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Entenda as abordagens que controlam os sintomas, previnem complicações e melhoram a qualidade de vida de quem convive com a DAC.

Imagine uma caminhada rotineira que, de repente, é interrompida por um aperto no peito. Essa sensação, conhecida como angina, é um dos principais sinais da doença arterial coronariana (DAC) e um aviso de que o coração não está recebendo sangue e oxigênio como deveria. O diagnóstico pode assustar, mas a medicina moderna oferece um arsenal de tratamentos eficazes para controlar a condição.
A doença arterial coronariana ocorre quando as artérias que irrigam o músculo cardíaco se estreitam ou ficam obstruídas pelo acúmulo de placas de gordura, um processo chamado aterosclerose. Sem um fluxo sanguíneo adequado, o coração sofre, podendo levar a quadros de angina, falta de ar e, nos casos mais graves, a um infarto agudo do miocárdio.
O tratamento é fundamental não apenas para aliviar os sintomas, mas principalmente para estabilizar as placas de gordura, prevenir a formação de coágulos e reduzir o risco de eventos cardiovasculares graves. Atualmente, a medicina busca ir além da desobstrução das artérias, focando no diagnóstico e manejo precoce da aterosclerose, que é a causa subjacente da DAC. O objetivo é garantir que o paciente tenha uma vida mais longa e com mais qualidade.
Novas ferramentas genéticas estão surgindo para ajudar a quantificar o risco herdado de desenvolver Doença Arterial Coronariana. Essa avaliação permite um planejamento ainda mais precoce de estratégias de prevenção e tratamento, focadas em indivíduos com alto risco. Dessa forma, é possível adaptar as mudanças no estilo de vida e outras intervenções de maneira mais eficaz.
Médicos cardiovasculares podem acompanhar o tratamento de doenças arteriais coronarianas de acordo com o tipo. A Rede Américas possui especialistas renomados atendendo em vários hospitais brasileiros.
A abordagem terapêutica da DAC é multifacetada e geralmente combina diferentes estratégias. O plano de tratamento é personalizado, mas se apoia em três pilares principais que atuam de forma complementar: mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa e, quando indicado, procedimentos para desobstruir as artérias.
A primeira e mais importante linha de tratamento não envolve comprimidos ou cirurgias, mas sim uma revisão completa dos hábitos diários.
O tratamento conservador da doença arterial coronariana exige que os pacientes gerenciem a aterosclerose de forma otimizada, controlem a isquemia e modifiquem ativamente fatores de risco cardiovascular, como pressão alta e tabagismo. Essas mudanças são essenciais para frear a progressão da aterosclerose.
Adotar uma dieta balanceada é vital. Priorize o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas e fontes de gorduras saudáveis, como peixes e oleaginosas. Ao mesmo tempo, é importante reduzir a ingestão de gorduras saturadas e trans, sódio e açúcares adicionados, presentes em alimentos ultraprocessados.
Exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida leve ou ciclismo, ajudam a controlar a pressão arterial, o peso e os níveis de colesterol. É indispensável que qualquer programa de atividades seja discutido e liberado por um médico, que indicará a frequência e a intensidade seguras para cada caso.
Parar de fumar é talvez a medida isolada mais impactante para a saúde cardiovascular. O tabagismo acelera o processo de aterosclerose e aumenta o risco de formação de coágulos. Buscar ajuda profissional para abandonar o vício é um passo decisivo no tratamento.
O estresse crônico e o excesso de peso são fatores que sobrecarregam o coração. Práticas como meditação e ioga podem ajudar no manejo do estresse. Além disso, a perda de peso, mesmo que modesta, já traz benefícios significativos para a pressão arterial e o metabolismo.
Os medicamentos desempenham um papel central no controle da DAC, atuando em diferentes frentes para proteger o coração e os vasos sanguíneos. A prescrição é sempre individualizada e deve ser seguida rigorosamente conforme a orientação médica.
Para pacientes com alto risco cardíaco devido à Lipoproteína(a) (Lp(a)), um tipo específico de partícula de colesterol, o tratamento visa reduzir ao máximo o colesterol LDL, o chamado "colesterol ruim". Isso geralmente é feito com estatinas potentes e, em alguns casos, pode-se recorrer a medicamentos como os inibidores de PCSK9 para um controle ainda mais eficaz.
A tabela abaixo resume as principais classes de medicamentos utilizadas:
Além desses, medicamentos como os nitratos podem ser usados para aliviar dores de angina, e bloqueadores dos canais de cálcio podem ser uma alternativa para controlar a pressão e os sintomas.
Para a doença coronariana crônica, o tratamento inicial foca principalmente na prevenção e no uso de medicamentos. Isso ocorre porque as estratégias invasivas, como cirurgias, devem ser reservadas para casos mais graves, já que, por si só, não demonstram reduzir a mortalidade.
Assim, procedimentos intervencionistas são considerados quando as mudanças no estilo de vida e os medicamentos não são suficientes para controlar os sintomas, ou quando há obstruções muito graves que colocam o paciente em alto risco. Nesses casos, podem ser indicados procedimentos para restaurar o fluxo sanguíneo.
Este é um procedimento minimamente invasivo. Um cateter fino é inserido através de um vaso sanguíneo (geralmente no pulso ou na virilha) e guiado até a artéria coronária obstruída. Na ponta do cateter, um pequeno balão é inflado para esmagar a placa de gordura e reabrir a artéria. Na maioria dos casos, uma pequena malha de metal chamada stent é deixada no local para funcionar como um "andaime" e manter a artéria aberta.
Popularmente conhecida como "ponte de safena" ou "ponte de mamária", esta é uma cirurgia de peito aberto. O cirurgião utiliza um enxerto de outro vaso sanguíneo do corpo (como uma veia da perna ou uma artéria do tórax) para criar um desvio (uma "ponte") ao redor da área bloqueada. Isso cria um novo caminho para que o sangue chegue ao músculo cardíaco.
A escolha da melhor abordagem não é uma receita de bolo. O cardiologista avalia uma série de fatores antes de definir o plano terapêutico, como a gravidade e a localização das obstruções, a intensidade dos sintomas, a idade do paciente, a presença de outras doenças (como diabetes) e a função cardíaca geral.
O tratamento é uma parceria entre a equipe de saúde e o paciente. Seguir as recomendações, tomar os medicamentos corretamente e comparecer às consultas de acompanhamento são atitudes essenciais para o sucesso do tratamento.
É importante entender a DAC como uma condição crônica, assim como o diabetes ou a hipertensão. Embora não se possa falar em "cura" no sentido de eliminar a doença para sempre, os tratamentos disponíveis são extremamente eficazes para controlá-la.
Com a adesão adequada ao tratamento, é possível estabilizar a doença, evitar sua progressão, prevenir complicações graves como o infarto e, o mais importante, manter uma vida ativa e plena. O foco está no controle contínuo e no gerenciamento dos fatores de risco.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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