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Causas da dermatite atópica​: saiba os fatores de risco e como cuidar da pele

A dermatite atópica é uma condição crônica da pele muito comum principalmente na infância.

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A dermatite atópica (DA), também chamada de eczema, é uma doença crônica e inflamatória da pele. Ela causa coceira forte, ressecamento e lesões. É importante que você saiba que a DA não é contagiosa, conforme ressalta a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Esta é uma das condições de pele mais comuns. Afeta cerca de 20% das crianças e 3% dos adultos, como aponta a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI, 2022). Ela geralmente coexiste na mesma família com outras doenças alérgicas. Entre elas estão a asma e a rinite alérgica.

Entenda a seguir as possíveis causas que levam à dermatite atópica, quais os principais sintomas e como funciona o tratamento.

Causas genéticas e imunológicas da dermatite atópica

A causa da dermatite atópica é complexa e pode envolver uma combinação de fatores, como:

Fatores genéticos

A DA está ligada a diversos genes. O mais conhecido é o gene da filagrina. Esta proteína é muito importante e contribui na formação da camada de proteção da pele.

Disfunção da barreira cutânea

A pele de quem tem DA não consegue reter água corretamente. A falha na barreira facilita a entrada de substâncias irritantes e alérgenas e pode levar ao ressecamento e à inflamação.

Mecanismos imunológicos

O sistema imunológico do corpo reage de forma exagerada a fatores ambientais. O sistema libera substâncias inflamatórias na pele. É uma reação que pode causar inflamação e coceira.

A combinação da herança genética, a fragilidade da barreira da pele e a reação exagerada do sistema imunológico podem ajudar a explicar o que a medicina chama de marcha atópica.

A marcha atópica é uma sequência em que as doenças alérgicas podem se manifestar ao longo da vida de uma pessoa. A dermatite atópica frequentemente é a primeira a aparecer. 

Depois, ela pode ser seguida por outras condições alérgicas, como a rinoconjuntivite e a asma alérgica, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI, 2022).

Causas ambientais e irritantes

As crises de dermatite atópica são disparadas por fatores externos e internos. O Protocolo Clínico do Governo Federal lista diversos fatores que podem piorar a condição (GOV.BR/CONITEC, s.d.).

São considerados gatilhos ambientais e irritantes:

  • Irritantes químicos: o contato com sabonetes que agridem a pele, detergentes, perfumes e álcool;
  • Tecidos: roupas de lã e fibras sintéticas ou ásperas. O ideal é usar roupas de algodão;
  • Clima e sudorese: mudanças bruscas de temperatura, ar muito seco e excesso de suor (sudorese). O suor pode conter substâncias que pioram a inflamação;
  • Estresse emocional: o estresse e a ansiedade são fatores que podem piorar os sintomas;
  • Alergias: o contato com ácaros, pólen e pelos de animais.
  • Infecções: a presença de bactérias, como o Staphylococcus aureus, na pele pode ser um fator de agravamento da DA.

É muito importante identificar e remover essas causas do dia a dia. Uma medida simples é evitar banhos longos e com água muito quente. Uma temperatura de água morna ou fria ajuda a proteger a barreira da pele, conforme ressalta o Ministério da Saúde (BVS MS, 2021).

Alergia alimentar

A relação entre dermatite atópica e alergia alimentar pode ser mais complexa. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI, 2022), está mais ligada a crianças com dermatite atópica moderada a grave.

Em adultos, é muito raro que a dermatite seja causada apenas por alergia alimentar.

Os alimentos mais comuns que podem estar ligados a crises de DA são:

  • Leite;
  • Ovo;
  • Trigo;
  • Soja.

Qualquer suspeita de alergia alimentar que você tiver deve ser confirmada e monitorada por um médico. E lembre-se que dietas de restrição sem orientação podem causar falta de nutrientes e prejudicar o seu desenvolvimento ou da criança.

Leia também: Alergia a leite e intolerância a lactose: veja as diferenças

Quais os sintomas da dermatite atópica?

Os sintomas da dermatite atópica variam conforme a idade e o estágio da doença. Os principais incluem:

  • Coceira intensa (Prurido): é o sintoma mais importante. A coceira é forte e geralmente precede o aparecimento das lesões. Coçar a pele piora o ciclo de inflamação;
  • Pele seca: a pele costuma ser seca devido à falha na barreira de proteção;
  • Lesões de eczema: placas vermelhas, inchaço (edema), descamação, crostas e, em casos crônicos, espessamento da pele (liquenificação;
  • Localização típica: as lesões aparecem nas dobras da pele em adultos e crianças maiores. Inclui-se aqui atrás dos joelhos e na parte interna dos cotovelos. Em bebês, pode afetar mais o rosto e as superfícies extensoras (braços e pernas).

É comum também que a doença venha junto com outras condições alérgicas, como asma ou rinite. De qualquer forma, a coceira e as alterações na pele afetam o dia a dia. Podem causar irritabilidade, ansiedade e problemas no sono.

Como tratar dermatite atópica?

O tratamento da dermatite atópica é um cuidado contínuo e exige disciplina para manter a pele sempre limpa, hidratada e protegida. O objetivo é controlar a coceira, reduzir a inflamação e recuperar a barreira da pele.

tratamento deve ser orientado por um médico dermatologista. Ele se divide em três pontos principais:

Cuidados básicos com a pele

  • Aplique um hidratante após o banho. Use produtos suaves e sem fragrâncias;
  • Procure tomar banho na água morna e sem gastar muito tempo no chuveiro. Use sabonetes suaves e sem sabão e evite usar buchas ou esfregar a pele;
  • Dê preferência a roupas de algodão e evite tecidos ásperos (BVS MS, 2021).

Tratamento medicamentoso

  • Medicamentos tópicos: Cremes ou pomadas de corticosteróides são usados para reduzir a inflamação. Existem também cremes não esteroides, como os inibidores de calcineurina;
  • Anti-histamínicos: medicamentos antialérgicos podem ser usados. Eles ajudam a controlar a coceira e melhoram o sono;
  • Terapia sistêmica: em casos moderados a graves, onde o tratamento tópico não funciona, o médico pode indicar medicamentos que agem no sistema imunológico. Isso inclui imunossupressores e imunobiológicos (ASBAI, 2022).

Somente o médico dermatologista pode indicar a melhor forma de tratar a dermatite atópico. Não se automedique.

Controle dos gatilhos que podem causar a crise de dermatite atópica

É importante que você saiba identificar os fatores que provocam os sintomas para evitá-los. Inclui-se aqui o controle de ácaros, evitar o contato com irritantes (detergentes) e cuidar do estresse emocional.

O tratamento deve ser seguido à risca. As doses nunca devem ser interrompidas ou alteradas sem a orientação de um médico.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

Bibliografia

ASBAI. Dermatite Atópica: Causas, Sintomas e Tratamentos. [S.l.: Associação Brasileira de Alergia e Imunologia], 2022. Disponível em: https://asbai.org.br/dermatite-atopica-causas-sintomas-e-tratamentos/. Acesso em: 04 nov. 2025.

ASBAI. Dermatite Atópica: lendo e aprendendo. [S.l.: Associação Brasileira de Alergia e Imunologia], 2022. Disponível em: https://asbai.org.br/wp-content/uploads/2023/08/Ler-Dermatite-atopica-ABRIL-2022.pdf. Acesso em: 04 nov. 2025.

BVS MS. Dermatite atópica. In: Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde. [S.l.: Ministério da Saúde], 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/dermatite-atopica/. Acesso em: 04 nov. 2025.

GOV.BR. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Resumido: Dermatite Atópica. S.l.: CONITEC/Governo Federal, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/resumidos/pcdt-resumido-dermatite-atopica.pdf. Acesso em: 04 nov. 2025.

SBD. Dermatite Atópica. S.l.: Sociedade Brasileira de Dermatologia, s.d.. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatite-atopica/. Acesso em: 04 nov. 2025.

SBP. Consenso Brasileiro sobre Dermatite Atópica – Guias de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria. [S.l.: Sociedade Brasileira de Pediatria], 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Consenso_-_Dermatite_Atopica_-_vol_2_n_2_a04__1_.pdf. Acesso em: 04 nov. 2025.

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