/mes-de-conscientizacao-mundial-sobre-a-osteoporose/. Acesso em: 8 out. 2025.

PMC. Revisão sobre fraturas osteoporóticas: Ocorrência, prevenção e consequências. Publicado em: 14 jun. 2025. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12167005/. Acesso em: 8 out. 2025.

FEBRASGO. OSTEOPOROSE E A SAÚDE FEMININA. [S.l.]: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Publicado em: 19 out. 2023. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1751-osteoporose-e-a-saude-feminina. Acesso em: 8 out. 2025.

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