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Tratamentos para eflúvio telógeno: veja como parar a queda dos seus cabelos

Uma condição comum, mas que gera muita ansiedade. Entenda como o diagnóstico correto guia as opções de tratamento e o que esperar da recuperação.

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A cena é familiar e assustadora: a escova de cabelo parece ter mais fios que o normal, o ralo do banheiro fica entupido após o banho e o travesseiro amanhece coberto de cabelo. Essa perda acentuada e repentina tem nome e, na maioria das vezes, é uma condição reversível conhecida como eflúvio telógeno.

Embora a preocupação seja compreensível, é importante saber que existem estratégias eficazes para gerenciar o problema. O caminho para a recuperação capilar começa com a compreensão das suas causas e o diagnóstico correto.

O que exatamente é o eflúvio telógeno e por que ele acontece?

O eflúvio telógeno é uma alteração no ciclo de vida do cabelo. Em condições normais, cerca de 85% dos nossos fios estão na fase de crescimento (anágena) e uma pequena parte está na fase de repouso (telógena), antes de cair para dar lugar a um novo fio.

Quando o corpo passa por um estresse físico ou emocional significativo, um número maior de folículos capilares entra prematuramente na fase telógena. Cerca de dois a quatro meses após o evento gatilho, esses fios caem de forma sincronizada e intensa, caracterizando o eflúvio.

Os gatilhos mais comuns incluem:

  • Estresse emocional ou físico intenso;
  • Período pós-parto;
  • Febre alta ou infecções graves;
  • Cirurgias, especialmente a bariátrica;
  • Dietas muito restritivas e perda de peso rápida;
  • Deficiências de vitaminas e minerais, como ferro e zinco;
  • Doenças da tireoide e outras alterações hormonais;
  • Início ou interrupção de certos medicamentos.

Dermatologistas podem acompanhar o tratamento de eflúvio telógeno de acordo com o tipo. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.

Como é feito o diagnóstico correto da condição?

O diagnóstico é o passo mais crucial, pois o tratamento depende diretamente da identificação da causa. Confiar em soluções genéricas sem uma avaliação profissional pode atrasar a recuperação. O dermatologista é o especialista mais indicado para essa investigação.

A avaliação geralmente envolve:

  1. Anamnese detalhada: o médico irá perguntar sobre seu histórico de saúde, eventos recentes, dieta, medicamentos em uso e estresse.
  2. Exame físico: o especialista analisa o couro cabeludo e realiza o "teste de tração", puxando suavemente uma mecha de cabelos para avaliar a quantidade de fios que se soltam.
  3. Tricoscopia: um exame com uma lente de aumento especial (dermatoscópio) que permite visualizar o couro cabeludo e as hastes capilares em detalhe.
  4. Exames de sangue: podem ser solicitados para verificar níveis de ferro (ferritina), zinco, vitamina D, hormônios tireoidianos e outras possíveis deficiências. Para a ferritina, níveis abaixo de 24,45 ng/mL podem indicar a necessidade de suplementação de ferro, que é um fator importante para prevenir ou tratar a queda de cabelo.

Com base nesses dados, o médico confirma se o quadro é de eflúvio telógeno e identifica o fator desencadeante a ser tratado.

Quais são as principais abordagens de tratamento para o eflúvio telógeno?

Uma vez que o eflúvio telógeno é uma reação do corpo a um gatilho, a estratégia principal não é tratar o cabelo, mas sim a causa do problema. Na maioria dos casos, ao remover o fator desencadeante, o ciclo capilar se normaliza sozinho.

A base do tratamento: identificar e corrigir a causa

Esta é a etapa fundamental. Sem ela, outras terapias podem ter efeito limitado. O foco será em:

  • Suplementação nutricional: caso exames de sangue confirmem deficiências, o médico prescreverá a reposição de ferro, zinco, biotina ou outras vitaminas e minerais. Além disso, suplementos de zinco e vitaminas B e D também podem fazer parte do plano de tratamento, contribuindo para a recuperação capilar.
  • Controle de doenças de base: ajustar a medicação para hipotireoidismo ou tratar outras condições médicas é essencial.
  • Gerenciamento do estresse: técnicas de relaxamento, terapia e atividade física regular são importantes aliados quando o estresse é o principal fator.
  • Revisão de medicamentos: se um fármaco for o culpado, o médico pode avaliar a possibilidade de substituição ou ajuste.

Tratamentos complementares para acelerar a recuperação

Mesmo após a correção da causa, o ciclo capilar leva tempo para se reestabelecer. Para dar suporte aos folículos e estimular um crescimento mais rápido e saudável, o dermatologista pode indicar tratamentos adjuvantes.

Medicamentos tópicos ou orais podem ser prescritos para ajudar a prolongar a fase de crescimento do cabelo e fortalecer os novos fios. O Minoxidil tópico, por exemplo, é um medicamento que pode ser indicado para estimular o crescimento dos fios. O uso de xampus fortalecedores também pode fazer parte do tratamento. É fundamental que qualquer medicamento seja usado sob estrita supervisão médica.

Além disso, algumas terapias realizadas em consultório podem ser recomendadas.

Quais terapias capilares podem ser indicadas?

Dependendo de cada caso, o especialista pode sugerir procedimentos que estimulam diretamente o couro cabeludo:

  • LEDterapia: o uso de luzes de baixa frequência (LEDs vermelhos) ajuda a melhorar a circulação sanguínea no couro cabeludo e a bioestimulação dos folículos, favorecendo o crescimento.
  • Microagulhamento: a técnica utiliza microagulhas para criar pequenas perfurações na pele, estimulando a liberação de fatores de crescimento que revitalizam os folículos capilares.
  • Mesoterapia ou MMP® (Microinfusão de Medicamentos na Pele): consiste na aplicação de vitaminas, aminoácidos e outras substâncias diretamente no couro cabeludo para nutrir os folículos de forma concentrada.
  • Terapias regenerativas: o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e o uso de células-tronco são consideradas promissoras para tratar o eflúvio telógeno agudo, especialmente aquele causado por inflamação e estresse. Contudo, é importante ressaltar que a eficácia plena e protocolos padronizados para essas terapias ainda precisam de confirmação em grandes estudos.

Eflúvio telógeno crônico exige uma abordagem diferente?

Enquanto o eflúvio agudo dura menos de seis meses, a versão crônica pode se estender por mais tempo, às vezes anos, com períodos de melhora e piora. Nesses casos, a investigação da causa é ainda mais aprofundada, pois pode haver múltiplos fatores ou uma causa primária não identificada.

O tratamento do eflúvio crônico foca no controle contínuo dos gatilhos e em terapias de manutenção para sustentar a saúde dos folículos a longo prazo. O acompanhamento regular com o dermatologista é indispensável.

O que esperar durante a recuperação do cabelo?

Paciência é fundamental. Após a correção da causa, a queda de cabelo tende a diminuir em algumas semanas, mas o crescimento de novos fios é um processo mais lento. Geralmente, os resultados visíveis, com o cabelo ganhando mais volume e densidade, aparecem entre 3 e 6 meses.

É comum que os novos fios nasçam mais finos e curtos no início, mas eles engrossam e se fortalecem com o tempo. Manter uma dieta equilibrada e um estilo de vida saudável é crucial para apoiar essa nova fase de crescimento. A boa notícia é que, na grande maioria dos casos, o eflúvio telógeno é autolimitado e o cabelo recupera sua densidade normal. A condição não causa calvície permanente, pois não destrói os folículos capilares.

Na verdade, o eflúvio telógeno agudo, que dura menos de seis meses, geralmente apresenta remissão espontânea em cerca de 95% dos casos, desde que o fator desencadeante seja identificado e removido. 

Mesmo em situações como a queda de cabelo após uma infecção viral, como a COVID-19, a maioria dos casos se resolve por completo. Dados mostram que 90% dos pacientes que buscaram tratamento após a COVID-19 relataram resolução total do problema capilar. Isso reforça que o eflúvio telógeno é uma condição reversível e, com o tratamento adequado, a recuperação completa é um desfecho esperado.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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