13/08/2025
Revisado em: 13/08/2025
A prevenção continua sendo a melhor forma de cuidar da saúde após os 60.
O envelhecimento traz consigo uma série de mudanças no organismo, e uma das mais significativas é a alteração no sistema imunológico.
Após os 60 anos, o corpo pode ter uma capacidade reduzida de produzir anticorpos e células de defesa de forma eficaz, tornando os idosos mais suscetíveis a infecções e a desenvolver formas mais graves de doenças infecciosas.
Diante desse cenário, a vacinação assume um papel crucial na manutenção da saúde e na prevenção de complicações.
A imunosenescência, como é conhecido o declínio gradual da função imunológica com a idade, aumenta a vulnerabilidade do idoso a uma série de patógenos. Assim, doenças que poderiam ser leves em jovens tornam-se riscos sérios, podendo levar a hospitalizações, sequelas e até mesmo óbito.
Vacinar-se após os 60 anos é um ato de autocuidado e de proteção coletiva, contribuindo para uma vida mais longa, ativa e com menos intercorrências de saúde.
Mas quais são as vacinas prioritárias para essa fase da vida?
O calendário de vacinação para pessoas com mais de 60 anos, conforme as diretrizes da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e do Ministério da Saúde, inclui diversos imunizantes. Conheça os principais:
A vacina contra a gripe é a mais conhecida e indispensável, devendo ser tomada anualmente. Isso ocorre porque o vírus Influenza sofre mutações constantes, exigindo a atualização da vacina para as cepas circulantes. Para idosos, a gripe não é um simples resfriado; pode evoluir para pneumonia, descompensar doenças crônicas e levar a internações.
Existem vacinas de alta dose (como a Efluelda), que oferecem maior proteção e resposta imune mais robusta, disponíveis na rede particular.
A infecção pela bactéria Streptococcus pneumoniae é uma das maiores causas de pneumonia em idosos. As vacinas pneumocócicas são vitais para prevenir essas infecções:
A vacina dupla adulto (dT) confere proteção contra tétano e difteria, ambas com potencial de gravidade. O tétano, em particular, pode ser contraído por pequenos ferimentos e tem alta letalidade quando não prevenido.
O herpes zóster é causado pela reativação do vírus da catapora. Ele provoca erupções cutâneas dolorosas e pode ser seguido de uma dor crônica e incapacitante, a neuralgia pós-herpética, que afeta a qualidade de vida. A vacina é indicada para pessoas a partir dos 50 anos.
A hepatite B é uma infecção viral que afeta o fígado e pode levar a doenças graves como cirrose e câncer hepático. A vacina é indicada para idosos que não foram vacinados na juventude ou que não possuem comprovação de imunidade.
A vacina contra febre amarela é recomendada para idosos que moram ou viajam para regiões consideradas de risco para a doença. Em casos de idosos com mais de 60 anos que nunca foram vacinados, uma avaliação médica prévia é fundamental para analisar os riscos e benefícios.
O VSR é um vírus que causa infecções respiratórias, sendo uma das principais causas de bronquiolite e pneumonia em bebês e, também, em idosos. Uma nova vacina para o VSR está disponível no Brasil.
A tríplice viral pode ser indicada para idosos sem histórico vacinal ou de doença. Já a vacina meningocócica ACWY/C, que protege contra tipos de bactérias causadoras de meningite, é recomendada pela SBIm para idosos e está disponível na rede particular, conforme avaliação médica.
É fundamental que o idoso, ou seu cuidador, consulte um médico para que seja feita uma análise individualizada do histórico de saúde e do cartão de vacinação. Somente um profissional poderá indicar o esquema vacinal mais adequado, garantindo que o idoso receba a proteção necessária para um envelhecimento saudável e ativo.
A vacinação é um compromisso contínuo com a saúde, e para os idosos, manter a carteira de vacinação atualizada é ainda mais crucial.
Ao contrário da infância, onde há um calendário mais rígido e sequencial, na terceira idade a atualização da carteira vacinal muitas vezes depende de fatores individuais, epidemiológicos e da disponibilidade de novos imunizantes.
Mas, afinal, quando o idoso deve procurar um posto de saúde ou clínica para essa atualização? Não existe uma única "data" para a atualização, mas sim uma série de momentos e situações que indicam a necessidade de revisar o esquema vacinal.
O ideal é que a carteira de vacinação faça parte das consultas de rotina com o médico.
Mas para ajudá-lo a acompanhar da melhor maneira a rotina de vacinação do idoso, separamos alguns pontos a serem levados em consideração.
A vacina contra a Influenza é a mais evidente das vacinas anuais. Todos os idosos devem tomar uma nova dose a cada ano, pois o vírus da gripe está em constante mutação. Esta é uma excelente oportunidade para revisar o restante da carteira.
A vacina dupla adulto (dT), que protege contra difteria e tétano, requer uma dose de reforço a cada década. Marcar essa data no calendário pessoal pode ser uma boa estratégia para não esquecer.
Muitos idosos podem não ter completado esquemas vacinais importantes em fases anteriores da vida (como Hepatite B ou Tríplice Viral). A qualquer momento que se descubra essa lacuna, é o momento de buscar a complementação.
A ciência avança constantemente, e novos imunizantes específicos para o público idoso são desenvolvidos e aprovados. O exemplo mais recente é a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), lançada para maiores de 60 anos. Estar atento às novidades e discuti-las com o médico é fundamental.
Se o idoso planeja viajar, especialmente para áreas endêmicas de doenças como a Febre Amarela, a carteira deve ser revista com antecedência para garantir a imunização necessária e verificar possíveis contraindicações específicas para a idade.
Em situações de surtos de doenças (como sarampo ou poliomielite em áreas específicas), ou campanhas de vacinação emergenciais (como a de COVID-19), o Ministério da Saúde ou secretarias estaduais e municipais podem recomendar doses adicionais ou específicas para idosos.
Condições como diabetes, doenças cardíacas, pulmonares crônicas, insuficiência renal, ou estados de imunossupressão (causados por doenças ou medicamentos) podem alterar a suscetibilidade a infecções e, consequentemente, as recomendações vacinais, como é o caso das vacinas pneumocócicas.
Embora seja ideal guardar o documento, caso a carteira seja perdida, é imperativo procurar o histórico vacinal em postos de saúde onde as doses foram aplicadas e iniciar um novo registro, buscando a orientação médica para reconstituir o calendário.
Idosos que vivem em asilos, casas de repouso ou outras instituições similares têm prioridade na vacinação e devem ter seu calendário monitorado de perto pela equipe de saúde da instituição, devido ao maior risco de transmissão de doenças em ambientes coletivos.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Ministério da Saúde frequentemente atualizam suas recomendações.
Portanto, a consulta regular com um médico geriatra, clínico geral ou profissional de saúde é o meio mais eficaz para garantir que a carteira de vacinação do idoso esteja sempre em dia, adaptada às suas necessidades individuais e às diretrizes mais recentes.
Lembre-se: vacinar-se é um investimento na sua saúde e bem-estar.
Bibliografia
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PREFEITURA DE SÃO PAULO. Conheça as vacinas prioritárias do calendário anual de imunização para o público 60+. Prefeitura de São Paulo, 2024. Disponível em: https://prefeitura.sp.gov.br/w/noticia/conheca-as-vacinas-prioritarias-do-calendario-anual-de-imunizacao-para-o-publico-60. Acesso em: 25 jul. 2025.
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