Ícone
InícioSaúdeEspecialidades médicas

Resuma este artigo com IA:

Ícone

Cirurgias gástricas: entenda quais são os tipos e quando elas são indicadas

Entenda as diferenças entre os procedimentos no estômago, para quem são recomendados e o que esperar da recuperação.

cirurgias gástricas1.jpg

A decisão por uma cirurgia no estômago geralmente chega após uma longa jornada, seja enfrentando dificuldades com o peso ou lidando com uma condição de saúde que não responde a outros tratamentos. É um passo significativo que gera muitas dúvidas e, por isso, a informação de qualidade é fundamental.

O que são cirurgias gástricas e quando são indicadas?

Cirurgias gástricas são procedimentos realizados no estômago para tratar diferentes doenças. Elas fazem parte de uma área maior, a cirurgia do aparelho digestivo, mas se concentram especificamente neste órgão vital para a digestão.

A indicação para uma intervenção cirúrgica nunca é a primeira opção. Ela ocorre quando tratamentos conservadores, como medicamentos e mudanças no estilo de vida, não foram suficientes para controlar o problema. As principais condições que podem levar à recomendação de uma cirurgia gástrica incluem:

  • Obesidade grave: quando o excesso de peso está associado a outras doenças (comorbidades) como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono.
  • Câncer de estômago: a remoção de parte ou de todo o órgão é um pilar no tratamento de tumores gástricos.
  • Úlceras pépticas complicadas: em casos de perfuração, sangramento ou obstrução que não podem ser controlados clinicamente.
  • Infecções gástricas graves: como a gastrite enfisematosa, uma infecção séria da parede do estômago que pode exigir cirurgia de revascularização para melhorar as chances de recuperação, além de tratamento médico intensivo.
  • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) grave: quando o refluxo crônico não melhora com medicação e causa complicações.

A avaliação é sempre individualizada e realizada por um cirurgião do aparelho digestivo, que analisará exames e o histórico completo do paciente.

Encontre o especialista adequado para sua condição em um dos hospitais da Rede Américas. Marque sua cirurgia com o cirurgião do aparelho digestivo.

Hospital

Endereço

Agendamento

Clínica Leforte Alphaville

Alameda Araguaia, 943

Entre em contato e faça seu agendamento!

Hospital Leforte Liberdade

Rua Barão de Iguape, 209

Hospital Leforte Morumbi

Rua dos Três Irmãos, 121

Hospital Nove de Julho Alphaville

Av Cauaxi, 118

Hospital Nove de Julho Bela Vista

Rua Peixoto Gomide, 263

Quais são os principais tipos de cirurgia no estômago?

Os procedimentos gástricos podem ser divididos em dois grandes grupos: as cirurgias bariátricas e metabólicas, focadas na perda de peso e controle de doenças associadas, e as não bariátricas, destinadas a tratar outras patologias do estômago.

Cirurgias bariátricas e metabólicas

Realizadas para promover uma perda de peso significativa e sustentada, estas cirurgias alteram a anatomia do sistema digestivo. Os dois tipos mais comuns no Brasil, segundo dados de sociedades médicas, são:

  • Bypass gástrico em Y de Roux: neste procedimento, o cirurgião cria uma pequena bolsa no topo do estômago e a conecta diretamente a uma porção mais baixa do intestino delgado. Isso restringe a quantidade de comida que se pode ingerir e reduz a absorção de nutrientes. Uma variação, o bypass gástrico de anastomose única (OAGB), também demonstrou uma perda de peso superior no primeiro ano e meio quando comparado ao bypass Roux-en-Y laparoscópico.
  • Gastrectomia vertical (Sleeve): aqui, cerca de 80% do estômago é removido, transformando-o em um tubo fino e vertical. A restrição é puramente de volume, sem desvio do intestino, e há também um efeito hormonal que ajuda a diminuir a fome.

A técnica minimamente invasiva da gastrectomia vertical, muitas vezes realizada com apenas três pequenas incisões, pode reduzir a dor pós-operatória e o risco de hérnias, além de melhorar o resultado estético para pacientes com obesidade mórbida. Durante a gastrectomia vertical laparoscópica, é possível até mesmo identificar e reparar outras hérnias, como a umbilical ou de Spiegel, no mesmo procedimento.

Vale dizer que a escolha da técnica depende de uma avaliação completa da equipe multidisciplinar, que inclui cirurgião, endocrinologista, nutricionista e psicólogo.

Cirurgias gástricas não bariátricas

Este grupo abrange procedimentos para tratar doenças específicas do estômago.

  • Gastrectomia para câncer ou úlcera: consiste na remoção de uma parte (parcial) ou de todo o estômago (total) para tratar tumores ou úlceras complexas. Quando o câncer é a causa, também são retirados os gânglios linfáticos próximos para análise.
  • Fundoplicatura: indicada para casos graves de refluxo, esta cirurgia reforça a válvula entre o esôfago e o estômago, utilizando parte do próprio estômago para criar uma barreira antirreflexo.

Como é a preparação para o procedimento?

A preparação é uma fase crucial e envolve mais do que apenas exames pré-operatórios. O paciente passa por uma avaliação completa com diversos especialistas para garantir que está em condições ideais para a cirurgia e para o pós-operatório.

Essa etapa pode incluir avaliação cardiológica, nutricional e psicológica. É o momento de alinhar expectativas, iniciar mudanças na dieta e, se necessário, parar de fumar, pois o tabagismo aumenta significativamente os riscos de complicações.

Como a cirurgia é realizada: laparoscopia ou via aberta?

Atualmente, a maioria das cirurgias gástricas é realizada por via laparoscópica, uma técnica minimamente invasiva. A escolha, no entanto, depende da condição do paciente e da complexidade do caso.

Além da laparoscopia tradicional, a cirurgia robótica também se destaca como uma técnica minimamente invasiva avançada. Especialmente em procedimentos bariátricos como a gastrectomia vertical e o bypass gástrico, a abordagem robótica tem demonstrado resultados positivos na perda de peso e na melhora de condições associadas à obesidade.

Técnica Cirúrgica

Descrição

Vantagens

 

Laparoscopia

Realizada através de pequenas incisões (0,5 a 1 cm) por onde são inseridos uma microcâmera e os instrumentos cirúrgicos.

Menor dor pós-operatória, recuperação mais rápida, menor risco de infecção e cicatrizes menores.

Cirurgia Aberta (Laparotomia)

Realizada por meio de uma única incisão maior no abdômen para acesso direto ao estômago.

Necessária em casos de maior complexidade, cirurgias de emergência ou quando a técnica laparoscópica não é segura.

Quais os cuidados essenciais no pós-operatório?

A recuperação exige comprometimento e disciplina do paciente. O período de internação hospitalar costuma ser curto, principalmente em cirurgias laparoscópicas, mas os cuidados em casa são fundamentais para o sucesso a longo prazo.

A principal mudança é na alimentação, que segue uma progressão cuidadosa para permitir a cicatrização do estômago.

  1. Dieta líquida: nos primeiros dias, apenas líquidos claros e em pequenos volumes.
  2. Dieta pastosa: após a primeira semana, evolui para alimentos cremosos e purês.
  3. Dieta branda: alimentos macios e bem cozidos são introduzidos gradualmente.
  4. Dieta geral: o retorno a uma alimentação com consistência normal ocorre após algumas semanas ou meses, sempre com orientação nutricional.

Além da dieta, é essencial seguir as orientações sobre atividade física, que é retomada de forma leve e progressiva, e realizar o acompanhamento médico regular para monitorar a recuperação e, no caso das bariátricas, a suplementação de vitaminas e minerais.

Quais são os benefícios e os riscos envolvidos?

Toda cirurgia apresenta benefícios e riscos que devem ser cuidadosamente ponderados junto à equipe médica. Os benefícios das cirurgias gástricas são notáveis: no caso da bariátrica, há a perda de peso expressiva e a remissão de doenças como diabetes e hipertensão. Em cirurgias oncológicas, o benefício é a possibilidade de cura ou controle do câncer.

Os riscos incluem complicações como infecções, sangramentos, fístulas (vazamentos na linha de sutura) e, a longo prazo, deficiências nutricionais. Contudo, com a preparação adequada, técnicas cirúrgicas modernas e um acompanhamento rigoroso, as taxas de complicações são baixas. A decisão deve ser sempre compartilhada entre médico e paciente, visando a melhoria da saúde e da qualidade de vida.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

EUROPEAN ASSOCIATION FOR ENDOSCOPIC SURGERY (EAES). 30th International Congress of the European Association for Endoscopic Surgery (EAES) Kraków, Poland, 5–8 July 2022. Surgical Endoscopy, p. 2351–2591, abr. 2023. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1007/s00464-023-09886-y. Acesso: 06 nov. 2025.

GAUDIO, E. et al. Unique case of emphysematous gastritis in a patient with congenitally absent celiac trunk—a case report and review of the literature. Surgical Endoscopy, s.l., Jun. 2023. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1007/s00464-023-10072-3. Acesso: 06 nov. 2025.

KADAKIA, K. K. et al. Laparoscopic spigelian hernia with re-recurrent umbilical hernia repair with sleeve gastrectomy - a rare case report. Surgical Endoscopy, [s. l.], 20 abr. 2018. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1007/s00464-018-6121-4. Acesso: 06 nov. 2025.

REKOUNA, K. et al. Three-port laparoscopic sleeve gastrectomy for morbid obesity. Surgical Endoscopy, June 2022. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1007/s00464-022-09337-0. Acesso: 06 nov. 2025.

RIVERA, J. A. et al. Preliminary weight loss data of laparoscopic one anastomosis gastric bypass vs. laparoscopic Roux-en-Y gastric bypass. Surgical Endoscopy, [s. l.], set. 2019. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1007/s00464-019-07109-x. Acesso: 06 nov. 2025.

Ícone do WhatsAppÍcone do Facebook
Ícone do WhatsAppÍcone médicoAgende sua consulta