Revisado em: 09/10/2025
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A doença é silenciosa e afeta 10 milhões de brasileiros. Descubra como preveni-la, diagnosticá-la e tratá-la para evitar fraturas.
A osteoporose é um problema de saúde pública que, por ser silencioso, muitas vezes é descoberto tarde demais.
No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a doença. Infelizmente, ela está ligada a aproximadamente 200 mil mortes por ano devido a complicações de fraturas, segundo dados de 2024 do Ministério da Saúde.
Não espere a dor ou a fratura chegar. A informação é o primeiro passo para proteger seus ossos. Entenda a seguir o que é a osteoporose, por que ela acontece e quais são os cuidados essenciais para manter o seu esqueleto forte.
A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo. Isso aumenta a fragilidade dos ossos e, consequentemente, o risco de fraturas.
A própria palavra, de origem grega, significa, literalmente, "osso poroso".
Em outras palavras: imagine que seu osso não é maciço, mas sim uma estrutura com pequenos buracos internos, como um favo de mel. Quando você é jovem e saudável, esses buracos são pequenos e o osso é forte.
A osteoporose é o que acontece quando esses buracos crescem muito, tornando a estrutura interna parecida com uma esponja velha.
O osso perde então massa, densidade e resistência. A consequência é um osso extremamente frágil e que pode quebrar facilmente, mesmo com um impacto muito pequeno. Mesmo uma tosse forte ou uma queda leve pode ocasionar uma fratura.
A osteoporose acontece quando o corpo passa a destruir mais tecido ósseo do que consegue construir, resultando em ossos ocos e frágeis. As principais causas e fatores de risco são:
Em resumo, a osteoporose é o resultado de uma balança desregulada onde a perda óssea supera a capacidade de reparo do corpo.
A osteoporose é conhecida como doença silenciosa porque, na fase inicial, ela não provoca dor. Uma pessoa pode ter a doença por anos sem sentir nada.
Os sinais só aparecem quando a doença já está avançada e são, na maioria das vezes, resultado de uma fratura:
A postura mais curvada, conhecida popularmente como “corcunda”, também pode ser um sinal da osteoporose. É importante, contudo, que o médico avalie e dê o diagnóstico correto para eliminar outras causas.
A doença pode ser considerada grave quando o paciente sofre uma fratura por fragilidade. A fratura mais séria é a do quadril (fêmur), que frequentemente requer cirurgia e é a principal causa de morte e incapacidade em idosos.
A literatura médica aponta que, devido às complicações da hospitalização, estima-se que até 20% dos pacientes morrem no primeiro ano após uma fratura de quadril.
Como a dor só aparece depois que o osso quebra, a prevenção por meio do diagnóstico é fundamental.
Osteopenia é o estágio que vem antes da osteoporose. Pense nela como um "aviso" ou um alerta amarelo de que seus ossos estão enfraquecendo.
A osteopenia é o momento ideal para começar o tratamento e os cuidados de prevenção, pois é mais fácil reverter a perda óssea e evitar que a condição evolua para a osteoporose.
A osteoporose não tem cura, pois é uma condição crônica ligada ao envelhecimento e a fatores hormonais que afetam permanentemente a estrutura óssea. No entanto, é importante saber que ela tem controle e tratamento muito eficazes.
O objetivo primário do tratamento não é curar a doença, mas sim estabilizá-la por meio de três metas principais: a primeira delas é parar a perda óssea, impedindo que os ossos continuem a enfraquecer.
Depois, aumentar a densidade, fazendo com que o osso fique mais denso e forte. E, por último, prevenir fraturas, que é a complicação mais grave.
Com o tratamento correto e a mudança nos hábitos de vida, é totalmente possível viver com a doença sem grandes limitações.
Como a doença não tem sintomas visíveis ou dolorosos, o diagnóstico precoce depende de exames preventivos.
O exame essencial para osteoporose é a Densitometria Óssea. É um exame rápido e indolor, muito parecido com um raio-X, que mede a densidade mineral dos seus ossos. É medida principalmente na coluna e no quadril (fêmur), que são os locais mais críticos.
O resultado do exame indica o quão forte, ou frágil, o osso está e classifica se o resultado é normal, osteopenia ou osteoporose.
Quem deve fazer o exame: mulheres a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70 anos são os principais grupos que devem fazer o exame. Pessoas mais jovens que possuam fatores de risco (como uso prolongado de certos medicamentos ou menopausa precoce) também devem fazer.
O diagnóstico preciso por meio da densitometria é a melhor forma de prevenir futuras fraturas.
O tratamento da osteoporose deve ser sempre individualizado e acompanhado por um médico especialista (reumatologista ou endocrinologista), seguindo as diretrizes atualizadas do Ministério da Saúde.
Ele é baseado em uma abordagem que combina três frentes essenciais:
Esses podem ser administrados via oral (comprimidos semanais ou mensais) ou por meio de injeções aplicadas em intervalos maiores.
É fundamental entender que a eficácia do tratamento depende diretamente da disciplina e do acompanhamento contínuo. Muitos medicamentos para osteoporose agem lentamente e o efeito só é percebido a longo prazo.
A adesão rigorosa ao plano de tratamento, inclusive nos períodos em que não há sintomas, é crucial para evitar fraturas.
A melhor forma de combater a osteoporose é não desenvolver a doença. A prevenção deve começar na juventude, mas nunca é tarde para adotar hábitos saudáveis que vão ajudar a prevenir:
Estes são os pilares da formação óssea. Você deve garantir a ingestão diária adequada de cálcio por meio da dieta (leite e derivados, vegetais de folhas escuras) e obter vitamina D através da exposição solar.
Cerca de 15 a 20 minutos por dia, sem protetor solar, fora dos horários de pico, já estimula a produção do nutriente no corpo. Mais do que isso, passe protetor solar sempre!
A atividade física com carga (como caminhada, musculação ou exercícios com peso) estimula as células ósseas a se fortalecerem. O impacto do exercício, longe de ser um risco (para quem não tem a doença avançada), é um fator de proteção essencial.
Consulte um profissional especializado para que ele te oriente sobre como e quais exercícios você pode fazer.
Evite consumo excessivo de álcool, não fume (o tabagismo acelera a perda óssea), e mantenha um peso corporal saudável.
Essas são medidas cruciais para a prevenção primária da doença, que todos podem adotar desde a juventude.
Para quem já recebeu o diagnóstico, o foco dos autocuidados é principalmente prevenir a fratura, que é o evento mais perigoso da doença.
Com o osso frágil, a maior ameaça é cair. É fundamental adaptar o ambiente doméstico para minimizar riscos:
Siga rigorosamente o plano medicamentoso e de suplementação prescrito pelo seu médico, e mantenha a rotina de exercícios orientados pelo seu profissional de educação física (ou fisioterapeuta).
A musculação e outros exercícios de força são altamente recomendados e essenciais para quem tem osteoporose.
A ideia de que o exercício físico é perigoso para quem tem osteoporose é um mito. O que é perigoso é o sedentarismo. A musculação (ou exercícios com peso, como Pilates e ginástica) é vital porque fortalece os músculos e estimula o osso.
Músculos fortes dão suporte aos ossos e melhora seu equilíbrio, reduzindo drasticamente o risco de quedas. O esforço muscular durante o exercício envia um sinal ao osso para que ele se mantenha mais forte, diminuindo a velocidade da perda óssea.
No entanto, é fundamental fazer exercícios sob a orientação de um profissional (fisioterapeuta ou educador físico). É importante que o profissional adapte os movimentos para a sua condição, garantindo a segurança da coluna e do quadril.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / CONITEC. Relatório para a Sociedade nº 473. Brasília: Portal Gov.br, Julho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2024/sociedade/relatorio-para-a-sociedade-no-473. Acesso em: 8 out. 2025.
MINISTÉRIO DA SAÚDE / CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Osteoporose (PCDT). Brasília: Portal Gov.br. Atualizado em: 21 jan. 2025. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/o/osteoporose/view. Acesso em: 8 out. 2025.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA (SBR). Mês de Conscientização Mundial sobre a Osteoporose. [S.l.]: SBR. Publicado em: 20 out. 2024. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/mes-de-conscientizacao-mundial-sobre-a-osteoporose/. Acesso em: 8 out. 2025.
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FEBRASGO. OSTEOPOROSE E A SAÚDE FEMININA. [S.l.]: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Publicado em: 19 out. 2023. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1751-osteoporose-e-a-saude-feminina. Acesso em: 8 out. 2025.
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