27/08/2025
Revisado em: 28/08/2025
Descubra as opções de tratamento para o HPV em homens, desde a eliminação das verrugas até a importância da imunidade e prevenção.
Você notou uma pequena alteração na pele da região genital ou anal, mas não sabe o que pode ser? Ou talvez tenha recebido um diagnóstico de HPV e agora se pergunta: "E agora, qual é o tratamento para HPV masculino?".
É natural sentir-se preocupado e buscar informações claras sobre como lidar com essa condição de saúde. O vírus do papiloma humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns, e afeta homens e mulheres em todo o mundo. Embora muitas vezes assintomática, a infecção pode causar lesões e demandar intervenção.
Este guia busca desmistificar o tratamento para HPV em homens, apresentando as opções disponíveis e a importância do cuidado contínuo.
O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus que pode infectar a pele e as mucosas, incluindo a região genital, anal e oral. Existem mais de 200 tipos de HPV, alguns dos quais são considerados de baixo risco (associados a verrugas) e outros de alto risco (associados ao desenvolvimento de câncer).
A transmissão do HPV ocorre principalmente por contato direto pele com pele durante a relação sexual, seja vaginal, anal ou oral.
É importante notar que a presença de lesões visíveis não é um requisito para a transmissão. O vírus pode ser transmitido mesmo quando não há sintomas aparentes.
Nos homens, o sintoma mais comum da infecção por HPV são as verrugas anogenitais, também conhecidas como condilomas acuminados. Estas lesões podem aparecer na região do pênis, escroto, ânus, virilha ou uretra.
As verrugas podem variar em tamanho e formato, sendo planas, elevadas ou com aspecto de couve-flor. Em alguns casos, podem causar coceira ou desconforto, mas na maioria das vezes são indolores.
Embora raras, lesões na boca e garganta também podem ocorrer em homens que praticam sexo oral.
Um aspecto crucial do HPV é que a maioria das infecções é assintomática, ou seja, não apresenta sinais visíveis.
O sistema imunológico de muitos homens é capaz de combater e eliminar o vírus por conta própria, sem que a pessoa sequer saiba que foi infectada. No entanto, mesmo assintomáticos, esses indivíduos podem transmitir o vírus.
A ausência de sintomas torna o diagnóstico precoce um desafio, ressaltando a importância da prevenção e do rastreamento em grupos de risco.
Uma dúvida muito comum entre os homens diagnosticados com HPV é se a infecção tem cura. É fundamental esclarecer que, na maioria dos casos, não existe uma "cura" no sentido de erradicar o vírus do organismo de forma definitiva.
O que os tratamentos fazem é eliminar as lesões causadas pelo vírus, como as verrugas, e não o próprio vírus.
O sistema imunológico desempenha um papel central na infecção por HPV. Em até 90% dos casos, o próprio corpo é capaz de eliminar o vírus de forma espontânea em um período que varia de meses a poucos anos.
Esta é a razão pela qual muitas infecções são transitórias e assintomáticas. A capacidade de eliminação do vírus depende de fatores como o tipo de HPV, a saúde geral do indivíduo e a força de seu sistema imune.
Quando o sistema imunológico não consegue eliminar o vírus ou quando surgem lesões, o objetivo do tratamento é remover essas manifestações. A eliminação das verrugas e outras lesões é importante por diversas razões:
É crucial entender que, mesmo após a eliminação das lesões, o vírus pode permanecer latente no organismo e as verrugas podem reaparecer, especialmente em momentos de baixa imunidade. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável.
A escolha do tratamento para HPV masculino depende de diversos fatores, como o tipo, tamanho, número e localização das lesões, além da preferência do paciente e do médico.
As opções podem ser divididas em tratamentos tópicos (aplicados diretamente na pele) e procedimentos destrutivos (que removem as lesões fisicamente).
Os tratamentos tópicos são medicamentos em forma de pomada ou creme, aplicados diretamente sobre as verrugas. Eles agem destruindo as células infectadas ou estimulando a resposta imune local. Geralmente, são indicados para lesões pequenas e em menor quantidade.
Os mais comuns incluem:
A aplicação desses medicamentos deve seguir rigorosamente a orientação médica para evitar efeitos colaterais e garantir a eficácia.
Para verrugas maiores, em maior quantidade, em locais de difícil acesso ou que não respondem aos tratamentos tópicos, procedimentos destrutivos podem ser necessários. Eles visam a remoção física das lesões:
A crioterapia consiste no congelamento das verrugas com nitrogênio líquido. As baixas temperaturas destroem as células infectadas, que depois formam uma bolha e caem. O procedimento pode ser repetido em sessões.
Neste método, as verrugas são queimadas com um aparelho que utiliza corrente elétrica de alta frequência. É um procedimento eficaz, realizado sob anestesia local.
O laser de CO2 é utilizado para vaporizar e destruir as verrugas. É uma opção precisa, indicada para lesões em áreas delicadas ou de difícil acesso.
Em alguns casos, especialmente para verrugas grandes ou que persistem após outros tratamentos, a remoção cirúrgica pode ser necessária. O procedimento é feito com bisturi e anestesia local.
Além dos tratamentos diretos nas lesões, algumas abordagens visam fortalecer o sistema imunológico do paciente para auxiliar na eliminação do vírus. Embora não sejam tratamentos isolados para as verrugas, podem ser complementares.
Isso inclui a manutenção de hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação balanceada, sono adequado e controle do estresse, que são fundamentais para um sistema imune robusto.
Independentemente do tratamento escolhido, o acompanhamento médico é crucial para homens com HPV. O urologista é o especialista mais indicado para diagnosticar e tratar o HPV masculino.
O urologista possui o conhecimento e a experiência para realizar um diagnóstico preciso, identificar o tipo de lesão, indicar o tratamento mais adequado e monitorar a resposta.
Além disso, ele pode orientar sobre as implicações da infecção para a saúde sexual e reprodutiva do homem, bem como sobre a prevenção e a saúde dos parceiros.
Após o tratamento das lesões, é fundamental manter o monitoramento regular. O urologista pode recomendar exames periódicos, como a peniscopia (exame que usa um aparelho com lente de aumento para identificar lesões não visíveis a olho nu) ou anoscopia em casos de lesões anais, para verificar o reaparecimento de verrugas ou o desenvolvimento de novas lesões. O objetivo é garantir que a infecção esteja sob controle e prevenir complicações.
É importante estar ciente de que, mesmo após o tratamento bem-sucedido das verrugas, elas podem reaparecer. Isso ocorre porque o vírus pode permanecer latente no organismo. A recorrência é comum e não significa que o tratamento falhou, mas sim que uma nova manifestação viral está ocorrendo.
Nesses casos, o urologista avaliará a situação e indicará um novo plano de tratamento, se necessário. O acompanhamento contínuo e a adesão às orientações médicas são a melhor forma de gerenciar o HPV.
A prevenção é a estratégia mais eficaz para evitar a infecção por HPV e suas consequências. Homens têm um papel ativo na interrupção da cadeia de transmissão do vírus.
A vacina contra o HPV é a medida mais importante de prevenção. Estudos mostram que a vacina quadrivalente contra o HPV é muito eficaz, oferecendo proteção superior contra lesões genitais externas e verrugas em homens jovens, entre 16 e 26 anos.
No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde oferece a vacina HPV quadrivalente gratuitamente para:
É importante notar que o conhecimento sobre a vacina e a forma como as pessoas veem as dificuldades para se vacinar podem influenciar diretamente a quantidade de pessoas que recebem a imunização, tanto em homens quanto em mulheres.
A vacina contra o HPV é eficaz em estimular a produção de anticorpos, tanto em homens com HIV quanto naqueles sem o vírus, contribuindo para a proteção.
A vacinação antes do início da vida sexual é mais eficaz, pois protege antes da exposição ao vírus. Consulte um médico para saber a indicação da vacina para o seu caso.
O uso consistente e correto do preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais (vaginal, anal e oral) ajuda a reduzir o risco de transmissão do HPV e de outras ISTs.
Contudo, é importante ressaltar que o preservativo não protege totalmente, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pela camisinha.
Manter um estilo de vida saudável é um grande aliado para fortalecer o sistema imunológico, o que pode ajudar o corpo a combater o HPV.
Isso inclui:
Para complementar as informações, vamos abordar algumas das dúvidas mais comuns.
Sim, alguns tipos de HPV são de alto risco e podem causar câncer em homens. Os mais comuns são o câncer de ânus, pênis, orofaringe, boca e garganta. A infecção persistente por HPV de alto risco é um fator de risco significativo. O diagnóstico e tratamento precoce de lesões pré-cancerígenas são fundamentais para prevenir o desenvolvimento do câncer.
Homens têm uma probabilidade maior de desenvolver câncer de orofaringe (parte da garganta) associado ao HPV do que as mulheres. A incidência desse tipo de câncer tem crescido rapidamente em muitos países de alta renda.
Para homens, o HPV também pode ser uma causa de câncer na orofaringe. Essa associação é mais comum em quem fuma e/ou consome álcool em excesso. Apesar disso, casos de câncer de orofaringe causados pelo HPV tendem a apresentar um melhor prognóstico e uma maior sobrevida.
As chances de recuperação e de viver mais tempo sem a doença são melhores em comparação a cânceres não relacionados ao vírus.
Em muitos casos, o sistema imunológico pode eliminar o vírus do organismo em um período de 8 meses a 2 anos, mas pode variar para mais ou para menos.
Este processo é chamado de "remissão espontânea". No entanto, em algumas pessoas, o vírus pode persistir, levando ao desenvolvimento de lesões ou à manutenção da infecção latente.
Se você tem HPV, é fundamental comunicar seu parceiro(a) sexual para que ele(a) também possa buscar orientação médica.
Embora não haja um "tratamento" para o vírus em si, seu parceiro(a) deve ser avaliado(a) para verificar a presença de lesões e realizar exames preventivos, como o Papanicolau em mulheres.
A vacinação também é recomendada para ambos os sexos, se elegíveis, como forma de prevenção futura e redução da transmissão.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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