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Tratamento de osteoporose: cuide da saúde dos seus ossos

Entenda as opções de tratamento disponíveis, desde medicamentos até mudanças no estilo de vida, para fortalecer seus ossos e prevenir fraturas.

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Imagine que, com o passar dos anos, seus ossos, antes tão firmes, começam a ficar mais porosos e frágeis. Essa é a realidade da osteoporose, uma condição que afeta milhões, especialmente mulheres após a menopausa e idosos. 

Fraturas com traumas mínimos, afetando a autonomia e a rotina diária. Aproximadamente uma em cada duas mulheres adultas e um em cada cinco homens sofrerão uma ou mais fraturas por fragilidade ao longo da vida, destacando a importância da prevenção e tratamento.O tratamento da osteoporose vai muito além de tomar um simples medicamento; ele busca, antes de tudo, proteger você. Seus principais objetivos são prevenir fraturas, fortalecer a estrutura óssea e, consequentemente, melhorar significativamente sua qualidade de vida. 

A fragilidade óssea causada pela osteoporose pode levar a fraturas com traumas mínimos, afetando a autonomia e a rotina diária. Aproximadamente uma em cada duas mulheres adultas e um em cada cinco homens sofrerão uma ou mais fraturas por fragilidade ao longo da vida, destacando a importância da prevenção e tratamento. 

Por isso, a abordagem terapêutica é abrangente e individualizada, sempre focada em preservar sua mobilidade e bem-estar.

É importante notar que a osteoporose é frequentemente assintomática até que ocorra uma fratura, o que a torna uma "doença silenciosa". Fraturas, especialmente as de quadril, podem ter impactos devastadores, com uma taxa de mortalidade que varia de 8,4% a 36% no primeiro ano após o evento, sendo mais alta em homens do que em mulheres. 

Além disso, uma fratura recente em um adulto com 50 anos ou mais é um sinal de alerta para um risco elevado de fraturas subsequentes, especialmente no ano seguinte ao evento inicial. 

No Reino Unido, por exemplo, ocorrem cerca de 549.000 novas fraturas por fragilidade a cada ano, e os custos para o Serviço Nacional de Saúde (NHS) ultrapassam 4,7 bilhões de libras anuais. A projeção é que o número anual de fraturas por fragilidade aumente em 19,6% até 2030, caso não haja mudanças nas práticas atuais. 

Nos Estados Unidos, os 2 milhões de novos casos de fraturas osteoporóticas por ano superam o número anual de novos casos de infarto do miocárdio, câncer de mama e câncer de próstata combinados, com projeção de aumento de 68% até 2040, chegando a 3,2 milhões de casos. Isso sublinha a necessidade urgente de intervenções eficazes.

Como o tratamento da osteoporose impacta sua vida diária?

O manejo da osteoporose envolve uma série de ações que se integram à sua rotina, promovendo saúde óssea a longo prazo. 

As mudanças no estilo de vida são pilares essenciais, complementando qualquer tratamento medicamentoso. Elas são a base para que os ossos recebam os nutrientes necessários e se mantenham ativos, resistindo melhor ao desgaste.

A dieta desempenha um papel crucial na saúde óssea. Dois nutrientes são particularmente importantes para manter a densidade dos seus ossos: o cálcio e a vitamina D. Ingeri-los em quantidades adequadas, seja pela alimentação ou por meio de suplementos, é fundamental para o sucesso do tratamento da osteoporose.

Cálcio: o pilar da estrutura óssea

O cálcio é o principal componente dos seus ossos que confere a eles força e rigidez. A ingestão diária recomendada varia conforme a idade e condição, mas geralmente se situa em torno de 1.000 a 1.200 mg para adultos com 50 anos ou mais. 

Para atingir essa meta, é importante incluir alimentos ricos em cálcio na sua dieta regular, pois a ingestão diária média de cálcio para adultos com 50 anos ou mais é de apenas 600 a 700 mg/dia.

  • Laticínios: Leite, iogurte e queijos são excelentes fontes.
  • Vegetais verde-escuros: Brócolis, couve e espinafre também oferecem boas quantidades.
  • Peixes: Sardinha e salmão, especialmente com os ossos, são ótimas opções.
  • Alimentos fortificados: Sucos, cereais e pães enriquecidos com cálcio podem complementar a ingestão.

Em alguns casos, quando a dieta não é suficiente ou a absorção é comprometida, a suplementação de cálcio, orientada por um médico, pode ser necessária. É importante notar que doses de cálcio acima de 1.200 a 1.500 mg/dia podem aumentar o risco de cálculos renais em indivíduos suscetíveis.

Além do cálcio, a proteína é um componente importante dos tecidos ósseo e muscular. Uma boa ingestão diária, superior à recomendação de 0,75 g/kg de peso corporal/dia, tem sido associada a uma maior densidade mineral óssea no colo do fêmur e no quadril total. 

Dietas consideradas "saudáveis", ricas em frutas, vegetais, peixes, aves e grãos integrais, mostraram uma modesta redução no risco de baixa densidade mineral óssea e fraturas de quadril. 

Por outro lado, padrões alimentares "ocidentais", com alto consumo de carne processada, carne vermelha, gordura animal, açúcar refinado e refrigerantes, foram associados a um aumento modesto no risco de baixa densidade mineral óssea e fraturas de quadril.

Vitamina D: A chave para a absorção do cálcio

A vitamina D é essencial para que seu corpo consiga absorver o cálcio dos alimentos e incorporá-lo aos ossos. Sem ela, mesmo com uma boa ingestão de cálcio, seus ossos não se beneficiarão plenamente. 

A principal fonte de vitamina D é a exposição solar. No entanto, para o tratamento da osteoporose, a recomendação é geralmente uma dosagem alta, sendo necessária a prévia avaliação médica. 

Entretanto, as diretrizes mais atuais estabelecem as quantidades de vitamina D entre 600 a 800 UI para adultos saudáveis, abaixo dos 70 anos. Para adultos acima dos 70 anos, a recomendação é de 800 UI.

Pessoas com condições que as colocam em maior risco de deficiência, a dose pode ser significativamente maior. 

Essas condições incluem:

Idosos (> 70 anos): a capacidade da pele de produzir vitamina D diminui com a idade, e a ingestão recomendada pode ser de 800 UI a 1.000 UI por dia. 

Pessoas com osteoporose: para ajudar a reduzir o risco de fraturas, a dose pode variar de 800 UI a 2.000 UI por dia.

Indivíduos com pouca exposição solar, obesidade, doenças de má absorção (como doença de Crohn ou doença celíaca).

Gestantes e lactantes: a recomendação é de cerca de 600 UI a 2.000 UI por dia

Fatores como idade avançada, uso de protetor solar e pouca exposição ao sol podem dificultar a produção natural. Nessas situações, a suplementação de vitamina D, sempre com a supervisão de um profissional de saúde, torna-se indispensável para garantir níveis adequados no organismo. 

É importante evitar a administração intermitente rotineira de grandes doses de vitamina D (iguais ou superiores a 60.000 UI), pois isso tem sido associado a um aumento do risco de fraturas e quedas.

A importância do exercício físico para ossos mais fortes

Praticar exercícios regularmente é uma das estratégias mais eficazes para fortalecer os ossos e músculos, além de melhorar o equilíbrio e a coordenação. 

Para quem tem osteoporose, isso é ainda mais vital, pois ajuda a reduzir o risco de quedas e fraturas. Os exercícios de sustentação de peso, nos quais o corpo trabalha contra a gravidade, são particularmente benéficos.

Quais exercícios são mais indicados?

Os exercícios que colocam estresse sobre os ossos de forma controlada estimulam o tecido ósseo a se renovar e se fortalecer. 

Programas de exercícios combinados, que incluem atividades com sustentação de peso e exercícios de fortalecimento de resistência, são eficazes na redução da perda óssea no colo do fêmur e na coluna lombar em mulheres pós-menopausa. Dentre eles, destacam-se:

  • Caminhada e corrida leve (se apropriado para sua condição).
  • Subir escadas.
  • Dança.
  • Musculação com pesos leves e acompanhamento profissional.
  • Exercícios de equilíbrio, como tai chi, para prevenir quedas.

Cuidados e recomendações ao se exercitar

Sempre consulte seu médico antes de iniciar qualquer programa de exercícios, especialmente se você tiver osteoporose avançada ou histórico de fraturas. Um fisioterapeuta pode ajudar a desenvolver um plano seguro e eficaz, adaptado às suas necessidades. 

Em pessoas com osteoporose, exercícios repetitivos de flexão forçada da coluna para frente devem ser realizados com cuidado, pois esse movimento específico pode estar associado a um risco aumentado de novas fraturas vertebrais. 

No entanto, em geral, pessoas com osteoporose podem participar com segurança de exercícios, pois o risco de eventos adversos graves é muito baixo.

Hábitos de vida que fazem a diferença

Além da dieta e dos exercícios, outros hábitos diários contribuem para a saúde óssea. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool é crucial, pois ambos podem prejudicar a densidade óssea. 

Parar de fumar, por exemplo, demonstrou reduzir o risco de fraturas vertebrais e de quadril em mulheres, embora o risco de fratura de quadril tenha sido reduzido em ex-fumantes apenas após 5 anos. 

O consumo de álcool deve ser limitado a no máximo 2 unidades por dia para mulheres e homens, pois o consumo excessivo pode ser prejudicial à saúde óssea e aumentar o risco de quedas. 

Manter um peso saudável e ter uma boa noite de sono também são fatores que influenciam positivamente a saúde geral, incluindo a óssea.

Quais medicamentos são usados no tratamento da osteoporose?

Quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes ou a osteoporose já está avançada, o tratamento medicamentoso se torna uma peça-chave. Existem diferentes classes de medicamentos, cada uma agindo de uma forma específica para fortalecer os ossos e diminuir o risco de fraturas. 

É importante notar que a maioria dos medicamentos, diretrizes e métodos de rastreamento e previsão de risco de fraturas foram desenvolvidos para mulheres e, posteriormente, adaptados para uso em homens, o que ressalta a necessidade de estratégias mais específicas para cada sexo.

A escolha do medicamento mais adequado depende de diversos fatores, como a gravidade da osteoporose, seu histórico de fraturas, outras condições de saúde e sua resposta ao tratamento. Por isso, a decisão é sempre tomada em conjunto com seu médico.

Medicamentos que inibem a perda óssea (Anti-reabsortivos)

Esses medicamentos agem diminuindo a velocidade com que o osso antigo é reabsorvido pelo corpo, permitindo que a formação óssea se mantenha ou até mesmo supere a reabsorção, resultando em maior densidade óssea.

Bifosfonatos: base do tratamento para muitos

Os bifosfonatos são, frequentemente, a primeira linha de tratamento para a osteoporose. Incluem substâncias como alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico. Eles reduzem o turnover ósseo (ou remodelamento ósseo), diminuindo a perda de massa óssea e o risco de fraturas. 

O alendronato, por exemplo, demonstrou reduzir a incidência de fraturas de coluna e quadril em cerca de 50% ao longo de 3 anos em pacientes com fraturas vertebrais prévias. O risedronato reduziu a incidência de fraturas vertebrais em 39% e de quadril em 27% em uma meta-análise. 

Já o ibandronato reduz a incidência de fraturas vertebrais em 33% a 50%, mas não demonstrou redução de fraturas de quadril ou não vertebrais. O ácido zoledrônico, por sua vez, reduz a incidência de fraturas vertebrais em 62% a 70%, de quadril em 41% e não vertebrais em 21% a 25% ao longo de 3 anos. Podem ser administrados por via oral (diariamente, semanalmente ou mensalmente) ou por via intravenosa (anualmente), conforme a substância e a orientação médica. 

É fundamental seguir rigorosamente as instruções de uso para garantir sua eficácia e segurança. Efeitos colaterais comuns incluem problemas gastrointestinais, e, em casos raros, osteonecrose da mandíbula (ONJ) e fraturas femorais atípicas (AFF).

Denosumabe: uma opção injetável e eficaz

O denosumabe é um anticorpo monoclonal que atua de forma diferente dos bifosfonatos, inibindo especificamente as células que reabsorvem o osso. É administrado por injeção subcutânea, geralmente a cada seis meses. 

Ele demonstrou reduzir a incidência de fraturas vertebrais em cerca de 68%, de quadril em 40% e não vertebrais em 20% em 3 anos. É uma opção eficaz, especialmente para pacientes com alto risco de fraturas ou que não toleram outros tratamentos. 

No entanto, a descontinuação do denosumabe leva a reduções rápidas na densidade mineral óssea e a um aumento do risco de múltiplas fraturas vertebrais, enfatizando a necessidade de considerar um tratamento sequencial com outro medicamento anti-reabsortivo (como os bisfosfonatos) após sua interrupção.

Raloxifeno: foco nas mulheres pós-menopausa

O raloxifeno é um modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM) que age como o estrogênio nos ossos, mas não em outros tecidos. É indicado para a prevenção e tratamento da osteoporose em mulheres após a menopausa. 

Ele reduz a incidência de fraturas vertebrais em cerca de 30% a 40% em pacientes com fratura vertebral prévia e em cerca de 55% em pacientes sem fratura vertebral prévia. No entanto, não demonstrou reduzir o risco de fraturas não vertebrais ou de quadril. 

Além de fortalecer os ossos, pode reduzir o risco de câncer de mama invasivo nessas pacientes.

Medicamentos que estimulam a formação óssea (Anabólicos)

Diferente dos anti-reabsortivos, os medicamentos anabólicos atuam estimulando a formação de novo osso, o que é particularmente útil em casos de osteoporose mais severa ou para pacientes com alto risco de fraturas. Estudos comparativos em mulheres pós-menopausa com osteoporose grave demonstraram que agentes anabólicos resultam em reduções mais rápidas e significativas do risco de fraturas do que alguns tratamentos antirresortivos.

Teriparatida: estimulando o crescimento ósseo

A teriparatida é uma forma recombinante do hormônio da paratireoide. Ela é um potente agente anabólico que estimula a formação de novo tecido ósseo, aumentando significativamente a densidade mineral óssea. 

Reduz o risco de fraturas vertebrais em 65% a 77% e de fraturas não vertebrais em 35% a 53% após uma média de 18 meses de terapia. É administrada por injeções diárias, geralmente por um período limitado a 24 meses, e é reservada para casos de osteoporose grave ou com múltiplas fraturas. 

É importante seguir o tratamento com um agente antirresortivo para manter ou aumentar ainda mais a densidade mineral óssea.

Romosozumabe : uma abordagem inovadora

O romosozumabe é uma terapia mais recente que atua de forma dual, tanto inibindo a reabsorção óssea quanto estimulando a formação de novo osso. Em um estudo comparativo, o romosozumabe reduziu significativamente as novas fraturas vertebrais (48%), não vertebrais (19%) e de quadril (38%) em 24 meses, em comparação com o alendronato oral. 

É administrado por injeções mensais, e sua indicação é para pacientes com osteoporose grave e alto risco de fraturas, que podem se beneficiar dessa ação dupla. 

No entanto, um risco maior de eventos cardiovasculares foi observado no grupo do romosozumabe em comparação com o grupo do alendronato. Sempre discuta com seu médico as opções mais recentes e adequadas ao seu caso.

Terapias à base de plantas: uma fronteira promissora

A medicina herbal, com sua composição de múltiplos compostos e múltiplos alvos, oferece uma abordagem promissora para doenças complexas como a osteoporose pós-menopausa. 

Estudos recentes têm explorado o potencial de diversas ervas e seus ingredientes ativos para melhorar a densidade mineral óssea e estimular a regeneração óssea. Por exemplo, o estudo de Jang et al. (2024) identificou ervas como Benincasae SemenGlehniae RadixCorydalis TuberHouttuyniae Herba como candidatas promissoras para o tratamento da osteoporose pós-menopausa. 

Essas ervas e seus compostos ativos, como o falcarindiol e a tetrahidrocoptisina, demonstraram interagir com proteínas relacionadas à inflamação, diferenciação de osteoclastos e metabolismo de estrogênio, influenciando processos biológicos como apoptose e proliferação celular. 

Embora a pesquisa ainda esteja em estágios iniciais e necessite de validação clínica, esses achados abrem novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos mais seguros e eficazes, complementando as opções existentes.

Quando o tratamento medicamentoso é indicado?

A decisão de iniciar o tratamento farmacológico para a osteoporose baseia-se em uma avaliação cuidadosa do seu risco individual de fraturas. Seu médico considerará fatores como sua densidade mineral óssea (DMO), medida pela densitometria óssea, sua idade, histórico de fraturas e outros fatores de risco clínicos. 

Ferramentas como o FRAX (Ferramenta de Avaliação de Risco de Fratura) podem ser utilizadas para estimar esse risco e guiar a decisão terapêutica. 

Para mulheres e homens com 50 anos ou mais, a Bone Health and Osteoporosis Foundation (BHOF) recomenda o teste de DMO em mulheres com 65 anos ou mais e homens com 70 anos ou mais, bem como em mulheres pós-menopausa mais jovens (50-64 anos) e homens (50-69 anos) com fatores de risco para osteoporose, ou em qualquer pessoa que já tenha sofrido uma fratura.

É possível reverter a osteoporose? Entenda o que a ciência diz

A pergunta "É possível reverter a osteoporose?" é comum, e a resposta precisa ser compreendida com clareza. A osteoporose é uma condição crônica, o que significa que, uma vez instalada, o objetivo principal do tratamento é gerenciá-la. Isso inclui interromper a perda óssea, aumentar a densidade mineral óssea e, crucialmente, prevenir novas fraturas.

Embora uma "cura" no sentido de eliminar completamente a doença não seja o termo mais preciso, a ciência e a medicina têm avançado significativamente. É possível, sim, através do tratamento contínuo e adequado, reverter a classificação da osteoporose para osteopenia (uma condição menos grave) ou até mesmo para a normalidade em alguns casos, especialmente no fêmur e nas vértebras, como demonstrado em estudos de longo prazo. 

O foco, portanto, é na melhora da densidade óssea e na redução drástica do risco de fraturas, permitindo uma vida plena e ativa. Mesmo que a DMO melhore e o risco de fratura seja reduzido, a deterioração microarquitetural e os processos da doença responsáveis por essa deterioração permanecem. 

Como monitorar a osteoporose e garantir o sucesso do tratamento?

O tratamento da osteoporose não é um evento único, mas um processo contínuo que exige monitoramento e ajustes regulares. Acompanhar a evolução da doença e a resposta ao tratamento é fundamental para garantir os melhores resultados.

Exames regulares: acompanhamento essencial

A densitometria óssea (DXA) é o principal exame para monitorar a densidade mineral óssea e verificar a eficácia do tratamento. Seu médico indicará a frequência com que você deve realizar este exame, geralmente a cada um ou dois anos. 

Além disso, exames de sangue podem ser solicitados para verificar os níveis de cálcio, vitamina D e outros marcadores ósseos. A avaliação da fratura vertebral (VFA) por DXA também é uma ferramenta importante, especialmente para identificar fraturas vertebrais que podem ser assintomáticas, mas que aumentam significativamente o risco de fraturas futuras.

A importância do acompanhamento médico e multidisciplinar

O acompanhamento regular com seu médico (clínico geral, endocrinologista ou reumatologista) é indispensável. Ele ou ela irá avaliar sua condição, ajustar a medicação se necessário, e fornecer orientações sobre o estilo de vida. 

Em muitos casos, uma equipe multiprofissional, incluindo nutricionistas para orientar a dieta e fisioterapeutas para desenvolver programas de exercícios seguros, pode otimizar ainda mais o seu tratamento e qualidade de vida. 

Os Serviços de Ligação de Fraturas (FLS) são modelos de cuidado coordenado que visam romper o ciclo de fraturas repetidas, melhorando sua qualidade de vida e reduzindo o alto custo de novas lesões para o sistema de saúde.Dicas práticas para viver bem com osteoporose

Viver com osteoporose não significa abrir mão da sua independência ou qualidade de vida. Com as estratégias certas e um bom planejamento, é totalmente possível manter uma rotina ativa e segura.

Prevenção de quedas: um cuidado vital

Fraturas são a complicação mais séria da osteoporose. A prevenção de quedas é, portanto, uma prioridade. Pequenas adaptações em casa podem fazer uma grande diferença. As quedas são a principal causa de lesões fatais e não fatais em adultos com 65 anos ou mais, e a maioria das fraturas de quadril (mais de 90%) são resultado de quedas. 

Fatores modificáveis, como força muscular e equilíbrio, podem ser melhorados com exercícios direcionados, e a correção de deficiências graves de vitamina D também é importante.

  • Remova tapetes soltos e objetos que possam causar tropeços.
  • Garanta boa iluminação em todos os cômodos.
  • Instale barras de apoio no banheiro e corrimãos em escadas.
  • Use calçados confortáveis e com solado antiderrapante.
  • Cuidado ao andar em pisos molhados ou escorregadios.

Aderência ao tratamento e estilo de vida

A adesão rigorosa ao tratamento medicamentoso e às recomendações de estilo de vida é a chave para o sucesso a longo prazo. 

Estima-se que 25% a 30% dos pacientes com osteoporose não iniciam a medicação prescrita, e 50% ou mais não continuam o tratamento após 1 ano. Isso resulta em uma incidência de fraturas 30% maior em pacientes não aderentes. Não interrompa ou altere a medicação sem antes conversar com seu médico. 

Lembre-se que os benefícios do tratamento se acumulam ao longo do tempo. Mantenha-se ativo, alimente-se bem e siga as orientações médicas para proteger seus ossos e desfrutar de uma vida plena.

A "lacuna de tratamento" da osteoporose, que é a diferença entre o número de pessoas que se qualificam para o tratamento e o número que realmente o recebe, é um problema globalmente reconhecido. 

Muitos pacientes não reconhecem uma fratura como um sintoma da doença, e há uma falta de conscientização sobre a osteoporose, especialmente em homens. Por exemplo, menos homens nos EUA foram testados ou tratados após uma fratura em comparação com as mulheres (6% versus 12%). 

É fundamental aumentar a conscientização e a adesão ao tratamento para melhorar os resultados e reduzir o impacto dessa condição.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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