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Tratamentos para linfoma Não Hodgkin: veja quais são

Entenda as opções disponíveis, os fatores que influenciam a decisão terapêutica e as perspectivas de cura para o Linfoma Não Hodgkin.

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Quando você ou um ente querido recebe o diagnóstico de Linfoma Não Hodgkin (LNH), é natural que a cabeça se encha de perguntas e incertezas. A primeira delas, geralmente, é: "E agora, quais são os tratamentos disponíveis?" 

Compreender as opções e o que esperar de cada uma é um passo essencial para enfrentar a doença com mais informação e segurança. A boa notícia é que a medicina tem feito avanços notáveis, oferecendo diversas estratégias para combater o LNH.

Esses avanços se refletem também na epidemiologia da doença. Nos Estados Unidos, por exemplo, a incidência de LNH mostrou um aumento entre 2000 e 2014, mas uma queda significativa de 2014 a 2019. 

A pandemia de COVID-19, inclusive, contribuiu para uma diminuição nas taxas de novos casos nesse período.

O que é o linfoma Não Hodgkin?

O Linfoma Não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que se origina nos linfócitos, células responsáveis pela defesa do nosso corpo. Esses linfócitos malignos podem se acumular nos gânglios linfáticos ou em outros órgãos, formando tumores. Existem diversos subtipos de LNH, o que torna a doença complexa e exige uma abordagem de tratamento personalizada.

Um exemplo da diversidade do LNH é que, nos Estados Unidos, entre 2000 e 2019, o linfoma não-Hodgkin do tipo de célula B foi o subtipo mais comum, representando a vasta maioria dos casos, com mais de 93%. 

Além disso, é importante notar que o LNH em crianças e adolescentes se distingue do LNH em adultos, apresentando particularidades em suas características e respostas aos tratamentos.

Como é escolhido o tratamento para o Linfoma Não Hodgkin?

A escolha do tratamento para o Linfoma Não Hodgkin é uma decisão cuidadosamente planejada. Ela considera múltiplos fatores para garantir a abordagem mais eficaz e com os menores riscos para o paciente. Esse processo é sempre guiado por uma equipe médica especializada, geralmente composta por hematologistas e oncologistas.

Qual a importância do tipo e estágio do Linfoma Não Hodgkin?

O tipo específico de Linfoma Não Hodgkin e o estágio da doença são cruciais para definir o tratamento. Linfomas indolentes, de crescimento lento, podem não necessitar de tratamento imediato. 

Já os linfomas agressivos, que progridem rapidamente, demandam terapias intensivas e rápidas. O estadiamento indica a extensão da doença no corpo, influenciando diretamente a intensidade e a combinação das terapias.

Como a saúde geral e idade do paciente afetam a decisão?

A saúde geral do paciente, incluindo a presença de outras condições médicas e a idade, também são determinantes. Pacientes mais jovens e com boa saúde podem tolerar tratamentos mais intensos. 

Em contrapartida, para indivíduos mais idosos ou com comorbidades, podem ser indicadas abordagens menos agressivas para minimizar os efeitos colaterais e preservar a qualidade de vida. É fundamental que todas essas variáveis sejam avaliadas pelo médico responsável.

Quais as principais opções de tratamento para Linfoma Não Hodgkin?

As opções terapêuticas para o Linfoma Não Hodgkin são variadas e podem ser usadas isoladamente ou, mais frequentemente, em combinação. O objetivo é destruir as células cancerígenas e, se possível, erradicar a doença do organismo.

O que é a quimioterapia e como ela age?

A quimioterapia é uma das bases do tratamento para muitos tipos de Linfoma Não Hodgkin. Ela utiliza medicamentos que combatem as células cancerígenas em todo o corpo, impedindo seu crescimento e divisão. 

Existem diversos tipos de quimioterápicos, administrados por via intravenosa, oral ou, em casos específicos, diretamente no líquido cefalorraquidiano. A combinação de diferentes drogas é comum para aumentar a eficácia do tratamento.

Quando a radioterapia é indicada no Linfoma Não Hodgkin?

A radioterapia emprega raios de alta energia para destruir células cancerígenas ou retardar seu crescimento. Ela é frequentemente utilizada para tratar áreas específicas do corpo onde o linfoma está localizado. 

Pode ser indicada como tratamento único em estágios iniciais de linfomas indolentes, ou em combinação com a quimioterapia para consolidar o tratamento em estágios mais avançados.

O que é a imunoterapia e seus avanços no tratamento?

A imunoterapia representa um avanço significativo no tratamento do Linfoma Não Hodgkin. Essa modalidade utiliza o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer. Em vez de atacar diretamente as células tumorais, a imunoterapia estimula e fortalece as defesas naturais do corpo para que elas reconheçam e destruam o câncer.

Anticorpos monoclonais: como funcionam?

Os anticorpos monoclonais são um tipo comum de imunoterapia para LNH. Eles são proteínas desenvolvidas em laboratório que se ligam especificamente a marcadores nas células do linfoma. 

Ao se ligar, esses anticorpos podem sinalizar as células cancerígenas para destruição pelo sistema imune, ou carregar substâncias tóxicas diretamente para elas. Um exemplo amplamente utilizado é o Rituximabe.

Terapia com células CAR-T: uma nova fronteira?

A terapia com células CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-cell) é uma forma mais recente e avançada de imunoterapia. Nesse tratamento, as células T do próprio paciente (um tipo de linfócito) são modificadas em laboratório para reconhecer e atacar as células do linfoma de forma mais eficaz. Após a modificação, elas são reinfundidas no paciente. Essa terapia tem mostrado resultados promissores em casos de LNH refratário ou recidivado.

Como as terapias-alvo atuam contra o Linfoma Não Hodgkin?

As terapias-alvo são medicamentos que agem em características específicas das células cancerígenas que as diferenciam das células normais. Elas podem bloquear sinais de crescimento, cortar o suprimento de sangue para o tumor, ou induzir a morte das células malignas. 

Por serem mais seletivas, tendem a causar menos efeitos colaterais nas células saudáveis em comparação com a quimioterapia tradicional. Existem diversas terapias-alvo aprovadas para diferentes subtipos de LNH.

Quando o transplante de células-tronco é uma opção?

O transplante de células-tronco (também conhecido como transplante de medula óssea) pode ser uma opção para alguns pacientes com Linfoma Não Hodgkin, especialmente em casos de doença agressiva ou recidivada. 

Ele permite o uso de doses muito altas de quimioterapia para destruir as células doentes. Após a quimioterapia intensiva, células-tronco saudáveis são infundidas para restaurar a medula óssea do paciente. Pode ser autólogo (com as próprias células do paciente) ou alogênico (com células de um doador compatível).

Para pacientes pediátricos e adolescentes, especialmente aqueles com doença refratária ou que retornou após o tratamento, o transplante de células-tronco hematopoiéticas também pode ser uma alternativa que oferece esperança. É importante notar que os resultados dessa abordagem variam de acordo com o subtipo específico de LNH pediátrico.

O que significa "observar e aguardar" no tratamento?

Para alguns tipos de Linfoma Não Hodgkin indolentes, que crescem muito lentamente e não causam sintomas significativos, os médicos podem optar por uma estratégia de "observar e aguardar". Isso significa que o tratamento não é iniciado imediatamente. 

Em vez disso, o paciente é monitorado de perto com exames regulares. O tratamento só é iniciado se o linfoma começar a progredir ou a causar sintomas, evitando assim efeitos colaterais desnecessários enquanto a doença não representa uma ameaça iminente.

Linfoma Não Hodgkin tem cura? Quais os objetivos do tratamento?

Uma das perguntas mais frequentes para quem enfrenta o Linfoma Não Hodgkin é sobre as chances de cura. É importante saber que, sim, muitos casos de Linfoma Não Hodgkin podem ser curados, especialmente com os avanços recentes nos tratamentos. A taxa de sucesso varia muito conforme o tipo e o estágio da doença.

Quais são as taxas de sucesso e remissão?

A chance de cura ou de alcançar uma remissão duradoura depende de diversos fatores, como o subtipo do linfoma, o estágio ao diagnóstico, a idade e a saúde geral do paciente, e a resposta ao tratamento. 

Para alguns linfomas de baixo grau, a remissão completa pode ser mantida por muitos anos. Já para linfomas de alto grau, tratamentos intensivos podem levar à cura em uma parcela significativa dos pacientes. A equipe médica pode fornecer informações mais precisas com base no seu caso específico.

Como lidar com a recidiva?

A recidiva, ou seja, o retorno do linfoma após o tratamento, é uma possibilidade para alguns pacientes. Nesses casos, a abordagem terapêutica será reavaliada. 

Novas opções de tratamento, como outras linhas de quimioterapia, imunoterapia, terapias-alvo diferentes, ou o transplante de células-tronco, podem ser consideradas. O monitoramento contínuo é essencial para identificar e agir rapidamente em caso de recidiva.

É importante notar que, embora os resultados para pacientes pediátricos com LNH primário sejam geralmente excelentes, as taxas de sobrevida diminuem significativamente após a recorrência da doença. Por isso, a pesquisa e o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas são contínuos, buscando melhorar o prognóstico em casos de recaída ou resistência ao tratamento.

Qual a importância do acompanhamento médico contínuo?

O acompanhamento médico é fundamental em todas as fases do tratamento do Linfoma Não Hodgkin e após sua conclusão. 

Consultas regulares, exames de imagem e laboratoriais são essenciais para monitorar a resposta ao tratamento, identificar possíveis efeitos colaterais e detectar precocemente qualquer sinal de recidiva. Esse cuidado contínuo assegura que o paciente receba o suporte necessário para manter sua saúde e qualidade de vida.

Estudos indicam que sobreviventes de Linfoma Não Hodgkin podem ter um risco aumentado de desenvolver um segundo câncer primário. Esse risco, inclusive, pode variar dependendo da localização inicial do linfonodo afetado e do período de tempo desde o tratamento, reforçando a necessidade de vigilância contínua.

Onde buscar apoio e informações sobre Linfoma Não Hodgkin?

Receber informações confiáveis e apoio emocional é vital para pacientes e seus familiares. Além do seu médico, organizações sérias e reconhecidas podem oferecer materiais educativos e grupos de suporte. No Brasil, instituições como a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e o Instituto Oncoguia são excelentes fontes de informação e acolhimento.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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